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Logística desenvolve países e transforma cidades, afirma ministro na abertura de fórum em Foz do Iguaçu

Evento debate a criação de um corredor bioceânico para reduzir distâncias e o custo do transporte para o acesso a mercados internacionais.

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Ministro das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro - Fotos: Wilson Ruanis

Sistemas logísticos eficientes levam desenvolvimento aos países e transformam a realidade das cidades. Isso é o que ressaltou o ministro João Carlos Parkinson de Castro, da carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, na abertura do Fórum Internacional de Logística Multimodal Sustentável (FILMS), ontem (11), em Foz do Iguaçu (PR).

Participaram da solenidade, de forma presencial e virtual, representantes de governos, embaixadores, parlamentares, prefeitos, empresários, investidores e dirigentes de cooperativas e de entidades da sociedade civil da Argentina, Brasil, Chile e Paraguai, entre outros países. Até sábado (14), as lideranças discutirão a multimodalidade como solução para problemas logísticos.

Na palestra inaugural do fórum, o diplomata defendeu a implantação do corredor ligando os oceanos Atlântico e Pacífico para reduzir distâncias e o custo do transporte para o acesso a mercados. Ele explanou à plenária as vantagens dessas rotas, como elas impactam as atividades produtivas e os territórios integrados por esses corredores.  “Um corredor passa por onde tem carga e há trabalho, leva riqueza, investimentos e oferta de trabalho com qualidade”, enfatizou. “Vimos agora um aumento sem precedentes de fretes marítimos e enormes dificuldades para se obter frequências pelo mar e encontrar contêineres. Corredores logísticos respondem a essas questões”, frisou.

Rota bioceânica

Para Castro, a rota bioceânica representará uma mudança importante na logística do Paraná e em sua inserção na região. Garantirá melhor acesso aos mercados asiáticos, favorecendo o desenvolvimento da Maquila no Paraguai e a exportação de produtos com mais valor agregado. “Produtos brasileiros, paraguaios, argentinos e chilenos serão exportados para Ásia, Costa Oeste das Américas, Peru, Colômbia e Equador com maior eficiência e menor custo e tempo”, elencou, complementando: “Essa rota promoverá investimentos, digitalização de sistemas logísticos e melhor integração aduaneira”.

o ministro também destacou a criação do corredor de ligação oceânica como fator de estímulo ao desenvolvimento na fronteira trinacional. “Fomentando um polo industrial e agrícola no entorno de Foz do Iguaçu, criando novos empregos e agregação local de valor”, ressaltou.

Agenda pública

Coordenador do Fórum Internacional de Logística Multimodal Sustentável, Danilo Vendruscolo

Coordenador do evento logístico, Danilo Vendruscolo afirmou que a representatividade do fórum fortalece a agenda pública para a criação do Corredor Bioceânico Multimodal de Capricórnio, ligando portos do Chile ao de Paranaguá, conectando Argentina e Paraguai. “Reduzindo, assim, em 30% os custos para o transporte de cargas e atraindo investimentos”, sublinhou.

Ele chamou a atenção para a mudança dos mercados pós-pandemia. “Mostram uma nova dinâmica voltada à segurança alimentar. Nossa região, nossos países têm tudo para ser o principal fornecedor de alimentos, mas precisamos evoluir em soluções logísticas para levar esses produtos aos grandes mercados mundiais”, salientou Danilo.

Integração entre os países

O embaixador do Paraguai no Brasil, Juan Ángel Delgadillo, disse que o governo de seu país está à disposição para contribuir com soluções logísticas na região. “Nós, dos governos, temos o papel de ser a voz para levar as demandas à prática, trabalhando sempre juntos, setor público e privado”, declarou.

O cônsul da Argentina em Foz do Iguaçu, Alejandro Massucco, mencionou que o corredor bioceânico será um indutor para o comércio e os transportes. “O futuro está na integração de nossos povos. Nessa época difícil, com o mundo precisando de alimentos, Brasil, Paraguai e Argentina são produtores por excelência. Com uma integração inteligente, não vamos parar”, pontuou.

Cooperativas

O presidente da Lar Cooperativa, Irineu da Costa Rodrigues, apresentou um cálculo demonstrando o alto custo adicional com que os setores da produção arcam pela ausência de outros modais de transporte. “Temos oportunidades enormes, mas só um modal, o rodoviário. Esse fórum está mostrando que a logística é o ponto que precisamos atacar”, analisou.

Representando as cooperativas do Paraguai, Romualdo Zocche apontou a criação do corredor bioceânico e o hub logístico na região como solução para escoar a produção. “O Paraguai vai ser um dos principais beneficiados. Necessitamos que esse corredor ferroviário passe por nosso país”, realçou.

Realização

Com patrocínio da Itaipu Binacional, o fórum logístico tem realização da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu e execução do Instituto para Desenvolvimento da Região Trinacional, além de apoio de instituições da Argentina, Brasil e Paraguai.

Programação

Hoje (12)

Das 08h às 18h30: painéis temáticos:

Painel 1: Terminais e Transbordo. Moderador Márcio Roberto Fernandes (Instituto de Pesquisas Rodoviárias)

Painel 2: Aerovias. Moderador: João Arthur Mohr (Sistema FIEP)

Painel 3: Ferrovias. Moderador: André Luís Gonçalves (Ferroeste)

Painel 4: Portos e Hidrovias. Moderador: João Arthur Mohr (Sistema FIEP)

Painel 5: Rodovias. Moderador: Danilo Vendruscolo (ACIFI)

Painel 6: Gestão Coordenada de Fronteiras, Produção e Comércio. Moderador: Ramiro Wahrhaftig (Fundação Araucária)

Sexta-feira (13)

08h: governança e formação dos grupos permanentes de trabalho

10h15: plenária final com a presença de autoridades internacionais e nacionais

14h: visita técnica às obras da Itaipu Binacional e ao Parque Tecnológico Itaipu (obrigatória a inscrição antecipada)

Sábado (14)

08h: visita técnica ao Biopark, em Toledo (obrigatória a inscrição antecipada)

Fonte: Assessoria

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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