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Livro da Carne Suína surpreende com ineditismo e conteúdo
Publicação é primeira brasileira voltada exclusivamente para proteína e traz receitas especiais criadas por chefs renomados de todo o país

Um sabor marcante, inesquecível e de lugar cativo no gosto do brasileiro, a carne suína tem desbravado um caminho antes distante, mas que hoje já mostrou que veio para ficar: o da gastronomia. A queridinha de chefs e ingrediente fundamental para evidenciar cardápios a ponto de ganhar premiações e Estrelas Michelin, a proteína agora também é protagonista do primeiro livro de receitas brasileiro voltado exclusivamente para ela: O grande livro da carne suína: 60 receitas que modernizaram a carne de porco no Brasil.
Idealizada e lançada pela ABCS durante o XVIII SNDS, realizado no Rio de Janeiro, em agosto, a publicação conta com o apoio editorial da Prazeres da Mesa, editora e revista especializada em gastronomia, que realizou a curadoria dos chefs que participaram da elaboração das receitas com mais de 20 cortes, que contemplam diversos preparos, desde frigideira à churrasqueira, dos mais simples aos mais elaborados. As receitas fáceis de preparar, “quando o tempo para a cozinha está escasso”, as fáceis de compartilhar, “quando o momento é dedicado a aproveitar o melhor da companhia de amigos e família, e fáceis de impressionar, “quando tudo o que se quer é arrancar suspiros de admiração”. No total, são 156 páginas, contendo 60 receitas produzidas por chefes todo o Brasil.
A ideia do livro é proporcionar uma experiência diferenciada para os leitores, aguçar os sentidos e trazer novas percepções sobre a proteína. É mostrar que a carne suína tem potencial para ser protagonista no momento de escolha dos consumidores, porque é versátil, saudável e saborosa. Além de contar com diversas possibilidades de preparo, incentivando o consumidor a sair da rotina e diversificar a alimentação.
Além das receitas, o livro também conta a história da suinocultura brasileira, apresentando a sua evolução, em uma cronologia que vai até o atual contexto, com os principais métodos e tecnologias utilizados na produção. Assim, o leitor pode entender sobre a qualidade envolvida no processo, a preocupação com o bem-estar animal, a bioseguridade, a segurança alimentar e todo o cuidado e dedicação de cada elo da cadeia em uma produção responsável e comprometida para que o produto chegue à mesa do brasileiro. Outro bônus que a publicação traz é o manual com os principais cortes suínos, que inclui mais de 20 cortes, detalha as formas de preparo e dá dicas de tempero, deixando tudo mais prático e rápido.
Com história, qualidade, versatilidade, sabor e saúde, a publicação inaugura um novo capítulo na gastronomia brasileira. Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o livro é uma soma do intenso trabalho em equipe da entidade e associados. “Esse é o resultado de décadas de investimentos em novas tecnologias e boas práticas na produção de suínos, um desenvolvimento contínuo que envolve mais de 20 mil produtores em todo o Brasil e culmina em um produto que cumpre as exigências do mercado mundial. Somado a isso, a publicação representa o atual momento da gastronomia, onde a carne suína ocupa seu lugar de merecimento por ser tão versátil, surpreendente e proporcionar experiências inesquecíveis para quem degusta. Este livro é uma celebração dessas conquistas, ele é de todos nós”, comemora o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.
A visão dos chefs
A variedade de receitas presente no livro atesta as possibilidades da carne suína e traz um toque de requinte pelas mãos de chefes brasileiros renomados e conhecidos do público tanto pelo talento na cozinha quanto pelas participações em programas de TV voltados para a gastronomia, como Alex Atala, Carlos Bertolazzi, Jimmy McManis, Roberto Ravioli e também receitas de restaurantes conceituados, como Nico Cucina, Rubaiyat e Terraço Itália.
Ricardo Castilho, Diretor Editorial da revista Prazeres da Mesa, destacou a originalidade da publicação. “No livro, além dessas receitas especiais, mostramos dicas de preparo, explicamos cada corte e, claro, desvendamos porque a carne suína está cada vez mais saudável e saborosa. Trata-se de um livro imperdível para os amantes da gastronomia, uma referência para todos que fazem parte desse delicioso universo do comer bem”.
O premiado chef Rodrigo de Oliveira, responsável pelo restaurante Mocotó, localizado em São Paulo, e presente no livro com uma receita de copa-lombo, exalta a iniciativa de produzir um livro gastronômico totalmente voltado para a proteína suína e reforça a importância de se trabalhar com ela. “Do ponto de vista gastronômico, mostrar que a gente tem potencial não explorado ainda e que tem novas combinações para serem feitas, novas técnicas, novas maneiras de apresentar. Mas, também no mercado como um todo, o sistema de alimentação que a gente quer construir é muito mais saudável, muito mais diverso, muito mais justo e o suíno, ele é talvez uma das culturas mais viáveis de todos os pontos e com certeza a gente ganha mais consumindo melhor o suíno e com mais consciência”.
Distribuição
De iniciativa institucional, a publicação foi desenvolvida por meio do apoio do Sebrae e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS) e por isso é uma exclusividade para quem colabora. Para aqueles que desejem adquirir o livro o contato deverá ser feito por meio do e-mail comunicacao@abcsagro.com.br.

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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.
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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.



