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Suínos / Peixes Suinocultura

Melhoramento genético para máxima eficiência alimentar: uma nova abordagem

O compromisso é produzir um animal com alto ganho de peso diário e ao mesmo tempo com alta eficiência alimentar

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 Artigo escrito por Mariana Anrain Andreis, Msc. em Melhoramento Genético Animal e geneticista chefe na DNA América do Sul

Na suinocultura tecnificada, a maior parte dos custos de produção estão ligados a alimentação, no Brasil essa participação varia entre 70-80%, dependendo do sistema de produção avaliado. Assim, a redução dos custos via aumento da eficiência em conversão alimentar se tornou essencial em nosso sistema de produção.

Consequentemente, a eficiência alimentar passou a ser uma das grandes preocupações dos programas de melhoramento genético de suínos em todo mundo, e tal característica ganhou grande relevância nos índices de seleção de linhagens. Os resultados foram surpreendentes e, em três décadas, foi possível produzir 1kg de carne suína com 600g a menos de ração.

Mas o que se está selecionando?

Quando o melhoramento genético de suínos passou a incluir a C.A. (Conversão Alimentar) no índice de seleção? Que característica foi essa? A C.A. é a razão entre o consumo de ração e o ganho de peso do animal, dentro de determinado período.

Cabe lembrar que, nos programas de melhoramento, todas as características são avaliadas dentro de intervalos de tempo e sabemos que o consumo e o ganho de peso são características altamente correlacionadas, tanto geneticamente quando fenotipicamente. Esta razão, portanto, que conhecemos como C.A., pode ser alterada de duas formas: reduzindo o numerador (Consumo alimentar) ou aumentando o denominador (Ganho de peso). De que forma isso pode impactar as populações de suínos que estão sendo melhoradas?

Acompanhemos dois exemplos

Na tabela abaixo pode-se notar que dois animais, apesar da mesma C.A., têm desempenhos distintos, entretanto, o Animal 02, com o maior G.P.D (Ganho de Peso Diário), é muito mais rentável, em situações normais de mercado, tanto ao produtor quanto à indústria, por conta do seu maior peso vivo para a mesma idade e, consequentemente, melhor rendimento.

Analisando com um pouco de atenção o modelo biológico, animais de alto GPD alongam seu tempo de crescimento de estrutura óssea e atrasam a deposição de gordura. Essa deposição de gordura tem um custo energético bem superior, fazendo com que a eficiência da conversão de alimento em kg de peso vivo seja pior nesta última fase. Ou seja, “atrasando” o período de deposição de gordura, o animal de maior G.P.D. permanece mais tempo na fase mais eficiente do seu crescimento.

Ao observarmos o Animal 01 na tabela acima, podemos supor que seu baixo G.P.D. pode ter sido consequência de um consumo inferior, falta de apetite ou por outros fatores. Com consumo baixo, mesmo com G.P.D. menor, sua C.A. será adequada, podendo “confundir” processos de seleção altamente pautados nesta variável.

Nesse contexto vale a seguinte reflexão: O que é melhor? Um animal de 160 dias com 110kg e C.A. de 2,0 ou outro com a mesma idade e C.A., porém com 130 kg de peso vivo?

Gráfico 1: modelo biológico de crescimento em animais com perfis de G.P.D. distintos

E como o melhoramento genético pode trabalhar essas características?

De maneira geral, as publicações científicas são consistentes em afirmar que a seleção baseada em um modelo multicaracterístico que inclua as duas características que compõe uma razão é mais eficiente do que a seleção diretamente aplicada sobre a razão. O modelo multicaracterístico é aquele que inclui duas ou mais características e suas correlações e realiza a estimação do valor genético de todas conjuntamente. Isso significa dizer que a seleção direta sobre a proporção – nesta discussão, sobre a C.A. – é complicada pela maneira desproporcional pela qual a pressão de seleção é exercida sobre as características que a compõe, ou seja, o consumo e o ganho de peso. Quando se trabalha com um modelo multicaracterístico usando um índice de seleção, pode-se colocar uma pressão de seleção determinada sobre cada característica, o que deve resultar, portanto, em uma quantidade previsível de ganho genético.

Além disso, usando um modelo multicaracterístico podemos aproveitar a correlação genética existente entre as duas características, aumentando a acurácia da predição do valor genético para as duas variáveis – Ganho de peso e Consumo – assim como das demais características de produção correlacionadas com estas.

Analisando os aspectos biológicos, genéticos e estatísticos, não há maneira mais efetiva de diminuir a C.A. do que se realizar o processo de seleção, dentro de um modelo multicaracterístico, para as duas variáveis que compõe esta razão: Consumo e ganho de peso.

Embasadas nessas análises, alguns programas de melhoramento modernos não fazem seleção direta para Conversão Alimentar. Ao contrário, buscam máxima eficiência alimentar otimizando o ganho genético das variáveis que determinam essa conversão. O compromisso é produzir um animal com alto ganho de peso diário e ao mesmo tempo com alta eficiência alimentar. A seleção individualizada para as variáveis ganho de peso diário e consumo alimentar (ao invés da seleção direta para a CA) é seguramente a melhor forma de alcançar esses objetivos, principalmente em mercados onde se busca alcançar pesos de abate mais elevados com eficiência de conversão e rendimento de carcaça.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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