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Suínos Sanidade

Limpeza e desinfeção balizam sucesso do próximo lote de suínos

Redução da pressão de infecção é ainda mais importante quando se trata de doenças multifatoriais

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Luis Gustavo Schütz, médico veterinário e coordenador Técnico – Aves e Suínos – da Bayer

A sanidade do rebanho é um fator preocupante na produção de suínos, representa perdas diretas como mortalidade e perca de performance dos animais. A prevenção e o como solucionar uma doença no plantel é um dos principais pilares na suinocultura. Assim a erradicações de agentes patógenos específicos é importante, mas muitos patógenos são endêmicos no Brasil, assim para evitar a doença recomenda-se mantê-los em baixas concentrações. Esse conceito de redução da pressão de infecção é ainda mais importante quando se trata de doenças multifatoriais, afinal são desencadeadas pela combinação da exposição ao agente etiológico e condição desfavorável de ambiente e estresse.

A desinfecção é o controle ou eliminação de agentes como vírus, bactérias e parasitas que causam as doenças. A desinfeção é através de processos químicos e/ou físicos realizados para reduzir a possibilidade de surgir doenças aos suínos.

Existem duas formas de reduzir a quantidade de agentes patogênicos na granja. A preventiva, quando o produtor realiza limpeza diária das baias visando reduzir a carga microbiana no meio ambiente, podendo ser complementada com a utilização de nebulização com desinfetantes semanalmente. No caso de um surto de doença infecto contagiosa é muito importante que o produtor entre em contato com o médico veterinário responsável para fazer os exames clínicos e colher amostras para um diagnóstico laboratorial e determinar assim o agente causador da doença. Sabendo qual é o agente causador do quadro clínico o sucesso para interromper o ciclo da doença será mais fácil, assim como qual desinfetante ser utilizado e as demais medidas complementares.

Outro momento importante para a redução de agentes patogênicos é no intervalo entre os lotes. Após a retirada dos animais se recomenda a limpeza e desinfecção seguida do vazio sanitário. O vazio sanitário é o período entre o término da desinfecção e o alojamento do próximo lote, seu objetivo é complementar o processo de desinfeção, assim a ação residual do desinfetante ocorre o processo de dessecação, momento para reduzir os agentes patogênicos. Sempre a uma discussão sobre o melhor tempo para o vazio sanitário, pesquisadores mostram os melhores índices de redução de microrganismos patogênicos entre 4 a 7 dias nas condições ideais de limpeza e desinfecção.

A eficiência de uma desinfecção depende de vários fatores como limpeza prévia, escolha do desinfetante, concentração, temperatura da solução de desinfetante, tempo de ação e a qualidade da água utilizada.

A limpeza prévia tem por finalidade a remoção da matéria orgânica, porque a maioria dos desinfetantes são inativados pela presença de coliformes. A presença de matéria orgânica nas superfícies dificulta e torna impossível a penetração dos desinfetantes em todas as frestas onde possam ficar alojados os microrganismos. Assim a limpeza prévia pode ser complementada com o uso de detergentes, assim permitindo uma ação direta do desinfetante sobre os agentes causadores de doenças.

A escolha do desinfetante é muito importante para que se tenha o efeito desejado. Para um desinfetante ter as condições ideais de atuação devemos considerar a concentração recomenda pelo fabricante ou sobre a orientação definida pelo médico veterinário. Fazer a supervisão da tarefa de aplicação do desinfetante é um ponto crítico para garantir que não tenha diminuição da dose recomendada, principalmente a relação da quantidade de calda versus o tamanho de sala para desinfeção, reduzir a dose pode provocar uma seleção de microrganismos resistentes. O desinfetante deve sempre ser aplicado em superfície seca, assim não diluir a calda quando aplicado em instalações molhadas.

O tempo de ação do desinfetante depende da temperatura e da superfície a ser desinfetada, nenhum desinfetante tem efeito imediato. Quanto mais baixa for a temperatura da superfície mais deve ser o tempo de ação, pois a temperatura baixa diminui o efeito dos desinfetantes. Em superfícies lisas, com aplicação de desinfetantes em paredes verticais, a capacidade de aderência da solução é menor em função da menor porosidade e da tensão superficial. Logo a ação do desinfetante fica prejudicada devido ao baixo tempo de contato.

A qualidade da água é importante tanto para limpeza como para desinfecção. O uso de águas poluídas, principalmente por coliformes fecais e streptococcus fecais, diminui a eficiência do desinfetante, porque parte dele é consumida para desinfetar a água de diluição antes da solução. E a qualidade química da água pode interferir na eficiência do desinfetante, exemplo pH da água, dureza, etc. Devido a este fato recomenda-se que seja realizada pelo menos uma análise físico-química e bacteriológica da água a cada seis meses.

Os desinfetantes não são igualmente eficientes quando usados como bactericidas, viricidas ou fungicidas. Devido a isto, como forma de aumentar a eficácia da desinfecção, recomenda-se a rotação de desinfetantes visando aumentar o espectro de atividade e para evitar o aparecimento de cepas resistentes de microrganismos patogênicos. A periodicidade da troca do desinfetante varia de 3 a 6 meses, mas para isso é importante que o médico veterinário responsável pelo programa de limpeza e desinfecção monitore a eficácia dos trabalhos e quais são os agentes causadores dos casos clínicos.

A desinfecção deve ser vista como uma ferramenta a mais no controle de doenças e não com substituta de outras medidas de biossegurança, pois o objetivo principal é manter uma concentração baixa de agentes causadores de doenças, diminuindo desta forma a possibilidade de infecção. Os programas de limpeza e desinfecção devem ser estabelecidos com critério claro e etapas bem definidas, incluindo o controle de vetores, afinal uma infestação de insetos ou de roedores pode colocar todo o manejo de limpeza e desinfecção a perder, entendo que esses vetores frequentam áreas com alta concentração de coliformes fecais e streptococcus fecais, assim, recontaminando as instalações. Por fim o principal objetivo é ter um lote de animais saudáveis para expressar o máximo potencial de performance.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2019.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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