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Manejo ambiental reduz estresse por calor em vacas

A elevação da temperatura corporal tem efeitos negativos que serão sentidos tanto pelo rebanho como pelos produtores. As vacas produzirão menos leite, enfrentarão problemas de fertilidade, ficarão mais suscetíveis a doenças e, nos casos mais extremos, poderão até morrer.

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Arquivo/OP Rural

O estresse por calor é um grande desafio enfrentado pela cadeia leiteira em todo o mundo. A doutora em Biologia Animal, Grazyne Tresoldi, encerrou a programação do 10° Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL), em novembro do ano passado, debatendo estratégias de manejo ambiental com foco na mitigação desse problema.

Palestra de Grazyne Tresoldi encerrou a programação do 10° Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite. – Foto: Divulgação/Nucleovet

A elevação da temperatura corporal tem efeitos negativos que serão sentidos tanto pelo rebanho como pelos produtores. As vacas produzirão menos leite, enfrentarão problemas de fertilidade, ficarão mais suscetíveis a doenças e, nos casos mais extremos, poderão até morrer. “O impacto ainda vai se estender às bezerras nascidas de vacas expostas a altas temperaturas, que irão demonstrar as mesmas complicações pelo menos até a primeira lactação”.

Os estudos apontados pela especialista sugerem que a observação direta dos animais é a forma mais eficaz de determinar estratégias para reduzir o calor. “O estresse é provocado pelo acúmulo interno de calor e as vacas nos darão indícios de que estão lidando com uma temperatura excessiva, por isso o produtor precisa saber avaliar os animais, especialmente no verão”.

Comportamentos como o aumento da taxa respiratória e da sudorese, a busca por sombra, salivação e redução do consumo de alimentos são alguns dos sinais de alerta. O monitoramento da temperatura corporal nos dias mais quentes é essencial para identificar o foco do problema. “Em um dos trabalhos feitos pelo nosso grupo descobrimos que se a temperatura for aferida poucas vezes ao dia, não conseguimos determinar o que realmente está acontecendo. A temperatura precisa ser aferida uma vez a cada duas horas para termos dados mais concretos”.

Para mitigar o excesso de calor, entre as principais medidas a serem adotadas estão o uso de aspersores, prover água e sombra adequadas. “Nossos estudos mostram que as vacas têm um tipo de inteligência e que elas irão buscar formas de prevenir o calor quando tiverem chance”, ressaltou.

Segundo Grazyne, as vacas são altamente motivadas a buscar áreas de sombra e usam essa como principal estratégia para aliviar os efeitos das altas temperaturas. Por isso, é indispensável ofertar sombras nas áreas de descanso e comedouro, onde os aspersores costumam estar disponíveis. “Também é válido usar estruturas que bloqueiem a maior parte dos raios solares e garantir sombra de qualidade. Quanto maior a sombra ofertada, mais confortável ficará o rebanho”.

O consumo de água fresca é outro elemento preponderante e que aumenta sensivelmente quando faz calor. “As vacas precisam que a água seja limpa e fresca nesses dias, disponível de forma abundante, isso porque a falta do líquido gera competição entre os animais, comprometendo a hidratação”. Nesse caso, a dica é distribuir água em pontos variados, bem como deixar livre a área ao redor dos bebedouros para facilitar o acesso.

Ainda é fundamental recorrer ao uso de aspersores para evitar o aumento da temperatura corporal. “As vacas que utilizaram aspersores foram mais capazes de prevenir o estresse térmico do que aquelas que só tiveram acesso à sombra”, afirmou a palestrante. Como a sombra atrai o rebanho, esses aparelhos devem ser colocados nessas áreas para maximizar o resfriamento. No cocho, os ventiladores devem sempre acompanhar os aspersores. O fluxo de água também deve ser considerado. Quanto maior o fluxo, mais eficazes são as chances de reduzir calor.

“Em nossos estudos, concluímos que a observação direta é a melhor forma de precisar como as vacas estão lidando com as altas temperaturas. Avaliar medidas fisiológicas e comportamentais vão ajudar nesse objetivo. Lembrando que sombra e água fresca têm que ser prioridade, assim como o manejo dos aspersores”, reforçou.

O 10° Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite foi promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e transmitido virtualmente a partir de Chapecó, SC. Paralelamente ao evento, foi realizada a 5ª Brasil Sul Milk Fair virtual.

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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