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Melhor ganho de peso, conversão alimentar e saúde intestinal são alguns dos benefícios do uso de probiótico em dietas de leitões na creche

O uso de probióticos representam uma alternativa capaz de criar um balanço da saúde intestinal. Isso porque a produção intensiva, na qual o animal ganha peso em um espaço curto de tempo, leva a um desbalanço da saúde intestinal.

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Foto: Shutterstock

*Artigo escrito por Henrique Brand, médico-veterinário, mestre em Nutrição de Monogástricos, Nutrição de Suínos e Aves e diretor de Marketing Estratégico para Especialidades da Evonik nas Américas

O atual cenário de uso cada vez mais restrito de antimicrobianos na suinocultura traz desafios para manter a eficiência produtiva no campo e a rentabilidade do produtor. Um ajuste da saúde intestinal dos animais, especialmente falando de leitões na creche, tem se mostrado uma estratégia eficiente para melhorar o desempenho. Assim, o uso de probióticos representam uma alternativa capaz de criar um balanço da saúde intestinal. Isso porque a produção intensiva, na qual o animal ganha peso em um espaço curto de tempo, leva a um desbalanço da saúde intestinal. E o probiótico é uma bactéria benéfica que vai passar pelo trato gastrointestinal e auxiliar esta microbiota, tornando-a mais equilibrada, contribuindo com a produção de ácido láctico, por exemplo, que passa pelo intestino e traz benefícios para a microbiota ali presente, auxiliando em seu crescimento e desencorajando o crescimento das bactérias patógenas.

Todo este quadro traz um novo desafio para nutricionistas: a escolha do probiótico mais adequado de acordo com a realidade de produção de cada empresa. Este é hoje um dos desafios mais importantes no contexto de saúde intestinal e nutrição animal em escala global, já que temos inúmeras alternativas disponíveis no mercado, com cepas diferentes e resultados muito variáveis. A escolha do probiótico deve considerar não apenas a quantidade mais adequada de inclusão, como também o processo de fabricação da ração, como a peletização, por exemplo. É preciso avaliar se esta cepa vai chegar íntegra no intestino dos animais e se o potencial genético dessa cepa responde aos objetivos da produção.

Os probióticos não são iguais. Mesmo que a gente veja a mesma espécie, os probióticos são diferentes porque a capacidade de uma cepa é diferente da outra. Elas têm características genéticas que precisam ser avaliadas, por isso o primeiro passo é entender que a oferta de probióticos não é igual. Outro ponto importante a considerar é a maneira como ele será aplicado via ração, pois estamos manipulando um organismo vivo que precisa chegar vivo até o animal. E as condições de peletização impactam diretamente o resultado. Então, algumas perguntas precisam ser respondidas, como qual é a inclusão necessária? Como fazer esta inclusão na dieta? Como testar a viabilidade dos esporos na ração pronta para o consumo? Como estamos misturando na ração? Estamos entregando a quantidade necessária? Sem estas respostas, não é possível atingir resultados satisfatórios.

Erros no uso

Os probióticos são uma ferramenta importante para promover uma melhor saúde intestinal dos animais e sua consequente melhora no desempenho, mas se não forem utilizados da maneira correta, não vai haver resultado. Existe uma série de casos de resultados inconsistentes no uso de probióticos porque eles foram usados de maneira incorreta. Ainda hoje há bastante equívoco na sua utilização.

A segurança da cepa probiótica é mais um ponto de atenção. Como estamos introduzindo bactérias em grandes quantidades dentro de nosso sistema produtivo, devemos ter certeza de sua segurança. Dessa forma, é importante que essas cepas não possuam genes para enterotoxinas hemolíticas, hemolisina e para citotoxinas. Da mesma forma é importante a investigação de genes relacionados a resistência a antibióticos, assim as cepas probióticas não devem conter plasmídeos identificados, nenhum gene relevante para a resistência à antibióticos, em especial aos de classe terapêutica, e tudo isso deve ser validado por ensaios de concentração inibitória mínima (MIC). Também é importante estar atento à resistência da cepa ao processamento térmico, ácidos orgânicos e formaldeído. Esse tipo de resistência demonstra a resiliência de uma cepa aos aditivos mais comumente utilizados e à exposição ao calor, seja este no processamento da ração ou mesmo dentro dos silos das granjas.

Estratégia: Probióticos como alternativa ao uso de antimicrobianos promotores de crescimento

Se existe uma série de cepas disponíveis que atendem aos mais diferentes desafios de produção, uma das estratégias muito utilizadas na suinocultura é para reduzir os efeitos negativos de produtividade com o uso restrito de antimicrobianos promotores de crescimento. Neste contexto, o Bacillus subtilis DSM 32315 é uma cepa de probiótico que tem demonstrado benefícios significativos para a saúde intestinal e o desempenho dos leitões.

Nas últimas décadas, vimos os antibióticos serem usados amplamente para prevenir infecções e melhorar o desempenho dos animais. Este uso é particularmente comum no período imediatamente após o desmame, quando os leitões são mais suscetíveis a doenças intestinais e ao estresse. No entanto, a crescente preocupação com a resistência antimicrobiana e a regulamentação mais rigorosa em alguns países têm incentivado a busca por alternativas aos antibióticos.

Benefícios do Bacillus subtilis DSM 32315

Estudos têm comprovado que a suplementação com Bacillus subtilis DSM 32315 pode melhorar a digestibilidade dos alimentos e a microbiota intestinal, resultando em um melhor desempenho dos leitões. Este probiótico atua modulando a população microbiana do intestino, promovendo um ambiente intestinal saudável e equilibrado.

Experimento Comparativo

Para avaliar a eficácia do Bacillus subtilis DSM 32315 em comparação com antibióticos, foi realizado um experimento com 120 leitões de creche, divididos em três tratamentos: um grupo controle (dieta basal sem aditivos), um grupo com antibióticos (dieta basal + 0,04 quilos por tonelada de virginiamicina) e um grupo com probiótico (dieta basal + 500 gramas por tonelada de Bacillus subtilis DSM 32315). Os leitões foram alimentados com essas dietas por 42 dias, com acesso livre ao alimento e a água.

Os parâmetros avaliados incluíram o desempenho (peso corporal, ganho de peso médio diário, consumo diário de ração e conversão alimentar), taxa de diarreia, morfologia intestinal (altura das vilosidades e profundidade das criptas), metabólitos intestinais (ácidos graxos de cadeia curta) e expressão de genes relacionados à barreira mucosa intestinal e à imunidade.

Resultados

Os resultados do experimento mostraram que os leitões suplementados com Bacillus subtilis DSM 32315 apresentaram desempenho e saúde intestinal comparáveis aos leitões que receberam antibióticos. Especificamente, os leitões do grupo com probiótico tiveram ganhos de peso, conversão alimentar e saúde intestinal similares aos do grupo tratado com antibióticos, demonstrando que o probiótico pode ser uma alternativa viável e eficaz ao uso de antibióticos em dietas de leitões na creche.

Experimento Adicional

Em outro experimento conduzido em uma das principais universidades do Brasil, verificamos que os animais que receberam o Bacillus subtilis DSM 32315 também tiveram desempenho igual ao dos animais que receberam dietas com lincomicina e espectinomicina. Este estudo reforça ainda mais a eficácia do probiótico como uma alternativa aos antibióticos tradicionais, proporcionando benefícios significativos para a saúde e o crescimento dos leitões.

Conclusão

A suplementação com Bacillus subtilis DSM 32315 oferece uma solução promissora para melhorar a saúde intestinal e o desempenho de crescimento dos leitões sem a necessidade de antibióticos. Este probiótico não apenas mantém o desempenho dos animais, mas também contribui para um manejo mais sustentável e responsável da saúde animal. Com a crescente demanda por práticas mais seguras e sustentáveis, o uso de probióticos como o Bacillus subtilis DSM 32315 se destaca como uma estratégia eficaz e inovadora.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Henrique Brand*

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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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