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Menor safra aliada a demanda aquecida deve pressionar estoque de trigo na Europa

Cenário de redução da atividade econômica e liquidez global foi um dos principais fatores por trás da queda dos preços da maioria dos grãos nas mais diversas bolsas.

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Foto: Arquivo/OP Rural

Nas últimas semanas, o cenário de redução da atividade econômica e liquidez global foi um dos principais fatores por trás da queda dos preços da maioria dos grãos nas mais diversas bolsas.

Contudo, quando se olha para os fundamentos do trigo no Continente Europeu, se vê que o balanço do grão estará extremamente apertado na próxima safra. “A safra francesa, que vinha com ótimas condições até a metade de maio, tem sofrido com falta de chuvas e uma onda de calor que atingiu o Continente Europeu antes do previsto. Com isso, a oferta de trigo no continente deve ser cerca de cinco milhões de toneladas menor do que a da safra passada, com uma redução tanto da produtividade quanto da área colhida”, observa o analista de grãos e macroeconomia da hEDGEpoint Global Markets, Alef Dias.

Segundo o analista, mesmo com a menor oferta, a demanda externa pelo trigo europeu deve superar a da safra anterior, dado que o conflito na Ucrânia tornou o trigo europeu mais competitivo que o russo, tanto pela ótica dos preços e fretes, bem como pela dinâmica cambial.

Responsável por cerca de 24% da produção de trigo na União Europeia (EU), a França é a principal produtora da commodity dentro do bloco, sendo o mercado mais relevante para os movimentos do trigo na Euronext. Após um início de safra com boas condições de precipitação e temperatura para o trigo, o nível das chuvas em território francês começou a cair a partir da segunda metade de maio, levando a uma relevante deterioração das condições para a cultura no país.

Não bastasse a redução das chuvas, o Continente Europeu foi atingido por uma onda de calor em junho que chegou à região muito antes do que o esperado, com base em anos anteriores. Com temperaturas que chegaram a ultrapassar os 40ºC, a península Ibérica, Itália e a França foram as regiões mais afetadas – o que adicionou riscos à safra europeia de trigo após a primavera seca, dado que somadas, França, Espanha e Itália representam mais de 30% da produção de trigo europeia.

Como podemos observar na figura 3, essa deterioração também é perceptível no índice da vegetação francesa – que serve como uma proxy
da saúde dos grãos – que recentemente se aproximou das mínimas de 20 anos. Com essa situação complicada em seu principal produtor, a Europa deve confirmar sua expectativa de uma safra de trigo menor do que a do último ano, e as estimativas da Comissão Europeia apontam para uma redução da produção mais acentuada do que a atualmente esperada pelo USDA.

Com a continuidade da guerra, exportações devem aumentar Apesar de contar com uma menor oferta de trigo, a continuidade do
conflito na Ucrânia deve direcionar a demanda antes atendida pelo Mar Negro para as nações europeias, cujas exportações devem superar os níveis observados na safra anterior.

Os primeiros números de importação da safra 2022/2023 de alguns dos principais importadores de trigo globais tem confirmado essa tendência. As exportações de trigo mole (soft wheat) da França para países fora da UE quadruplicaram em junho com relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 552mil toneladas, indicam dados provisórios.

O principal mercado de exportação foi o Marrocos, que levou cerca de 209 mil tons em junho, enquanto a Argélia e o Egito levaram 89 mil toneladas e 77 mil toneladas, respectivamente. Os compradores do norte da África retomaram as compras de trigo francês após um baixo interesse no início da safra 2021/2022.

Apesar da menor produtividade esperada, o trigo francês segue relativamente barato com relação ao trigo russo – seu principal competidor por mercados externos – mesmo com a safra recorde esperada para o maior exportador de trigo global.

Além disso, o frete do trigo francês para os principais importadores também está em níveis extremamente competitivos em relação ao
grão russo, o que também é um reflexo da guerra, dada as sanções do ocidente à Rússia, que dificultam a logística exportadora do país.
Além dos fretes, a dinâmica cambial do Euro e do Rublo também tende a favorecer as exportações francesas.

Apesar dos cortes recentes em nas taxas de juros russas, o USD/RUB segue nos menores níveis do período pandêmico, enquanto o EUR/USD atingiu o menor patamar dos últimos 20 anos – e conforme relatório da nossa equipe de análise macroeconômica do dia 01 de julho, os fundamentos apontam para uma continuidade do processo de desvalorização do Euro.

Fonte: Ascom hEDGEpoint

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Fraca demanda pressiona cotações do frango em março

Queda se deve principalmente à demanda enfraquecida pela carne e à consequente baixa liquidez observada ao longo do mês.

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Foto: Jonathan Campos

Os preços médios da maioria dos produtos de origem avícola estão encerrando março abaixo dos registrados em fevereiro.

Segundo pesquisadores do Cepea, a queda se deve principalmente à demanda enfraquecida pela carne e à consequente baixa liquidez observada ao longo do mês.

Já no mercado de pintainho de corte, a procura aquecida pelo animal tem impulsionado os valores.

De acordo com agentes consultados pelo Cepea, o movimento altista pode estar ligado ao interesse da indústria em aumentar o alojamento de frango, sobretudo para atender à demanda externa pela proteína brasileira – vale lembrar que as exportações de carne de frango estão em forte ritmo.

Fonte: Assessoria Cepea
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Em reunião com diretorias da Aiba e Abapa, presidente da Coelba anuncia intenções para solucionar déficit de energia elétrica no Oeste baiano

O déficit de energia elétrica é um problema constante e uma realidade que contribui para travar o progresso na região, e a união dos produtores e associações de classe, mostra o empenho do setor em se mobilizar e buscar soluções.

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Em atendimento às solicitações apresentadas por agricultores em reunião prévia ocorrida em (06) de fevereiro, quando esteve no Oeste da Bahia e ouviu as demandas de energia elétrica, o diretor presidente da Coelba Neoenergia, Thiago Freire Guth, retornou à região, e na última terça-feira (26), reuniu-se com as diretorias da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), na sede da Coelba em Barreiras.

Como ficou acordado, ainda no final de fevereiro, uma comitiva de consultores da Coelba realizou visitas técnicas a propriedades rurais do Oeste baiano para diagnosticar as principais carências energéticas da região, a partir do qual foram realizados estudos de viabilidade com emissão de parecer técnico.

Fotos: Divulgação/Aiba

Durante a reunião, o diretor presidente da Coelba, juntamente com os superintendentes, de Área Técnica, Tiago Martins, e de Expansão de Obras, Anapaula Nobre, fizeram a apresentação do novo plano de investimentos da Coelba para o Oeste da Bahia nos próximos quatro anos. “Temos demandas que não foram atendidas no decorrer dos anos, mas a atual gestão da Coelba vem sendo mais participativa aqui na região. Um momento importante para debater e atualizar os próximos passos da companhia, em termos de investimento, aqui no oeste baiano, e tenho certeza, que daqui para frente, com mais transparência e participação da Coelba. O que ouvimos hoje é que as coisas realmente vão começar a sair do papel para prática, e que as demandas da região e do agronegócio serão atendidas”, avalia o vice-presidente da Aiba, Moisés Schmidt.

O déficit de energia elétrica é um problema constante e uma realidade que contribui para travar o progresso na região, e a união dos produtores e associações de classe, mostra o empenho do setor em se mobilizar e buscar soluções. “É a segunda vez que o presidente da Coelba vem ao oeste, trazendo respostas e anunciando esses investimentos, e nós esperamos que isso venha atender ao produtor, tanto na quantidade necessária, e também na qualidade, que é fundamental”, complementa o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi.

O diretor presidente, Thiago Freire agradeceu a oportunidade e anunciou as intenções da companhia. “É uma região pujante, e do ponto de vista de desenvolvimento do agronegócio, existe uma necessidade energética urgente. A empresa está alocando os recursos necessários para, nos próximos quatro anos, aumentar cerca de 70% da capacidade de energia elétrica da região”, pontuou Guth que ainda falou de parcerias. “É um desafio também em fazer um trabalho conjunto e trazer novas linhas de transmissão e subestações da rede básica, fora do escopo da energia Coelba, uma questão mais de infraestrutura de alta tensão. Propomos fazer esse trabalho em parceria com associações locais, e ouvirmos a necessidade dos clientes e trabalhar juntos, para resolver os problemas que são comuns, tanto para associações e para o desenvolvimento da região, quanto para a própria energia”, complementou o diretor presidente, que ainda confirmou a divulgação de um cronograma da Coelba, sugerido pelos produtores rurais, para acompanhamento das ações e investimentos da companhia na região.

O segundo vice-presidente da Aiba, Seiji Mizote, os diretores, financeiro, Helio Hopp, executivo, Alan Malinski, o gerente de Infraestrutura, Luiz Stahlke participaram do momento, que também foi prestigiado pelos ex-presidentes e conselheiros, João Carlos Jacobsen, Júlio Busato, Celestino Zanela, os produtores rurais Luiz Pradella, Ildo Rambo, Elisa Zanela, e a vice-presidente da Abapa, Alessandra Zanotto. Representando a Coelba Neoenergia ainda estiveram presentes superintendentes, supervisores e engenheiros.

Fonte: Assessofria Aiba
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Cercamento de qualidade é aliado da pecuária regenerativa

Fazer uma pecuária inclusiva e regenerativa é pensar no futuro para as próximas gerações, de modo que seja possível produzir sem abrir mão da sustentabilidade, produtividade e longevidade dos nossos processos e sistemas.

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Foto: Pixabay

O ano de 2023 foi o mais quente da história, segundo a Organização Mundial de Meteorologia (OMM). A Organização das Nações Unidas (ONU) também já indicou que 2024 deve seguir a mesma tendência. Temperaturas extremas, escassez de chuvas e períodos de secas prolongados são algumas das consequências das mudanças climáticas que vem ocorrendo devido ao aumento gradual da temperatura global. Esse aumento deve-se principalmente as emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Somente o Brasil emite 3% do total mundial de GEE, de acordo com o Observatório do Clima, sendo o sétimo maior emissor do mundo, atrás de China (25%), EUA (12%), Índia (7%), União Europeia (6%), Rússia (4%) e Indonésia (4%).

Essas mudanças no ambiente oriundo do bioclima têm consequências diretas na produção de alimentos. Podendo sofrer reduções de produtividade, devido aos intemperes climáticos. Ponto este preocupante em virtude do crescimento exponencial da população mundial, que chegará a 9 bilhões de pessoas até 2050, segundo as projeções da ONU.  Fato que demanda uma ampla quantidade de alimentos principalmente as proteínas de origem animal para suprir as necessidades da população em constante evolução.

Nesse processo de produção de GEE, a agropecuária ainda é vista como vilã, apesar de suas atividades serem pioneiras no processo de mitigação de metano entérico. De acordo com a Embrapa, a pecuária brasileira está emitindo menos gás metano devido à alta produtividade dos animais. Nesse sentido, quanto mais se melhora geneticamente os animais e os torna mais produtivos, menos emissão de metano entérico temos.

Além disso, a pecuária é a atividade mais cobrada por sustentabilidade por utilizar os recursos naturais. Um relatório da consultoria Boston Consulting Group (BCG) revelou que com a utilização da agricultura sustentável, soluções baseadas na natureza e do crédito de carbono e bioenergia, seria possível diminuir ainda mais as emissões – cerca de 1,83 bilhão de toneladas até 2030. Isso sem deixar de cumprir com o papel do campo de fornecer alimentos para suprir a crescente demanda mundial.

Para continuar reduzindo as emissões, e ter ainda a pecuária para as futuras gerações, os produtores começaram a praticar o conceito de pecuária regenerativa, que visa melhorar a saúde dos solos e a saúde dos animais, bem como proteger os recursos hídricos e a biodiversidade. Um relatório sobre a prática da Pecuária Regenerativa na América Latina, mostrou que esse tipo de estratégia diminui as emissões de gases liberados pela pecuária e faz da criação de animais de múltiplas espécies, principalmente os bovinos, um componente da regeneração da biodiversidade, ampliando a oferta de alimentos indispensáveis à saúde humana.

Diante disso, esse sistema busca não só minimizar o impacto ambiental da produção animal, mas também promover um ecossistema mais equilibrado e sustentável. Ao adotar métodos de manejo regenerativos, os produtores rurais contribuem significativamente para a preservação dos recursos naturais, além de serem agentes mitigadores de gases da atmosfera.

Na prática, as produtoras e os produtores rurais plantam culturas agrícolas em consórcio, como forrageiras e leguminosas, e depois inserem animais de múltiplas espécies (bovinos, aves e suínos, por exemplo) para pastar e aerar esse solo, tendo assim melhor aproveitamento da área. Uma pesquisa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Pecuária sobre o consórcio de feijão guandu (leguminosa) e de braquiárias (plantas forrageiras) revelou uma redução de até 70% de metano, comprovando que o manejo de culturas diferentes é uma vantagem para a produção e para o meio ambiente.

Para a pecuária regenerativa ser eficiente, os pecuaristas devem ficar atentos com o cercamento também, pois este desempenha um papel importante na delimitação de áreas de pastagem e proteção dos ecossistemas. Bem construídas e duráveis, controlam o movimento e o acesso dos animais, permitindo o descanso as áreas de pastagem e protegendo os recursos naturais.

Esse processo promove práticas sustentáveis e regenerativas e, consequentemente, melhora a saúde do solo, a biodiversidade e a resiliência dos sistemas de produção animal. O uso de telas prontas, por exemplo, simplifica o cercamento e contém múltiplas espécies, sendo de fácil instalação e, além disso, pratica-se o uso de baixo carbono por justamente não necessitar de diversos tipos de cercamentos distintos.

Outro ponto interessante é a mudança do uso da cerca tradicional de arame liso de 5 fios para a cerca elétrica. Nesse processo também se economiza o uso de aço por se fazer uma cerca mais simples e de fácil instalação, com uma bitola menor dos fios, consequentemente menos carbono e aço utilizados, aplicando-se a prática regenerativa.

Fazer uma pecuária inclusiva e regenerativa é pensar no futuro para as próximas gerações, de modo que seja possível produzir sem abrir mão da sustentabilidade, produtividade e longevidade dos nossos processos e sistemas.

Fonte: Por Vanessa Amorim Teixeira, médica-veterinária, mestre e doutora em Zootecnia e analista de mercado agro da Belgo Arames.
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