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Bovinos / Grãos / Máquinas

Manqueira aumenta após o verão e no início da lactação

Perdas econômicas devido às lesões nos cascos envolvem produção de leite, reprodução, maior descarte e custos com tratamento

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Artigo escrito por Rogério Isler, médico-veterinário dedicado a ruminantes

Os problemas de cascos estão entre as principais causas que levam as vacas a deixar os rebanhos leiteiros. Junto a falhas reprodutivas, mastite e baixa produção de leite, representam mais de 90% dos descartes involuntários e mortes. Muitos destes problemas são consequências de lesões nos cascos nas fases iniciais da lactação.

As perdas econômicas devido às lesões nos cascos envolvem perdas em produção de leite, reprodução, maior descarte e custos com tratamento. Pesquisas mostram que as perdas associadas a manqueira são em torno de R$ 850 por caso, sendo que as perdas por lesões infecciosas são menores, em torno de R$ 250, e o das lesões não infecciosas chegam próximo de R$ 1.250.

A incidência de lesões não infecciosas aumenta significativamente dois a três meses após o pico de estresse térmico, quando as vacas passam mais tempo em pé, na tentativa de dissipar calor.

O córion é a área irrigada responsável pela nutrição e formação das células que vão formar o tecido córneo do casco. A pressão exercida sobre o córion, quando a vaca está em pé, prejudica a irrigação, impedindo a formação de um casco de boa qualidade. Por isso o casqueamento funcional antes do verão permite melhor distribuição do peso do animal entre as unhas, reduzindo o índice de lesões. O conforto das instalações e o sistema de resfriamento das vacas permite que as vacas deitem mais, minimizando o tempo em pé.

Das lesões infecciosas, a dermatite digital, também chamada de verruga de casco ou mortellaro, tem tirado o sono do produtor de leite. Além dos prejuízos no rebanho, a doença tem rápida disseminação pela contaminação do ambiente e a dificuldade de controle devido a mutação da bactéria que causa a doença. Cuidados com a limpeza dos currais e um bom programa de pedilúvio ajudam a reduzir a contaminação do ambiente.

A queda na imunidade da vaca no periparto é outro fator que aumenta a incidência de lesões podais. Com a imunidade deprimida, as vacas pré – e pós- parto são mais suscetíveis à infecção, por isso há maior incidência de lesões infecciosas no início da lactação, quando todos os esforços são dedicados para se conseguir maior pico de produção de leite, para melhor lactação e mais rápido retorno às atividades reprodutivas. Portanto, cuidados na nutrição das vacas pré – e pós-parto -, fornecendo uma dieta específica para cada uma destas fases, com atenção à nutrição mineral e vitamínica, são importantes para a saúde e produtividade do rebanho.

Embora sejam necessários em pequenas quantidades, os microminerais são importantes elementos da nutrição. Eles fazem parte da composição e mantém o funcionamento do organismo animal.

O zinco participa na ativação de mais de 300 enzimas. Também participa no metabolismo de carboidratos e energia, na síntese de proteínas e é fundamental para a produção do tecido epitelial e do processo de queratinização do casco, além de desempenhar um papel importante na resposta imunológica do animal. O efeito do zinco sobre a manqueira em bovinos está normalmente relacionado à cicatrização de ferida, ao reparo do tecido epitelial, à dureza do casco e à manutenção da integridade celular.

O cobre é constituinte e participa da ativação de uma série de enzimas, é componente importante do sistema imunológico e essencial para um casco saudável. A deficiência de cobre pode interferir na síntese de queratina, inibindo o desenvolvimento do tecido córneo.

O manganês, por sua vez, é importante no processo de cicatrização de feridas, formação do colágeno e elastina, presentes nas lâminas do casco, articulações e ligamentos.

Com relação ao cobalto, ele participa da síntese da vitamina B12 pelos microrganismos do rúmen. A vitamina B12 é importante para o metabolismo do propionato.

Selênio é componente da glutationa peroxidase, que previne a formação de radicais livres que danificam as células. Participa no metabolismo do hormônio da tireóide e tem papel importante no sistema imunológico.

O cromo é potencializa a ação da insulina, aumentando a captação de glicose e aminoácidos pelas células.

A inclusão dos minerais complexados com aminoácidos zinco, manganês, cobre, cromo e selênio e cobalto glucoheptonato proporcionam melhor resultado na produção de leite, com menor contagem de células somáticas (CCS), menos dias em aberto, maior índice de prenhez e menor incidência de problemas de cascos.

Pesquisas têm demonstrado que quantidades superiores de alguns microminerais apresentam grandes resultados, melhorando o desempenho animal. Por esta razão afirmamos que requerimento é a quantidade necessária para a manutenção, crescimento, lactação e gestação. Por outro lado, recomendações são as quantidades validadas pelas pesquisas que comprovam que a suplementação aumenta o desempenho ou melhora a saúde do animal.

Para montar um programa de monitoramento da saúde de casco, a adoção do escore de locomoção é fundamental para a identificação prévia de problemas, antes que eles se tornem graves, dolorosos e tragam grandes prejuízos para o rebanho.

 

Mais informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de março/abril de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Primeiro trimestre de 2024 se encerra com estabilidade nos custos

Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

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O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável de fevereiro para março, considerando-se a “média Brasil” (bacias leiteiras de Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com uma leve retração no custo, de 0,3%. Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Dessa forma, os custos com o arraçoamento do rebanho acumulam queda de 1,8%. Sendo este o principal componente dos custos de produção da pecuária leiteira, reforça-se que a compra estratégica dos mesmos pode favorecer o produtor em períodos adversos.

No mercado de medicamentos, o grupo dos antimastíticos foi o que apresentou maiores elevações em seus preços, sobretudo em MG (1,2%) – este movimento pode ter sido impulsionado por chuvas intensas em algumas regiões do estado ao longo do mês.

Por outro lado, produtos para controle parasitário registraram leves recuos, enquanto vacinas e antibióticos ficaram praticamente estáveis. Tendo em vista o preparo para o plantio das culturas de inverno nesta época do ano, foi possível observar valorização de 7,4% das sementes forrageiras na “média Brasil”, com os avanços chegando a ficar acima de 10% no Sul do País.

Tal atividade também impacta diretamente o mercado de fertilizantes, que registou recuperação de 0,3% na “média Brasil”. Por outro lado, o mercado de defensivos agrícolas apresentou queda de 0,4%, a qual foi associada ao prolongamento das chuvas em algumas regiões, o que reduz, por sua vez, a demanda por tais insumos.

De maneira geral, a estabilidade nos preços dos principais insumos utilizados e a elevação do preço do leite pago ao produtor contribuíram para a diluição dos custos da atividade leiteira no período, favorecendo a margem do produtor.

Cálculos do Cepea em parceria com a CNA, tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro, apontam elevações de 4% na receita total e de 30% na margem bruta (o equivalente a 9 centavos por litro de leite), considerando-se a “média Brasil”.

Relação de troca

Em fevereiro, a combinação entre valorização do leite e a queda no preço do milho seguiu favorecendo o poder de compra do pecuarista leiteiro. Assim, o produtor precisou de 28 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do grão – o resultado vem se aproximando da média dos últimos 12 meses, de 27 litros/saca.

Fonte: Por Victoria Paschoal e Sérgio Lima, do Cepea
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Menor oferta de matéria-prima mantém preços dos derivados em alta

Cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

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Foto: Rubens Neiva

Impulsionados pela menor oferta no campo, os preços do negociados no atacado de São Paulo subiram pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com pesquisas diárias do Cepea, realizadas em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB ), as cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

Já em relação ao mesmo período do ano passado, verificam-se desvalorizações reais de 9,37% para o UHT e de 8,53% para a muçarela (valores deflacionados pelo IPCA de março).

O leite em pó fracionado (400g), também negociado no atacado de São Paulo, teve média de R$ 28,49/kg em março, aumento de 0,99% no comparativo mensal e de 9,6% no anual, em termos reais.

A capacidade do consumidor em absorver altas ainda está fragilizada, e o momento é delicado para a indústria, que tem dificuldades em repassar a valorização da matéria-prima à ponta final.

Agentes de mercado consultados pelo Cepea relatam que as vendas nas gôndolas estão desaquecidas e que, por conta da baixa demanda, pode haver estabilidade de preços no próximo mês.

Abril

As cotações dos derivados lácteos seguiram em alta na primeira quinzena de abril no atacado paulista.

O valor médio do UHT foi de R$ 4,21/litro, aumento de 1,99% frente ao de março, e o da muçarela subiu 0,72%, passando para R$ 28,87/kg.

O leite em pó, por outro lado, registrou queda de 2,04%, fechando a quinzena à média de R$ 27,91/

Colaboradores do Cepea afirmaram que os estoques estão estáveis, sem maiores produções devido às dificuldades de escoamento dos produtos

Fonte: Por Ana Paula Negri e Marina Donatti, do Cepea.
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Preço ao produtor avança, mas dificuldade em repassar altas ao consumidor preocupa

Movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo.

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Foto: JM Alvarenga

O preço do leite captado em fevereiro registrou a quarta alta mensal consecutiva e chegou a R$ 2,2347/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Em termos reais, houve alta de 3,8% frente a janeiro, mas queda de 21,6% em relação a fevereiro de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA). Pesquisas em andamento do Cepea apontam que o leite cru captado em março deve seguir valorizado, com a Média Brasil podendo registrar avanço em torno de 4%.

Fonte: Cepea/Esalq/USP

O movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,35% de janeiro para fevereiro, acumulando baixa de 5,2% no primeiro bimestre deste ano. Nesse contexto, laticínios e cooperativas ainda disputam fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A limitação da produção se explica pela combinação do clima (seca e calor) com a retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira. Porém, a elevação da receita e a estabilidade dos custos neste primeiro trimestre têm contribuído para melhorar o poder de compra do pecuarista frente aos insumos mais importantes da atividade.

A pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA, estima que a margem bruta se elevou em 30% na “média Brasil” nesse primeiro trimestre. Apesar da expectativa de alta para o preço do leite captado em março, agentes consultados pelo Cepea relatam preocupações em relação ao mercado, à medida que encontram dificuldades em realizar o repasse da valorização no campo para a venda dos lácteos.

Com a matéria-prima mais cara, os preços dos lácteos no atacado paulista seguiram avançando em março. Porém, as variações observadas na negociação das indústrias com os canais de distribuição são menores do que as registradas no campo.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para os agentes do mercado. Os dados da Secex mostram que as compras externas de lácteos em março caíram 3,3% em relação a fevereiro – porém, esse volume ainda é 14,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Fonte: Por Natália Grigol, do Cepea.
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