Avicultura
Mercado de frango registra forte impacto de custos em julho
O grande entrave é que o setor não tem conseguido repassar esse custo maior de produção aos preços finais dos produtos, por conta do momento econômico ruim vivenciado pelo Brasil
O mercado brasileiro de frango se aproxima do final de julho impactado pela forte alta nos custos de produção, fator que contribuiu para a redução das margens de lucratividade dos produtores. O analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, ressalta que os preços do frango vivo até reagiram em algumas praças ao longo do mês, mas não o suficiente para recuperar as margens. “O quadro permanece bem complicado, mas não se trata da demanda, que segue bem efetiva, tanto no mercado interno quanto externo”, comenta.
Para Iglesias, o grande entrave é que o setor não tem conseguido repassar esse custo maior de produção aos preços finais dos produtos, por conta do momento econômico ruim vivenciado pelo Brasil. “Hoje a margem final entre o preço praticado para o quilo vivo em São Paulo e o custo, que oscila de R$ 2,80 a R$ 2,85, oscila entre dez e quinze centavos”, disse.
No atacado e na distribuição, Iglesias informa que os preços tiveram poucas alterações ao longo de julho no mercado paulista. Para os produtos congelados, o quilo do peito na distribuição seguiu cotado a R$ 4,40, o quilo da asa caiu de R$ 6,50 para R$ 6,40 e o quilo da coxa continuou em R$ 4,30. No atacado, o quilo do peito foi mantido em R$ 4,20, o da asa caiu de R$ 6,25 para R$ 6,20 e o da coxa avançou de R$ 4,10 para R$ 4,20.
Nos cortes resfriados, ele salienta que os preços também apresentaram alterações. O preço do quilo peito na distribuição subiu de R$ 4,45 para R$ 4,60, o da coxa seguiu em R$ 4,40 e o da asa avançou de R$ 6,55 para R$ 6,70. No atacado, o preço do quilo do subiu de R$ 4,30 para R$ 4,40, o quilo da coxa avançou de R$ 4,20 para R$ 4,30 e o do quilo da asa passou de R$ 6,35 para R$ 6,50.
O analista revela que nem mesmo o bom nível das exportações brasileiras de carne de frango tem sido suficiente para uma reação nos preços finais no mercado interno. “Os embarques deste mês devem contabilizar volumes entre 370 e 390 mil toneladas, com expectativa de atingir acima de 400 mil toneladas em agosto”, sinaliza.
Uma alternativa para uma recuperação nos preços estaria em um novo ajuste nos alojamentos de pintos de corte. “Um volume ao redor de 500 milhões de cabeças seria o ideal, mas pelo comportamento atual do mercado se percebe que o volume alojado está bem acima disso, talvez oscilando entre 520 e 560 milhões de cabeças”, avalia.
O analista acredita que possa haver uma recuperação dos preços do quilo vivo no começo de agosto. “Temos dois fatores que podem incrementar os preços do quilo vivo entre R$ 0,05 e R$ 0,10 nas praças na primeira quinzena do próximo mês. O primeiro é o recebimento de salários por grande parte da população. O segundo é a comemoração do Dia dos Pais, que tradicionalmente proporciona uma melhora na demanda”, afirma.
O levantamento semanal realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil indicou que em Minas Gerais a cotação do quilo vivo passou de R$ 2,95 para R$ 3,10. Em São Paulo o quilo vivo se manteve em R$ 2,95.
Na integração catarinense a cotação do frango subiu de R$ 2,80 para R$ 2,85. No oeste do Paraná o preço avançou de R$ 2,80 para R$ 2,85. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo subiu de R$ 2,85 para R$ 2,90.
No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango teve alta de R$ 2,85 para R$ 3,00. No Distrito Federal o quilo vivo foi cotado a R$ 3,10, alta de quinze centavos frente à semana anterior. Em Goiás o quilo vivo passou de R$ 2,90 para R$ 3,05.
Em Pernambuco, o quilo vivo continuou em R$ 4,20. No Ceará a cotação do quilo vivo passou de R$ 3,75 para R$ 3,80, enquanto no Pará o quilo vivo foi mantido em R$ 4,20.
Fonte: SAFRAS & Mercado

Avicultura
Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola
Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.
Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.
Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.
Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.
Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
