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Mais que um selo, ESG representa um compromisso real com a sustentabilidade

Essa certificação é uma forma de avaliar o desempenho de uma empresa em relação a questões ambientais, sociais e de governança

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Foto: Arquivo/OP Rural

Sustentabilidade e mudança climática são fatores considerados fundamentais para aproveitar oportunidades e gerenciar riscos nos mercados de capitais globais. Neste contexto, as empresas que estão se adequando e assumindo o compromisso de serem socialmente responsáveis têm se destacado em seus segmentos de atuação e estão na vanguarda de um novo posicionamento global que visa, acima de qualquer negócio, a preservação e conservação da vida no planeta.

A certificação ESG é uma forma de avaliar o desempenho de uma empresa em relação a questões ambientais, sociais e de governança. Essa certificação visa medir o impacto que as atividades de uma empresa têm na sociedade e no meio ambiente, além de avaliar a forma como a instituição é gerida e governada. O objetivo final é incentivar as empresas a adotar práticas mais sustentáveis e éticas em suas operações.

As companhias que obtêm a certificação ESG podem se beneficiar de várias maneiras. Por exemplo, podem atrair investidores que valorizam negócios socialmente responsáveis e que buscam investir em empresas que se preocupam com o meio ambiente. Além disso, a certificação ESG pode melhorar a reputação da empresa e ajudar a construir uma relação de confiança com seus clientes e stakeholders.

Diretor de Certificação da startup Ecogest, Anderson Nascimento – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

O diretor de Certificação da startup Ecogest, Anderson Nascimento, diz que a certificação ESG não é apenas uma ‘etiqueta’ ou um selo para ser exibido pela organização, ela representa um compromisso real com a sustentabilidade e a responsabilidade social, e é importante que as empresas que buscam essa certificação façam um esforço genuíno para melhorar seu desempenho nessas áreas.

Existem várias agências de classificação que oferecem a certificação ESG, cada uma com seus próprios critérios de avaliação. Conforme Nascimento, no Brasil existe uma normativa de ESG com conceitos, diretrizes e modelo de avaliação e direcionamento das organizações, denominada PR 2030:2022, que não é uma norma de certificação, mas uma prática recomendada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Neste contexto, surgem as instituições focadas em programas de certificação nas áreas de sustentabilidade, ESG e o desenvolvimento de novos programas de certificação como de Verificação de Inventários de Emissões (ou remoções de emissões) de Gases de Efeito Estufa (GEE), que devem ser acreditadas pelo Inmetro. “Quando falamos em ESG é preciso que se pense em resiliência, em oportunidade de as empresas estarem mais fortes para conseguir, inclusive, aporte de investimento”, enfatiza Nascimento.

Tripé do ESG

Amparada em três vertentes, o ambiente contempla práticas preservacionistas, conservacionistas e de resiliência que objetivam a manutenção ou a regeneração dos ecossistemas naturais como provedores de insumos das organizações, para a sociedade e para as próximas gerações. “Na esfera ambiental são avaliadas mudanças climáticas, recursos hídricos, biodiversidade e serviços ecossistêmicos, economia circular e gestão de resíduos, além de gestão ambiental e prevenção da poluição”, enquanto que o eixo social abrange as interrelações com a comunidade, colaboradores, parceiros de negócios, entre outros, das organizações, objetivando benefícios como equidade, diversidade, inclusão, relações éticas, desenvolvimento regional, direitos humanos, etc. “Este está amparado no diálogo social, desenvolvimento territorial e responsabilidade social na cadeia de valor”, salienta.

E a governança é a adoção de práticas, procedimentos, controles, códigos ou sistemas para governar as tomadas de decisões organizacionais de modo eficaz quanto ao cumprimento das legislações, postura ética, controles anticorrupção, de integridade, compliance e proteção de dados. “Este eixo trata da conduta empresarial”, pontua Nascimento.

Oportunidades e demandas ESG para o agro

Diretor técnico do PTI-BR, Rafael Deitos – Foto: Divulgação/PTI

“Não são apenas três letrinhas, há um modelo de negócio por trás que faz sentido ser ESG”, frisa o diretor técnico do PTI-BR, Rafael Deitos. “Um negócio, dentro das boas práticas ESG, precisa atender as necessidades e exigências dos seus clientes, além de ter o olhar voltado para os investidores e patrocinadores”, explicou Deitos.

O agro possui um cenário favorável para, a partir das boas práticas ESG, atender essas oportunidades, diminuir os riscos identificados e, ainda, alcançar boas referências para o setor. Podendo, também, ajudar na retenção e satisfação dos colaboradores, atuar na inserção social no campo e no aumento de receita com redução de custos. “Além das possibilidades de acesso à linhas de investimentos exclusivas para o tema e com taxas de juros bastante atrativas”, afirma.

Como implementar

Para implementar essas práticas, o diretor explica que o primeiro passo para obtenção de um selo ESG é o diagnóstico da empresa, uma vez que é preciso saber em qual etapa da implantação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a organização se encontra antes de planejar os próximos movimentos. A partir de então se traça um plano para que seja feito o necessário para garantir o desenvolvimento sustentável com base no tripé ESG, incluindo ter uma visão sistêmica, identificação de oportunidades, fomento à maturidade do negócio e ações de comunicação estratégica. “Quando estes três aspectos forem efetivamente abordados, a empresa estará pronta para receber seu selo ESG. A partir daí, passa a contar com toda a credibilidade de possuir uma certificação, ganhando a confiança do mercado”, evidencia.

Fonte: O Presente Rural

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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