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Suínos / Peixes Infraestrutura deficitária

Logística brasileira vive “tempestade perfeita”, avalia ABPA

A logística ineficiente eleva o custo Brasil, reduz a competitividade dos produtos nacionais e ajuda a frear o crescimento desse setor tão importante para a economia brasileira. Isso quase todo mundo já sabe. O que não se esperava é que o cenário poderia piorar. E piorou. A pandemia colocou a logística mundial de cabeça para baixo. Faltam navios, faltam contêineres e faltam rotas marítimas.

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Arquivo/OP Rural

Estradas mal conservadas, uso excessivo de caminhões para o transporte de mercadorias, falta de investimentos em modais ferroviários e aquaviários, portos com infraestrutura deficitária e mais recentemente a alta imparável no preço dos combustíveis são problemas bem conhecidos enfrentados pelas agroindústrias brasileiras. A logística ineficiente eleva o custo Brasil, reduz a competitividade dos produtos nacionais e ajuda a frear o crescimento desse setor tão importante para a economia brasileira. Isso quase todo mundo já sabe.

O que não se esperava é que o cenário poderia piorar. E piorou. A pandemia colocou a logística mundial de cabeça para baixo. Faltam navios, faltam contêineres e faltam rotas marítimas. As poucas companhias detentoras do transporte internacional de cargas estão otimizando suas operações, deixando em segundo plano, por exemplo, o Brasil, em detrimento de economias que movimentam mais, como as rotas entre Europa, Estados Unidos e Ásia.

O jornal O Presente Rural ouviu lideranças do agronegócio brasileiro para entender o impacto real que a logística tem no setor, entender como está o cenário atual na logística ao redor do mundo e encontrar soluções para esses gargalos. Ele avalia que atualmente a logística brasileira vive em uma “tempestade perfeita”.

Para o coordenador do Grupo de Logística da ABPA (associação Brasileira de Proteína Animal), José Perboyre, o Brasil não dá a devida importância ao sistema de transporte de cargas, tem um modelo obsoleto, caro e pouco eficiente. Ele defende soluções a curto e médio prazos, mas adverte que um plano de contingência deve ser elaborado o quanto antes, entre governo, embarcadores e entidades do setor para executar soluções que reduzam os gargalos que tornam a logística brasileira pouco eficiente.

Cenário

Para Perboyre, o problema começa na matriz modal que o Brasil priorizou há muitos anos: o rodoviário. “Mais de 60% da nossa matriz é rodoviária. Nós torcemos e trabalhamos para o Brasil diversificar essa matriz, usar o transporte ferroviário, por exemplo. O uso excessivo de caminhões para transporte dos produtos agropecuários gera mais custos em relação a outros modelos, além de gerar desperdícios durante o trajeto”, disse, exemplificando sobre a porcentagem de grãos que são transportados a granel e caem das carretas durante o trajeto nas rodovias brasileiras. “Gera custos elevados, além do desperdício nas estradas”, menciona.

Para ele, é preciso atacar em duas frentes: investimento e diversificação. “A nossa infraestrutura rodoviária precisa de investimentos, mas precisamos diversificar essa matriz, usando o ferroviário e o aquaviário também”, menciona o coordenador de Logística da ABPA.

De acordo com o profissional, vale lembrar que aproximadamente 70% de tudo que é produzido pelo agronegócio brasileiro tem como destino o consumo do mercado interno. Entretanto, organizações como A FAO (A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) já admitem que o Brasil terá que exportar cada vez mais produtos para atender a crescente demanda mundial por alimentos. E a infraestrutura em todos os elos da logística, opina Perboyre, precisa acompanhar esse crescimento da produção, oferecendo estradas, portos, aeroportos e hidrovias como alternativas mais seguras e baratas para esse e outros setores da economia brasileira. “O Brasil precisa ter diferentes modais. Temos dimensões e naturalmente somos fornecedores de proteína para o mundo. Exige a necessidade de olhar essas necessidades (da logística). Isso depende de governos, iniciativa privada e mudanças em algumas legislações. São investimentos de médio e longo prazos, mas tem que precisam começar agora”, aponta, mencionando a maior movimentação de cargas do agro prevista para os próximos anos, com o crescimento do setor de aves e suínos, por exemplo.

Faltam rotas para América Latina

As rotas dos navios, que já eram cada vez mais otimizadas pelas poucas companhias que detém esse tipo de serviço no mundo, ficaram ainda mais escassas durante a pandemia. Com menos navios circulando, essas companhias acabaram priorizando mercados de grande consumo, como Estados Unidos e Ásia. O resultado. Navios esperando para descarregar nos portos de Europa, Ásia e América do Norte e falta de contêineres e navios para outras regiões, como África e América do Sul.

“Antes da pandemia de Covid-19 já havia um processo de otimização das rotas, feito pelas empresas marítimas. Elas simplificam rotas, existia um processo de aumento do tamanho dos navios e diminuição das rotas. Isso já existia desde quando as empresas marítimas começaram a concentrar o mercado. Naturalmente elas começam a racionalizar as rotas. A pandemia potencializou essa racionalização. Entre as causas estão lentidão nos protos, a quase zerada produção de contêineres em todo o mundo e a paralização de alguns portos, além do problema com o travamento do Canal de Suez”, frisa.

E os portos brasileiros

Os navios aumentaram o calado, levam 35% a mais de carga”, destaca. Os navios transportam 14 mil TEUs (contêineres) ou mais, mas o Porto de Paranaguá (PR), por exemplo, um dos mais importantes para o agronegócio brasileiro, suporta navios que carregam no máximo 12 mil TEUs. “E nossos problemas não são somente com profundidade, é preciso também investimento em áreas de manobra, entre outras situações”.

Custos dispararam

De acordo com Perboyre, a falta de contêineres fez disparar o preço para locar contêineres com a pandemia, prejudicando ainda mais a competitividade dos produtos brasileiros, como as carnes, que são exportadas em contêineres refrigerados, os chamados reefers. A retomada da economia tem acontecido de forma muito rápida no mundo e isso demandou mais contêineres. Com mais procura e pouca oferta, os preços subiram muito. E o setor de aves e suínos não suporta muito essas oscilações porque são produtos de baixo valor agregado se comparado a outros mercados, como o de eletroeletrônicos, por exemplo.

O custo para levar um contêiner dos portos do Brasil para a Ásia estava entre US$ 4 mil, US$ 5 mil há pouco tempo atrás. Hoje estamos falando algo em torno de R$ 20 mil. Infelizmente é a lei da oferta e da procura”, revela o coordenador de Logística da ABPA. “O aumento expressivo do frente vai aumentar nossa competitividade. Nosso produto não tem alto valor agregado, suporta menos aumentos”, reforça Perboyre.

Lentidão

A produção agropecuária destinada à exportação não parou durante a pandemia. Mas com menos rotas marítimas, menos contêineres e problemas nos portos, os produtos estão demorando para chegar ao exterior. Ficam estocados em indústrias e nos portos a espera de um embarque.

“Há cargas que estão levando até 85 dias para chegar na Ásia, quando o ideal seria algo em torno de 40 dias. Hoje algo entre 30 e 40% das cargas de aves e suínos estão agurdando para serem exportadas”, revelou o profissional. De acordo com ele, isso significa a paralização de cargas no valor de US$ 260 milhões. “São divisas que deixam de entrar no país”, menciona.

Em busca de soluções 

Perboyre explica que a ABPA, armadores resposáveis pelos portos e autoridades do governo federal alinham estratégias para agir e resolver problemas que incluem até legislações obsoletas. Por exemplo, a cabotagem, que é a movimentação de um navio entre portos do mesmo país, ainda é engessada no Brasil. Uma lei específica está em tramitação no congresso para facilitar esse tipo de navegação. Com isso, por exemplo, navios estrangeiros poderiam para em mais de um porto brasileiro, reduzindo custos.

Temos um grupo de entidades que pediu duas cosias ao governo federal. Primeiro, nos reunimos com o secretário nacional dos Portos para em breve ter uma reunião com o Ministério da Infraestrutura para discutir os problemas, chamar os armadores, ter diálogo, criar um plano de contingência. Sabemos que não vamos resolver nossos problemas de imediato, mas temos que começar a fazer. E para o imediato, o pouco que for feito já é alguma coisa. O segundo ponto que pedimos é a médio prazo, para embarcações maiores poderem atracar no Brasil. “Uma das nossas reclamações é que esses navios grandes não atracam. Isso representaria 35 a 40% a mais de carga em cada embarcação. Outra questão é a cabotagem, nossa navegação costeira”, pontua.

A cabotagem é a navegação entre portos ou pontos da mesma costa de um país. É um modo de transporte que tem crescido mais de 10% ao ano no Brasil, quando considerada a carga transportada em contêineres. A medida legislativa em tramitação tem como objetivo aumentar a oferta da cabotagem, incentivar a concorrência, criar novas rotas e reduzir custos. Entre outras metas, o Ministério da Infraestrutura pretende ampliar o volume de contêineres transportados, por ano, de 1,2 milhão de TEUs de 20 pés, em 2019, para 2 milhões de TEUs, em 2022, além de ampliar em 40% a capacidade da frota marítima dedicada à cabotagem nos próximos três anos, excluindo as embarcações dedicadas ao transporte de petróleo e derivados, de acordo com o governo federal. Mas Perboyre adverte que para isso “é preciso adequar a legislação e buscar outras alternativas”.

Otimismo

Perboyre é enfático ao mencionar ações concretas rápidas para não tornar esse problema cada vez pior, com crescimento da produção agropecuária e falta de investimentos em logística. “Temos portos não adequados, temos transporte rodoviário não adequado, temos pouco transporte ferroviário, mas as crises provocam soluções. Vamos buscar o dialogo com armadores para manter nossa competitividade, fazer a lição de casa, apagar o incêndio de hoje com um plano de contingência, mas também discutir medidas de longo prazo, como receber navios de maior calado e ter ferrovias.

A logística do Brasil vive “uma tempestade perfeita, mas ela nos abre os olhos para dialogar e tirar bons frutos desse aprendizado”, agir na resolução dos gargalos. E o coordenador de Logística da ABPA deixa um recado bastante claro, até óbvio, mas incrivelmente negligenciado até hoje: “Não basta produzir, tem que entregar”.

Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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Suínos / Peixes

O que faz o Vale do Piranga ser o polo mineiro de incentivo à suinocultura?

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, feira facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Suinfair, maior feira de suinocultura de Minas Gerais, acontece no Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura, situado no Vale do Piranga, uma área que se destaca nacionalmente pela sua produção suinícola. Esta região representa, aproximadamente, 35% do rebanho de suínos de Minas Gerais, produzindo anualmente cerca de 370 milhões de quilos de carne suína. O trabalho diário de levar alimento à mesa de diversas famílias faz com que mais de cinco mil empregos sejam gerados diretamente pela suinocultura, além das mais de trinta e cinco mil pessoas que trabalham indiretamente na área.

Com um histórico consolidado, a região foi oficialmente reconhecida como Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura por meio de legislação, o que fortalece ainda mais a cadeia produtiva local. Nesse contexto, a Suinfair surge como uma iniciativa voltada para as necessidades específicas dos suinocultores.

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, a Suinfair facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

Desde equipamentos estruturais até grandes máquinas agrícolas e robôs, os suinocultores têm a chance de conhecer de perto as inovações do mercado e estabelecer contatos diretos com os fabricantes. Isso resulta na concretização de negócios baseados em condições justas, fomentando o crescimento dos produtores e incentivando a presença dos fornecedores na região.

A Suinfair é, portanto, um evento feito sob medida para a suinocultura, representando uma oportunidade única de aprendizado, networking e desenvolvimento para todos os envolvidos nesse importante segmento do agronegócio.

Fonte: Assessoria Suinfair
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Suínos / Peixes

PorkExpo Brasil & Latam 2024 abre inscrições para receber trabalhos científicos do mundo inteiro

Disputa científica tradicional da suinocultura vai distribuir R$ 6 mil em dinheiro e reconhecer as quatro pesquisas mais inovadoras da indústria da carne suína.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Inscrições para envio de trabalhos científicos à PorkExpo Brasil & Latam 2024 estão abertas. Esse é um convite conhecido da suinocultura internacional há mais de duas décadas. Encontro inovador, que debate de ponta a ponta a cadeia produtiva da suinocultura, vai confirmar mais uma vez a tradição de incentivar as pesquisas da indústria mundial da carne suína, com a Mostra de Trabalhos Científicos, que será realizada nos dias 23 e 24 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu (PR).

O evento reúne o 12º Congresso Latino Americano de Suinocultura e o 2º Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura, que seguem com as inscrições abertas aqui.

A 12ª edição convida pesquisadores e estudiosos para contribuir com seus conhecimentos e inovações. “Em cada edição da PorkExpo são recebidos ao menos 200 trabalhos”, exalta a CEO da PorkExpo Brasil & Latam 2024, Flávia Roppa

Neste ano, a premiação vai premiar quatro pesquisas científicas, sendo três referencias e um grande vencedor. O total da premiação chega a R$ 6 mil.

Flávia explica que os trabalhos devem abranger temas essenciais à atividade, como produção, sanidade, bem-estar animal, marketing da carne suína, economia, extensão rural, nutrição, reprodução, aproveitamento de resíduos e meio Ambiente, refletindo a amplitude e profundidade tecnológica que o setor apresenta a cada década que passa. “A PorkExpo apoia consistentemente o conhecimento por parte dos pesquisadores, professores, profissionais e estudantes, que buscam inovações para subsidiar a produção de campo, a indústria de processamento e o aumento do consumo da nossa carne pelos consumidores. Um propósito que ratificamos em duas décadas. E esperamos pela participação máxima desses estudiosos, do mundo inteiro”, enfatizou Flávia.

Inscrições

Os trabalhos precisam ser totalmente inéditos e entregues impreterivelmente até o dia 11 de agosto, podendo ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol. “Todos serão submetidos pelo site da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Os inscritos precisam informar o e-mail, telefone para contato e endereço completo de uma pessoa que vai ser a responsável pelo trabalho para futuros contatos com a organização do evento”, informa a CEO da PorkExpo.

Os interessados devem enviar os trabalhos formatados em duas páginas, em papel A4 (21 x 29,7 cm), digitados no Word para Windows, padrão 6.0 ou superior e salvos na extensão .doc, fonte dos textos em Arial, para o endereço: flavia@porkexpo.com.br. “Não serão aceitos trabalhos fora do padrão”, reforça Flávia.

Todas as informações referentes às inscrições e normas de redação podem ser consultadas clicando aqui. Os autores dos trabalhos avaliados pela Comissão Científica serão comunicados da sua aceitação ou não. “Participe e faça a diferença. Não perca a chance de participar desse movimento que define o amanhã da suinocultura. Junte-se aos líderes que estão construindo o futuro da indústria mundial de carnes”, convida Flávia, acrescentando: “Esperamos por sua ideia eficiente e inovadora”.

Fonte: Com informações da assessoria PorkExpo Brasil & Latam
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SIAVS 2024 E

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