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Mais de 60 conferencistas debatem futuro da pesca e aquicultura no Brasil na ExpoMar 2024
Evento será realizado de 09 a 11 de julho, no Centreventos Governador Luiz Henrique da Silveira, em Itajaí (SC), e vai contar com espaço de debate, socialização de informações e construção de caminhos para o futuro do setor.
Economia azul, impactos das mudanças climáticas na pesca e aquicultura, novas exigências dos consumidores, linhas de crédito, desafios do mercado de pescado, entre outras pautas técnicas estarão em debate na ExpoMar 2024. O evento será realizado de 09 a 11 de julho, no Centreventos Governador Luiz Henrique da Silveira, em Itajaí (SC), englobando Congresso Internacional da Pesca e Maricultura, Simpósio Catarinense de Piscicultura, além de Feira de Negócios, Cozinha Show e Corredor do Sabor.
A programação robusta foi construída com participação ativa dos atores do setor, trazendo à luz os principais desafios atuais e as tendências para o futuro da atividade. Serão mais de 20 palestras, painéis e workshops ao longo dos três dias, com a presença de mais de 60 especialistas e pesquisadores renomados do Brasil, Canadá, Chile e Oriente Médio.
A temática deste ano é “Transformação Azul na Pesca e Aquicultura”, alinhado ao conceito desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (da sigla em inglês FAO), que propõe uma visão de produção sustentável na aquicultura, gestão eficaz na pesca e melhoria nas cadeias de valor. “É nesta direção que precisamos pensar o futuro da pesca e da aquicultura no Brasil. A ExpoMar se propõe a ser este espaço de debate, socialização de informações e construção de caminhos para o futuro do setor”, afirma Altemir Gregolin, presidente da ExpoMar.
A programação também inclui a abertura oficial, no dia 09, às 18 horas, e a confraternização de encerramento no dia 11, com a produção da maior paella do Brasil e o lançamento da Semana Nacional do Pescado.
Pesca e aquicultura em debate
Entre as novidades desta segunda edição está a organização da programação em formato de painéis, que permitirá o aprofundamento dos debates e a abordagem dos diferentes aspectos sobre os temas.
O primeiro dia será voltado para conjuntura e estratégia, com debates que tratam do crescimento da produção da proteína que vem das águas, rastreabilidade e certificação na pesca e aquicultura, linhas de crédito e panorama do mercado de pescados no Brasil e no Mundo, com a participação de Márcio Castro da FAO. Em parceria com a Univali, também será realizado o evento satélite “Blue Fish: o crescimento azul da pesca e maricultura em um oceano em transformação climática”.
No segundo e terceiro dia, a Expomar promove o Seminário Internacional de Pesca, o Seminário Internacional de Maricultura e o Simpósio Catarinense de Piscicultura.
Pesca
Estratégias e ações para o crescimento sustentável da pesca, desafios e ações nas áreas de ordenamento e fomento da atividade pesqueira, estatística pesqueira no Brasil e em Santa Catarina e o gerenciamento hídrico na indústria estão entre os temas do Seminário Internacional de Pesca.
Maricultura
Conferencistas do Canadá, Chile, Oriente Médio e Brasil compartilham suas experiências de sucesso no “Painel Blue Fish – Possibilitando o crescimento azul na maricultura”, que abre o Seminário Internacional de Maricultura. A programação conta ainda com debates sobre políticas de desenvolvimento, ordenamento da maricultura, programa Molubis e a proliferação de mexilhões invasores.
Piscicultura
Os temas que mais têm preocupado o setor no estado pautam o Simpósio Catarinense de Piscicultura: licenciamento ambiental, exigências legais para exercer a atividade (RGP, ART, GTA, licença de Aquicultor), sanidade e biossegurança, inovações na aquicultura e mercado do peixe cultivado.
Realização, patrocínio e apoio
A ExpoMAR é promovida pelo IFC Brasil – International Fish Congress & Fish Expo Brasil com a correalização do SINDIPI – Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região, Univali – Universidade do Vale do Itajaí e da Fundep – Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação. Tem o patrocínio do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), Banco do Brasil, Secretaria de Aquicultura e Pesca de Santa Catarina, Ministério da Pesca e Aquicultura, Faesc/Senar Santa Catarina e Prefeitura de Itajaí. A ExpoMar tem o apoio das entidades FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, ACAQ – Associação Catarinense de Aquicultura, Epagri – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Abipesca – Associação Brasileira das Indústrias de Pescados, Peixe BR – Associação Brasileira da Piscicultura e Conepe – Coletivo Nacional da Pesca e Aquicultura.
Confira a prévia da programação (sujeita a alterações)
Congresso Internacional de Pesca e Maricultura
Simpósio Catarinense de Piscicultura
Transformação Azul na Pesca e Aquicultura
09 a 11 de julho/2024
Itajaí – SC
Dia 09 de julho
Auditório 1
Congresso Internacional de Pesca e Maricultura
09h – Painel Blue Fish – O crescimento azul da pesca e maricultura em um oceano em transformação climática
Crescimento Azul – O potencial, desafios e estratégias para o crescimento da produção da proteína que vem das águas
Economia Azul – Andrei Polejack – Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas – INPO;
Financiamento Azul – Luis Antonio P. Moraes – Banco Nac. de Des. Econ. e Social – BNDES
Plástico e Gestão de Resíduos no Oceano – Ademilson Zamboni – Oceana Brasil;
O impacto das mudanças climáticas na pesca e aquicultura – José Angel A. Perez – Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI;
11h – Coffee Break
11h20 – Rastreabilidade e Certificação na Pesca e Aquicultura – Uma exigência dos consumidores e uma condicionante de acesso ao mercado
Programa SIGMA – Sistema de Gestão da Maricultura Catarinense – Felipe Suplicy
Certificadoras em Pesca e Aquicultura;
12h30 – Almoço
14h – Crédito como instrumento para o desenvolvimento do setor pesqueiro e aquícola brasileiro – Linhas de crédito e condições de acesso
Governo, instituições financeiras e cooperativas de crédito;
15h40 – Mercado de Pescado – Situação Atual e Tendências no Brasil e no Mundo
Márcio Castro – Oficial Sênior para comércio internacional, responsável pelo comércio e mercados na divisão de pesca e aquicultura da FAO – Roma, Itália;
Associação Brasileira das Indústrias de Pescado – Abipesca;
Associação Brasileira da Piscicultura – Peixe Br;
18h – Abertura oficial da ExpoMar
Seminário Internacional de Pesca
Dia 10 de julho
Auditório 1
09h – Painel Blue Fish – Possibilitando o crescimento azul por meio da Pesca
Rastreamento de embarcações de pesca na América Latina – Global Fishing Watch
As transformações na produção de pescado em um contexto de mudanças climáticas – Daniel Tha – Univali/Kralinger Consultoria
Gestão de resíduos e subprodutos na Indústria – Nauterra
Projeto Pesca Limpa – Univali X Camil
10h50 – Coffee Break
11h10 – Ordenamento e ações de fomento para o desenvolvimento sustentável da pesca – Políticas, desafios e perspectivas
Cristiano Wellington Noberto Ramalho – Secretário Nacional de Pesca Artesanal;
Expedito Gonçalves Ferreira Netto – Secretário Nacional de Pesca Industrial e Indústria do Pescado;
Tiago Bolan Frigo – Secretário Executivo da Pesca e Aquicultura de Santa Catarina;
Agnaldo dos Santos – Presidente do Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região – Sindipi;
Ivo da Silva – Presidente Federação dos Pescadores de Santa Catarina – Fepesc;
12h30 – Almoço
Auditório 2
14h – Estatística Pesqueira – Política, metodologia e resultados
Programa Nacional de Estatística Pesqueira – Marcelo Vianna – Diretor de Pesquisa e Estatística da Pesca e Aquicultura;
A Pesca em Números em Santa Catarina – André Mattos – Fiesc;
Observatório da Pesca/SC – Luiz Matsuda – Sindipi;
Avanços e desafios da estatística pesqueira – Roberto Wharlich – Univali;
16h – Gerenciamento Hídrico em Indústria de Processamento de Atum, Sardinha e Tilápia
Danielle de Bem – Diretora Geral da Embrapa Pesca e Aquicultura – Palmas – TO;
Simpósio Catarinense de Piscicultura
Dia 10 de julho
Auditório 2
09h – Licenciamento ambiental na aquicultura – Como desburocratizar e agilizar os processos de licenciamento
Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA
Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina – IMA
Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura de Santa Catarina
Associação Catarinense de Aquicultura – ACAQ
10h40 – Coffee Break
11h – Exigências Legais para Produção na Piscicultura – Quais os documentos e de quem é a responsabilidade pela emissão (RGP, ART, GTA, Licença de Aquicultor)
Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA
Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina – IMA
Associação Catarinense de Aquicultura – ACAQ
Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – CIDASC
12h30 – Almoço
Auditório 1
14h – O mercado do peixe cultivado em Santa Catarina – Exigências e estratégias de acesso
Vitalmar Pescados – Itajaí/SC
Cooperativa Juriti – Massaranduba/SC
Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste
Cooperativa Copacol – Cafelândia/PR
15h15 – Sanidade e biossegurança – Enfermidades e estratégias para redução de riscos
Carlos Augusto Gomes Leal – Professor e pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG;
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA;
Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – CIDASC;
Acqua Sul Piscicultura;
16h30 – Inovações na aquicultura – Inteligência artificial, automatização e internet das coisas
Empresas de tecnologias do setor aquícola;
Seminário Internacional de Maricultura
Dia 11 de julho
Auditório 1
09h – Painel Blue Fish – Possibilitando o crescimento azul na maricultura
A experiência Chilena na Maricultura – Um case de sucesso: Antônio Velez – Consultor Chile
Os potenciais das macroalgas como insumo para produção de carne (gado) e seus possíveis efeitos na redução da emissão de gases de efeito estufa – John S. Church – Thompson Rivers University – Canadá
Produção de macroalgas como contribuição à mitigação das mudanças climáticas – Gilberto Caetano Manzoni – Univali
Produção de macroalgas em Santa Catarina – Situação Atual e perspectivas – Embrapa/Epagri
Piscicultura Marinha – A experiência internacional – Bruno Sademberger – Emirados Árabes Unidos
11h – Coffee Break
11h20 – Desenvolvimento da Maricultura no Brasil – avanços e desafios
Tereza Nelma – Secretária Nacional de Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura
Experiências de outros estados
12h30 – Almoço
14h – Ordenamento da maricultura em Santa Catarina – resultados alcançados e ações necessárias
Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA
Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina – Epagri
14h50 – Molubis: A política e as alternativas de qualificação de depuração e resultados alcançados.
Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA
Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina – Epagri
15h40 – Mexilhões invasores: Problemas ou oportunidades?
Gilberto Caetano Manzoni – Universidade do Vale do Itajaí – Univali
Auditório 2
09h – Workshop sobre inovações na construção de embarcações pesqueiras
18h – Lançamento da Semana Nacional do Pescado seguido de confraternização e encerramento com a produção da maior paella do Brasil.
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Ministério da Agricultura realiza simulado de febre aftosa no Acre
Treinamento visa reforçar a cooperação e a capacidade de resposta em uma zona com status de livre de febre aftosa sem vacinação.
OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou, entre os dias 12 e 18 de setembro, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, o exercício simulado de febre aftosa com mais de 180 servidores da área de saúde animal, além de servidores de forças de segurança e integrantes do Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria (SENASAG), da Bolívia, e do Servicio Nacional de Sanidad Agraria (SENASA), do Peru. O exercício foi realizado em conjunto com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF-AC).
Exercícios simulados permitem treinar e aferir a capacidade de ação e intervenção do serviço veterinário oficial num momento de crise e a realização desse treinamento é uma das ações previstas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), visando a manutenção do status de área livre de febre aftosa sem vacinação e um corpo técnico preparado para atuar de forma imediata.
“O exercício simulado teve como objetivo preparar os servidores para a organização da cadeia de comando e o cumprimento dos protocolos que devem ser adotados em uma situação real de surgimento da doença, até a completa eliminação do foco e reestabelecimento da condição sanitária” explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo Mota.
Conforme previsto no Plano de Contingência para Febre Aftosa, durante o treinamento foi instalado um Centro de Operações de Emergência Zoossanitária para que os participantes praticassem a organização e os procedimentos técnicos de biossegurança, vigilância e investigação clínica e epidemiológica, colheita e envio de amostras para diagnóstico laboratorial, eliminação de focos, limpeza e desinfecção de instalações e controle e inspeção do trânsito de veículos na região, assim como o uso de softwares para coleta e processamento de dados e gestão da informação.
As barreiras sanitárias contaram com a presença de equipes do Grupo Especial de Fronteira, da Polícia Militar, do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal nas principais vias terrestres e fluviais para fiscalização de trânsito na região.
Também foram exercitadas a logística de envio de amostras para análise laboratorial no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais (LFDA/MG) e a atuação dos serviços de comunicação, assessoria de imprensa e assessoria jurídica frente a uma emergência zoossanitária.
Ainda, segundo o diretor, “o objetivo do treinamento foi a preparação para enfrentar uma eventual ocorrência de febre aftosa, mas as medidas servem para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, peste suína africana, influenza aviária, entre outras. Os protocolos sanitários são semelhantes, e o caráter de emergência é o mesmo. Os resultados foram muito bons, permitindo avaliar os procedimentos previstos e subsidiar uma nova versão do plano de contingência, incluindo as sugestões colhidas durante o simulado”.
O simulado também recebeu o apoio do Governo do Estado do Acre e do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (FUNDEPEC).
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Impacto da estiagem na produção e nos preços dos alimentos
Alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.
Os eventos climáticos extremos, como alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação, tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.
Cenários climáticos desfavoráveis podem, no mínimo, elevar os custos de produção, eis que mesmo as culturas que suportam melhor os diferentes tipos de estresse ambiental, podem perder qualidade ou ter a sua produtividade reduzida.
Assim, está claro que as mudanças climáticas podem impactar a disponibilidade da oferta dos alimentos e provocar aumento dos seus preços – os quais, por sua vez, dependem, também e ainda, de múltiplos fatores não apenas relacionados ao clima.
A produção de leite no Brasil tem sido afetada pelas mudanças climáticas de duas maneiras distintas: em algumas regiões, pela estiagem, noutras, pelo excesso de chuvas.
A estiagem prolongada no Brasil tem causado impactos na produção de leite, onde a escassez de água afeta diretamente a disponibilidade e qualidade da pastagem e o bem-estar dos rebanhos, ocasionando a queda na produção do produto.
Durante a estiagem, muitos produtores se veem obrigados a recorrer à suplementação, o que eleva os custos de produção. Em 2024, os preços um pouco mais controlados dos grãos em comparação a anos anteriores mitigam um pouco desse impacto ao produtor.
Entretanto, ainda assim, houve elevação dos custos de produção pela necessidade de suplementação do rebanho com o uso de tecnologias de manejo mais avançadas.
Para os pequenos e médios produtores, tal situação foi de mais difícil enfrentamento, ocasionando o abandono da atividade por parte de muitos produtores. Neste quadro, os agricultores familiares foram ainda os mais atingidos, por disporem de menos estrutura e recursos, culminando na concentração da produção em produtores de maior volume diário.
Além disso, com menos chuvas, a água disponível para o consumo animal e a irrigação das pastagens diminui, afetando a saúde e a produtividade dos rebanhos. Esse cenário intensifica o estresse térmico nos animais, reduzindo ainda mais a produção de leite. A falta de infraestrutura de irrigação adequada em muitas propriedades agrava a situação.
Já nas regiões afetadas pelo excesso de chuvas, os efeitos foram mais agudos, em algumas situações levando à perda total ou parcial do rebanho durante enchentes, a elevadas perdas de solo e de fertilidade ou ainda, no mínimo, à necessidade de recomposição das pastagens.
Preços
De modo geral, não há previsão de aumento nos preços de produtos como milho, arroz e trigo em decorrência da estiagem. Destaca-se, ainda, que os preços do trigo e do milho estão em baixa. Sobre leite, carne, arroz, feijão, frango e ovos, o impacto nos preços deve ser mais duradouro durante o período de estiagem, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, onde as condições climáticas são mais severas.
Os preços podem começar a apresentar algum alívio somente após a retomada de chuvas regulares e de melhorias na umidade do solo, o que pode demorar alguns meses dependendo da estação e da região.
Em relação a esses produtos, estima-se que os consumidores percebam esse aumento de preços provavelmente nos próximos meses, ante a intensificação da estiagem e o consequente reflexo nos preços ao consumidor final.
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Oferta do leite não cresce conforme o esperado, e preços voltam a subir
O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro.
O preço do leite ao produtor voltou a subir devido à oferta, que não cresceu como era esperado. A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em agosto, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,7607/litro, 1,4% acima da do mês anterior e 17,7% maior que a registrada em agosto/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto). Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 32% desde o início de 2024, a média de janeiro a agosto deste ano (de R$ 2,53/litro) é 8,4% inferior à do mesmo período de 2023.
Até o início de agosto, os fundamentos de mercado apontavam reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre. Por um lado, a produção de leite parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano e, por outro, a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações, ainda em volumes elevados, pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor.
Os dados mais recentes da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados em meados de agosto, mostram que a captação de leite cru pelas indústrias de laticínios no âmbito nacional caiu 6,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de apenas 0,8%.
De julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 5% na “Média Brasil”, mas o crescimento em Minas Gerais foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%. Apesar do aumento da margem do produtor nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade.
O excesso de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio fizeram com que a oferta crescesse pouco entre julho e agosto. A entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste se intensificou com o calor a partir de agosto. E as queimadas em setembro fizeram esse cenário se agravar em termos nacionais. Além de comprometer o bem-estar animal, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal – o que eleva o custo de produção e limita a oferta.
Outro fator que reforçou a menor disponibilidade de lácteos entre agosto e setembro foi a diminuição das importações. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em agosto, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.
Como a oferta não se recuperou conforme o previsto, os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado. O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro. Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro.