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Mapa apresenta modelo de plano para instalação de irradiador multipropósito

Iniciativa representa avanço na política pública para evitar desperdícios e conter pragas em produtos do agro.

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Foto: Carlos Silva/Mapa

Foi lançado na terça-feira (22), em Brasília, o modelo de plano de negócios para a instalação de um irradiador multipropósito no Brasil, tecnologia que pode contribuir para evitar o desperdício de alimentos, como frutas, e conter pragas nas lavouras.

O documento “Modelo de plano de negócios voltado à instalação e funcionamento sustentável de irradiador multipropósito para fomento do uso a alimentos e outros produtos do setor agropecuário”, publicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), simula a instalação de um irradiador que utilizaria feixes de elétrons para o tratamento de frutas tropicais.

No lançamento, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, destacou a importância de dar visibilidade ao documento. “É uma importante ferramenta para demonstrar ao mercado a viabilidade da tecnologia, que contribui para potencializar as exportações dos produtos agropecuários brasileiros, além de reduzir o desperdício”.

Alimentos tratados com a tecnologia de irradiação já são consumidos em mais de 60 países. De forma segura, a técnica permite reduzir perdas de produção, estender a vida útil e evitar intoxicações por alimentos contaminados. O irradiador multipropósito tem se mostrado eficiente no controle de insetos e micro-organismos patogênicos.

Com essa tecnologia, o Brasil poderia ampliar as exportações, já que a durabilidade das frutas, seria estendida. O documento menciona também que o equipamento poderia ser usado no tratamento de carnes, hortaliças, condimentos, castanhas, opoterápicos, fitoterápicos, polpas de frutas, rações para animais, embalagens e outros produtos.

O modelo, construído ao longo de um ano por uma consultoria especializada, estima que a tecnologia poderia gerar um faturamento anual de R$ 261 milhões com retorno a partir de 3,9 anos. O volume mínimo de produtos irradiados em três turnos de operação seria da ordem de 270 mil toneladas.

O secretário de Coordenação de Sistemas do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, contra-almirante Marcelo da Silva Gomes, ressaltou que o uso da tecnologia nuclear vai muito além do campo da energia, podendo ser utilizada no combate à insegurança alimentar. “O Brasil é um dos poucos países que domina todo o ciclo de combustível nuclear. Temos o minério, dominamos o ciclo e dispomos de tecnologia. Temos todas as condições de ser um importante player mundial”, afirmou.

Participaram ainda do evento o chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos, Guilherme Bastos; o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Mapa, Cleber Soares; o diretor de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas do Mapa, Alexandre Barcellos; o diretor de Programas do Mapa, Luis Eduardo Rangel; o coordenador-geral de Sistemas Integrados de Produção Agrícola, Marcus Vinicius Martins; o coordenador-geral de Sanidade Animal, Jorge Caetano Junior; a coordenadora de Desenvolvimento de Cadeias Agrícolas, Lara Sousa; a superintendente federal de Agricultura em São Paulo, Andréa Moura; e o assessor técnico do Departamento de Coordenação Nuclear do GSI, Fabiano Petruceli.

Histórico

A ideia de estimular a instalação de um irradiador multipropósito para atendimento ao agro ganhou corpo em 2018, quando o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), por meio do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (CDPNB), vislumbrou o potencial da tecnologia e convidou o Mapa para participar do comitê.

Em 2019, na gestão da ministra Tereza Cristina, foi instituído um Grupo de Trabalho (GT) para conduzir o tema junto ao Mapa. Esse GT, por meio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), lançou o edital para selecionar a consultoria que poderia criar o plano de negócios. A profissional escolhida foi Patrícia Wieland, doutora em engenharia de produção pela PUC-Rio e vice-presidente do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar).

O Mapa solicitou à consultoria a entrega de quatro produtos: um levantamento sobre o mercado internacional de produtos irradiados; dois planos de marketing e divulgação da tecnologia do irradiador multipropósito (um para o setor produtivo e outro para a sociedade em geral); um relatório técnico, descritivo e detalhado sobre fatores a serem considerados para a instalação, funcionamento sustentável e viabilidade do negócio de um irradiador multipropósito, com utilização prioritária na irradiação de produtos agropecuários, em especial para frutas e hortaliças; e, por fim, o modelo de plano de negócios voltado à instalação e funcionamento sustentável de um irradiador multipropósito.

Fonte: Ascom Mapa

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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