Bovinos / Grãos / Máquinas Carnes nobres
Mercado de carnes gourmet e premium emerge no Brasil
Cortes nobres ganham cada vez mais espaço no mercado nacional e a preferência do consumidor, que está disposto até a pagar a mais por carnes especiais
Produzir uma carne de melhor qualidade, que dê uma sensação diferenciada ao consumidor e pague melhor ao produtor é o desejo de todo pecuarista. Cada vez mais, o produtor vem buscando meios de produzir uma carne mais suculenta, com mais marmoreio em carcaças de melhor qualidade. Ter uma carne com estas características se transformou também em um desejo do consumidor, que está, aos poucos, mas cada vez mais, disposto a pagar a mais por uma carne que ofereça muito mais que uma refeição, mas uma verdadeira experiência gastronômica. Da produção, aos cortes e embalagem, as carnes nobres começam a chamar a atenção da bovinocultura.
Algumas empresas já perceberam esta tendência e estão oferecendo ao consumidor exatamente aquilo que ele busca. Apesar de ainda ser um mercado bastante segmentado, é algo que vem chamando a atenção de mais pessoas. Mas, o que muita gente ainda não entende, é a diferença entre a carne chamada de premium e gourmet para a “comum”, vista há anos nos supermercados e açougues. “Basicamente a diferença está nos cortes e no uso. O supermercado acaba suprindo a carne do dia-a-dia, enquanto as boutiques premium atendem o público interessado em churrasco e em momentos especiais, comemorações, eventos, etc.”, explica a proprietária da Meat & Co, Fabiana Grinover.
A Meat & Co é uma boutique que percebeu esta preferência do consumidor em carnes diferenciadas e com cortes distintos. “Sempre fomos apaixonados por churrasco, e queríamos investir em algo diferenciado para atender os amantes da carne”, conta Fabiana. Ela explica que a loja foi aberta em 2015 e está localizada estrategicamente em Moema, bairro nobre de São Paulo. “Ela está dentro de um posto de gasolina. Escolhemos esse lugar por ser um dos maiores postos de SP, além de estar na Avenida 23 de Maio, que corta a cidade de SP, dando acesso ao aeroporto de Congonhas e à saída para o litoral”, diz.
A loja, apesar de nova, já faz grande sucesso entre os clientes. Isso, porque além de trabalhar somente com o mercado gourmet, tem uma minuciosa escolha dos fornecedores. “Desde a abertura da loja, somos parceiros da Beef & Veal, consultoria do Roberto Barcellos em Botucatu, que nos auxilia na seleção de fornecedores”, explica. Fabiana conta que eles trabalham com a marca BBQ Secrets para a maioria dos cortes de Angus.
Já para outros cortes ou animais, a boutique busca os melhores fornecedores de carne premium do mercado, sendo brasileiros, argentinos e uruguaios. “Procuramos sempre referências desses fornecedores, visitamos as fazendas e as operações quando possível. Atualmente trabalhamos com a Frigol, Frigorífico Silva, Yakult, Cancian, Dorper Dom Miguel, Autêntica, VPJ, Cowpig e Minerva”, relata.
E mais de uma raça é trabalhada pela loja para oferecer a carne de maior qualidade ao consumidor. “Trabalhamos com raças que proporcionem um bom equilíbrio entre maciez e sabor na carne. Além de Angus, também temos a raça Hereford, criada a pasto no Rio Grande do Sul, e a raça Wagyu”, conta.
Carne premium e gourmet ainda é novidade para consumidor
Mesmo já sendo bastante conhecida pelos agentes envolvidos na cadeia, para muitos consumidores as carnes gourmet e premium ainda são novidade. “É um nicho novo, em crescimento acelerado”, informa Fabiana. Ela conta que os clientes estão cada vez mais informados e interessados em aprender sobre as raças, cortes e formas de preparo. “O potencial ainda é enorme. Aqui dizemos que quem experimenta e entra no segmento de carnes nobres não sai mais”, expõe.
Para ela, isso se deve ao fato de o consumidor estar cada vez mais exigente quanto ao que vai colocar na mesa. “Cada dia estão mais rigorosos e dispostos a pagar pela experiência que envolve uma refeição com carnes nobres. Acreditamos que, com uma recuperação da economia, o consumo explode”, considera. Além do mais, segundo Fabiana, os próprios supermercados já perceberam este movimento e estão investindo em seus açougues e incrementando a oferta de carnes e cortes premium. “Há espaço para todos nesse momento”, acrescenta.
Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de agosto/setembro de 2019 ou online.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran