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Luis Madi trouxe avanços para o setor de alimentos e embalagem

Atual diretor de Assuntos Institucionais do Ital participou de mudanças estratégicas do órgão que dirigiu por 18 anos e da Apta, que liderou por dois anos e meio, com reflexo positivo no mercado e na sociedade.

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Divulgação/Antonio Carriero/Ital

Quando se formou na segunda turma da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 1972, Luis Madi não imaginava que a instituição de pesquisa que deu origem ao seu curso de graduação e onde teve parte de suas aulas se tornaria seu segundo lar por meio século. Nascido há 72 anos na cidade de Mirassol, com família materna campineira, o atual diretor de Assuntos Institucionais do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) apenas perdeu os primeiros cinco anos de história do órgão paulista dedicado à pesquisa no setor de alimentos e embalagem, tendo contribuído com sua evolução no estado de São Paulo, no Brasil e no exterior.

Seja como líder da área de embalagem por 24 anos ou como diretor geral por 18 anos, Madi sempre foi voz ativa e estratégica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, que completa 130 anos de história neste mês. Por seu destaque como pesquisador e gestor, também coordenou por dois anos e meio (2004-2007) a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), órgão criado em 2002 para integrar as unidades de pesquisa do agro paulista.

“Começamos a desenhar uma Apta com metas, plano de trabalho, elaboração de dados e tripé orçamentário (governo estadual, agência de fomento e iniciativa privada). Um exemplo muito positivo do Ital inclusive é o modelo do Sistema de Gestão da Qualidade, certificado desde 1998 pela norma ISO 9001, que levamos para os demais institutos: mesmo que não houvesse a implantação como temos até hoje no Ital, era importante que tivessem ideia da importância do SGQ e apresentamos mecanismo para isso como as pesquisas de satisfação do cliente externo e dos participantes de eventos, ferramentas para melhoria do seu produto e do seu trabalho”, recorda.

Madi também assumiu vários outros importantes papéis externamente como cargos de liderança, conselho, assessoria e até mesmo docência. Um exemplo marcante ocorreu em 2004, quando o governador Geraldo Alckmin o indicou dentre três pesquisadores que deveriam compor o Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia (Concite), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, cargo que ocupou até 2007 e assumiu novamente de 2013 a 2018.

Outros destaques entre seus trabalhos externos foram sua atuação como professor adjunto da Universidade Estadual de Michigan por 25 anos (1985-2010), assessor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP (Fapesp) por nove anos (1991-2000), membro do conselho da Associação Internacional dos Institutos de Pesquisa de Embalagem (Iapri) por onze anos (1994-2005), vice-presidente por cinco anos (1999-2004) e presidente por quatro anos (2004-2008) da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (Abipti) e diretor da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag) por dez anos (2001-2011).

De bolsista a diretor geral do Ital

A carreira de Luis Madi na Secretaria de Agricultura de SP começou em 2 de janeiro de 1973, logo após o Centro Tropical de Pesquisa e Tecnologia de Alimentos (CTPTA) passar a ser denominado Instituto de Tecnologia de Alimentos, época em que, segundo ele, engenheiros de alimentos eram apelidados de cozinheiros por falta de conhecimento a respeito da profissão. Oito meses depois de seu ingresso, ele obteve uma bolsa da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) para fazer mestrado na Universidade Estadual de Michigan, que já tinha a escola mais famosa de embalagem do mundo.

Assim que obteve o título de mestre, Madi assumiu a chefia da então chamada Seção de Embalagem e Acondicionamento (Semb) do instituto e, em seguida, a coordenação internacional da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi) no México, que resultou na evolução da Semb para Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), segunda unidade técnica implantada no Ital, inaugurada em fevereiro de 1983 em evento com o presidente da República João Figueiredo. “Ninguém entendia direito o que era embalagem. Tínhamos vidro, lata, papelão e muito pouco plástico, tudo pouco desenvolvido. Era quase tudo a granel, embrulhado. Brincava-se que era a ‘seção do embrulho’. Daí fomos evoluindo, criando um grupo e a ideia de que a embalagem seria estratégica”, recorda.

Uma grande conquista decorrente da criação do Cetea foi a contratação pelo governo estadual de doze pesquisadores que estavam envolvidos no projeto, um investimento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) que tinha prazo para acabar. Nesse corpo técnico capacitado, até então temporário, estava a pesquisadora Eloísa Garcia, que se tornou a primeira líder mulher do Ital em 2019 logo após ser vice-diretora de Madi. Como consequência da nova infraestrutura e equipe, foram concretizados vários projetos presentes até hoje na vida dos consumidores como as embalagens com atmosfera modificada, de papelão ondulado para frutas e hortaliças e as garrafas de vidro retornáveis 600 ml de uso exclusivo para cerveja, todos com o objetivo de reduzir perdas e ao mesmo tempo garantir a segurança dos alimentos.

Criação do sistema e embalagens de papelão ondulado para hortifrutícolas.

“É interessante lembrar que toda a tecnologia para a segurança e produção do palmito nasceu aqui dentro, assim como o extrato de tomate, o suco de laranja, o leite de soja, os produtos panificados, entre outros, e eu fui peça viva desse processo. Na nossa área de embalagem, tivemos uma série de produtos desenvolvidos como o retortable pouch, embalagem flexível termoprocessada. Em 1970 não tínhamos embalagem, não tinha autoclave, não tinha nada e nós já estávamos trabalhando com isso”, completa Madi, lembrando que tal tecnologia surgiu principalmente para o desenvolvimento de ração para as Forças Armadas, mas trouxe para o mercado uma gama variada de produtos prontos para o consumo com maior tempo de vida de prateleira.

De maneira complementar ao trabalho das unidades técnicas e ciente do papel do instituto de pesquisa de antecipar demandas de olho no mercado, o pesquisador deu início e coordena até a atualidade diversos estudos estratégicos e de tendências, que começaram em seu processo de transição da liderança do Cetea para a direção geral do Ital, em 1999. “O Brasil Pack Trends 2005 foi o precursor de tudo. No estudo já visualizávamos como dominantes no mercado de embalagem os produtos populares, de baixo custo. Com essa experiência, começamos a pensar no Brasil Food Trends 2020, lançado para 700 pessoas em maio de 2010 em parceria com a Federação das Indústrias de SP (Fiesp): conseguimos mostrar para o Brasil que tínhamos que olhar para as macrotendências da alimentação”, conta Madi, que criou em seguida a Plataforma de Inovação Tecnológica (PITec), focada no estudo de estratégias e tendências e na transferência desse conhecimento gratuitamente ao mercado e à sociedade.

Aliás, a relação com a iniciativa privada sempre foi cultivada pelo Ital através de conselhos consultivos e modelos associativos vinculados às unidades especializadas do instituto como uma forma de levar inovações e eficiência à indústria e ao mesmo tempo ter maior sintonia com as necessidades do mercado e menor dependência dos recursos governamentais. Com participação de Madi, o conselho consultivo do Cetea implantado em 1988, por exemplo, desburocratizou processos de contratação de serviços e melhorou a pesquisa tecnológica, consolidando a unidade como referência nacional e internacional na área.

“Estou muito contente com minha trajetória aqui e devo um agradecimento a vários secretários e governantes. O João Carlos de Souza Meirelles, por exemplo, viabilizou a vinda do Fraunhofer ao Brasil, instituição alemã parceria do Ital há mais de dez anos. Ele também encabeçou a mudança da classificação do café por qualidades em vez de defeitos, processo que teve participação do nosso Laboratório de Análises Físicas, Sensoriais e Estatística (Lafise). Além disso, como coordenador da Apta, através do governador José Serra, conseguimos concretizar investimentos para as instalações dos institutos que estavam ficando obsoletas e para a ampliação de várias unidades”, exemplifica.

Perspectivas para o futuro

No que depender de Madi, seu trabalho não termina com sua aposentadoria compulsória, ao completar 75 anos em abril de 2024, principalmente pela possibilidade de atuação em projetos que integram institutos de pesquisa, universidades e setor privado como os que a Fapesp tem financiado através dos editais Ciência para o Desenvolvimento, em que o Ital teve a Plataforma Biotecnológica de Ingredientes Saudáveis (PBIS) aprovada, e Centro de Ciência para o Desenvolvimento, que também recebeu proposta do instituto e está sob avaliação.

“Você tem investimento de milhões de reais para reforma de prédio e para compra, doação ou empréstimo de equipamento. Muda a postura brasileira para ter tecnologias e pesquisas mais arrojadas”, avalia o diretor de Assuntos Institucionais do Ital, que está animado para o que vem pela frente, em especial sob a gestão da diretora geral Eloísa Garcia, da vice-diretora Gisele Camargo e da assessora da direção Claire Sarantópoulos. “Temos um grupo de pesquisadores experientes, com uma idade avançada e tempo de aposentadoria, e os modelos alternativos de negócios, com melhorias no sistema regulatório da área de PD&I, estão permitindo que recebamos startups e grandes investimentos de agências de fomento e da iniciativa privada, assim como viabilizando novos modelos de contratação por projetos, trabalhos e bolsas específicos, com atividades totalmente endereçadas”, finaliza.

Fonte: Assessoria Ital

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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