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Matrizeiro e incubatório: Onde a magia começa!

Processo produtivo começa ainda antes da granja, em três das mais importantes e decisivas fases para o sucesso da avicultura: matrizeiro, produção de ovos férteis e incubatório

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Quando o consumidor brasileiro saboreia um bom prato a base de frango, raramente pensa de onde veio aquele produto. Uns talvez pensem que vem do supermercado, outros associam sabidamente ao produtor rural, mesmo que ainda acreditem em processos produtivos mais rústicos do que realmente são. Mas o processo produtivo começa ainda antes da granja, em três das mais importantes e decisivas fases para o sucesso da avicultura nacional. O matrizeiro, a produção de ovos férteis e o incubatório. Tudo para ter o chamado pintinho de um dia, que vai povoar as granjas avícolas carregando consigo genética destinada à produção de carne e imunidade para encarar doenças e outros desafios.

Atualmente, as grandes empresas avícolas do Brasil têm seu próprio matrizeiro e incubatório. Algumas conseguem a autossuficiência, em processos cada vez mais automatizados, sanitariamente seguros e que respeitam o bem-estar animal. Uma delas é a cooperativa Lar, que produz 300 mil pintinhos por dia, 365 dias por ano, na região Oeste do Paraná. Em linhas gerais, um dos grandes cuidados que temos que ter nas fases do matrizeiro, produção e incubatório é a biosseguridade. Essa é a palavra de ordem”, comenta o gerente de Matrizeiro e Incubatório da Lar, Sérgio Luiz Lenz. A preocupação tem sentido: se uma ave sair contaminada desses estabelecimentos, toda a cadeia produtiva pode ser afetada. No caso da cooperativa paranaense, mais 1,2 mil aviários. “É o início de toda a cadeia. Se você tiver um problema sanitário, ou você espelha o problema ou para de produzir. Por isso, aqui é tudo feito de maneira preventiva”, comenta.

Recria

Em Sub Sede, distrito de Santa Helena, PR, a empresa mantém o setor de Recria de aves. É lá que a matriz, que chega com um dia de vida, vai se tornar apta a produzir ovos que vão para os incubatório. Para se ter uma ideia do investimento, cada fêmea de um dia custa em torno de R$ 15. Já o macho, R$ 25. A título de comparação, um pintinho de um dia custa R$ 1 ou menos.

“São três fases de produção. A primeira é a recria das aves. Atualmente no Brasil, de ponta, há duas genéticas. Nós usamos 70% de uma e 30% de outra. O setor de recria recebe a matriz de um dia. Nós alocamos nesse setor até que ela chegue às 21 semanas, aproximadamente. Nesse período, o foco é deixar a matriz apta para produzir ovo, cum uma conformação corporal adequada, ou seja, peso adequado, e uniformidade do lote, com o maior percentual possível dentro da mesma faixa de peso”, comenta Lenz.

Ele explica que esses dois fatores vão influenciar, inclusive, o manejo de equipamentos lá na granja do avicultor. “Se a ave tem o mesmo tamanho, o tamanho do ovo segue essa faixa de uniformidade. Como 65% do peso do ovo deve ser o peso do pintinho, quanto maior o ovo, maior do pintinho”, acentua. “Nós buscamos isso por que quanto mais uniforme for o pintinho, mais facilita o manejo do produtor, uma vez que linha de niple e de comedouro vai subindo de acordo com o crescimento. Se eu tiver disparidade, vai ter frango maior e menor. Então, se regular o equipamento pelo grande, o pequeno não come, se regular para o pequeno, o grande não come direito”, exemplifica. “O foco principal é uniformidade e conformação corporal”, reforça.

A outro item, também que é rigorosamente perseguido nesses núcleos: imunidade. Impedidos legalmente de promover processos curativos, matrizeiro e incubatório trabalham de forma preventiva. Na recria, o programa vacinal inclui dez aplicações nas matrizes. Assim, o pintinho já chega na granja comercial carregando em sua genética imunidade contra as principais doenças que acometem os planteis em cada região. “Outro item da recria é o status sanitário, a parte imunológica, parte de defesa da ave. Nas matrizes o controle é mais rigoroso, praticamente sem uso de antibióticos. O fator importante na recria é que a gente trabalha de maneira preventiva. Todo programa de autodefesa da ave vai ser feito aqui. São dez etapas de vacinações que são feitas de maneira preventiva. Essa reserva das vacinas, cepas e sorotipos ficam para a fase de produção. Isso dá imunidade para a progênie”, comenta. “Quase que unicamente, salvo uma ou outra situação, a gente trabalha de maneira preventiva, por isso essas granjas são mais isoladas que as granjas comerciais”, explica Lenz. De acordo com ele, os programas vacinais variam de região para região, dependendo dos desafios específicos. “Cada região usa um programa vacinal”, cita. Elas são aplicadas via oral (massal) e individual.

Pesando uma a uma

Mas como garantir que as matrizes cheguem às 21 semanas com a mesma faixa de peso. Nesse caso, só mesmo cuidando de uma a uma. O manejo técnico para buscar uniformidade exige que as aves sejam pesadas, uma a uma, quatro vezes durante sua estada no matrizeiro. Para se ter uma noção melhor, a Lar recria 1,3 milhão de aves por ano e cada uma delas é pesada, avaliada e segregada quatro vezes.

“Nosso sistema é em quatro seleções 100%. A matriz é pesada individualmente nas semanas quatro, oito, 12 e 16. Então segregamos entre as leves, as pesadas e aquelas que estão dentro do esperado. Nossa variação é de 10%. Acima ou abaixo disso, vai para categoria de acima da média, no caso das pesadas, ou abaixo da média, para as leves. A gente segrega os lotes, fornece nutrição diferenciada para que na próxima seleção elas já possam estar dentro da média”, destaca. Hoje são 70 mil matrizes cada um dos oito núcleos do matrizeiro.

Fêmeas e machos

Na recria, fêmeas e machos são criados em galpões separados. “Cada um fica em um galpão porque as exigências, as necessidades nutricionais, por exemplo, são diferentes entre fêmeas e machos”, destaca. De acordo com o gerente, a cooperativa compra aproximadamente 13% de machos em relação ao número de fêmeas.

Produção

Depois da recria, as matrizes vão para a fase de produção de ovos, explica Lenz. Que é, no fim das contas, quando ela começa a dar lucro, já que até agora só “gastou”. “Quando a matriz começa a produzir, está custando pelo menos R$ 40. Ela vai produzir ovos por cerca de 41 semanas”, comenta.

“Quando a ave está apta a gente faz a transferência. Tira a ave da recria e traz para a produção”, comenta. A unidade de produção de ovos fica no distrito de Vila Celeste, também em Santa Helena, ao lado do incubatório (terceira fase). “Em produção, temos aproximadamente um milhão de aves constantemente. Cada uma fica 41 semanas, ou aproximadamente dez meses. É muito menos que a poedeira, que fica 70-80 semanas, porque a genética é dedicada para produzir frango com bastante peito, coxa, que converta bem. A carga genética é para produzir carne e não para produzir ovo”, exemplifica.

Nesse período, machos e fêmeas são misturados para que os ovos possam ser fecundados. “São cerca de dez fêmeas par cada macho. Um macho cobre dez fêmeas. Para fecundar o ovo, tem que ter o macho”, cita. E o romance acontece com um clima agradável para as aves. “Nossas instalações para produção de ovos têm controle de ambiência, com exaustores, placas evaporativas, que controlam a umidade entre 65 e 70%, temperatura entre 25 a 30 graus. Trabalhamos com sistema totalmente fechado. Não há ventilação natural”.

Os animais ficam soltos e colocam os ovos em ninhos, situados em cima de pequenos poleiros que servem, também para limpar as patas antes de chegar ao ninho para fazer a postura. “Em nosso caso, temos uma espécie de grade de plástico até chegar ao ninho. Quando a matriz sobe, passa por essa gradezinha e já limpa a pata. Dentro do ninho tem um tapetinho de borracha, feito de material confortável, para não machucar. O ninho é côncavo, e o ovo desliza para uma esteira que faz a coleta automatizada. São oito esteiras, de oito núcleos, que desembocam em uma esteira principal. De lá, os ovos são postos em bandejas, também automaticamente.

A automação reduziu a dependência por mão de obra – vale lembrar que a produção é 365 dias por ano. “A coleta é automatizada, por esteira. Ela produz ovo no tapete e ovo rola para o fundo do ninho, onde passa a esteira. São oito galpões, todos chegam a uma cabeceira, onde são juntados em uma esteira central, tudo filmado por câmeras em vários pontos. Temos a embandejadora automática, que coloca 86 ovos na bandeja que já vai para incubar. Essa automação minimizou a dificuldade que tínhamos em encontrar mão de obra, mesmo assim ainda preciso de pessoas. Tem o profissional que controla a esteira, por exemplo, e os classificadores. O processo coleta, desinfeta e vai para estocagem”, explica. A estocagem já fica em outras estruturas, os incubatórios.

Incubatório

A Lar produz cerca de 300 mil pintinhos por dia, mas seus dois incubatórios, de Itaipulândia, inaugurado em maio do ano passado, e em Santa Helena, têm capacidade para 600 mil pintinhos/dia. “É o Terceiro processo, Quando chega no incubatório, passa por classificação, quando são retirados ovos trincados, quebrados. Também é feita a conferência do posicionamento do ovo. Ele tem que estar com a ponta fina para baixo porque quando o embrião está formado ele respira pela câmara de ar, que aquela bolha que fica quando você faz um ovo cozido”, explica Lenz. “O pintinho vai sempre para cima. Se o ovo tiver invertido, ele literalmente vai morrer na casca”, justifica. Esse processo também é feito manualmente. “Seguem no processo só ovos aptos a produzir pintinho”, pontua.

Mas antes de ir para as máquinas incubadoras, é necessário um período de descanso, já que, da produção à incubação, os ovos foram agitados pelo transporte. “Na estocagem, ideal é incubar no terceiro dia. Antes disso, por menor que seja o transporte, você agita o ovo. É preciso deixar o ovo estabilizar. Depois de três, cinco dias, você pode começar a ter perdas. Quanto mais tempo na estocagem, maiores as perdas técnicas. Você começa a ter perda de eclosão e tende a ter um pintinho com qualidade inferior, mais fraco, com menos vivacidade”, sustenta o profissional.

Imitando a choca

Totalmente automatizado, mas imitando a natureza. É assim que funcionam as máquinas que incubam os ovos fecundados. A começar pelo tempo: 21 dias. Temperatura, umidade, movimentação, tudo controlado. “Na incubadora o ovo fica por 21 dias, é o que a natureza faz. A gente tenta reproduzir o que a galinha choca faz. Ela mantém a temperatura ficando em cima do ovo. Nós mantemos essa temperatura. A choca sai do ninho para entrar umidade, então a incubadora também controla umidade. Às vezes, a choca mexe o ovo com a pata ou o bico. De hora em hora, nosso equipamento faz a viragem do ovo, inclina alguns graus. Tudo para temperatura e umidade serem distribuídos com uniformidade nesse ovo. Todo esse ciclo de formação temos que oferecer porque o embrião precisa. A temperatura na máquina gira em torno de 37,5º Celsius.

Vacinação in ovo

Dezenove dias depois de entrar na máquina, o pintinho recebe uma vacina, ainda dentro do ovo. “Aproximadamente no dia 19 a gente faz dois processos. Um é a busca pela parte imunológica. Os ovos vão para vacinação in ovo, que é defesa dele. Depois, transfere das bandejas para as caixas, que são nascedouros. Ou seja: sai da incubadora para os nascedouros, onde ficam mais dois dias. Quando eclodem, durante a janela de nascimento, a máquina seleciona, tira cascas de ovos, descarta quem tem problemas, no bico, pata, etc., faz a preparação para expedição”, comenta. “Quanto menor o intervalo entre o nascimento e a chegada na granja, melhor é, pois o pintinho vai ter aquecimento adequado, vai começar a se hidratar e a comer o mais breve possível. Caso contrário, ele demore muito para chegar à granja, além de não ganhar peso, acontece o efeito ao contrário, vai desidratando. Ele vai chegar na granja, como dizem, baqueado”, aponta. “Carregou… é campo. Assim ele consegue uma arrancada (de desempenho) maior”, garante Lenz.

A Lar, de acordo com Lenz, produz aproximadamente 90% de sua demanda, mas ele explica que esse 10% é uma margem que deve ser levada em consideração por conta de oscilações de mercado, como natal, feriados, carnaval e outras festas. “A gente produz aproximadamente 90% que nosso abate demanda, porque ele diminui em períodos como carnaval, natal, etc. O restante compra de fora, é comum ter esse ajuste de mercado porque têm meses em que o reduz abate. Nesses casos, nossa capacidade pode chegar a 100% da demanda”, acrescenta.

Custa caro

Lenz explica que todos os processos de biosseguridade são necessários para proteger o alto investimento nessa fase a avicultura. “Só nessa estrutura temos R$ 100 milhões investidos. São um milhão de aves a R$ 40 cada. Por isso tudo o que fazemos, como tomar banho, trocar calçados, todo o isolamento, é necessário para proteger esse investimento”, pontua. Muito do investimento está em equipamentos de ponta. “A automação chega sempre primeiro para as matrizes. Nossos níveis de automação são o que tem de top, mas também precisamos de mão de obra”, comenta. Ao todo, matrizeiro, produção e incubatório geram 620 empregos diretos.

Mais informações você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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