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Avicultura Melhoramento genético

Mais carne, melhor conversão, pernas mais resistentes… conheça o frango do futuro

Estimativas indicam que o melhoramento genético da eficiência biológica resulta em uma redução anual de 1% na pegada de carbono da produção avícola que, em uma perspectiva histórica, significa que o frango de hoje gera 50% menos pegada de carbono que o frango da década de 1970.

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Foto: Shutterstock

A criação de aves para a produção de carne e ovos evoluiu ao longo dos anos para modelos intensivos, onde o potencial genético dos animais passou a ser responsável por grande parte dos ganhos de desempenho, que ocorrem principalmente em razão do desenvolvimento e aprimoramento do melhoramento genético dos frangos de corte e de postura comercial.

As aves por serem uma espécie prolífera e de ciclo de vida curto são matéria-prima por excelência para os geneticistas. Quando comparadas a outros animais domésticos, elas conseguem uma grande progênie contemporânea em um curto período de tempo, ou seja, menor intervalo de geração, permitindo assim maximizar o ganho genético por unidade de tempo.

Zootecnista e coordenadora de Produto da Aviagen América Latina, Jane Lara Grosso: “Características relacionadas ao bem-estar animal e à produção livre de antibióticos têm se tornado o foco da indústria nos últimos anos” – Fotos: Divulgação/AGA

No entanto, esse não é o único fator. Os avanços na ciência computacional e estatística também permitiram melhores decisões genéticas. “A incorporação de novas técnicas de avaliação e equipamentos de ponta ajudaram e muito a melhorar a precisão das avaliações. Como exemplo, podemos citar a tomografia computadorizada que permite predizer com muita precisão, superior a 90%, o rendimento e a qualidade de carne dos indivíduos candidatos à seleção”, expôs a pesquisadora, zootecnista e doutora em Ciências, Genética e Melhoramento dos Animais Domésticos, Jane Lara Grosso, durante a sua palestra com o tema “Frango do Futuro” no 15º Simpósio Goiano de Avicultura, realizado na cidade de Goiânia (GO).

Nos últimos 70 anos muitos foram os avanços alcançados por meio da seleção genética, entre eles, Jane citou a redução de cerca de 25 dias para atingir 2 kg de peso vivo, o aumento de cerca de 40% no peso de carne de peito e a redução de mais de 25% na taxa de conversão alimentar.

Segundo a profissional, estudos têm demonstrado que o melhoramento genético é responsável por cerca de 85 a 90% do progresso do frango de corte moderno, atrelado à contribuição proporcionada pelos avanços em áreas como nutrição, ambiência, manejo e sanidade, que se ajustaram às necessidades dessa ave para o crescimento mais rápido com melhor eficiência de utilização do alimento e maior rendimento de carcaça. “Na nutrição, por exemplo, se investe bastante no estudo das necessidades dos diversos nutrientes para atender adequadamente cada fase de crescimento da ave. O desafio para os nutricionistas é ajustar a formulação no sentido tanto de explorar o máximo potencial de produção dessas aves quanto em buscar a melhor relação custo-benefício, uma vez que os gastos com alimentação hoje representam quase 80% do custo total de produção”, enfatiza Jane.

Por sua vez, os sistemas de produção também apresentaram significativa evolução com ambientes climatizados, sistema de distribuição de alimento e água, aquecimento dos pintinhos, tudo voltado para o bem-estar das aves. “Progressos significativos também ocorreram nas técnicas para garantir a saúde dessas aves, como vacinas e tratamentos mais eficazes”, menciona.

O que vem pela frente

Jane Lara Grosso reuniu grande público na sua palestra sobre “Frango do Futuro” durante o 15º Simpósio Goiano da Avicultura

Os avanços da indústria e as novas expectativas do consumidor moderno têm levado as casas genéticas a ampliar a quantidade de características consideradas nos programas de melhoramento de frangos de corte. Hoje, segundo Jane, mais de 50 características, que abrangem todos os aspectos biológicos das aves, são consideradas nos objetivos de seleção. “Características relacionadas ao bem-estar animal e à produção livre de antibióticos têm se tornado o foco da indústria nos últimos anos. Na decisão de compra, valores tradicionais como preço, sabor e conveniência estão cedendo espaço para alguns novos valores, como saúde e bem-estar animal, segurança alimentar, transparência e impacto social”, salienta Jane.

Contudo, a conversão alimentar permanece como o parâmetro central na seleção genética de frangos de corte, tendo em vista sua extrema importância econômica, uma vez que o alimento representa o maior custo para o produtor de aves e é fator chave para reduzir o impacto ambiental e garantir uma produção sustentável.

Frangos mais resistentes

De acordo com Jane, os frangos de corte modernos não somente têm maior eficiência biológica, mas também apresentam mais força nas pernas (resistência da tíbia à ruptura) e maior capacidade de digestão (por exemplo, maior superfície, maior pâncreas e fígado), sem que existam evidências de um impacto negativo sobre a função cardiovascular. Para isso, é fundamental manter o balanço entre a melhoria da eficiência biológica e as características relacionadas ao bem-estar animal. “Isso se consegue mediante a seleção de múltiplas características, inclusive na presença de antagonismos genéticos, para melhorar tanto as condições físicas como o desempenho das aves, desde que ambos os grupos de características sejam incluídos em um programa de seleção amplo e balanceado”, expõe.

Conforme a profissional, o mercado atualmente pratica um processo de seleção equilibrado, escolhendo aves com excelente eficiência biológica e também com excelente capacidade cardiovascular e musculoesquelética, utilizando tecnologias avançadas, incluindo técnicas provenientes da medicina humana. “O oxímetro, por exemplo, permite eliminar da população indivíduos saudáveis, mas com baixo nível de saturação de oxigênio no sangue, evitando assim descendentes que teriam dificuldade de sobreviver em condições de deficiências de manejo (baixa ventilação) ou em altas altitudes”, explica.

Frango do futuro

As características do frango de futuro, conforme Jane, não serão muito diferentes do frango atual, contudo os animais tendem a ser ainda mais eficientes na produção de proteína, mas com a diferença que a cadeia produtiva vai agredir menos o meio ambiente, se adaptando totalmente às necessidades globais de mercado, que cada vez mais está em busca de uma fonte de proteína saudável, segura e sustentável. “Vamos poder esperar um frango geneticamente superior em várias características, entre elas com uma melhor taxa de crescimento e conversão alimentar, um melhor rendimento e qualidade de carne e também uma maior viabilidade, ou seja, uma menor mortalidade e uma melhor qualidade de pernas”, pontua.

A cadeia produtiva está em constante evolução e, conforme a zootecnista, para continuar no mercado, o produtor e os profissionais de outros elos da cadeia avícola precisam se adaptar a este genótipo em progresso, buscando sempre uma boa nutrição, um bom programa de saúde e boas práticas de manejo.

Quando esse frango estará na granja do produtor?

Jane relata que os ganhos obtidos hoje nas populações de pedigree, que passam pela seleção genética, chegarão na granja do produtor daqui a quatro anos, isso porque existe um período de cruzamento e multiplicação do material genético, que passa pelas bisavós, avós, matrizes e, finalmente, chega aos frangos de corte. “Cada uma dessas gerações leva aproximadamente um ano”, afirma.

Sustentabilidade

Segundo a profissional, o principal objetivo de uma seleção genética equilibrada, que adota uma abordagem holística, é promover o progresso genético contínuo e concomitante entre eficiência biológica, saúde e bem-estar animal de forma sustentável, obtendo assim um efeito direto na redução dos requerimentos agrícolas para a produção de frangos de corte e redução da pegada de carbono, através de uma menor emissão de gases de efeito estufa com aves excretando menos resíduos como poluentes ambientais.

As estimativas indicam que o melhoramento genético da eficiência biológica resulta em uma redução anual de 1% na pegada de carbono da produção avícola que, em uma perspectiva histórica, significa que o frango de hoje gera 50% menos pegada de carbono que o frango da década de 1970. “O frango em 2030 terá uma pegada de carbono 15% menor que o frango atual. Isso torna a carne de frango, sem dúvida, uma das produções de carne mais sustentáveis do mundo”, salienta Jane.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura – Corte & Postura.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024

Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Foto: Divulgação/Asgav e Sipargs

A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.

Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.

A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.

Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.

Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.

Fonte: Assessoria Asgav e Sipargs
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Avicultura

Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos

Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: "São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente" - Foto: Divulgação

Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.

Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.

De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.

Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.

Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.

E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.

Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.

Fonte: Assessoria Asgav
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Avicultura

Brasileiros são homenageados no Congresso Latino-Americano de Avicultura 2024 

Presidente do Conselho Consultivo da ABPA, Francisco Turra, foi incluído no Hall da Fama da Avicultura Latino-Americana junto com José Carlos Garrote, presidente do Conselho da São Salvador Alimentos, e Mário Sérgio Assayag Júnior, veterinário especialista em prevenção da Influenza aviária.

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Foto: Divulgação

O ex-ministro da Agricultura Francisco Turra, presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e uma das figuras mais importantes da história da avicultura brasileira, entrou na última sexta-feira (15) para o Hall da Fama da Avicultura Latino-Americana.

A nomeação aconteceu durante o Congresso Latino-Americano de Avicultura (OVUM), realizado entre 12 e 15 de novembro, em Punta del Este, no Uruguai. Outros dois nomes foram destacados na cerimônia por indicação da ABPA: José Carlos Garrote, que recebeu homenagem especial como empresário líder no Brasil, e Mário Sérgio Assayag Júnior como técnico destacado.

Garrote é presidente do Conselho da São Salvador Alimentos (SSA), uma das maiores indústrias de alimentação do Brasil, e membro do Conselho de Administração da ABPA. Assayag Júnior é veterinário e membro do grupo técnico de prevenção e monitoramento da Influenza aviária. “A homenagem aos três neste congresso de relevância internacional, mostra a importância e a contribuição da avicultura brasileira para o desenvolvimento mundial do setor”, disse Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Fonte: Assessoria
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