Avicultura
Mãos que moldam seres humanos
Cooperativismo é um sistema que auxilia o produtor na produção, mas também ajuda no desenvolvimento pessoal e profissional de milhares de colaboradores
Muito se ouve sobre o cooperativismo no país. O quanto é importante e a diferença que faz na vida de milhares de pessoas. Não somente o produtor rural, mas também o colaborador que a partir da cooperativa consegue se desenvolver pessoal e profissionalmente, além de dar sustento à própria família. Somente no cooperativismo agropecuário são mais de 188 mil colaboradores no país, segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Um destes mais de 188 mil é Ozana Dalazen, que atua como supervisor de Produção Piscícola na Cooperativa Agroindustrial C. Vale, em Palotina, PR. A história do colaborador com a empresa, porém, é um pouco mais antiga. Dalazen é um dos funcionários mais antigos, trabalhando na indústria há quase 21 anos. Ele iniciou em outubro de 1997, aos 23 anos, como auxiliar de produção. “Soubemos que a C. Vale abriria uma empresa para abate de frango e que seria a mais moderna do país, todo automatizada. Quando abriu o processo eu me inscrevi, passei pela seleção e fui chamado”, lembra. Cru, Dalazen recorda que no início nem imaginava o que era uma indústria ou como era seu funcionamento.
O colaborador lembra que começou na cooperativa no dia 06 de outubro, e no dai 10 aconteceu a inauguração oficial da indústria de abate de aves. “No início sabíamos pouco sobre o funcionamento de todas as máquinas e da própria indústria. Mas, com o tempo fomos aprendendo tudo, a cultura, as regras e normas, além do modo de trabalho”, conta. Dalazen diz que sempre se esforçou para ser um bom funcionário e quando entendeu todo o processo da indústria passou a almejar mais. “Quando eu entendi como tudo funcionava, vi as diversas oportunidades que existiam na cooperativa para eu crescer”, conta.
E cada uma das oportunidades que apareceram, ele aproveitou. “Eu trabalhei e consegui minha primeira promoção. Na época tanto a C. Vale quanto nós colaboradores ainda estávamos nos estruturando, porque era tudo novo tanto para nós quanto para a cooperativa, porque ainda não existia aquela cultura da indústria, já que a cooperativa trabalhava somente com grãos e defensivos”, lembra. Porém, com o tempo todos foram se aperfeiçoando e as oportunidades sempre surgiram. Entre as funções exercidas pelo colaborador esteve auxiliar de produção, operador de máquinas e líder de processo.
“Quando a cooperativa começou a exportar, fizeram o organograma da empresa e definiram os cargos. A partir dali eu passei a ser Operador de Produção 1. Depois consegui a promoção para Coordenador, que era uma área mais ampla do processo. E então veio a oportunidade de ser Encarregado de Sessão, onde atuei por quase 11 anos”, conta. Há quatro meses, Dalazen aceitou um novo desafio, saindo do setor de aves e migrando para a piscicultura, setor que a cooperativa iniciou as atividades há aproximadamente seis meses.
Todas estas oportunidades de crescer na cooperativa é também uma política de trabalho, diz Dalazen. “Nesse ponto a C. Vale sempre deu muita chance para quem já estava dentro. O próprio pessoal do RH (Recursos Humanos) sempre diz que querem promover internamente. Eles sempre dão esta preferência para quem já está aqui”, conta.
Capacitação
Outra oportunidade que Dalazen comenta que a C. Vale sempre oferta é a de se capacitar. O colaborador conta que logo que entrou na cooperativa era bastante tímido. “Eu tinha uma vergonha imensa de conversar com as pessoas. Naquela época, jamais conseguiria dar uma entrevista como estou fazendo agora”, conta. Ele diz que uma das características da cooperativa é sempre ofertar muitos treinamentos e capacitações para os colaboradores. “Se hoje eu falo livremente com as pessoas, não sou mais tímido, foi por conta dos inúmeros treinamentos de oratória, gestão de pessoas e de processos, além de tantos outros que a cooperativa ofertou”, garante.
Dalazen informa que é tradicional da cooperativa dar estes treinamentos e desenvolver intelectual e profissionalmente os colaboradores. “Isso é muito legal. Até porque isso também contribui para que a cooperativa tenha hoje excelentes profissionais. Não somente eu, mas tantas outras pessoas que se desenvolveram graças à cooperativa”, comenta.
Outro grande incentivo dado pela C. Vale, de acordo com o colaborador, foi sobre se desenvolver e buscar outros conhecimentos. Dalazen diz que este incentivo também o animou a fazer um curso superior. “Apesar de não ter feito nada relacionado com a área em que trabalhava, a cooperativa sempre incentivou a nos aperfeiçoar”, conta. Ele ainda comenta que na época de faculdade, quando precisa de alguma dispensa, a cooperativa liberava sem grandes problemas. “Depois, quando fiz a pós-graduação – que eram todos os sábados – a C. Vale liberava, mesmo nos finais de semana que havia abate”, diz. “Na época eu já era encarregado, mesmo assim não tinha problema”, acrescenta. Dalazen reitera que em relação ao crescimento dele, a cooperativa sempre contribuiu muito.
É família
Trabalhar há tantos anos no mesmo lugar também oferece outro ponto positivo: a possibilidade de ter muito mais do que colegas de trabalho, mas verdadeiros amigos. “Fiz muitas amizades aqui. Nós da indústria somos muito próximos, e sempre tivemos uma parceria, esse espírito de amizade e família”, conta Dalazen. Ele comenta que sempre são realizados happy hours, jantares, além de haver o costume frequentar a casa uns dos outros. “Temos este sentimento de amizade verdadeira, de ser padrinho de casamento ou batizado, compadre e comadre. São pessoas com as quais criamos laços”, alegra-se.
Mais informações você encontra na edição de Aves de julho/agosto de 2018 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
