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Médico veterinário provoca (no bom sentido) pecuarista a melhorar qualidade do leite

Para conseguir ter na propriedade a qualidade do leite exigida, basta o produtor investir em pontos simples na propriedade, como manejo, sanidade, higiene e biosseguridade

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Arquivo/OP Rural

Um assunto muito discutido e que ainda gera muitas dúvidas na pecuária leiteira é sobre a qualidade do leite. Ainda são muitos os desafios enfrentados por produtores para conseguir alcançar os índices exigidos e também para serem melhor remunerados por conta da qualidade. A Contagem de Células Somáticas (CCS) e a Contagem Bacteriana Total (CBT) são dois dos maiores problemas enfrentados para conseguir estes resultados. Porém, segundo o médico veterinário e gerente de Treinamentos da Bayer Animal Health, Luciano Rodrigues, conquistar isso é muito mais simples do que se imagina.

 De acordo com ele, quando se fala em qualidade do leite, o primeiro pensamento que surge para o produtor é a necessidade de se fazer investimentos. “Ele sabe da importância da qualidade, todos são preocupados com isso. Mas eles atrelam isso à necessidade de se fazer investimentos na propriedade, e não é nada disso”, afirma.

Rodrigues comenta que quando se fala em qualidade do leite, muitos produtores perguntam o que eles ganham com isso. “Eu já respondo: você consome algo que não é controlada a qualidade? Por isso é importante deixar claro o que ele ganha fazendo isso. Porque é importante que o produtor olhe para um todo, e não somente ele, somente o indivíduo”, conta. Ele explica que é preciso que o produtor olhe para si como um empresário. “Dentro do empreendedorismo você consegue afetar ou atuar em algumas circunstâncias e em outras não. Dessa forma, sempre falamos da fazenda ideal, que é aquela que dá lucros. E para ela dar estes resultados é preciso considerar seis aspectos que são muito importantes: gestão, sanidade, nutrição, funcionários, manejo e genética”, esclarece. E quando se fala em qualidade do leite, conta Rodrigues, ele afirma que dos seis aspectos, um dos mais importantes é a sanidade.

O médico veterinário conta que é preciso considerar a importância que o leite tem no Brasil. “Somo o terceiro maior produtor mundial, é um tipo de atividade que está presente em 99% dos municípios e que gera mais de quatro milhões de empregos. Por isso é importante perceber que há 20 anos se produzia de um jeito, mas agora se produz de outro. Usamos tecnologias. E assim como o produtor está se adaptando, é preciso ver que o consumidor também está”, comenta.

Além disso, algo que muitas vezes atrapalha, “e muito”, na produção e, principalmente, no consumo do leite é a quantidade de fake news que são produzidas. “Por isso é importante também que o produtor leve boas informações ao público. Produzir leite com qualidade e levar boas informações é essencial, porque tem um monte de gente falando que leite de vaca faz mal, o que é uma mentira. Temos várias pesquisas mostrando a qualidade do leite para o ser humano”, diz.

Desafios e oportunidades na produção leiteira

Segundo Rodrigues, quando se olha toda a cadeia do leite, o consumidor, supermercado, transportador, laticínio, laboratório e então a fazenda, o único lugar onde o produtor pode interferir é no último. “Então os desafios e as oportunidades na fazendo que o produtor tem é da porteira para dentro. E neste quesito destaco três pilares essenciais: o manejo antes da ordenha, onde o produtor pode interferir controlando a mastite; o manejo no momento da ordenha, limpando os equipamentos; e o manejo depois da ordenha, com o controle de temperatura no resfriador”, afirma.

O médico veterinário apresenta os desafios e as oportunidades para o produtor como quatro super-heróis e quatro vilões. “Dessa forma, quais são os quatro desafios? A falta de higiene, bactérias (CBT), alta temperatura e a CCS alta”, explica. Já as quatro oportunidades, de acordo com ele, são a boa higiene, as células de defesa do organismo (leucócitos), a temperatura “fria” e o gerenciamento.

Entender estes conceitos ajuda também o produtor a entender como é simples a forma de conseguir um leite de boa qualidade sem muito esforço. “Quando há bactérias no ambiente e esta bactéria entra no úbere, as células de defesa também vão para este local, e assim a CCS aumenta. Então, quando você não tem uma boa higiene a CCS aumenta”, informa. Assim, quando a CCS aumenta, são diversos os prejuízos para o produtor, como a perda de produção de leite, o descarte prematuro de vacas, leite descartado devido a resíduos e despesas com tratamento. Rodrigues afirma ter medidas para tratar a mastite com higiene.

Resfriamento em números

O médico veterinário comenta da importância da higiene em todos os momentos. “Quando você tem uma ordenha suja, uma vaca com mastite, logo você terá um leite de menor qualidade”, frisa. “Se no momento da ordenha o produtor tem um local sujo, já terá um número de bactérias alto e assim ele ainda leva essas bactérias para o tanque”, comenta. Ele explica que se, por exemplo, a CBT no momento da ordenha foi de um milhão, mas o tanque estiver a 4°C, ela irá continuar com um milhão, mas não vai aumentar ou diminuir. Porém, caso seja um milhão de CBT e o produtor demorou para resfriar o leite e ele ficar, por exemplo, um dia a 15°C, esse um milhão já passará para 20 milhões. “Olha o quanto multiplicou. Isso vai afetar a qualidade do leite”, exemplifica.

Contudo, caso o produtor tenha uma ordenha limpa, controle de mastite e higiene, ele terá quatro mil CBT. “Em 24 horas essa quantidade será a mesma. Isso é o básico do controle de CCS e CBT”, conta.

Dinheiro a mais

Rodrigues comenta que o produtor não vai conseguir afetar o preço do leite no mercado mundial, mas ele consegue melhorar o preço do leite que ele recebe pela qualidade do leite. “Hoje a maioria dos laticínios paga alguns centavos a mais por qualidade do leite. Por isso eu friso que entre os quatro heróis na produção leiteira está a higiene, porque a forma de defesa do organismo da CCS é boa porque o produtor tem uma vaca com uma imunidade boa”, diz.

Registro de atividade é essencial 

O médico veterinário afirma que não tem como o produtor saber como tratar uma vaca de mastite se ele não faz o acompanhamento com anotações. “Não adianta ele comprar um monte de produtos veterinários ou tentar fazer toda uma higiene, se não tem controle dentro da fazenda. Uma vaca com mastite subclínica, por exemplo, que o produtor não anota e ordenha ela primeiro, fará com ela contamine todas as outras. E isso o pecuarista evita simplesmente anotando e fazendo o manejo, gerenciando a fazenda corretamente”, afirma.

Ele reitera que possuindo uma rotina de limpeza e fazendo as anotações corretamente, o produtor consegue diminuir, e muito, os casos de animais doentes. “Uma vaca com mastite clínica ou subclínica que o produtor ordenha por último para não afetar as outras e o gerenciamento das vacas secas diminui em 90% as infecções e também cai 90% os casos subclínicos”, menciona.

Outro gargalo importante citado pelo profissional é sobre a mensuração de dados. “O produtor brasileiro é empreendedor. Mas infelizmente não está acostumado na sua rotina em fazer anotações e ficar analisando os pontos críticos. Infelizmente o maior gargalo do gado de leite e onde ele perde em qualidade é no manejo. Ele está fazendo, mas se não mensura, não vai identificar onde atua, onde está o problema”, diz.

Qualidade não significa gastar dinheiro

Um dos grandes entraves de alguns produtores imaginam é que para ele alcançar os índices de qualidade que são exigidos, ele precisa fazer altos investimentos na fazenda. Rodrigues assegura que isso não é verdade. “Todas as técnicas são básicas para o produtor tirar leite. Hoje, ninguém mais tira leite no latão, além de possuir um resfriador. Sendo uma ordenha mecânica ou manual, seguindo os passos (higiene, células de defesa do organismo, temperatura “fria” e gerenciamento) o produtor consegue bons resultados”, garante.

Por isso, reitera, é preciso que o produtor controle o ambiente e a mastite. “São coisas que todos podem controlar, seja uma fazenda grande ou pequena. A ordenha pode ser manual, mecânica ou um robô, é possível controlar. Os equipamentos que o produtor vai usar, seja de alta ou baixa tecnologia, o que faz a diferença é a limpeza deles e o manejo das vacas secas”, afirma. Rodrigues comenta que quando fala nos desafios e oportunidades da pecuária leiteira, muitos produtores já pensam que é investimento, gastar dinheiro. “E não é nada disso, é cuidado”, reafirma.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos

Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

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Foto: Gisele Rosso

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.

A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.

Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA

Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.

Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.

Exportação via estabelecimentos com inspeção federal

Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.

A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.

Avanço regulatório

Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.

Fonte: Assessoria FPA
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste

Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

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Encontro realizado na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis, ocorreu de forma híbrida reunindo participantes dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo - Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.

A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago

O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.

Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.

As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.

“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.

Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.

Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.

Encontro produtivo para o futuro do setor

Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.

Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.

O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “

Representação

Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi;  o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep;  o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.

Fonte: Assessoria Sistema Faesc/Senar
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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa

Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima

Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

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Fotos: Fernando Dias/Ascom Seapi

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).

O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.

Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.

Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.

Agrometeorologia e planejamento do produtor

Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.

Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.

Rastreabilidade e sanidade animal

O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.

A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.

Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.

Fonte: O Presente Rural com Seapi
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