Avicultura 2º Dia do Avicultor/O Presente Rural
Manutenção dos equipamentos aviários evitam custos e potencializam produtividade
Assegurar o uso correto e a manutenção preventiva dos equipamentos da granja é primordial para evitar desperdícios e prejuízos ao produtor.
Assegurar o uso correto e a manutenção preventiva dos equipamentos da granja é primordial para evitar desperdícios e prejuízos ao produtor. Manutenção e boas práticas em equipamentos foi tema da palestra do gerente de Engenharia e representante da Associação Nacional dos Fabricantes de Equipamentos para Aves e Suínos (Anfeas), Luiz Cavagnoli, durante o 2º Dia do Avicultor O Presente Rural, evento realizado no dia 25 de agosto em formato híbrido, com alcance superior a 6,5 mil pessoas, entre participantes presenciais e aquelas que acompanharam a transmissão online e on demand.
Em relação aos sistemas de bebedouros, Cavagnoli recomenda o uso do cloro como agente sanitizante, em média entre 2 e 5 ppm, além de atenção a regulagem da pressão e da qualidade da água oferecida aos animais. “A dosagem excessiva de cloro na água pode afetar o desempenho das aves, causando problemas intestinais, além de danificar os bebedouros com a deterioração dos nipples”, alertou.
Outro problema apontado está relacionado ao desenvolvimento de biofilme na parede de tubulações, canos e superfícies em geral quando ficam expostas a alta umidade e à água com muitos nutrientes, sendo uma fonte constante de contaminação da água, com potencial de reduzir a conversão alimentar dos animais. “Os biofilmes são gerados quando se reduz a ação de produtos sanitizantes e seu crescimento causa entupimento dos nipples, restringido o acesso à água, bem como pode causar vazamentos e molhar a cama, além de alterar o pH da água, prejudicando a sanidade dos animais”, afirma Cavagnoli.
Para evitar esse cenário, o representante da Anfeas recomenda que seja ofertada água de qualidade e bem filtrada, troca de água das barras de bebedouro com frequência para que o sistema tenha uma longa vida, uso de sistema ultrassônico para prevenir a adesão de biofilmes nos tubos, redução da temperatura da água abaixo de 30ºC, limpeza periódica das linhas e nipples dos bebedouros, uso de tubos PVC totalmente opacos, uma vez que em tubos transparentes a luz do sol entra e contribui para a proliferação de microrganismos nas tubulações.
Cavagnoli também orienta que seja feito o flushing diariamente, resfriando a água para estimular o seu consumo, assim como em caso de presença de polivitamínicos, medicamentos, aditivos, sanitizantes, entre outros, a troca da água deve ser feita de forma rápida. “Ao fazer o flushing o produtor elimina possíveis bolsões de ar no tubo do bebedouro nipple, elimina partículas e resíduos que se precipitam e permanecem no fundo do tubo quadrado, que cumulativamente proporcionam o gotejamento espontâneo, além do biofilme”.
O profissional orienta que a limpeza dos bebedouros, da caixa de água e da tubulação de alimentação deve ser realizada durante o vazio sanitário, com ácido orgânico.
Já o tratamento d’água deve feito em quatro etapas para controle da quantidade de minerais, agentes químicos e pH, que envolvem clorador, acidificador filtro e sistema antígota. “Não deixar o equipamento exposto ao sol e verificar se as borrachas de vedação estão ressecadas ou danificadas é primordial para evitar vazamentos. No clorador, retirar as pastilhas de tricloro do equipamento entre os lotes sob risco de danificar o clorador e os bebedouros, em especial os diafragmas do regulador de pressão. No acidificador retirar as pastilhas do equipamento entre os lotes; limpar o filtro toda vez que perceber pelo copo transparente que ele está sujo e substituir o refil antigota a cada lote”, orienta.
Sistema de Alimentação
Na fase final de terminação, cerca de 70% a 80% do custo total de produção das aves é com alimentação. Sabendo disso, Cavagnoli diz que o produtor deve garantir a disponibilidade de ração para os animais, evitar desperdícios, eliminar trituração em pontos de desalinhamento e umidade geradas por infiltração de água.
Já a checagem do fechamento da tampa do silo, umidade interna e da verificação de presença de degraus danificados ou frouxos deve ser rotineira.
Comedouros devem estar alinhados, nivelados e na altura ideal para facilitar o acesso das aves sem desperdício e evitar atritos do helicoide com o cano.
Sistema de Climatização
Em relação às placas evaporativas, Cavagnoli diz que há setas nos painéis para orientar a correta instalação, bem como recomenda que a limpeza seja feita somente com vassoura de cerdas macias, ressaltando que não deve ser utilizado nenhum produto químico, somente água corrente. A secagem por completo dos painéis deve ser feita pelo menos uma vez a cada 24 horas de uso.
O pH da água deve estar entre seis e oito. Abaixo ou acima pode danificar o sistema. A dureza total da água deve ficar entre 80 e 150mg/l. “Não é recomendado o uso de cloro na água”, salienta.
Sistema de Ventilação
Para assegurar a correta ventilação e conforto térmico das aves, Cavagnoli orienta a verificação do motor, das correias, das polias, das pás/aletas, vibração e higienização dos exaustores de forma frequente, assim como nos inlets e no tunnel door (porta do túnel).
Sistema de Ninho
No sistema de ninho, Cavagnoli ressalta a importância de promover o esticamento das esteiras caso estejam frouxas ou com os roletes tensionadores próximos do limite, principalmente nos primeiros meses de operação das esteiras. Observar se os sistemas de expulsão (abertura/fechamento) dos ninhos estão alinhados, caso contrário, ajustar regulando os micros de fim de curso do sistema de expulsão, realizar a troca de óleo dos redutores conforme especificado no manual e pelo menos uma vez ao ano observar os níveis de óleo dos redutores das mesas e do sistema de expulsão. “A bandeja de limpeza da mesa de coleta deve ser limpa todos os dias, enquanto na escova de limpeza situada na estação de retorno, onde ocorre acúmulo de penas, recomenda-se a limpeza mensal. Tapetes dos módulos de postura devem ser desinfetados frequentemente, conforme orientação das integradoras”.
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Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas
Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.
O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.
Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.
Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.
Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.
O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.
Destaques
A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.
O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.
De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.
“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.
Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.
“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.
Metodologia
A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.
Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.
Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.
Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.
Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.
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Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024
Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.
Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.
A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.
Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.
Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.
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Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos
Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.
Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.
De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.
Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.
Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.
E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.
Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.