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Lucro só vai vir com a redução de carne suína no mercado, sugere presidente da APS

Jacir Dariva é enfático ao entender que os custos de produção devem continuar elevados em 2023.

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Foto: Shutterstock

O cenário em 2023 para a suinocultura não é dos mais otimistas na visão do presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Jacir José Dariva. Para ele, os custos de produção devem continuar a exercer pressão sobre a margem de lucro dos produtores. Dariva entende, no entanto, que um possível aumento nas exportações, aliado a um previsto consumo interno mais aquecido, pode ajudar a elevar o preço pago aos suinocultores. O presidente da APS é também defensor de uma redução no ritmo de produção do setor, em um movimento inverso à expansão experimentada nos últimos anos. “Esquecemos de diminuir a quantidade de carne ofertada no mercado. Temos uma superoferta de carne”, menciona.

Presidente da Associação Paranaense de Suinocultores, Jacir José Dariva: “Hoje a situação está caótica, mas se aumentar o consumo e as exportações voltaremos a ter margens positivas”.
Foto: Arquivo/OP Rural

Dariva é enfático ao entender que os custos de produção devem continuar elevados em 2023. “Pelo que se desenha na questão das commodities agrícolas, vamos ter um ano com custos elevados. Não vamos ter preços baixos ou uma retração de preços de milho e soja, principalmente no mercado internacional, e essas duas commodities estão na pauta das exportações do Brasil. Então, o custo de produção vai continuar elevado”, aponta.

Dariva explica ainda que outros componentes da suinocultura também ficaram mais caros, ampliando os custos. “Temos ainda outros insumos que estão impactando diretamente nos custos de produção. Cada ano são apresentadas novas tecnologias que precisam ser incorporadas perlo suinocultor que não quer ficar de fora do mercado. A mão-de-obra também está impactando muito os custos de produção”, aponta o presidente.

Diante desse cenário, ele explicou que os produtores ainda estão operando com margens negativas. “A suinocultura ainda está no vermelho. Existem várias metodologias para mensurar os custos de produção, mas nenhuma delas consegue baixar da casa dos R$ 7,90, R$ 8 ou mais que isso”, destacou Dariva em entrevista exclusiva ao jornal O Presente Rural em meados de janeiro. “Estamos pagando de novo para colocar um quilo de suíno no mercado”, completou.

Escoar a carne

Para o líder associativista do Paraná, somente as exportações, o consumo e a redução da produção podem reequilibrar os custos com o preço pago ao produtor. “A esperança nossa é que a exportação continue nos níveis que está ou aumente, que o dólar não regrida muito e aumente o consumo interno, que já está aumentando. Se conseguirmos aumentar o consumo, vai ter equilíbrio entre oferta e procura e automaticamente os preços vão subir um pouco para o produtor”, destaca. “Só tem uma mágica. Se conseguirmos colocar no mercado externo uma boa parte da carne e aumentar o consumo interno, caso contrário vai ser difícil ter margens positivas esse ano”, ampliou Dariva. “Hoje a situação está caótica, mas se aumentar o consumo e as exportações voltaremos a ter margens positivas”.

Entre os desafios, sugere o presidente da Associação Paranaense de Suinocultores, está a redução da produção brasileira. “Nós temos um grande desafio, que é diminuir a produção nacional de suínos. Todo mundo está pensando em aumentar, os produtores independentes estão ficando pelo caminho, mas nós vemos a voracidade de algumas empresas em aumentar os seus planteis. Isso vai acabar dificultando esse mercado, todos vão perder. A indústria perde, o produtor perde, o integrado não ganha o que tem que ganhar”, menciona, reforçando: “O que pode atrapalhar em 2023 é o excesso de produção que temos no campo. Torcemos para exportar mais, torcemos para aumentar o consumo, mas esquecemos de diminuir a quantidade de carne ofertada no mercado. Temos uma superoferta de carne”.

Ainda de acordo com o presidente da entidade, o setor da suinocultura é um dos poucos do agronegócio que trabalha há anos com margens negativas. “O mundo precisa alimentos e uma das proteínas com maior poder de transformação é a carne suína. O produtor também vai ter a sua hora de ganhar dinheiro, não dá para ficar dois ou três anos perdendo dinheiro ou empatando e vendo que todos os setores estão ganhando dinheiro, menos a suinocultura”, espera o presidente da APS.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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