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Logística custa 17% do preço da soja entregue em Paranaguá

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Para escoar a sua produção, o agronegócio brasileiro tem encontrado alguns entraves logísticos. Uma pesquisa do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-Log), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), buscou responder a algumas questões sobre o tema com o Projeto Benin. Ao longo de 2013 pesquisadores do Esalq-Log levantaram informações pertinentes aos principais elos da cadeia de exportação de soja paranaense – a armazenagem, o transporte e o Porto de Paranaguá. Durante a realização do estudo, foi realizada uma série de visitas ao Estado do Paraná, nas quais foram entrevistados diversos agentes do setor, direta e indiretamente ligados ao processo de exportação de soja.
A partir de uma simulação, e tomando como exemplo a semana do dia 12 de setembro de 2013, os resultados mostraram que os produtores paranaenses, dependendo da região, perdem entre 14% e 17% de sua receita bruta em decorrência dos custos logísticos. O detalhamento maior mostra que os custos de transporte são os mais representativos, tendo um impacto médio de 8,76% no Estado, dependendo da distância entre a origem e o porto. Além deste, a armazenagem apresentou um custo médio de 6,38% da receita bruta, e os custos portuários 2,58%.
Além dos custos logísticos, é importante ressaltar que outras variáveis como o preço do produto no mercado internacional, a cotação do dólar e o prêmio do porto também tem grande influência na receita do produtor. O dinamismo do preço da soja no mercado internacional e da cotação do dólar, por exemplo, são algumas das variáveis que influenciam bastante na receita dos produtores, porém são dependentes da oferta e demanda do produto no mercado internacional e de políticas nacionais macroeconômicas, respectivamente.
“As variáveis logísticas por sua vez, tem sim um grande peso para redução da receita dos produtores, e cabe aos agentes do setor buscar cada vez mais a redução dos impactos delas, mesmo em épocas que o preço do produto e a cotação do dólar não estejam tão favoráveis aos exportadores brasileiros”, comenta Fernando Vinícius da Rocha, mestrando em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP e pesquisador do Esalq-Log.

Relatórios

Como resultados do Projeto Benin, foram elaborados três relatórios principais. O primeiro abordou especificamente a armazenagem, o segundo envolveu as questões do transporte rodoviário no Estado, e o terceiro tratou das questões pertinentes ao Porto de Paranaguá. Em cada um desses relatórios encontram-se as caracterizações de cada um dos setores, bem como o detalhamento dos custos pertinentes a cada um.
Finalmente, um quarto relatório quantificou numericamente as perdas logísticas existentes no processo de exportação paranaense. Essa mensuração se deu por meio da elaboração de um simulador onde é possível trabalhar com todas as variáveis intervenientes na receita líquida do produtor, com avaliações de cenários pertinentes para tomada de decisão do produtor.

Gargalos

A pesquisa também evidenciou gargalos de cada um dos elos estudados. “O conhecimento dos principais gargalos ao longo da cadeia de exportação, bem como o quanto eles representam em termos monetários, é o primeiro passo para busca por melhores condições de infraestrutura logística”, complementa Rocha.
O trabalho também mostra o impacto da chuva no carregamento dos navios graneleiros em Paranaguá, o qual é da ordem de 25% do tempo, e ressalta também algumas vantagens comparativas (nível tecnológico e organizacional, como o Sistema Carga OnLine, por exemplo) que o Porto de Paranaguá tem em comparação com alguns outros portos brasileiros, além de fazer algumas recomendações de investimentos para incremento da capacidade operacional do porto, e aumento da capacidade de expedição de carga.
O Projeto Benin foi a continuidade da parceria entre o Esalq-Log e a FAEP que teve início em 2011 com o Projeto Jamaica, que tratou da competitividade dos fretes ferroviários e rodoviário no Estado do Paraná. Os relatórios do Projeto Benin estão disponibilizados no site da FAEP.
Além de Rocha, o Projeto contou com a participação dos professores José Vicente Caixeta Filho (diretor da Esalq e coordenador geral do Esalq-Log) e Augusto Hauber Gameiro, docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia do campus da USP, em Pirassununga; e de Thiago Guilherme Péra (coordenador do Esalq-Log), além de outros 15 pesquisadores de graduação e pós graduação membros do Grupo.

Fonte: Rural Centro

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Atraso no plantio da soja pode impactar outras culturas

Falta de chuvas que atinge grande parte do Brasil está afetando os rios desde a Amazônia até a Região Sul, com isso, apesar do encerramento do vazio sanitário da soja, não devemos observar grande avanço do plantio em setembro.

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Foto: Gilson Abreu

Na atualização de setembro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve a produtividade das lavouras americanas em 3,6 t/ha (59,7 sc/ha). A falta de chuvas que atinge grande parte do Brasil está afetando os rios desde a Amazônia até a Região Sul. Apesar do encerramento do vazio sanitário da soja, não devemos observar grande avanço do plantio em setembro. O atraso da soja pode gerar consequências para outras culturas, como algodão e milho safrinha.

Balanço global de soja, em milhões de toneladas. Fonte: USDA

A produção dos EUA foi reduzida em 100 mil toneladas, enquanto os estoques americanos projetados para 2024/25 caíram 200 mil toneladas, para 15 milhões de toneladas. Ainda assim, o incremento sobre a safra passada é de 61,7%. O estoque final global sofreu leve reajuste para cima, +300 mil t ante agosto, enquanto as projeções de produção para Brasil e Argentina foram mantidas sem 169 e 51 milhões de toneladas, respectivamente.

Os rios Paraná e Paraguai estão próximos dos níveis mínimos do ano, o que tem atrapalhado a navegação e o transporte de grãos. O impacto nesse momento é limitado, por conta da sazonalidade dos embarques, mas as barcaças estão navegando com menor capacidade e maior tempo.

A perspectiva de atraso na consolidação do regime de chuvas no Brasil não deve permitir um plantio acelerado para a safra 2024/25. Os modelos apresentam alguma divergência em relação a entrada das frentes frias, porém o consenso é de que isso aconteça de forma irregular. Apesar da possibilidade de atraso, o cenário para a safra brasileira segue positivo, uma vez que a expectativa é de que, quando estabelecidas, as chuvas aconteçam dentro da normalidade.

A depender do atraso, podemos ver alguma migração da soja para algodão 1ª safra, diante da janela bem apertada de plantio da safrinha da fibra no Mato Grosso (MT). Além disso, o atraso da soja acaba retardando o plantio do milho segunda safra, aumentando os riscos climáticos para o desenvolvimento do cereal. Podemos ver também uma logística mais ociosa em janeiro, com a entrada mais tardia da soja.

Projeção da anomalia da precipitação para setembro. Fonte: NOAA (CFSv2)

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA
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Com demanda externa forte e menor oferta de fêmeas, mercado de boi gordo ganha impulso em setembro

Nos últimos dias o animal tem sido negociado próximo de R$ 255/@. Com isso, apesar da reação do animal, o spread da indústria no MI voltou a se recuperar após dois meses de acomodação.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado do boi gordo, em agosto e na primeira quinzena de setembro, continuou o movimento de recuperação iniciado em junho, ganhando um impulso extra neste mês. Do lado da oferta, as escalas de abate reduziram um pouco, com sinais de moderação do excesso de fêmeas enviadas à indústria que marcou o primeiro semestre do ano, isso além da seca forte que atinge a maior parte das regiões pecuárias brasileiras.

Além disso, a demanda externa continuou vigorosa e, mesmo no mercado interno, os preços das carcaças bovinas também subiram com maior ímpeto desde o início de setembro.

 

Spread da indústria no mercado interno (carcaça casada/boi gordo) – Fonte: Cepea, Itaú BBA

A alta do boi em São Paulo, entre o início de agosto e 16 de setembro, foi de 8,8%, enquanto a carcaça casada no estado subiu 13% no mesmo período. Nos últimos dias o animal tem sido negociado próximo de R$ 255/@. Com isso, apesar da reação do animal, o spread da indústria no MI voltou a se recuperar após dois meses de acomodação.

Os dados mais recentes dos abates do Mato Grosso (Imea), referentes a agosto, embora recordes para o mês, mostraram que a participação de fêmeas foi, pelo terceiro mês consecutivo, menor em relação ao ano passado.

Além disso, o deságio da arroba da vaca em agosto no Mato Grosso (MT) veio de -13% em agosto de 2023 para -9% em agosto de 2024, refletindo esta moderação do excesso de fêmeas abatidas.

Do lado das exportações, agosto marcou novo recorde histórico para o mês, com envios de 217 mil t in natura, 17% acima de agosto de 2023, acumulando crescimento de 30% no ano, até o referido mês. Entretanto, o forte volume embarcado não tem vindo acompanhado de melhora do preço médio da carne, que segue relativamente de lado.

Com o boi subindo em dólares nos últimos três meses e a carne estagnada, o spread das exportações acomodou um pouco.

Preços do boi gordo (SP) e do bezerro (MS) – Fonte: Cepea

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA
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ExpoLeite terá feiras do Pró-Genética e Pró-Fêmeas

Programa facilitará acesso de pequenos e médios produtores à genética superior durante evento, em Uberaba (MG)

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Foto: Divulgação/ABCZ

Durante a ExpoLeite, realizada pela ABCZ entre os dias 21 e 25 de outubro, em Uberaba (MG), produtores terão oportunidade de adquirir animais comprovadamente superiores, potencializando o melhoramento genético dos rebanhos nas fazendas. Nos dias 23, 24 e 25, as Feiras Pró-Genética e Pró-Fêmeas irão ofertar machos e fêmeas de alto valor genético.  Vale ressaltar que os animais comercializados através do programa são atestados pela ABCZ, com registro genealógico, exames reprodutivos e de saúde.

Criado em 2006 pela ABCZ, com apoio dos governos federal, estaduais e municipais, além de órgãos de extensão rural, o programa é voltado para pequenos e médios produtores e já comercializou milhares de animais melhoradores em todo o país, contribuindo para o aumento da produção sustentável de carne e leite bovinos. Os animais oferecidos podem ser financiados no próprio local da feira, com condições de pagamento e juros especiais, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).

“Os técnicos da Emater-MG e nossos outros parceiros no programa identificam, dentre os produtores assistidos por eles, a demanda de animais, entre machos e fêmeas, além de que raças os produtores têm interesse.  A ABCZ e a Associação de Girolando entram em contato com seus associados, que disponibilizam os animais de acordo com o padrão de qualidade exigido pelo Pró-Genética e pelo Pró-Fêmeas. Todo esse processo é chancelado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de MG (Seapa)”, detalha o Superintendente Técnico Adjunto do Leite e Projetos Técnicos da ABCZ, Carlos Henrique Cavallari Machado.

Para participar do Pró-Genética e Pró-Fêmeas durante a ExpoLeite, enquanto comprador ou vendedor, procure o setor do Pró-Genética na sede da ABCZ, ou entre em contato pelo telefone: (34) 3319-3883.

A 2ª ExpoLeite é uma realização da ABCZ, com apoio do Sebrae, BB Seguros, e CNA/FAEMG/SENAR. A feira é patrocinada por NEOGEN e Troncos Romancini, com assessoria de DBarros Rural. Itaipava é a cerveja e Dona Nenem é o café oficial da ExpoLeite.

Confira a programação completa, clicando aqui.

Fonte: Assessoria ABCZ
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IFC

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