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Bovinos / Grãos / Máquinas Nutrição

Mais digestibilidade de gordura e maior desempenho para vacas leiteiras

Como estratégia para reduzir efeitos negativos, adensamento energético das dietas fornecidas às vacas no terço inicial de lactação com utilização de lipídeos é alternativa

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Djonetan Machado, zootecnista, mestrando, e Leandro Greco, PhD – Kemin do Brasil

O incremento na produção de leite por vaca dia ocasiona em uma maior demanda energética por parte dos animais, uma vaca produzindo 45 kg de leite no pico de lactação necessita de aproximadamente 4,6 vezes mais energia para produção de leite do que a necessária para sua manutenção. Essa situação se agrava no terço inicial da lactação, quando o aumento na produção de leite não é acompanhado pela ingestão de matéria seca, acarretando em um balanço energético negativo, evidenciado pela queda no escore de condição corporal.

Como estratégia para reduzir esses efeitos negativos, o adensamento energético das dietas fornecidas às vacas no terço inicial de lactação com a utilização de lipídeos é uma alternativa bastante explorada, principalmente no que diz respeito ao uso das chamadas gorduras protegidas. Recentes revisões de trabalhos indicam que a incorporação de gordura na dieta de vacas a níveis de 1,5% da matéria seca, implica em um aumento na produção de leite em mais de 2 kg sem diminuição no consumo de matéria seca, fato que possibilita concluir que a adição de gordura aumenta a eficiência produtiva.

Entretanto, a utilização de gorduras na dieta, dependendo da fonte, pode ocasionar respostas negativas em termos de fermentação ruminal e somado a isso a digestibilidade dessas fontes no intestino normalmente fica na casa dos 78%. Neste sentido, diversas pesquisas vêm sendo desenvolvidas com intuito de encontrar métodos que possibilitem a maior inclusão de lipídeos nas dietas e que possibilitem incrementos na digestibilidade intestinal, sem alterar negativamente os parâmetros de fermentação do rúmen, com maior eficiência produtiva.

Uma das alternativas utilizadas para contornar os efeitos negativos da suplementação com gordura é a utilização de sais de cálcio, que são produzidos a partir da hidrólise de diferentes óleos vegetais e posterior associação com o cálcio, comumente chamado de gordura protegida, que permite que passem de maneira inerte pelo rúmen. Apesar dessa recomendação geral, o grau de dissociação destes sais é variável em função da fonte utilizada, quanto maior o número de insaturações, menor a estabilidade.

Trabalhos realizados na Esalq/USP registraram valores superiores para produção de leite e digestibilidade aparente da matéria seca nas vacas que receberam sais de cálcio de ácidos graxos do óleo de palma (SCOP) em comparação aos sais de cálcio com ácidos graxos com óleo de soja (SCOS). Os resultados podem ser explicados pelo fato de que os SCOS possuem grande quantidade de ácidos graxos insaturados, que em pH 6,0 encontram-se com 58% de dissociação, ou seja mais livres no rúmen. Dessa maneira, como esse valor de pH é comumente encontrado no rúmen imediatamente após a alimentação com concentrados, uma boa parte dos SCOS estão dissociados, acarretando em prejuízos no desempenho das vacas. Entretanto, os SCOP apresentam em sua constituição uma maior proporção de ácidos graxos saturados, denotando cerca de 20% de dissociação em pH 6,0, garantindo, dessa forma, maior estabilidade no rúmen.

Com o objetivo de potencializar os efeitos positivos dos lipídeos na dieta de vacas leiteiras, mais recentemente tem sido estudado o uso de emulsificantes na alimentação de ruminantes, dentre eles a lisolecitina.

A importância da utilização de lisolecitina na dieta de animais está pautada no fato de que, para que ocorra a absorção de ácidos graxos provenientes da dieta, pelo animal, é necessária a formação de micelas. Como a lisolecitina possui uma grande capacidade emulsificante, formando juntamente com os ácidos graxos, a estrutura micelar, permitindo assim absorção de ácidos graxos pelas células do epitélio intestinal para transporte na corrente sanguínea. Além, de diminuir a interação dos lipídios com outros constituintes da dieta no rúmen.

Pensando em unir a proteção ruminal com o aumento potencial na digestibilidade a Kemin em parceria com a Esalq/USP e apoio da Fapesp, avaliou a inclusão de sais de cálcio de ácidos graxos do óleo de palma, em conjunto com surfactantes, entre eles que contém lisolecitina ativada.

O objetivo foi identificar se essa associação entre os sais de cálcio de ácidos graxos do óleo de palma e a lisolecitina potencializa a absorção de ácidos graxos e assim influência a resposta produtiva. No experimento foram comparados três níveis de inclusão suplementados com 280, 340 e 400g de lisolecitina ativada, comparados a um tratamento controle com a inclusão de 400g de sais de cálcio de ácidos graxos do óleo de palma puro.

Os resultados preliminares apresentados no gráfico (dados ainda não publicados) sugerem que qualquer um dos níveis de inclusão aumentou a eficiência produtiva dos animais quando comparado ao controle. Podendo reduzir em até 30% a inclusão total de gordura na dieta sem afetar a produção de leite das vacas.

Outras notícias você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2019.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Primeiro trimestre de 2024 se encerra com estabilidade nos custos

Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

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O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável de fevereiro para março, considerando-se a “média Brasil” (bacias leiteiras de Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com uma leve retração no custo, de 0,3%. Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Dessa forma, os custos com o arraçoamento do rebanho acumulam queda de 1,8%. Sendo este o principal componente dos custos de produção da pecuária leiteira, reforça-se que a compra estratégica dos mesmos pode favorecer o produtor em períodos adversos.

No mercado de medicamentos, o grupo dos antimastíticos foi o que apresentou maiores elevações em seus preços, sobretudo em MG (1,2%) – este movimento pode ter sido impulsionado por chuvas intensas em algumas regiões do estado ao longo do mês.

Por outro lado, produtos para controle parasitário registraram leves recuos, enquanto vacinas e antibióticos ficaram praticamente estáveis. Tendo em vista o preparo para o plantio das culturas de inverno nesta época do ano, foi possível observar valorização de 7,4% das sementes forrageiras na “média Brasil”, com os avanços chegando a ficar acima de 10% no Sul do País.

Tal atividade também impacta diretamente o mercado de fertilizantes, que registou recuperação de 0,3% na “média Brasil”. Por outro lado, o mercado de defensivos agrícolas apresentou queda de 0,4%, a qual foi associada ao prolongamento das chuvas em algumas regiões, o que reduz, por sua vez, a demanda por tais insumos.

De maneira geral, a estabilidade nos preços dos principais insumos utilizados e a elevação do preço do leite pago ao produtor contribuíram para a diluição dos custos da atividade leiteira no período, favorecendo a margem do produtor.

Cálculos do Cepea em parceria com a CNA, tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro, apontam elevações de 4% na receita total e de 30% na margem bruta (o equivalente a 9 centavos por litro de leite), considerando-se a “média Brasil”.

Relação de troca

Em fevereiro, a combinação entre valorização do leite e a queda no preço do milho seguiu favorecendo o poder de compra do pecuarista leiteiro. Assim, o produtor precisou de 28 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do grão – o resultado vem se aproximando da média dos últimos 12 meses, de 27 litros/saca.

Fonte: Por Victoria Paschoal e Sérgio Lima, do Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Menor oferta de matéria-prima mantém preços dos derivados em alta

Cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

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Foto: Rubens Neiva

Impulsionados pela menor oferta no campo, os preços do negociados no atacado de São Paulo subiram pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com pesquisas diárias do Cepea, realizadas em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB ), as cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

Já em relação ao mesmo período do ano passado, verificam-se desvalorizações reais de 9,37% para o UHT e de 8,53% para a muçarela (valores deflacionados pelo IPCA de março).

O leite em pó fracionado (400g), também negociado no atacado de São Paulo, teve média de R$ 28,49/kg em março, aumento de 0,99% no comparativo mensal e de 9,6% no anual, em termos reais.

A capacidade do consumidor em absorver altas ainda está fragilizada, e o momento é delicado para a indústria, que tem dificuldades em repassar a valorização da matéria-prima à ponta final.

Agentes de mercado consultados pelo Cepea relatam que as vendas nas gôndolas estão desaquecidas e que, por conta da baixa demanda, pode haver estabilidade de preços no próximo mês.

Abril

As cotações dos derivados lácteos seguiram em alta na primeira quinzena de abril no atacado paulista.

O valor médio do UHT foi de R$ 4,21/litro, aumento de 1,99% frente ao de março, e o da muçarela subiu 0,72%, passando para R$ 28,87/kg.

O leite em pó, por outro lado, registrou queda de 2,04%, fechando a quinzena à média de R$ 27,91/

Colaboradores do Cepea afirmaram que os estoques estão estáveis, sem maiores produções devido às dificuldades de escoamento dos produtos

Fonte: Por Ana Paula Negri e Marina Donatti, do Cepea.
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Preço ao produtor avança, mas dificuldade em repassar altas ao consumidor preocupa

Movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo.

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Foto: JM Alvarenga

O preço do leite captado em fevereiro registrou a quarta alta mensal consecutiva e chegou a R$ 2,2347/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Em termos reais, houve alta de 3,8% frente a janeiro, mas queda de 21,6% em relação a fevereiro de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA). Pesquisas em andamento do Cepea apontam que o leite cru captado em março deve seguir valorizado, com a Média Brasil podendo registrar avanço em torno de 4%.

Fonte: Cepea/Esalq/USP

O movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,35% de janeiro para fevereiro, acumulando baixa de 5,2% no primeiro bimestre deste ano. Nesse contexto, laticínios e cooperativas ainda disputam fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A limitação da produção se explica pela combinação do clima (seca e calor) com a retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira. Porém, a elevação da receita e a estabilidade dos custos neste primeiro trimestre têm contribuído para melhorar o poder de compra do pecuarista frente aos insumos mais importantes da atividade.

A pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA, estima que a margem bruta se elevou em 30% na “média Brasil” nesse primeiro trimestre. Apesar da expectativa de alta para o preço do leite captado em março, agentes consultados pelo Cepea relatam preocupações em relação ao mercado, à medida que encontram dificuldades em realizar o repasse da valorização no campo para a venda dos lácteos.

Com a matéria-prima mais cara, os preços dos lácteos no atacado paulista seguiram avançando em março. Porém, as variações observadas na negociação das indústrias com os canais de distribuição são menores do que as registradas no campo.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para os agentes do mercado. Os dados da Secex mostram que as compras externas de lácteos em março caíram 3,3% em relação a fevereiro – porém, esse volume ainda é 14,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Fonte: Por Natália Grigol, do Cepea.
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