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Notícias Simpósio Brasil Sul de Avicultura

Marcos Jank traz reflexões sobre o agro brasileiro e o novo cenário mundial ao 22º SBSA

Palestra encerrou a programação do primeiro dia do evento trazendo reflexões e provocações ao público. 

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Fotos: Divulgação/Nucleovet

A firme demanda pelo agro brasileiro na Ásia e na China, os desequilíbrios e as volatilidades provocadas pela pandemia e a pela guerra entre Rússia e Ucrânia, a produção, os mercados agropecuários e a avicultura foram temas abordados pelo professor de agronegócio global do Insper e coordenador do Centro Insper Agro Global, Marcos Sawaya Jank, na palestra de abertura do 22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), na noite de terça-feira (05). A palestra teve patrocínio da Farmabase.

O SBSA e a 13ª Brasil Sul Poultry Fair são promovidos pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e seguem até esta quinta-feira (07), no Parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó (SC). Os eventos são híbridos, com transmissão on-line ao vivo.

Professor de agronegócio global do Insper e coordenador do Centro Insper Agro Global, Marcos Sawaya Jank

Jank explanou sobre “O agronegócio brasileiro frente ao novo cenário mundial”, trazendo reflexões e provocações para o público do SBSA. Ele expôs que o saldo da balança comercial brasileira em 2021 foi de US$ 120,8 bilhões em exportações, com destino para mais de 200 países, sendo os principais mercados a China, a Ásia e a União Europeia.

O Brasil é o terceiro maior exportador do mundo. Porém, tem desafios pela frente para continuar competitivo no mercado. Entre eles estão a produtividade, os custos de produção e a infraestrutura. É preciso investir mais em sustentabilidade, em acesso a mercados e na melhoria de imagem.

O cenário mundial é marcado por fortes instabilidades ocasionadas pela pandemia e pela guerra entre Rússia e Ucrânia. De acordo com Jank, o mundo redescobriu que commodities são fundamentais para a humanidade. “Temos alta de preços de commodities e de matérias-primas, além de rupturas nas cadeias globais de suprimento, com desequilíbrios de oferta e demanda em produtos agropecuários, energia, fertilizantes, defensivos, máquinas, etc, além do aumento de custos”, expôs, ao acrescentar o agravamento de pressões inflacionárias no Brasil e no mundo, a elevação de juros e a desaceleração das principais economias. “A covid-19 ainda é uma preocupação, devido as variantes e retorno de casos em algumas localidades, assim como o impacto fiscal, provavelmente agravado em ano eleitoral e, no Brasil, ainda temos as reformas que não avançaram”.

Para os mercados agropecuários do Brasil e do mundo, o palestrante realçou que há fatores de crescimento, a exemplo dos preços internacionais em alta, aumento da demanda global, especialmente na Ásia e na China, e o impacto da Peste Suína Africana que aumentou a demanda por proteínas. Entretanto, chamou a atenção para fatores de risco, como o aumento do protecionismo em alguns países, inflação de alimentos e perda do poder aquisitivo da população no pós-covid, custos altos de insumos, máquinas e equipamentos, fretes e riscos de desabastecimento.

Mercados potenciais para o Brasil são a Ásia e a África, locais com grande concentração populacional e com pouca terra e água disponíveis para produção. “A China tem 20% da população mundial, 10% das terras aráveis e 5% da água”, observou Jank, ao acrescentar que o oriente médio é um mercado importante e que o potencial para o Brasil é infinito, o que o país precisa é atuar no acesso aos mercados.

Abertura oficial 22º SBSA

A palestra de Marcos Junk marcou a abertura oficial do 22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura. A solenidade contou com a presença de autoridades, palestrantes e congressistas. O diretor de desenvolvimento econômico de Chapecó, Élio Cella, ressaltou que o SBSA é um dos maiores eventos do setor avícola da América Latina e que marca o retorno dos eventos presenciais de negócios em Chapecó. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, não pode estar presencialmente, mas enviou um vídeo destacando também a retomada dos eventos presenciais e a excelência do SBSA na difusão de conhecimentos e tecnologias.

Presidente do Nucleovet, Lucas Piroca

O presidente do Nucleovet, Lucas Piroca, enfatizou sobre três momentos: de conexão, pois o SBSA é um encontro de profissionais da avicultura que agora acontece de maneira presencial e on-line ampliando o acesso do público; de valorização das pessoas, do público, da organização e de parceiros que apostam na realização do Simpósio; e de evolução. “Em momentos difíceis aprendemos mais e a pandemia nos ensinou muito. Meu convite é para seguirmos no propósito de alimentar o mundo, cada um de nós fazendo sua parte, assumindo suas responsabilidades e sendo protagonistas. O Nucleovet se compromete a fazer o melhor para continuar proporcionando experiências positivas”.

Tradicionalmente, em todos os Simpósios que promove, o Nucleovet doa parte do valor das inscrições pagas para entidades. Nesta edição do SBSA, a comissão organizadora definiu por fazer a doação para a APAE de Chapecó e para o Programa Viver. Os presidentes da APAE Leandro Ugolini e do Programa Viver Marlene Somensi receberam um cheque simbólico das doações.

Inscrições

As inscrições para o 22º SBSA continuam durante o evento. Os valores são: R$ 600,00 (presencial) e R$ 500,00 (virtual) para profissionais e R$ 460,00 (presencial) e R$ 400,00 (virtual) para estudantes. Na compra de pacotes a partir de dez inscrições serão concedidos códigos-convites. Nessa modalidade há possibilidade de parcelamento em até três vezes. O acesso para a 13ª Poultry Fair é gratuito, tanto presencial quanto virtual, assim como para o pré-evento.

O 22º SBSA tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Embrapa, da Prefeitura de Chapecó, do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

Confira a programação desta quarta-feira (06) do 22º SBSA

Bloco Abatedouro

08h “Sistema de inspeção através do autocontrole”

Palestrante: Liris Kindlein

(15 minutos de debate)

09h “Qualidade de pintos na primeira semana: reflexos no abatedouro”

Palestrante: Andrew Bourne

(15 minutos de debate)

10h Intervalo

10h30 “Manejo pré-abate: jejum x abate”

Palestrante: Hirã Azevedo Gomes

(15 minutos de debate)

11h30 “Problema respiratório a campo: bronquite X E. Coli”

Palestrante: Alberto Back

(15 minutos de debate)

12h30 Intervalo almoço

Bloco Sanidade

14h “Alternativas aos antibióticos e promotores de crescimento para a saúde das aves”

Palestrante: Mariano Miyakawa

14h45 “Impacto econômico da retirada dos antimicrobianos”

Palestrante: Inês Andretta

15h30 Mesa redonda

15h45 Intervalo

16h “Adenovírus aviário: uma doença emergente?”

Palestrante: Haroldo Toro

(15 minutos de debate)

16h45 “Vacina e saúde intestinal”

Palestrante: Michael Kogut

(15 minutos de debate)

19h Happy Hour

Fonte: Assessoria

Notícias

Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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