Suínos
Manejo ainda é melhor arma contra a PCV3, sugere estudioso
Fábio Vannucci, falou especificadamente sobre a PCV3 e quais são as novidades descobertas pela academia sobre a doença

O circovírus suíno é uma doença que merece total atenção do suinocultor. Entender ela faz toda a diferença para tomar as ações corretas no seu enfrentamento. Durante o 13° Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui), que aconteceu pela primeira vez de forma totalmente online, o professor da Universidade de Minnesota, EUA, Fábio Vannucci, falou especificadamente sobre a PCV3 e quais são as novidades descobertas pela academia sobre a doença.
Segundo o profissional, a primeira coisa que deve ser compreendida é que a PCV3 não é uma variante da PCV2. “É uma nova espécie que também tem a característica de DNA circular da mesma família da PCV2. São duas proteínas rep e outra capsídeo”, explica. Com relação às diferenças entre os vírus, Vannucci explica que a proteína cap tem uma importância maior do que o rep no sentido de que a primeira faz parte da região externa do vírus e tem importância mais significativa.
Ele ainda fala sobre as diferenças entre a PCV1, 2 e 3. “O PCV1 não é patogênico. Já o 2 é patogênico para suínos. Mesmo sendo próximos comparado com o 3 a diferença patogênica entre o 1 e 2 é grande, o que significa que as diferenças patogênicas entre 2 e 3 também são grandes e significativas. Além disso, as diferenças entre animais protegidos pelo 2 e 3 também vai ser diferentes. Animais protegidos para o PCV2 provavelmente não estarão protegidos para a 3 visto que casos de PCV3 ocorrem na maioria das vezes em granjas que já estão vacinadas para a PCV”, comenta.
O profissional comenta que quando se considera somente o capsídeo percebe-se que a PCV1 e 2 tem aproximadamente 68% o que é a diferença mais alta que a 2 e 3 e a patogenicidade é mais significativa. “Isso somente para confirmar e dar mais argumento no sentindo de que animais vacinados para a PCV2 muito provavelmente não estão protegidos da PCV3”, explica.
Vannucci explica que a distribuição da PCV3 é a nível mundial. “Está descrito em vários países. No Brasil, por exemplo foi datado da década de 1960 pela primeira vez”, comenta. Além disso, a doença pode dar positivo em todas as idades, com diferentes intensidades e frequência. “A doença está presente em todo mundo em diferentes fases de produção”, diz.
Um dos sintomas que pode ser identificado como sendo o PCV3 são falhas reprodutivas. “Muito provavelmente não são característicos sinais de aborto, mas de leitões mumificados. Além disso, há redução da taxa de parto e retorno ao cio”, comenta. Algo que foi visto no Brasil, de acordo com o professor, foram leitões dumbo. “Com as orelhas maiores que o normal e voltadas para a região da cauda do animal”, conta. O profissional ainda comenta ser importante o produtor observar e investigar se há histórico recente de falhas reprodutivas.
Segundo Vannucci, é importante que haja qualidade nas amostras coletadas para investigação e confirmação da PCV3. Além disso, algo importante a ser entendido pelo setor é que a doença não possui uma vacina comercial. “Existem tecnologias de vacina RNA na tentativa de minimizar os impactos da doença. Mas existem também estratégias de manejo básico que podem ser adotados para evitá-la”, diz.
O professor reitera que é importante entender que a PCV3 não é uma variante da PCV2, mas sim uma espécie nova. “Qual a chance de uma grande ser positiva para PCV3? A mesma chance que tem para a PCV2”, comenta. “Não tem ainda como controlar a doença. Mas existem medidas paliativas que têm sido utilizadas com sucessos variados”, afirma
Professor da Universidade de Minnesota, EUA, Fábio Vannucci: “A doença está presente em todo mundo em diferentes fases de produção”

Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



