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Avicultura

Marketing setorial é usado para “vender” um Brasil avícola

No marketing internacional, entidades de classe têm usado a estratégia de “unificar” a produção ao invés de segmenta-la, como as empresas fazem no marketing interno de seus produtos

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Nem a empresa A, nem a B ou a C. As distinções nos sistemas de produção e oferta de produtos entre empresas e cooperativas avícolas do Brasil não faz diferença na hora de promover a carne brasileira no exterior. A ideia é passar a imagem real, de um país inteiro produtor de carne de frango de alta qualidade, independente do modelo de negócio. No marketing internacional, entidades de classe têm usado a estratégia de “unificar” a produção ao invés de segmenta-la, como as empresas fazem no marketing interno de seus produtos. É o chamado marketing setorial.

Para o vice-presidente e diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, o marketing externo tem papel fundamental na manutenção da liderança brasileira nos embarques de carne de frango no mundo. De acordo com ele, o marketing ajudou a carne alcançar a preferência do consumidor mundial por que é direcionado a um sistema como um todo, citando o selo Brazilian Chicken como exemplo. O conceito Brazilian Chicken promove e divulga ao mundo a alta qualidade da carne de frango brasileira, viabilizando a manutenção e ampliação de mercados já acessados, além de estimular a conquista de novos mercados. São beneficiadas diretamente 30 empresas exportadoras participantes do projeto. Há ainda o selo Brazilian Egg, divulgado paralelamente.

“Independente dos produtos de cada empresa, a imagem que o marketing passa lá fora é de que o Brasil tem coisa boa. Independente de empresa, as pessoas reconhecem o Brasil como uma marca boa, como um todo que faz bem feito”, situa a liderança. “Estamos promovendo essa imagem em diversas frentes, como nas redes sociais, em campanhas institucionais, em feiras, seminários e outros eventos fora do Brasil”, pontua.

“O marketing setorial está cada vez mais presente. Não adianta uma empresa sair lá fora e fazer isso ou aquilo. É preciso mostrar as qualidades e atributos da produção brasileira como um todo. As empresas têm diferenciais de produção e mix de produtos, mas apostamos em outras frentes, por exemplo, quando a gente fala em biosseguridade e qualidade. A tendência é que cada vez mais o marketing setorial se fortaleça. Isso porque as pessoas (consumidores) acreditam mais nos setores do que nas empresas. Esse tipo de estratégia, com envolvimento de instituições, como governo, Apex e ABPA, dá maior credibilidade, entende Santin.

Abalos

Com os recentes abalos na imagem por meio da operação Carne Fraca, comenta Santin, é preciso mostrar um país qualificado e não as qualidades individuais do sistema. “Todas as previsões de grandes organismos, como a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) indicam que o Brasil continuará sendo o maior exportador global de frango na próxima década. O marketing, nesse contexto, ajudou a chegarmos até aqui, ajudou a consolidar essa imagem de uma indústria forte, que produz com qualidade. Agora temos que atuar para recuperar uma imagem desgastada momentaneamente por conta da operação Carne Fraca. Mas temos muita qualidade e confiança. O mundo reconhece que o Brasil produz com garantia de segurança”, cita.

Só coisa boa

Para ele, é preciso focar no que o país tem de diferencial em relação a seus concorrentes. “Temos direcionado ações falando dos vários benefícios e diferenciais que a produção brasileira tem. Entre os vários pontos, nosso modelo de sistema de integração, socialmente justo, que ajuda na distribuição de riquezas, com rastreabilidade dos produtos, é um ponto importante”, comenta. O marketing também se aproveita da habilidade em produzir alimentos do brasileiro, comenta. “Temos um produtor treinado, pronto para fazer bem feito. Temos um povo vocacionado para produzir alimentos, e isso estamos promovendo no exterior”, cita.

Peculiaridades levadas em consideração pelo marketing promovido no exterior, especialmente pela ABPA e pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), revela Santin, abordam o clima favorável de produção, as universidades e instituições de pesquisa que ajudam a desenvolver a avicultura e a abundância em matéria-prima e água, entre outros pontos: “Temos clima maravilhoso, ótimo para a produção de aves. Temos abundância de grãos, que nos dá competitividade e garantia de produção. Temos abundância de água – o Brasil tem a maior reserva de água potável do mundo -, e temos sanidade, que é decisiva e que outros países não têm. Essa conjuntura, de água, clima e insumos, é bem explorada”, avalia. “Além disso, há a questão ambiental. Comparada a outros países, nossa avicultura é uma das mais sustentáveis do mundo, o que nos dá mais competitividade ainda. Isso porque a gente agride pouco o meio ambiente e tem uma boa pegada de carbono”, aponta.

Saboroso

No fim das contas, o consumidor mundial acaba por preferir o frango brasileiro por diversos fatores, entende o vice-presidente da ABPA, mas dois deles são principais: qualidade e sabor. “Tudo isso que a gente tem e faz na indústria avícola brasileira se transforma em qualidade e sabor. Nosso produto é preferido pelos mercados porque tem qualidade e sabor, é gostoso mesmo. É diferenciado talvez pelos insumos que usamos, pelo clima ou a soma de vários fatores”, comenta.

Good News

Para atrair a tenção dos consumidores finais em diversos países, a ABPA traz a cada dois anos para o Brasil dezenas de jornalistas do exterior para que conheçam in locu a potencialidade da avicultura nacional e reportem em seus países o que encontraram por aqui (nada de visitas em granjas). O último encontro aconteceu durante o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs), entre os dias 29 e 31 de agosto, em São Paulo, SP.

“Mais de 50 jornalistas do mundo inteiro vieram para o Brasil esse ano exatamente para conhecer o que fazemos de melhor. O projeto nasceu com Apex, com o objetivo de convidar jornalistas para conhecer o Brasil, ver e conversar com as pessoas envolvidas na produção de proteína, observar a pujança da nossa indústria e confirmar eles mesmos tudo aquilo que mostramos em artigos, revistas, jornais. É para que vejam que não estamos desenhando algo diferente da nossa realidade. Importante para que esse jornalista possa ter contato com o produtor, com as indústrias”, sintetiza.

O mundo se acostuma com a ideia

O Brasil é apontado como a cesta de alimentos do mundo, mas a imagem do agronegócio brasileiro não é unanimidade entre as nações. Há ainda muita gente que acredita em mitos e mentiras propagadas ao longo das últimas décadas, o que dificulta a expansão dos negócios rurais no exterior. De acordo com Santin, faz parte de um processo histórico “que se muda aos poucos”.

“O crescimento do Brasil como grande potência alimentar aconteceu nos últimos 30-40 anos. Antes disso o Brasil era importador de alimentos. De reprende, em pouco tempo, o mundo começa a ver o Brasil como grande produtor. Nesse tempo, nos tornamos o maior exportador de frango, para 160 países. Mesmo assim, é um processo histórico recente. Nem todos têm o conhecimento da excelente de produção e da indústria altamente tecnificada que temos. O Brasil não é melhor que ninguém, mas não tem ninguém melhor que o Brasil”, garante o líder associativista. “Estamos em um processo de consolidação do país na avicultura, embora em um momento muito ruim (crise econômica e política), mas o mundo sabe de nossa qualidade. Exportamos material genético para mais de 50 países”, exemplifica. “O mundo está começando a se acostumar com ideia de o Brasil ser exportador de proteína animal. É um processo que a gente está construindo aos poucos, consolidando a imagem”, acrescenta Ricardo Santin.

Mais informações você encontra na edição de Aves de agosto/setembro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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