Avicultura Mulheres do agro
Lugar de mulher é na tomada de decisão
Sula Alves é diretora na ABPA e coordenadora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade e Meio Ambiente do IPC
“Eu sempre gostei de estar no olho do furacão, onde as coisas acontecem”. A afirmação é da diretora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Sula Alves. Desde muito nova, Sula já sabia que queria estar onde as decisões eram tomadas, dessa forma, batalhou e trabalhou bastante para construir sua carreira e chegar até este objetivo. Hoje, além de diretora em uma das principais associações do país, também foi escolhida para o cargo de coordenadora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade e Meio Ambiente do Conselho Mundial da Avicultura (IPC, sigla em inglês).
Sula é formada em Zootecnia, já que sempre se encantou com a produção animal. “No início da minha carreira nunca imaginava em trabalhar na ABPA. No início nós não temos muito conhecimento de todos os elos da cadeia produtiva. Mas na primeira vez que escutei menção à associação eu achei realmente fascinante o trabalho desenvolvido”, conta. Ela explica que foi ali que percebeu que era num lugar como este – no olho do furacão – que gostaria de estar. “Eu gosto disso, de estar no meio de onde as coisas acontecem. Não queria me sentir uma profissional que não estivesse a par de tudo o que estava acontecendo”, conta.
Próxima a se formar, Sula teve a oportunidade de estar mais próxima da avicultura e foi ali que se encantou pelo setor. “Achei a avicultura moderna. E na época em que me formei havia alguns pontos talvez de preconceito que eu percebia de coisas de como uma mulher iria lidar na agropecuária, porque tínhamos essa ideia de que era um trabalho muito braçal. Mas na avicultura eu via que era tudo mais avançado, com uma abordagem tecnológica maior”, comenta.
A zootecnista iniciou na avicultura em forma de estágio e depois foi se aprimorando, fazendo uma pós-graduação na área de bem-estar animal. “A partir de então eu comecei a entrar no que seria realmente o olho do furacão por conta das temáticas que eu comecei e explorar. Com isso acabei sendo convidada a participar de um grupo de trabalho na ABPA. Na época fui com uma expectativa muito limitada para o que hoje eu consegui alcançar, logicamente com muito esforço e passando por todos os estágios dentro da associação”, conta.
Para Sula, é um orgulho poder ter passado por diversos setores dentro da ABPA, conhecendo a fundo cada trabalho que é realizado na associação. “Hoje eu falo para o meu time que eu fiz de tudo um pouco. Me orgulho de poder orientar em tarefas que eu já fiz e sei como são. Acredito que tudo isso contribuiu bastante para o meu crescimento e essa credibilidade que o setor me deu”, comenta.
A diretora diz que nunca enfrentou problemas pelo fato de ser mulher. “Nós temos outros jeitos de lidar com as coisas e na associação isso é muito positivo. E uma proposta que eu tenho dentro da ABPA é de união, porque eu percebo o quanto a gente ganha quando está junto, trabalhando para que as coisas sejam coesas para assim alcançar algo maior. Isso faz sentindo e realmente é o que a associação se propõe a fazer”, afirma.
Coordenadora no Conselho Mundial
Recentemente Sula foi escolhida como a nova coordenadora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade e Meio Ambiente do Conselho Mundial da Avicultura. O IPC é uma associação global de produtores de carne de aves e atualmente tem 31 países membros e mais de 53 membros associados, representando 88% da produção global de carne de aves e quase 95% do comércio global de carne de aves. Organizações internacionais como OIE, FAO e Codex Alimentarius Commission reconhecem oficialmente o IPC como a associação global que representa o setor avícola.
Sula conta que já fazia parte do grupo de trabalho de sustentabilidade e sempre contribuiu, junto com a ABPA, com ideias e ações. “Nós temos trabalhado fortemente com o nosso propósito de endossar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas. Inclusive foi feito durante o SIAVS um momento para a declaração da Carta de São Paulo, onde o IPC se compromete a trabalhar estes objetivos. A ABPA realmente tomou isso como algo sério e tem desenvolvido bastante o trabalho e estimulado os associados a atuarem e implementarem práticas junto aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, conta.
Para ela, muito já se pode observar do que está sendo feito. “Estamos fazendo trabalhos em prol da sustentabilidade. Por exemplo, eu saliento muito o trabalho de promover a alimentação de qualidade para mais de 170 países, fazendo isso com atenção às suas necessidades sanitárias, culturais e até mesmo religiosas. Então tem mostrado que a associação está trabalhando muito naquilo que o IPC propõe e isso motivou a me indicar para coordenar esse grupo de trabalho”, comenta.
De acordo com Sula, o grupo tem definido alguns trabalhos a serem feitos, que foram iniciados pela ex-coordenadora Anne-Marie Neetson. “Nós discutimos os objetivos do Desenvolvimento Sustentável que foram eleitos pelo IPC e como a gente pode trabalhar e definir as prioridades”, informa. Ela explica que a reunião desse grupo de trabalho, sob a coordenação dela, ainda será realizada, porém já existem algumas metas para serem atendidas. “Meu propósito é a gente trabalhar de uma forma objetiva para buscar ter entregas que de fato sejam mensuráveis, aspectos que cabem a uma associação, porque o IPC também é uma associação, mas que possamos contribuir para melhorias na comunicação e no conhecimento do público a respeito do produto carne de frango”, esclarece.
As mulheres na liderança
E cada vez mais as mulheres vem ocupando espaços importantes dentro das empresas, cooperativas e agroindústrias. “Apesar de ser um número baixo, eu tenho percebido um crescimento progressivo. O meu time mesmo atualmente é composto somente por mulheres. Nos processos de seleção buscamos profissionais que, independente do gênero, atendam as necessidades que procuramos. E em determinadas tarefas realmente as mulheres acabam se destacando”, comenta Sula.
Segundo a diretora, ela tem percebido que no agronegócio cada vez mais mulheres estão assumindo posições de liderança e demonstrando condições de fazer um trabalho excepcional. “Com as oportunidades que são dadas, as mulheres estão podendo demonstrar que o fato de ser mulher não interfere em nada, muito pelo contrário, pode contribuir, porque cada posição tem um perfil necessário e isso é algo que depende de conhecimento e não de gênero”, afirma.
Mesmo ocupando espaços antes que pareciam inalcançáveis, Sula comenta que eventualmente ainda existe certo preconceito ou resistência às mulheres. “Depende muito do meio em que a pessoa está. Então se deixar, vamos ver preconceito em várias situações. Eu já vivi o preconceito por ser do Rio de Janeiro. Então depende muito do local”, avalia. Para ela, existem alguns ambientes em que o preconceito pode ser mais presente ou não. “Porque isso também é uma questão não somente de cultura, mas de princípios da pessoa”, diz.
Ela avalia que ainda é nítido ver que poucas mulheres ocupam cargos de liderança, não somente no agro, mas em outros setores também. Mas é perceptível que as mulheres estão em cargos que acabam exercendo uma boa influência nos gestores e líderes. “Eu gostaria de ver mais mulheres trabalhando em cargos de liderança, mas também entendo que cada momento ou situação temos determinadas características e qualidade que são aproveitadas”, menciona.
Mesmo com poucas mulheres ocupando os cargos de liderança, aquelas que ocupam podem ser um bom exemplo para outras que pretendem chegar neste lugar um dia. “Creio que sou um bom exemplo para outras mulheres sim. Porque quando você vê as coisas acontecendo, você percebe que elas são possíveis. Eu tive algumas colegas que falaram “você é uma inspiração”, “você realmente mostra que as mulheres podem realizar o que quiserem, podem fazer””, afirma.
Segundo Sula, mesmo nunca tendo carregado consigo a bandeira do empoderamento feminino, ela defende que muitas causas são importantes de serem vistas e que ela percebe pequenos preconceitos que acontecem. “Existem situações que podem ter acontecido comigo por preconceito por eu ser mulher, mas eu não carreguei isso comigo dessa forma. Mas eu já vi situações de diferenças de salários, que são coisas que incomodam e você vê que não é questão de competência, mas é equivocado”, comenta.
Mesmo com estas dificuldades, a diretora comenta que tem amizade com muitas mulheres que também estão em posição de liderança. “Nós temos uma ministra da Agricultura, no departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal temos uma mulher no comando. Então a ministra e um departamento de um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo são comandados por mulheres. Eu também já trabalhei com mulheres que estavam em cargos de liderança e tinham homens que eram subordinados. E tudo foi conquistado simplesmente por competência”, considera.
Porém, avalia Sula, ainda existam situações em que existe uma exigência maior de mulheres do que de homens. “Talvez sejamos mais exigidas do que um homem seria em determinado cargo, para exercer a mesma função. Isso pode ser que aconteça por uma questão de pré-conceito que sabemos que aqui no Brasil muitas mulheres sofrem”, diz. Mesmo assim, segundo Sula, isso é algo que vem mudando. “Até nos países do Oriente Médio, que têm essa questão muito mais forte da mulher, temos visto mulheres ocupando cargos de liderança. Então é um caminho que vamos seguir, vamos conseguir conquistar cada vez mais. Assim como qualquer outro preconceito é uma coisa que a gente tem que fazer as pessoas enxergarem, mostrar a naturalidade com que as coisas acontecem”, afirma.
Não é preciso força, mas sim jeito
Para a diretora técnica, antigamente o agro era algo menos elaborado e, por isso, tinha essa ideia de que ele era uma coisa mais braçal, bruta e que era necessário usar muita força. “Hoje as atividades são tecnológicas e tiveram um avanço grande, em que nada mais depende de força, mas sim de jeito”, diz. E, segundo Sula, jeito é algo que mulher tem. “Acho que isso mudou muito, porque é uma questão de tecnologia, de ruptura mesmo com coisas do passado. Na época em que eu estava na graduação houve momentos em que eu fui testada com relação a força e mostrei que a inteligência dava um jeitinho e driblava isso. Porque você precisa utilizar o que tem de vantagem para demonstrar que a sua “desvantagem” não é tão grande assim”, afirma.
Sula reitera que as vezes existe uma exigência maior da mulher e que é preciso demonstrar coisas que talvez um homem não precisaria. “Mas no ambiente de trabalho as suas demonstrações dependem de conhecimento, de saber ter postura e isso novamente não depende de gênero. É como você se vê”, comenta. E a tecnologia tem sido uma aliada. “Tem sido cada vez mais relevante e tem mostrado que cada vez menos a necessidade desse diferencial de morfologia é essencial, o que demonstra diferencial é o intelecto”, diz. “A capacidade de articulação e sensibilidade que nós mulheres temos de lidar com determinadas situações é algo que chama muito a atenção no meio do trabalho”, conclui.
Outras notícias você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2021 ou online.
Avicultura
Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas
Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.
O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.
Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.
Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.
Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.
O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.
Destaques
A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.
O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.
De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.
“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.
Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.
“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.
Metodologia
A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.
Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.
Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.
Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.
Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.
Avicultura
Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024
Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.
Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.
A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.
Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.
Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.
Avicultura
Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos
Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.
Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.
De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.
Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.
Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.
E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.
Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.