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Mapa inédito revela intensificação do uso do solo e consolida 2ª safra como eixo da produção agrícola no Brasil

Levantamento do MapBiomas mostra que 32% do território nacional já é ocupado por agropecuária, com avanço do cultivo em múltiplos ciclos, forte predominância do milho na segunda safra e pastagens majoritariamente em médio e alto vigor, ampliando a produção sem abertura de novas áreas.

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Foto: Shutterstock

As atividades agropecuárias já ocupam cerca de 32% do território brasileiro, segundo dados do MapBiomas, com predominância das pastagens plantadas, que respondem por 56,7% dessa área, enquanto a agricultura representa 23%. As imagens de satélite analisadas pela iniciativa indicam um processo consistente de intensificação do uso do solo tanto nas lavouras quanto nas áreas destinadas à pecuária.

No caso da agricultura, quase dois terços das áreas ocupadas por lavouras temporárias, como soja, milho e algodão, apresentaram mais de um ciclo produtivo ao longo do ano. Ao todo, 64% dessas áreas, o equivalente a 31,4 milhões de hectares, foram cultivadas com uma segunda cultura ou com plantas de cobertura após a colheita da safra principal. Já nas pastagens, 78% da área mapeada, ou 121,4 milhões de hectares, exibem médio ou alto vigor, condição que permite elevar a taxa de lotação e aumentar o número de animais por hectare.

Esse avanço da intensificação agrícola ganha um novo retrato com o lançamento da primeira versão do mapa de agricultura de segunda safra do MapBiomas. O levantamento identifica os cultivos implantados após a colheita da safra de verão e complementa o mapa de quantidade de ciclos divulgado no ano passado. Ainda em versão beta, a base de dados cobre o período de 2000 a 2024 e se concentra nos estados com maior produção de milho e algodão de segunda safra, classificando as áreas em três categorias: milho, algodão e outras lavouras temporárias ou cultivos de cobertura.

Foto: Esmael Lopes dos Santos

Os dados mostram que o milho é, de longe, a principal cultura de segunda safra no país. Em 2024, foram identificados 14,7 milhões de hectares cultivados com milho nesse sistema, além de 2,5 milhões de hectares de algodão e 6,5 milhões de hectares ocupados por outros cultivos temporários ou espécies usadas para cobertura do solo.

De acordo com o MapBiomas, cerca de 95% das lavouras de milho de segunda safra foram implantadas após a colheita da soja, evidenciando a consolidação desse arranjo produtivo em grandes regiões agrícolas.

Para o professor Eliseu Weber, um dos coordenadores do tema de agricultura do MapBiomas, a segunda safra é um elemento central da competitividade da agricultura brasileira. “A segunda safra é um trunfo da agricultura tropical na produção de grãos. Ela incrementa o retorno econômico ao produtor e colabora na conservação da vegetação nativa, pois permite aumentar a produção sem abrir novas áreas”, afirma.

Segundo Weber, o sistema também traz ganhos agronômicos relevantes. “Além de aproveitar nutrientes remanescentes da cultura anterior, a segunda safra eleva o potencial de sequestro de carbono. O milho, em especial, deixa uma palhada abundante após a colheita, fundamental para a conservação do solo e da água e para a fixação de carbono no solo via plantio direto”, diz.

Apesar dos benefícios, o pesquisador alerta para os riscos associados ao uso mais intensivo do solo. “A expansão da segunda safra enfrenta desafios importantes. Um deles é a degradação do solo pelo uso mais intensivo, o que exige atenção redobrada às práticas de manejo”, observa. Ele acrescenta que as mudanças climáticas também impõem limites ao sistema. “Há uma tendência de redução das chuvas e de alongamento da estação seca, que pode inviabilizar a segunda safra no futuro, especialmente a do milho, em algumas regiões”, conclui.

Concentração nos principais polos do agro brasileiro

Foto: Gilson Abreu

No recorte regional, o levantamento evidencia a forte concentração da segunda safra nos principais polos do agronegócio brasileiro. Em 2024, o Mato Grosso manteve a liderança absoluta, com 7,1 milhões de hectares cultivados com milho, o equivalente a 48% de toda a área mapeada dessa cultura na segunda safra, além de 1,6 milhão de hectares de algodão. O Paraná aparece na sequência, com 5 milhões de hectares destinados à segunda safra, dos quais 2,2 milhões de hectares com milho e 2,8 milhões de hectares ocupados por outras culturas temporárias ou por plantas de cobertura.

No Mato Grosso do Sul, a segunda safra somou 2 milhões de hectares, com predominância do milho, que respondeu por 1,9 milhão de hectares, enquanto o algodão ocupou cerca de 100 mil hectares. Goiás apresentou configuração semelhante, com 2 milhões de hectares cultivados na segunda safra, sendo 1,7 milhão de hectares com milho e 300 mil hectares com algodão.

Expansão da segunda safra

A expansão da segunda safra está diretamente ligada ao avanço da soja na safra de verão. Segundo o MapBiomas, a área cultivada com soja no Brasil saltou de 4,5 milhões de hectares em 1985 para 40,7 milhões de hectares em 2024. Atualmente, quase dois terços da área agrícola mapeada no país, cerca de 65%, correspondem a lavouras de soja de primeira safra.

Intensificação do uso do solo

Foto: SAA SP

Os dados mostram ainda que a intensificação do uso do solo é regra nesse sistema. Em 2024, 65% da área ocupada por soja na primeira safra apresentou dois ciclos de cultivo, o equivalente a 26,3 milhões de hectares, enquanto 6,1% passaram por três ciclos, somando 2,5 milhões de hectares. Apenas 21% da área, cerca de 8,6 milhões de hectares, foi cultivada em um único ciclo.

Após a colheita da soja, o milho se consolida como a principal cultura sucessora. Em 2024, foram cultivados 14 milhões de hectares de milho na segunda safra, além de 2,4 milhões de hectares de algodão e 6 milhões de hectares de outras culturas temporárias. O Mato Grosso concentra a maior parte dessa dinâmica: 6,7 milhões de hectares de milho foram plantados após a soja, o que significa que 94% de todo o milho produzido no estado ocorre em sucessão à safra de verão. Na sequência aparecem o Paraná, com 2,2 milhões de hectares, e o Mato Grosso do Sul, com 1,8 milhão de hectares.

Para Kenia Mourão, coordenadora de Agricultura do MapBiomas, o novo mapeamento representa um avanço relevante na leitura do uso do solo agrícola no país. “O mapeamento das principais culturas de segunda safra no Brasil representa um avanço no entendimento do uso das áreas agrícolas do país, e sua disponibilização pelo MapBiomas marca um passo importante na superação dos desafios associados a esse tipo de monitoramento”, afirma.

Segundo ela, a diversidade climática e a extensão territorial do Brasil exigiram o desenvolvimento de uma metodologia capaz de captar diferentes calendários agrícolas. “Esse processo envolveu a análise detalhada da dinâmica agrícola de cada estado e a coleta manual e sistemática de amostras ao longo do tempo”, explica Kenia, ressaltando que os resultados estão alinhados a estimativas oficiais, como as da Conab, mas reconhece que ainda há lacunas, especialmente em estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Culturas permanentes e semipermanentes

Além das lavouras temporárias, o MapBiomas também registrou a expansão de culturas permanentes e semipermanentes ao longo das últimas décadas. A área de cana-de-açúcar passou de 2,2 milhões de hectares em 1985 para 10,1 milhões de hectares em 2024.

No mesmo período, o cultivo de arroz cresceu de 390 mil para 1,1 milhão de hectares, enquanto os pomares de citrus avançaram de 100 mil para 400 mil hectares. O dendê apresentou um crescimento expressivo, saindo de 10 mil hectares em 1985 para 240 mil hectares em 2024, movimento concentrado principalmente no Pará. Já as áreas de silvicultura saltaram de 1,56 milhão para 9 milhões de hectares no período.

Uso do território

O levantamento também evidencia mudanças estruturais no uso do território. A expansão da agricultura ocorreu majoritariamente sobre áreas de pastagens, enquanto o avanço das próprias pastagens se deu, em grande parte, sobre áreas de vegetação nativa, especialmente formações florestais e savânicas.

Ainda assim, os dados indicam um movimento relevante de regeneração: ao longo das décadas, milhões de hectares de pastagens retornaram à condição de vegetação nativa, sobretudo savânica. Foram 1,4 milhão de hectares entre 1985 e 1994, 3,5 milhões entre 1995 e 2004, 3,9 milhões entre 2005 e 2014 e 4,9 milhões de hectares entre 2015 e 2024.

Áreas de pastagens brasileiras

Foto: Gisele Rosso

Apesar de metade das pastagens brasileiras ter mais de 30 anos de idade, cerca de 77,8 milhões de hectares, e um terço existir desde 1985, os indicadores de vigor apontam para um quadro relativamente favorável. Apenas 21,6% da área mapeada, ou 33,4 milhões de hectares, apresenta baixo vigor, caracterizado por menor produção de forragem e maior exposição do solo. A maior parte das pastagens está classificada entre médio vigor (43%, ou 66,6 milhões de hectares) e alto vigor (35,4%, ou 54,8 milhões de hectares).

Entre 2000 e 2024, houve ganho líquido de vigor em 6,2 milhões de hectares de pastagens. Nesse período, o vigor aumentou em 20,8 milhões de hectares, enquanto diminuiu em 14,6 milhões. Outras 62 milhões de hectares mantiveram estabilidade e 11,1 milhões de hectares evoluíram para a condição de alto vigor, reforçando o papel da intensificação e do manejo como fatores centrais para a sustentabilidade da pecuária brasileira.

Produção de biomassa

o MapBiomas incorporou ao levantamento um indicador considerado central para avaliar a capacidade produtiva das pastagens: a produção de biomassa, que expressa a quantidade de matéria vegetal disponível para a alimentação do rebanho. Quanto maior esse volume, maior é a capacidade de suporte da área. Em 2024, as pastagens brasileiras produziram cerca de 3,63 gigatoneladas de biomassa ou forragem, reforçando o papel estratégico da pecuária no uso do território nacional.

Os dados mostram diferenças relevantes entre biomas. A Amazônia apresentou a maior produtividade de biomassa de pastagem, com valores superiores a 25 toneladas por hectare ao ano. No Cerrado e no Pantanal, a produção predominante ficou na faixa de 15 a 20 toneladas por hectare ao ano.

Já na Caatinga, as pastagens exibiram produtividade mais baixa, em geral inferior a 15 toneladas por hectare ao ano. Na Mata Atlântica, a biomassa das pastagens apresentou maior variabilidade, com valores que oscilaram entre 10 e 25 toneladas por hectare ao ano, refletindo a heterogeneidade ambiental do bioma.

Foto: Breno Lobato

Apesar dos indicadores positivos, o levantamento aponta que uma parcela relevante das áreas de pastagem ainda enfrenta problemas estruturais. “Apesar dos bons indicadores de vigor e produção de forragem das pastagens brasileiras, os quase 22% de pastagens plantadas mapeadas como sendo de baixo vigor em 2024 sugerem uma condição de degradação severa”, afirma Laerte Guimarães Ferreira, coordenador do tema Pastagem no MapBiomas.

De acordo com ele, essa área, estimada em aproximadamente 34 milhões de hectares, representa um potencial estratégico. “Trata-se de uma enorme oportunidade enquanto reserva de terras para outros usos, em convergência com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas implementado pelo governo federal”, destaca.

Concentração territorial das pastagens

A concentração territorial das pastagens também é marcante. Seis estados reúnem quase 70% de toda a área ocupada por pastagens no país. O Pará lidera, com 21,7 milhões de hectares, seguido por Mato Grosso (20,2 milhões de hectares), Minas Gerais (19,3 milhões de hectares), Bahia (14,6 milhões de hectares), Mato Grosso do Sul (12,2 milhões de hectares) e Goiás (12 milhões de hectares).

Juntos, esses estados respondem por 69,8% dos 155 milhões de hectares de pastagens mapeados no Brasil, consolidando seu peso na dinâmica da pecuária e no debate sobre intensificação produtiva e uso sustentável do solo.

Fonte: O Presente Rural com MapBiomas

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Por que exportar em 2025 ficou mais arriscado e não é por causa do preço

Tarifaços, rotas redesenhadas e exigências regulatórias transformam documentação e tradução técnica em fator decisivo para acessar mercados globais.

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Em um ano marcado por choques tarifários, reconfiguração de fluxos comerciais e recordes históricos na corrente de comércio, o comércio exterior brasileiro atravessa 2025 sob elevada tensão operacional. Embora os números agregados indiquem desempenho robusto, o ambiente para quem exporta se tornou mais complexo, volátil e seletivo, exigindo das empresas um nível de preparação documental sem precedentes.

Dados oficiais mostram que, até outubro de 2025, o Brasil alcançou US$ 289,7 bilhões em exportações e US$ 237,3 bilhões em importações, resultando em um superávit de US$ 52,3 bilhões e uma corrente de comércio recorde de US$ 527,1 bilhões.

Gabriel Del Bello, especialista em Interpretação e Tradução de Idiomas: “Em um ano em que o mercado global se desconfigurou, não basta competir em preço ou escala. Quem não tiver papelada afiada corre o risco de ficar fora”

O avanço, no entanto, esconde assimetrias relevantes entre setores e mercados. Parte significativa dos exportadores brasileiros sentiu diretamente os efeitos do tarifaço, imposto pelos Estados Unidos, com sobretaxas que reduziram competitividade e provocaram retração em segmentos específicos.

Diante da perda de espaço em mercados tradicionais e da instabilidade cambial, empresas passaram a acelerar a abertura de novos destinos, redesenhar rotas logísticas e negociar com múltiplas jurisdições ao mesmo tempo. Esse movimento ampliou de forma significativa a complexidade regulatória e documental das operações, transformando a gestão de papéis em um dos principais gargalos do comércio exterior em 2025.

O que antes era tratado como etapa burocrática passou a ser elemento central da estratégia de exportação. Com fluxos globais mais fragmentados e fiscalização internacional mais rigorosa, exigências como comprovação de origem, rastreabilidade e conformidade técnica ganharam peso decisivo na liberação de cargas.

A tradução técnica e juramentada, especialmente de laudos, fichas de segurança (SDS), certificados de análise, contratos e rotulagens, tornou-se um ponto sensível, capaz de definir se uma mercadoria embarca ou permanece retida no porto. “Em um ano em que o mercado global se desconfigurou, não basta competir em preço ou escala. Quem não tiver papelada afiada corre o risco de ficar fora”, afirma Gabriel Del Bello, especialista em Interpretação e Tradução de Idiomas.

Segundo ele, erros aparentemente pequenos como uma tradução imprecisa, um certificado fora do padrão exigido pelo país de destino ou uma inconsistência entre documentos são suficientes para provocar atrasos, multas ou até a rejeição de cargas inteiras.

Foto: Claudio Neves

Além disso, o aumento no número de mercados atendidos elevou o volume de dossiês técnicos e contratos simultâneos, exigindo sistemas de versionamento, histórico de revisões e controle rigoroso de prazos. Em um ambiente em que tarifas e regras mudam rapidamente, o tempo para corrigir falhas diminuiu, ampliando o risco operacional. “Este ano deixou claro que a diferença entre embarcar ou ver um contêiner parado muitas vezes não está no preço, mas na documentação correta”, resume Del Bello.

Para 2026, a avaliação é de que a pressão por conformidade tende a aumentar. Importadores, autoridades sanitárias e aduaneiras devem manter ou ampliar o rigor na análise documental, especialmente em um contexto de disputas comerciais e maior preocupação com segurança, sustentabilidade e rastreabilidade.

Diante desse cenário, Del Bello recomenda que os exportadores entrem no próximo ano com planejamento prévio, mapeamento detalhado das exigências de cada mercado e processos estruturados de compliance regulatório. “Quem chegar a 2026 com checklist pronto, documentos alinhados e tradução técnica adequada terá vantagem competitiva e maior segurança para operar globalmente, mesmo em um ambiente instável”, aponta.

Fonte: O Presente Rural com Gold Traduções
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Municípios paulistas são premiados no Ranking do Município Agro

Programa da Secretaria de Agricultura de São Paulo reconhece boas práticas no agro e distribui R$ 6 milhões entre 125 cidades.

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As prefeituras de Piracicaba, Adamantina e Joanópolis foram as vencedoras da 7ª edição do programa Município Agro – Ranking Paulista, promovido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA-SP). Cada cidade receberá R$ 200 mil como premiação por alcançar a liderança em sua respectiva categoria. O anúncio dos resultados foi feito na segunda-feira (15), durante cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.

O ranking classifica os municípios em três faixas de Produto Interno Bruto (PIB). Piracicaba liderou o grupo de cidades com PIB entre R$ 3 bilhões e R$ 90 bilhões; Adamantina ficou em primeiro lugar na categoria de R$ 500 milhões a R$ 3 bilhões; e Joanópolis foi destaque entre os municípios com PIB de R$ 30 milhões a R$ 500 milhões. Para esta edição, o Governo do Estado destinou R$ 6 milhões em recursos.

Na segunda colocação ficaram Limeira, Pedreira e Timburi, que receberão R$ 150 mil cada. Já as terceiras posições foram ocupadas por Jundiaí, Itápolis e Pracinha, com premiação de R$ 100 mil por município. Ao todo, 90 cidades serão contempladas com recursos financeiros.

O Município Agro – Ranking Paulista é realizado pela SAA-SP e executado pela Diretoria de Assistência Técnica Integral (CATI). O programa tem como objetivo incentivar o fortalecimento de políticas públicas voltadas ao setor agropecuário, reconhecendo as administrações municipais com melhor desempenho na área.

Além das cidades premiadas, a Secretaria certificou 35 municípios que atingiram pontuação igual ou superior a 50 pontos. Os recursos financeiros poderão ser aplicados tanto em custeio quanto em investimentos voltados ao desenvolvimento do agro paulista.

Segundo o diretor da CATI, Ricardo Pereira, o programa contribui para aprimorar a gestão pública no meio rural. “O Município Agro – Ranking Paulista estimula a melhoria contínua da gestão pública no campo, além de possibilitar o acesso a recursos, programas e convênios com o Governo do Estado”, afirmou.

O ranking completo desta edição contempla 125 municípios paulistas, reforçando o papel do programa como instrumento de incentivo ao desenvolvimento agropecuário no Estado.

Clique aqui para conferir o resultado do ranking, que contempla 125 municípios.

Fonte: Assessoria SAA-SP
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Como certificações garantem segurança na indústria de alimentos

Normas internacionais para lubrificantes industriais previnem contaminações e viabilizam exportações no setor alimentício.

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De acordo com pesquisa da Statista Market Insights, o mercado alimentar mundial deve alcançar uma receita estimada de aproximadamente US$ 9,45 trilhões em 2025. As projeções do levantamento indicam crescimento constante até 2030, com uma taxa média anual composta (CAGR) em torno de 6,3%, que reflete a continuidade da evolução do setor em escala global.

A produção de alimentos segue padrões rigorosos. Cada etapa, da recepção da matéria-prima ao produto embalado, passa por controles que visam garantir segurança. No meio desse processo, um elemento menos evidente, mas presente em quase todas as máquinas, carrega um risco: o lubrificante industrial. Óleos e graxas mantêm equipamentos em operação. Em ambientes onde se processa comida, o contato mínimo desses produtos químicos com o alimento é uma possibilidade real.

Esse contato potencial cria um problema. Lubrificantes comuns, formulados para indústrias metalúrgicas ou automotivas, não são adequados para esse ambiente. Eles podem conter substâncias que as agências de saúde proíbem na cadeia alimentar. A utilização de um produto sem o selo correto coloca a operação em uma situação frágil. Uma contaminação, mesmo que pequena, pode levar ao recolhimento de lotes, a penalidades da ANP (Agência Nacional do Petróleo) e a um dano severo à confiança na marca. A busca por redução de custos pode levar algumas fábricas a negligenciar essa especificação, uma decisão que coloca a segurança do consumidor em segundo plano.

A solução técnica para esse dilema está nos lubrificantes de grau alimentício. Eles possuem certificações internacionais que funcionam como selos de garantia. A norma ISO 21469 atesta que o produto foi fabricado sob condições sanitárias controladas. O registro NSF H1 autoriza seu uso em locais onde pode existir contato incidental com a comida. Outras certificações, como HALAL e KOSHER, atendem a requisitos religiosos e culturais, um passo necessário para empresas que exportam.

Luiz Maldonado, que atua em empresa do segmento: “É o custo para gerenciar um risco. O valor pago a mais é uma proteção contra um evento que pode parar a produção e manchar o nome da empresa por anos”

Distribuidores especializados conectam as indústrias alimentícias a esses produtos. O preço de um lubrificante certificado é mais alto que o de um produto convencional. Contudo, essa diferença financeira deve ser analisada sob outra perspectiva. “É o custo para gerenciar um risco. O valor pago a mais é uma proteção contra um evento que pode parar a produção e manchar o nome da empresa por anos”, reflete Luiz Maldonado, que atua em empresa do segmento.

De acordo com Maldonado, a exigência por transparência na cadeia produtiva de alimentos continua aumentando. “O consumidor final quer conhecer a origem e os processos. No setor de alimentação, a garantia de que todos os componentes, até os menos visíveis, são seguros, fortalece a credibilidade da marca. A seleção do lubrificante adequado se torna, assim, uma decisão que envolve a área de qualidade e a diretoria, e não apenas o setor de manutenção”, pontua.

Fonte: Assessoria Lubvap
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