Bovinos / Grãos / Máquinas
Mato Grosso exporta 458 mil toneladas de carne bovina até julho e fatura US$ 2 bilhões
Mais de 80 países importam a proteína do estado. China responde por mais da metade dos embarques, enquanto EUA e Rússia aparecem na sequência entre os principais compradores.
De janeiro a julho deste ano, 81 países importaram carne bovina de Mato Grosso, somando 458,3 mil toneladas embarcadas. A China segue como principal destino, com 51,5% do total, o equivalente a 236,3 mil toneladas.
Somente com as vendas dessa proteína, o estado já acumulou uma receita de US$ 2 bilhões nos sete primeiros meses do ano, com valor médio de US$ 5,2 mil por tonelada. A carne mato-grossense foi escoada, principalmente, pelos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), considerados os principais corredores de exportação para o mercado asiático e europeu. “Os números de janeiro a julho mostram que Mato Grosso é reconhecido não apenas pela qualidade da carne bovina, mas também pela forma sustentável com que produzimos. Esse equilíbrio é o que garante competitividade e fortalece a confiança dos mercados internacionais”, afirma o diretor de Projetos do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade.
O segundo maior comprador de janeiro a julho foram os Estados Unidos, com 28,2 mil toneladas (6,1% do total), no entanto esse cenário pode ser alterado no segundo semestre após as medidas do governo americano. Logo atrás aparece a Rússia, com 27,4 mil toneladas (5,99%).
Mesmo em menores volumes, a lista de destinos da carne bovina mato-grossense inclui países estratégicos na Ásia, Oriente Médio e Europa, como Chile, Filipinas, Egito, Arábia Saudita, México, Itália, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Espanha, Hong Kong, Líbia, Reino Unido, Líbano e Aruba.
Esse desempenho reforça a importância de Mato Grosso no comércio internacional de proteínas. O estado concentra cerca de 17% do rebanho bovino brasileiro, com mais de 34 milhões de cabeças de gado, e responde por uma fatia expressiva das exportações nacionais. “O mercado internacional tem cada vez mais confiança na carne bovina mato-grossense. Esse reconhecimento é fruto de anos de investimento em tecnologia e boas práticas ambientais, que hoje são diferenciais competitivos importantes. Mato Grosso segue ampliando mercados e consolidando sua imagem como fornecedor confiável de carne bovina de qualidade, com sustentabilidade”, acrescenta Andrade.

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Pecuária de corte caminha para recorde em 2025 com virada no mercado em 2026
Tecnologia, confinamento e demanda externa sustentam abates e exportações enquanto a próxima safra deve ter menor oferta e preços mais firmes.

A pecuária de corte deve fechar 2025 com novos recordes de abates e exportações, segundo análise da Consultoria Agro Itaú BBA. O resultado vem mesmo após a virada nos preços do bezerro, que apertou a margem da cria desde o ano passado. Para 2026, a expectativa é de um cenário um pouco diferente: menos fêmeas indo para o abate e um volume ligeiramente menor de animais terminados em comparação a 2025.
De acordo com a Consultoria Agro Itaú BBA , a evolução tecnológica da pecuária tem prolongado a fase de maior oferta de fêmeas no mercado, movimento que antes se acreditava que perderia força ainda em 2025. O custo da ração mais baixo em relação ao boi gordo e a boa rentabilidade dos confinamentos também estimularam muitos produtores a engordar as fêmeas, e não segurá-las no rebanho, aproveitando a janela favorável. Do outro lado, as exportações seguiram firmes e absorveram essa oferta maior, colaborando para manter os preços equilibrados.

Mesmo assim, ao longo de 2025, a relação de troca continuou desfavorável para quem termina o boi. O preço do boi gordo ficou para trás em relação ao bezerro, pressionando a margem desse elo da cadeia. Caso as previsões se confirmem e a oferta de gado realmente comece a cair em 2026, a menor disponibilidade de animais deve puxar os preços do boi gordo para cima.
Do lado da cria, a tendência é de valorização contínua. Após anos de descarte elevado de fêmeas, a taxa de nascimentos caiu, e a oferta mais curta tende a sustentar preços mais altos. Já o boi gordo dependerá não apenas de uma queda real nos abates, mas também da manutenção do apetite internacional pela carne brasileira.
E esse fator externo deve seguir favorável. Os principais concorrentes do Brasil, como Estados Unidos, Austrália e Argentina, vivem um momento de menor oferta de gado para abate, abrindo espaço para o produto brasileiro. Com menos carne disponível no mercado global, os preços internacionais tendem a continuar em trajetória de alta, reforçando o bom momento das exportações.
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Boi gordo enfrenta semanas de instabilidade e pressão nas cotações
Recuo de até R$ 13/@ reflete um mercado mais sensível antes do período de maior consumo.

A possibilidade de novas medidas protecionistas da China voltou a gerar incerteza no mercado pecuário brasileiro. O país asiático, principal destino da carne bovina do Brasil, estaria avaliando restringir a entrada do produto, mas não há qualquer confirmação oficial até o momento. Mesmo assim, os rumores foram suficientes para pressionar os contratos futuros do boi nas últimas semanas.
As especulações ganharam força no início de novembro, indicando que Pequim poderia retomar o movimento iniciado em 2024, quando alegou excesso de oferta interna para reduzir as importações. A decisão, que inicialmente seria tomada em agosto de 2025, foi adiada para novembro, ampliando a cautela dos agentes e intensificando a queda na curva futura: em duas semanas, os contratos recuaram entre R$ 10 e R$ 13 por arroba.

Foto: Gisele Rosso
Com a China respondendo por cerca de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, qualquer redução nos embarques tende a impactar diretamente os preços do boi gordo, especialmente em um momento de forte ritmo de produção.
Apesar da tensão, o cenário de curto prazo permanece positivo. A demanda doméstica, reforçada pela sazonalidade do fim de ano, e o recente alívio nas barreiras impostas pelos Estados Unidos ajudam a sustentar as cotações. Caso os abates não avancem mais de 10% em novembro e dezembro, a disponibilidade interna deve ficar abaixo da registrada em outubro, movimento que favorece a recuperação dos preços da carne nos próximos 30 dias.
Para 2026, as projeções seguem otimistas para a pecuária brasileira. A expectativa é de menor oferta de animais terminados, custos de produção mais competitivos e demanda externa firme, em um contexto de queda da produção e das exportações de concorrentes, especialmente dos Estados Unidos. A principal atenção fica por conta do preço da reposição, que subiu de forma expressiva e exige valores mais ajustados na venda do boi gordo para assegurar a rentabilidade na terminação.
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Novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável busca impulsionar produção de leite no Noroeste de Minas Gerais
Assistência técnica, pesquisa aplicada e melhorias genéticas a 150 propriedades familiares, com foco em produtividade, sustentabilidade e fortalecimento da cadeia leiteira no Noroeste mineiro até 2028.

O fortalecimento e a ampliação da produção de leite de produtores de Paracatu (MG), de forma sustentável, eficiente e de qualidade, ganharam impulso com o início do novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap).
O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do MAPA desde 2020. O Programa Mais Leite Saudável é um incentivo fiscal que permite a laticínios e cooperativas obter até 50% de desconto (crédito presumido) no valor de PIS/Pasep e COFINS relativo à comercialização do leite cru utilizado como insumo, desde que desenvolvam projetos que fortaleçam e qualifiquem a cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores.
O treinamento dos técnicos recém-selecionados foi realizado no fim de outubro, e as primeiras visitas às propriedades ocorreram no início de novembro. Essa é a terceira fase do projeto, que conta com o acompanhamento do pesquisador José Humberto Xavier e do analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos.
O projeto articula as dimensões de assistência técnica e pesquisa e atuará nessa etapa com uma rede de 150 propriedades rurais familiares, que receberão acompanhamento de três veterinários e dois agrônomos, seguindo o modelo implantado em 2020. A equipe da Embrapa atua na capacitação técnica e metodológica dos técnicos e na condução de testes de validação participativa de tecnologias promissoras junto aos agricultores da rede.
A nova etapa, prevista para ser concluída em 2028, busca desenvolver alternativas para novos sistemas de cultivo com foco na agricultura de conservação, oferecer apoio técnico ao melhoramento genético dos animais de reposição com o uso de inseminação artificial e ampliar o alcance dos resultados já obtidos, beneficiando mais agricultores familiares e contribuindo para o desenvolvimento regional.
Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Xavier, os sistemas de cultivo desenvolvidos até agora melhoraram o desempenho das lavouras destinadas à alimentação do rebanho, mas ainda são necessários ajustes para reduzir a perda de qualidade do solo causada pelo preparo convencional e pela elevada extração de nutrientes advinda da colheita da silagem, além de evitar problemas de compactação quando o solo está úmido. Ele destaca também os desafios de aumentar a produtividade e reduzir a penosidade do trabalho com mecanização adequada.
O analista Carlos Eduardo Santos ressaltou a importância de melhorar o padrão genético do rebanho. “A reposição das matrizes é, tradicionalmente, feita pela compra de animais de outros rebanhos. Isso gera riscos produtivos e sanitários, além de custos elevados. Por isso, a Coopervap pretende implementar um programa próprio de reposição, formulado com base nas experiências dos técnicos e produtores ao longo da parceria”, afirmou.



