Notícias Defesa Vegetal
Mapa registra 39 defensivos agrícolas genéricos, sendo 14 de baixo impacto
Registro de produtos genéricos é importante pois diminui a concentração do mercado de defensivos e aumenta a concorrência
O Ato n° 19 do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, publicado na terça-feira (13) no Diário Oficial da União traz o registro de 39 defensivos agrícolas genéricos que poderão ser usados pelos agricultores, os chamados produtos formulados. Entre os produtos registrados, 14 são considerados de baixo impacto.
Dos produtos registrados na data de hoje, quatro deles são compostos por microrganismos como a Beauveria bassiana, Bacillus thuringiensis, Bacillus velezensis, Bacillus subtilis, agentes microbiológicos de controle de pragas que atacam os cultivos brasileiros. Outros cinco são hormônios e baculovirus. Outros cinco produtos registrados são destinados à agricultura orgânica, sendo esses à base de Terra Diatomácea, Beauveria bassiana, Bacillus e Baculovirus.
Os cinco produtos fitossanitários aprovados para a agricultura orgânica foram registrados com base em Especificação de Referência (ER). Os produtos registrados com base em especificações de referência podem ser usados em qualquer cultura com ocorrência dos alvos biológicos e são indicados tanto para os cultivos orgânicos quanto para os convencionais.
Os produtos de baixo impacto, além de serem eficientes do ponto de vista agronômico, apresentam baixo ou nenhum impacto sobre a saúde humana e o meio ambiente, e o seu uso vem ganhando cada vez mais espaço na produção agrícola brasileira.
Genéricos
Todos os produtos registrados hoje são genéricos, ou seja, utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país. “Os novos registros são importantes pois diminuem a concentração do mercado de defensivos e aumentam a concorrência. Isso acaba resultando em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira”, explica o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do Mapa, Bruno Breitenbach.
Foram registrados nove produtos que incluíram pelo menos uma cultura de suporte fitossanitário insuficiente (CSFI), com destaque para dois produtos um à base de mancozebe e outro à base de Difenoconazol. A ambos obtiveram o registro já contando 21 CSFI.
As culturas de suporte fitossanitário insuficiente são culturas que possuem poucos produtos registrados para o controle de pragas, o que dificulta o manejo fitossanitário adequado por parte dos produtores.
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Francisco Turra entra para o Hall da Fama da Avicultura Latino-Americana
Homenagem será na próxima semana, durante o congresso OVUM no Uruguai.
O ex-ministro da Agricultura Francisco Turra, presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e uma das figuras mais importantes da história da avicultura brasileira, entrará para o Hall da Fama da Avicultura Latino-Americana. A nomeação acontecerá durante o congresso OVUM, de 12 a 15 de novembro, em Punta del Este, Uruguai.
A entrada para o seleto grupo, que inclui importantes líderes que ajudaram a moldar o modelo de desenvolvimento da avicultura na América Latina, é um reconhecimento internacional à sua trajetória na agricultura e na pecuária brasileira, mas, sobretudo, pela contribuição para o desenvolvimento da avicultura nacional e internacional.
Gaúcho, nascido na cidade de Marau (RS), sua trajetória começou na política, como vice-prefeito, tendo sido depois prefeito, deputado estadual e federal, cargo em que sempre trabalhou pela sustentabilidade da agroindústria – incluindo a avicultura. Na presidência da Companhia Brasileira de Alimentos (CONAB), definiu o papel da empresa como gestora de grãos do país, ampliando a capacidade produtiva e competitiva que levou o Brasil à liderança mundial na exportação de carne de frango em 2004.
Foi ainda ministro da Agricultura, desenvolvendo programas voltados para a tecnificação e a implementação de novas tecnologias nas propriedades rurais, período em que a produção de insumos para a avicultura e outros grãos atingiu níveis recordes.
Em 2008, assumiu a antiga Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (ABEF), onde deu início na construção de estratégias de desenvolvimento do setor e sua capacidade exportadora, como a criação do mecanismo de distribuição de cotas para exportações à União Europeia, que reduziu significativamente os custos de exportação. Trabalhou ainda na abertura de importantes mercados para carne de frango brasileira, sendo o responsável pelas negociações com a China.
Com visão de futuro, anos mais tarde, Turra integrou a ABEF à então União Brasileira de Avicultura (UBABEF), criando a UBABEF. Estabeleceu, assim, um novo modelo de gestão associativa que culminou, em 2014, na unificação da avicultura com a suinocultura e a criação da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). À frente da entidade, o setor registrou um aumento de 246% na receita de exportações em reais para carne de frango e de quase 450% para carne suína. Expandiu o SIAV para SIAVS (Salão Internacional de Proteína Animal), incluindo o setor suinícola no maior evento setorial do país, e ainda fez a gestão de crise do setor durante a Operação Carne Fraca.
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Exportações de trigo brasileiro sobem 21,6%, enquanto importações crescem 61,9% até setembro
De janeiro a setembro deste ano, os embarques de trigo totalizaram 2,5 milhões de toneladas.
Produção
No Brasil, segundo o IBGE, a colheita da safra 2023/24 é estimada em 8,4 milhões de toneladas, um incremento de 9,0% em relação à safra anterior. A Conab apresenta uma estimativa similar para o desempenho do cereal, projetando uma safra de 8,3 milhões de toneladas.
No Paraná, principal produtor do grão, projeta-se uma produção de 2,6 milhões de toneladas, após sucessivas revisões em declínio desde o início do ano, conforme último levantamento do IBGE. Segundo a Conab, a redução de produtividade no estado deve-se a problemas climáticos, como geadas, falta de frio e estiagem, e ocorrência de doenças nas plantações.
Prospectivamente, a Conab revisou os números referentes à área, produtividade e produção da safra 2024/25. A estimativa é que sejam colhidas 8.263,7 mil toneladas (+2,1%), com redução na área plantada (- 11,6%), porém com ganhos de produtividade 15,5% superior à safra anterior.
Segundo informações da Secex, de janeiro a setembro deste ano, os embarques de trigo totalizaram 2,5 milhões de toneladas, 21,6% superior ao mesmo período do ano passado. As importações do cereal totalizaram 5,15 milhões toneladas no acumulado até setembro deste ano, um aumento de 61,9% na comparação interanual.
Preços
No início de agosto, as cotações do farelo de trigo subiram no país devido à forte demanda, especialmente do setor de alimentação animal. Esse cenário também pressionou os valores da farinha de trigo.
Segundo CEPEA/Esalq, em setembro, o preço do trigo negociado no Paraná foi de R$ 1.482,31/tonelada, recuo de 3,7% frente a de agosto/24, mas expressiva alta de 33% em relação a de setembro/23. O recuo no mês de setembro está associado a existência de estoques elevados e baixa liquidez no mercado de farinhas de trigo
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Preço do milho em alta: armazenamento e clima sustentam valorização no mercado interno e externo
Na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento de milho apresentou valorização de 5,9% em setembro.
Em sua última divulgação, a Conab manteve a sua estimativa para a safra nacional de milho na safra 2023/24 em 115,7 milhões de toneladas, recuo de 12,3% em relação à safra anterior. De forma similar o IBGE estima um recuo de 11,0% na produção do grão. Esse resultado é principalmente atribuído à redução da produtividade, associada a fatores climáticos adversos com origem no El Niño.
Na atual safra, Mato Grosso, maior produtor nacional, deve apresentar recuo de 4,8% devido à queda de 5,0% na área plantada. Diferentemente, os recuos na produção do Paraná (-19,0%) e Goiás (- 10,3%) advém, principalmente, da retração da produtividade. Na outra ponta, Rio Grande do Sul deve aproveitar o reestabelecimento da produtividade (32,3%) e expandir sua safra em 30,0%.
De forma prospectiva, o primeiro levantamento para produção agrícola e pecuária da Conab na safra 2024/25 apontou para uma safra de 119,7 milhões de toneladas, segunda melhor da história, com incremento de 12,7% em relação à anterior. O resultado advém principalmente da melhora na de produtividade (9,6%).
Regionalmente, Mato Grosso deve reduzir sua área plantada e diminuir sua participação na produção nacional. Paraná, segundo maior produtor nacional do grão, deve ter no aumento de produtividade (7,7%) o principal fator para o crescimento de sua produção (2,2%). A redução esperada na área plantada deve contribuir para queda na produção do grão no Rio Grande do Sul. Na região do MATOPIBA, o destaque fica por conta da melhora na produtividade de Tocantins e Bahia (1,2% e 9,0% respectivamente).
Em relação às exportações, segundo o MDIC, o mês de setembro registrou um volume de 1,3 bilhões de reais, avanço de 8,8% na passagem mensal e 8,0%. Consolidam-se entre os principais destinos, China (27,2%), Vietnã (8,5%) e Japão (7,3%). Entre as unidades da federação responsáveis pelos embarques, Mato Grosso (59,1%), Goiás (9,1%) e Paraná (7,1%)
Preço
Os preços do milho apresentaram crescimento no mercado doméstico no mês de setembro, com o indicador ESALQ/BM&F Bovespa apresentando expansão de 6,1%, com média de R$ 62,6 a saca de 60kg, cotação mais elevada nos últimos dois meses.
Segundo a Cepea/Esalq, os preços do milho operaram em alta em grande parte do mês de setembro, sustentados pelo recuo na oferta do grão por parte dos vendedores, que priorizaram os tratos de plantio da atual safra. Ainda segundo o centro de estudos, no mês de setembro, muitos agricultores já finalizaram a colheita da segunda safra de 2023/24 e conseguiram armazenar a sua produção, limitando a oferta no mercado spot, à espera de oportunidades de valorização.
No mercado externo, os preços subiram, refletindo preocupações com as safras dos Estados Unidos, Argentina e do Brasil. Na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento de milho apresentou valorização de 5,9% em setembro.
Perspectivas para o trimestre
Os Estados Unidos devem ter uma das maiores safras de milho de sua história devido ao aumento da produtividade, que deve mais do que compensar a redução da área plantada. O USDA estima 385,7 milhões de toneladas para a safra 2024/25, com aumento de 14% nos estoques finais.
No restante do mundo, segundo o USDA, China, União Europeia e Argentina também deverão registrar aumento na produção. Apenas para a Ucrânia é previsto encolhimento da safra.
A previsão é de clima favorável nos próximos dois trimestres, com chuvas suficientes e bem distribuídas em toda a América do Sul.
No Brasil, a produção deve ultrapassar os 127 milhões de toneladas, mesmo com a redução da safra verão. Entretanto, o atraso no plantio da soja 2024/25 pode afetar o cultivo da safrinha de milho, o que pode reduzir as estimativas do tamanho final da safra Brasil.
Para a Argentina, apesar do USDA projetar para a safra 2024/25 uma produção de 51 milhões de toneladas, cuja colheita deve se encerrar em maio/25, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires estima um número menor, cerca de 47 milhões de toneladas, alertando para a redução de área plantada e também para a praga da cigarrinha que prejudicou a lavoura na safra anterior (2023/24), e que se persistir na safra atual (2024/25), pode reduzir o potencial produtivo da safra 2025/26.
Os preços internacionais podem recuar, mas no Brasil devem continuar firmes, por conta da maior demanda interna para ração animal e para atender aos novos projetos de etanol de milho.