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Manejo biológico: uma alternativa sustentável e eficiente no campo
Técnica sustentável reduz uso de químicos, preserva o meio ambiente e fortalece a agricultura orgânica.
O manejo biológico tem ganhado espaço no agronegócio como uma solução segura e sustentável para o controle de pragas e doenças nas plantações. A técnica utiliza agentes biológicos, como fungos, bactérias e vírus encontrados naturalmente no meio ambiente, para manter o equilíbrio das lavouras.
Por dispensar produtos químicos, o manejo biológico não deixa resíduos nos alimentos nem contamina o meio ambiente. “É uma alternativa mais segura, pois evita a seleção de superpragas resistentes e promove uma agricultura mais sustentável”, destaca o professor de Ciências Agrárias na Faculdade Una Jataí, Jorge Ferreira.
A técnica também reduz custos de produção e contribui para a regeneração da biodiversidade do solo, fortalecendo o agroecossistema e incentivando a produção orgânica.
No entanto, o uso de produtos biológicos exige planejamento e paciência, já que seus efeitos são percebidos a médio e longo prazo. O professor explica que “a aplicação deve seguir o mesmo calendário dos produtos químicos para garantir o controle contínuo das pragas, mas nunca misturados no mesmo tanque, pois isso pode comprometer a eficiência de ambos os produtos”.
Segundo dados da Embrapa, o mercado brasileiro de biopesticidas apresentou crescimento anual de 45% nos últimos cinco anos, em comparação com os 6% do mercado de agrotóxicos. Em 2022, cerca de 70 milhões de hectares no Brasil já foram tratados com controle biológico. Esse avanço é resultado da praticidade e do custo-benefício da aplicação.
Para produtores que desejam migrar do manejo químico para o biológico, a substituição deve ser gradual. “A mudança exige cautela para evitar o aumento das populações de pragas e doenças nas lavouras”, alerta Jorge, ressaltando que o ideal é contar com a orientação de profissionais do setor agrícola para garantir uma transição segura e eficiente.
Com o crescimento expressivo do uso de bioprodutos, o manejo biológico se consolida como uma solução viável para promover uma agricultura mais equilibrada, saudável e alinhada com as demandas de sustentabilidade.
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Universo Pecuária destaca produção sustentável
Evento segue até domingo (03), no município gaúcho de Lavras do Sul.
O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul, Clair Kuhn, participou na última terça-feira (29) da abertura oficial da 2ª edição do Universo Pecuária. A feira, voltada para a pecuária sustentável, acontece a cada dois anos no município de Lavras do Sul (RS). No evento, Kuhn representou o governador Eduardo Leite ao lado da secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann.
O Universo Pecuária é uma realização do Sindicato Rural de Lavras do Sul e acontece a cada dois anos, tendo a sua primeira edição no ano de 2022. A feira busca discutir soluções para a produção sustentável, fomenta práticas de manejo responsáveis e inovadoras que diminuam os impactos ambientais, promovam o bem-estar animal, e preservem a biodiversidade e os ecossistemas.
Kuhn, que ressaltou a orientação do governador pela atuação conjunta entre as pastas para o desenvolvimento da pecuária e da agricultura gaúcha. “Hoje precisamos de validação científica sobre os dados que produzimos na pecuária para que possamos agregar ainda mais valor aos nossos produtos. Na Seapi, temos investido em equipamentos e aparelhos que vão qualificar esse trabalho. A agropecuária, assim como diversos outros setores, avançaram ao longo dos anos e agora é o momento de usarmos a tecnologia e a aplicação da ciência a nosso favor”, ressaltou.
A secretária da Sema foi uma das palestrantes do evento que tratou sobre pecuária e carbono. Com a palestra Neutralidade Climática do RS, Marjorie apresentou os compromissos assumidos pelo governo de neutralizar as emissões de carbono até 2050 e os caminhos projetados para o atingimento dessa meta.
Majorie também reforçou o constante compromisso do governo gaúcho com o bioma Pampa e apresentou as inúmeras ações de preservação e de uso sustentável já em andamento, como o Campos do Sul, o Programa Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa (Proveg RS) e o Plano de Ação Territorial, que prevê a proteção de espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção.
“O governo está novamente no Universo Pecuária, evento que ocorre no bioma Pampa, para reforçar neste palco tudo o que está em andamento na Sema com foco no uso sustentável do Pampa. Em 2020 o governador Eduardo Leite sancionou o Código Estadual do Meio Ambiente, que de forma inédita no Estado previu o Pampa como bioma, e nós seguiremos avançando nas políticas públicas de conservação”, afirmou Marjorie.
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Complexo de enfezamentos do milho: impacto na qualidade dos grãos
Plantas sintomáticas para o Complexo de Enfezamentos do Milho, de diferentes híbridos, produzem grãos com menor teor de amido.
O grão de milho é importante para a nutrição humana e animal, uma vez que é um dos principais insumos energéticos utilizados na alimentação de bovinos, suínos e aves. Entre os fatores que podem impactar na produtividade desta cultura e, consequentemente, sua lucratividade, está a ocorrência de doenças como o Complexo de Enfezamentos do Milho (CEM), transmitido pela cigarrinha Dalbulus maidis.
Atualmente, cultivares de milho com diferentes níveis de tolerância aos enfezamentos estão disponíveis no mercado. E vários prejuízos relacionados ao complexo já estão parcialmente elucidados, como a produção de múltiplas espigas com má formação, menor número de grãos por espiga e menor produtividade. Porém as informações sobre a qualidade dos grãos produzidos em plantas doentes e como a composição deles é afetada, ainda são escassas.
Neste sentido, pesquisadores do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade Cesumar (Iceti-UniCesumar), do Campus Maringá, têm verificado, em resultados preliminares, que plantas sintomáticas para o CEM, de diferentes híbridos, produzem grãos com menor teor de amido, e que esta redução varia de 6% a 38%, dependendo da severidade dos sintomas. Ou seja, mesmo híbridos tolerantes ao CEM apresentaram redução no teor de amido dos grãos, porém de forma menos intensa do que em híbridos susceptíveis. Contudo, os pesquisadores não verificaram variações significativas nos teores de proteínas e de lipídios totais dos grãos.
Estes resultados reforçam a importância do manejo adequado da cultura, visando a redução dos danos ocasionados pelos patógenos do CEM, que deve abranger não só a escolha de híbridos tolerantes, mas também a eliminação de plantas voluntárias de milho (tiguera) e o controle biológico e químico do inseto vetor, desde a emergência da cultura.
Esse estudo faz parte da Rede Complexo de Enfezamento do Milho (Rede CEM), formada por universidades estaduais, cooperativas, centros de pesquisa e instituições de governo, que está fomentando iniciativas de manejo e controle da praga. Sua coordenação cabe à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), com apoio do Sistema FAEP e Fundação Araucária.
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Paranaense assume presidência de Comissão Nacional de Mulheres do Agro
Simone Carvalho de Paula, de Rondon, também é coordenadora da Comissão Estadual de Mulheres da Faep.
A produtora rural Simone Carvalho de Paula está no comando da Comissão Nacional das Mulheres do Agro, vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Desde julho, ela preside, de forma interina, a comissão nacional, depois que a presidente do colegiado, Stéphanie Ferreira, pediu licença temporária por conta da maternidade. Com propriedade no município de Rondon, região Noroeste do Paraná, Simone também é uma das 16 coordenadoras da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP (CEMF).
“É um desafio, mas também uma satisfação. A gente sempre almejou que essa transformação que vimos acontecer no Paraná atingisse o nível nacional”, destaca a dirigente, referindo-se ao impacto que a CEMF e as comissões locais de mulheres, formadas junto aos sindicatos rurais do Paraná, estão trazendo para o meio rural.
Desde a criação da CEMF, em 2021, é possível elencar diversas iniciativas que vêm trazendo benefícios para o setor agropecuário estadual, como a reativação de sindicatos rurais e mesmo a abertura de novas entidades para o fortalecimento do sistema sindical rural.
“A transformação é feita dentro e fora da porteira. Dentro, são a gestão e as mudanças que conseguimos trazer para a propriedade. Fora, envolve o fortalecimento dos sindicatos rurais”, explica Simone. Essa percepção vai ao encontro do trabalho da comissão nacional, que busca valorizar, encorajar e preparar as mulheres do meio rural para ampliar o protagonismo feminino dentro do sistema sindical.
Pioneirismo da CEMF
A CEMF foi uma das primeiras a serem formalizadas no país, se transformando em referência nacional. “Por onde eu vou, percebo que nos tornamos inspiração para os outros Estados por conta dessa forma diferenciada como trabalhamos o agro”, avalia.
Segundo Simone, a rotina mudou desde que assumiu a presidência interina da Comissão Nacional de Mulheres do Agro. “Mudanças para o bem, porque participamos de muitos eventos pelo país”, ressalta Simone. “Eu também trabalho na propriedade, coloco a mão na massa. Felizmente meu marido e o meu filho entenderam esse momento. Eles foram aqueles que mais apoiaram para que eu participasse da comissão, pois sabem que o nosso intuito é o fortalecimento do agro”, revela a produtora.
Dentre as missões no cargo de presidente interina está o desafio de criar comissões em todos os Estados. “Praticamente concluímos isso. Faltam apenas alguns Estados formalizarem, mas já estão a caminho”, conta Simone, que destaca a intensa troca de experiências proporcionadas pelo contato com mulheres de todo Brasil.