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Líder nacional em alimentos orgânicos, Paraná investe para ampliar produção e consumo

São 3.916 agricultores, o que representa 16% do País. Estado investe em programas de compra para merenda escolar e população vulnerável, apoio ao cooperativismo da agricultura familiar, capacitação e certificação de produtores. Governo do Paraná tem compromisso reconhecido nacionalmente com a produção de alimentos orgânicos.

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O Paraná possui 3.916 produtores de orgânicos certificados, o maior número no Brasil – correspondendo a 16% dos agricultores do país neste segmento, de acordo com os dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). É uma rede que reúne milhares de pessoas que acordam cedo e trabalham de sol a sol para garantir, por exemplo, frutas e verduras frescas nos supermercados e feiras, além de incentivar uma mudança comportamental na sociedade, uma exigência desse século. E com o apoio do Governo do Estado esse número não para de crescer.

Na reportagem desta semana da série “Paraná, o Brasil que dá certo”, o destaque é a produção orgânica no Estado e os programas públicos intersetoriais que estimulam esse segmento. Só nos últimos quatro anos, o aumento de agricultores que cultivam orgânicos chegou a 70%: de 2.414 em abril de 2018 para 4.107 em abril de 2022, conforme o Mapa. Estima-se que a produção orgânica no Estado seja de 50 mil toneladas/ano, envolvendo diversas cadeias (hortifrúti, grãos, mandioca) e modalidades de comercialização, incluindo feiras e cestas para entrega ao consumidor.

Diferentes programas do Governo apoiam a produção de orgânicos e abrem caminhos para a alimentação saudável chegar à população. Um deles é o Programa Estadual de Alimentação Escolar (PEAE). Através dele, 315 municípios paranaenses recebem alimentos orgânicos para compor as três refeições por turno da merenda escolar dos estudantes da rede estadual.

Repolho, beterraba, cenoura, alho, pães e sucos estão entre os produtos saudáveis oferecidos nas escolas. Em 2021, o percentual de produtos de base agroecológica e orgânicos na merenda era de 10,5%. Neste ano, deve ser superior a 18%, de acordo com os dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), que ajuda a organizar essa rede em parceria com outras entidades estaduais.

Fotos: Roberto Dziura Jr./AEN

Um exemplo está no município de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), onde os orgânicos estão presentes nas refeições oferecidas aos mais de 1.500 alunos do Colégio Estadual Humberto Alencar Castelo Branco, em três turnos de aulas. O cardápio de uma quarta-feira de manhã, por exemplo, oferece salada de alface, arroz com cenoura e feijão com carne. A lista de orgânicos: alface, cenoura e o alho do tempero – colhido ali na região pelo produtor Adair Andrade, de Campo Magro, também RMC, que disponibiliza seus produtos aos consumidores em quatro feiras semanais em Curitiba.

Para chegar até o colégio em Pinhais, Andrade se associou à Cooperativa de Agricultores Orgânicos e de Produção Agroecológica (COAOPA), uma das que organiza a recepção e entrega dos orgânicos da merenda para as escolas estaduais. O alho orgânico verde plantado por ele também vira tempero para salada no colégio e ajuda o trabalho das merendeiras, outro importante elo dessa cadeia para garantir saúde a mais de 1 milhão de jovens paranaenses.

“Faz muita diferença, é outro sabor. No passado não tinha esta variedade de coisas, peguei a fase que a gente recebia fubá, carne de soja e enlatados. E era isso que a gente podia oferecer. Os alunos não gostavam tanto. Tinha muita rejeição. Agora, com os orgânicos, conseguimos fazer uma comida bem caseira”, diz Rosângela Belô, que há 30 anos atua como merendeira.

A COAOPA entrega, em média, 30 toneladas de alimentos por semana a 220 escolas da Grande Curitiba. Só de pão são de 10 a 12 toneladas por mês de 35 agricultores diferentes. Um deles é Augusto Jacomite, de Bocaiúva do Sul, também na RMC, que faz pão caseiro 30% integral, com ingredientes todos orgânicos e a maioria de origem paranaense, como a farinha de trigo que vem de Realeza, no Sudoeste.

O presidente da COAOPA, Luciano Escher, explica que o ciclo é positivo para todos os envolvidos nesse processo: pequenos produtores de todos os cantos do Estado, cooperativas, estudantes, pais e consumidores que frequentam feiras locais. “É uma segurança para o agricultor de orgânicos produzir, entregar e ter renda. Por outro lado, a escola recebe um alimento seguro, limpo, saudável, fresco e próximo da origem”, afirma.

A cooperativa reunia 35 agricultores na sua fundação. Hoje já são 387 agricultores familiares, todos orgânicos certificados, sendo 75% da RMC e os demais das regiões do Vale do Ribeira e outros estados, como São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Até 2030, por força de lei, o Paraná deve ter 100% das mais de 2 mil escolas atendidas apenas com produtos orgânicos. Os parâmetros e as ações necessárias para a introdução progressiva dos orgânicos estão sendo analisados, no Governo do Estado, por um comitê gestor com integrantes de diversos órgãos. O colegiado assessora os secretários da Educação e do Esporte e da Agricultura e do Abastecimento no trabalho de formular, gerir e fiscalizar as políticas públicas que visam suprir a totalidade da alimentação escolar com produtos dessa linha.

Compra direta e Coopera

O compromisso com produtos e produtores orgânicos, que é um dos caminhos da Agenda 2030 no Paraná, também ajuda a levar alimentação mais natural à rede socioassistencial. Por meio do Compra Direta Paraná, os produtos de cooperativas ou associações da agricultura familiar são adquiridos pelo Estado e entregues a restaurantes populares, cozinhas comunitárias, bancos de alimentos, hospitais filantrópicos e abrigos, entre outros.

O programa foi criado em 2020 como medida emergencial na pandemia da Covid-19 e representou, ao mesmo tempo, garantia de comercialização para pequenos produtores e alimentação adequada para a população vulnerável. A partir de 2021, se tornou política pública da área de segurança alimentar.

Das 163 cooperativas e associações contratadas pelo programa, 88 entregam orgânicos, na totalidade ou em parte, com participação direta de 1.595 agricultores. A COAOPA, por exemplo, entrega pelo Compra Direta, de dezembro a fevereiro, o que não vai para as escolas.

Com essa capilaridade, o Compra Direta Paraná chegou a ser reconhecido pelo Prêmio de Excelência em Competitividade, do Centro de Liderança Pública (CLP), que visa reconhecer boas práticas desenvolvidas pelo poder público nos estados, como referência em gestão.

Outros programas de sucesso são o Coopera Paraná, que garante investimentos em pequenas cooperativas e associações familiares para modernização da produção e capacitação dos profissionais, e o Renda Agricultor Familiar, ação de transferência de renda para famílias do campo investirem na propriedade. A COAOPA, que fornece a maior quantidade de alimentos orgânicos para merenda escolar, recebeu R$ 420 mil do Coopera para financiar obras, adquirir matéria-prima, veículos, máquinas e equipamentos, e contratar novos trabalhadores.

Segundo estimativas da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento, um terço das organizações atendidas pelo Coopera Paraná trabalha com produtos orgânicos. Das 106 cooperativas inscritas, 42 são de agricultura orgânica. Entre as 64 associações, 30 são desse segmento. A linha “orgânicos” é um critério de pontuação no edital: quanto mais ações apresentadas para estimular a produção agroecológica ou orgânica, maiores as chances de o projeto ser aprovado.

Capacitação

Esse movimento é uma tendência irrevogável. O número de consumidores de alimentos orgânicos cresceu 30% no Brasil entre 2019 e 2021, segundo a Organics, entidade especializada no setor. Atualmente existe até “consumo por assinatura”. Neste formato, os clientes firmam o compromisso de adquirir alimentos cultivados pelo produtor durante um período, normalmente um ano.

Para fomentar essa tendência é preciso capacitação. Para estimular mais agricultores do Estado, que é líder nacional na cadeia de proteína animal e um dos maiores produtores de grãos do Brasil, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) desenvolveu um passo a passo por meio da modalidade “treino-visita”.

A produtora de tomates orgânicos Danieli Gonçalves de Oliveira teve o primeiro contato com os orgânicos participando dessa capacitação em 2018 e um ano depois sua produção em Nova Fátima, pequena cidade de 8 mil habitantes no Norte do Estado, já era certificada. O projeto “inicia” agricultores na produção orgânica e é feito em grupo, implantando em uma pequena propriedade, ou na propriedade de um dos participantes, cada uma das etapas, que são replicadas na sequência pelos demais. A assistência continua depois individualmente.

“Foi a melhor decisão que tomei na minha vida”, afirma Danieli, que fez todo o processo e hoje chega a produzir 600 caixas de tomates orgânicos em duas estufas de mil metros quadrados cada.

A modalidade chegou em 2010 na região de Cornélio Procópio, onde fica Nova Fátima, e o número de produtores orgânicos subiu de 70 para 183 certificados nos últimos anos, com mais 30 sendo capacitados neste ano. Durante a pandemia, o acompanhamento continuou, incluindo encontros virtuais. O objetivo é chegar a 2025 com 7.700 produtores certificados no Estado, segundo o IDR-Paraná.

O tomate tem protagonizado esses encontros e aparece em franca expansão no Paraná. “É um fruto difícil de ser cultivado. Mas aprendendo a produzir tomate, o agricultor tem confiança e segurança para produzir as demais produtos. Em geral, entre 70% e 80% que passam pela nossa metodologia a adotam”, explica o coordenador de Agroecologia do IDR-Paraná, André Miguel.

Para estimular a geração de empregos e renda nessas propriedade, com foco no desenvolvimento regional sustentável, outro personagem estadual entra na história: o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). A entidade que é referência nacional em saúde pública tem um acordo de cooperação com a Associação dos Municípios do Paraná (AMP) para ampliar a certificação de produtores orgânicos. Já participaram de edições do workshop representantes de 48 municípios do Norte Pioneiro, do Centro-Sul e Litoral.

O Paraná se destaca nacionalmente ao oferecer a certificação de orgânicos por meio de uma empresa pública nacionalmente reconhecida. “O Tecpar faz parte deste processo, cumprindo um importante papel no desenvolvimento da economia local, ao contribuir para que a certificação de orgânicos seja um grande diferencial para produtores, com base na produção sustentável”, ressalta o diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado.

O Tecpar também é a instituição certificadora do Paraná Mais Orgânico, outro programa estadual, dessa vez vinculado às sete universidades estaduais, por meio da Superintendência-Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, com apoio do IDR-Paraná.

O programa garante certificação gratuita. Os agricultores familiares aprendem a converter suas lavouras tradicionais para o modelo livre de agrotóxicos, de sementes transgênicas e de outras substâncias tóxicas ou sintéticas, nas normas da legislação brasileira para produtos e sistemas de produção orgânica, e são encaminhados para obter o selo emitido pelo Tecpar após a auditoria. Com a certificação, a unidade de produção ou processamento estará autorizada a utilizar o Selo Orgânicos do Brasil, imprescindível para comercialização de produtos em todo o território nacional.

Tecnologia

Outro braço forte do Estado nesse movimento envolve as pesquisas em agroecologia do IDR-Paraná, que abrangem culturas de grãos, fruticultura, horticultura, produção leiteira e comercialização. Estudos na área de fitossanidade avaliam a eficiência de produtos aceitos no sistema orgânico para o controle de doenças em lavouras de feijão, por exemplo. Outra preocupação dos pesquisadores é o desenvolvimento de estratégias para o controle de pragas em plantios de tomate, como o uso de armadilhas luminosas e plantas que atraem insetos que agem como inimigos naturais.

O exemplo sai do laboratório e migra imediatamente para o campo. O IDR-Paraná lançou no início deste ano três cultivares de soja apropriadas para cultivo no sistema orgânico para alimentação humana — IPR Basalto, IPR Petrovita e IPR Pé-Vermelho. Elas estão ajudando a formar uma nova geração de produtores nessa área. Outros projetos de destaque avaliam a criação de búfalos na estação experimental que o IDR-Paraná mantém na Lapa e experimentos de macieiras com o objetivo de elaborar um protocolo de recomendações para a produção da fruta no sistema orgânico.

Mapa

O Governo do Paraná também criou neste ano um mapa de feiras de produtos orgânicos e agroecológicos. A ferramenta, disponível no site da Seab, contém datas, horários e endereços e está sendo atualizada constantemente. Ela ajuda paranaenses a encontrar perto de casa o melhor espaço para que a história dos orgânicos ganhe cada vez novos capítulos.

Fonte: AEn

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Brasil quer mais comércio com a África

No segundo dia do Fórum Brasil África, o secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Carlos Sérgio Sobral Duarte, falou sobre o avanço econômico do continente e disse que a relação comercial com o País é modesta diante da potencialidade.

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Fotos: Isaura Daniel

O comércio do Brasil com a África ainda é modesto em face da sua potencialidade, de acordo com o secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Carlos Sérgio Sobral Duarte. O diplomata falou no segundo dia do 12º Fórum Brasil África, que ocorre no WTC Sheraton, na capital paulista, nesta última terça-feira (15).

Após citar o estabelecimento da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA), ele disse tratar-se de uma grande oportunidade para o mundo, para o Brasil e para o Mercosul. “Em 2022, mais de dois terços das exportações do Mercosul para a África foram para países com os quais o bloco não tem acordo comercial, portanto, pode haver muita ampliação”, falou.

Segundo Duarte, enquanto o Brasil tem um comércio de US$ 22 bilhões com a África, as transações comerciais da Índia com o continente alcançam US$ 100 bilhões e as da China somam US$ 243 bilhões. “É muito pouco, mas, mesmo assim, existem dados e sinais encorajadores”, falou sobre África-Brasil.

O diplomata listou os principais destinos da exportação brasileira na África: Argélia, Egito, África do Sul, Marrocos e Nigéria. Na outra mão, o Brasil importa principalmente da Argélia, Marrocos, Nigéria, Angola e África do Sul. Segundo ele, a África representou apenas 3,5% do comércio do  Brasil com o mundo em 2023. “O potencial aí é evidente”, disse.

Segundo Duarte, o estoque de investimento direto da África no Brasil foi de US$ 2,3 bilhões em 2021, com a África do Sul sendo a principal investidora. Ele citou como exemplo desses investimentos os anúncios da expansão do terminal 3 do Aeroporto de São Paulo, em Guarulhos, por empresa sul-africana e fábrica de fertilizantes no Maranhão por empresa do Marrocos. O investimento do Brasil na África foi de US$ 1,9 bilhão em 2021, com Angola sendo o principal destino.

Afreximbank

O vice-presidente executivo responsável pelo Global Trade Bank do Afreximbank, Haytham El Maayergi, abriu o segundo dia do fórum com uma opinião na mesma direção que Duarte, frisando as transações e projetos de cooperação que há entre Brasil e África, mas dizendo também que ainda há muito o que fazer no relacionamento entre os dois lados desta parceria, principalmente pela ampliação do comércio.

Ele apresentou aos brasileiros o cenário do continente com alguns dos últimos avanços, como o aumento do consumo de bens, a melhoria do ambiente de negócios, a classe média crescente, o aumento populacional em curso, o potencial para as energias renováveis, além das oportunidades de investimentos em agricultura e o crescimento das indústrias têxtil, de automóveis e tecnologia no continente.

O Fórum Brasil África é promovido pelo Instituto Brasil África, que é liderado por João Bosco Monte, e realizado com apoio, parceria e patrocínio de uma série de empresas e instituições. O governo federal do Brasil e o Ministério das Relações Exteriores estiveram entre os apoiadores desta edição.

Fonte: Assessoria ANBA
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Países árabes ampliam compras do Brasil

Exportações ao Oriente Médio e Norte da África somam US$ 17,7 bilhões até setembro, em alta de 25% sobre o mesmo período do ano passado. Desempenho caminha para novo recorde.

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Foto: Claudio Neves

As exportações do Brasil para os países árabes somam US$ 17,7 bilhões entre janeiro e setembro, em alta de 25,6% sobre o mesmo período de 2023, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) detalhados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. As importações registram pequena queda, para US$ 7,9 bilhões. O superávit é de US$ 9,8 bilhões e a corrente de comércio, de US$ 25,6 bilhões. Se o ritmo se mantiver, o Brasil deverá renovar o recorde nas trocas comerciais com os árabes alcançado em 2023.

Gerente de Inteligência de Mercado da Câmara Árabe, Marcus Vinicius destaca exportações recordes de açúcar e milho em setembro. Foram embarcados US$ 681,9 milhões em açúcar, tendo Argélia e Egito como principais importadores, e US$ 338,6 milhões em milho, principalmente para o Egito.

No ano, as exportações de açúcares aos países árabes somam US$ 4,98 bilhões, em expansão de 47,8% sobre os US$ 3,37 bilhões exportados até setembro de 2023. Em segundo lugar, estão as exportações de carnes e derivados, com um total de US$ 4,2 bilhões, em alta de 28,2%; seguidas pelas vendas de minérios, escórias e cinzas, com um total de US$ 2,4 bilhões (+18,8%) e sementes e oleaginosas, com um total de US$ 1,07 bilhão (-23,47%).

Os principais destinos das exportações brasileiras foram: Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Argélia e Iraque. Juntos, os 22 países da Liga Árabe representam o terceiro principal destino das exportações brasileiras, atrás de China e Estados Unidos. Entre as importações, os principais fornecedores do Brasil até setembro são Arábia Saudita, Marrocos, Argélia, Emirados Árabes Unidos e Egito. Juntos, os países árabes formam o sexto principal fornecedor do Brasil.

Brasil tem queda nas importações dos árabes

As importações, por sua vez, registram uma pequena queda. Mesmo com ela, as compras de alguns itens também foi recorde em setembro. As importações do Brasil somaram US$ 7,9 bilhões até setembro, valor 0,53% menor do que os US$ 8,02 bilhões do mesmo período de 2023.

O principal produto que o Brasil importou dos países árabes até setembro foram petróleo e derivados, com um total de US$ 4,1 bilhões, em queda de 5,8% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em seguida estão fertilizantes, com um total de US$2,4 bilhões, em retração de 4,6%, e plásticos, com um total de US$ 353,8 milhões, em alta de 82,9%.

“Mesmo com a queda mencionada, o mês de setembro apresentou recordes históricos nas importações brasileiras dos árabes em fertilizantes fosfatados com US$ 119,2 milhões, principalmente do Marrocos e Egito, polímeros de propileno com US$ 22,68 milhões, principalmente da Arábia Saudita, e, finalmente, barras de ferro ou aço com US$ 12,23 milhões, principalmente do Egito”, diz Vinicius.

“No ritmo que se encontram as relações comerciais entre Brasil e Países Árabes, acredita-se que o ano de 2024 será um novo recorde histórico para as relações de exportações e corrente comercial do Brasil com as nações árabes”, afirma Vinicius.

Fonte: Assessoria ANBA
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Seminário de Frango de Corte aborda Influenza aviária e biosseguridade na avicultura paulista

Evento reúne mais de 150 profissionais em Itapetininga, incluindo médicos-veterinários, proprietários de estabelecimentos comerciais, funcionários de granjas e especialistas do setor, para debater os principais desafios sanitários da avicultura paulista.

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A Associação Paulista de Avicultura (APA), em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e com o apoio da Prefeitura de Itapetininga, realizaram na última terça-feira, no auditório da Municipal, o Seminário de Frango de Corte, um evento técnico que reuniu mais de 150 participantes, entre médicos-veterinários, proprietários de estabelecimentos comerciais, funcionários de granjas e demais profissionais do setor. O evento abordou os principais desafios enfrentados pela avicultura industrial paulista, com destaque para a Influenza aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), uma doença que tem gerado grande preocupação entre órgãos oficiais, indústrias e especialistas.

Presidente da APA, Érico Pozzer: “Nosso objetivo é fortalecer o setor avícola paulista por meio de uma troca de experiências enriquecedora e acesso a informações técnicas de qualidade” – Foto: Divulgação/Giracom

Na abertura dos trabalhos, a Secretária de Agricultura, Agronegócio, Trabalho e Desenvolvimento de Itapetininga, Walkyria Tavares Vieira de Andrades, deu as boas-vindas aos participantes. Na sequência, o presidente da APA, Érico Pozzer, ressaltou a importância da atualização técnica e parabenizou os presentes pelo esforço em buscar conhecimento especializado.  Pozzer ainda destacou a colaboração contínua entre a APA e a CDA para promover eventos de alto nível, com palestras de especialistas de renome. “Nosso objetivo é fortalecer o setor avícola paulista por meio de uma troca de experiências enriquecedora e acesso a informações técnicas de qualidade”, afirmou.

Por fim, Affonso dos Santos Marcos, diretor do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal (DDSIA), enfatizou o compromisso do estado com a produção avícola paulista.

O evento teve início com a palestra de Paulo Martins, da Biocamp, especialista em saúde animal, com o tema “Influenza aviária e Doença de Newcastle – atualização da situação mundial, no Brasil e no estado de São Paulo”. Martins ofereceu um panorama detalhado sobre a IAAP, abordando o histórico da doença na avicultura industrial global, o impacto do fluxo de aves migratórias e as soluções em desenvolvimento, como vacinas. Ele também destacou a importância da vigilância contínua para garantir a estabilidade e o crescimento da avicultura brasileira.

Paulo Blandino, da CDA

Em seguida, Paulo Blandino, da CDA, proferiu a palestra “Procedimentos de controle e prevenção realizados pela CDA”. Blandino apresentou um verdadeiro raio X da atuação da CDA, detalhando o modo de atendimento das notificações, as coletas e análises realizadas e os pontos de risco identificados desde a primeira notificação da IAAP. Ele explicou que, até o momento, o trabalho da CDA resultou em 54 notificações e 91 focos de vigilância. Blandino também enfatizou a importância da vigilância ativa e passiva, destacando o papel essencial dos produtores como agentes de vigilância necessários, auxiliando no controle e prevenção de surtos no estado de São Paulo.

Ana Caselle, da San Vet, apresentou a palestra “A importância e a necessidade do programa de biosseguridade nos estabelecimentos avícolas”. Caselle iniciou sua apresentação discutindo o conceito de saúde única, ressaltando a integração entre saúde animal, humana e ambiental. Sua palestra trouxe imagens de casos, gestão de riscos e experiências vivenciadas por ela em países como Peru e México, antes de abordar os desafios internos do Brasil.

Ana Caselle, da San Vet

Ela apresentou fotos ilustrando problemas comuns de biosseguridade, como silos abertos, falhas no isolamento de áreas e aberturas em cortinas, situações que podem facilitar a entrada de patógenos. Caselle enfatizou que um programa de biosseguridade depende de checagens constantes, avaliações de risco e treinamento contínuo dos funcionários, pois “a prevenção sai muito mais barato do que o controle de surtos”. Para ela, é essencial que o setor mantenha um controle rigoroso das áreas de biosseguridade, seja no controle de invasores, na gestão de acessos ou em outras medidas preventivas, a fim de minimizar os riscos de contaminação nas granjas.

A última palestra foi apresentada pela Tabatha Lacerda, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), com o tema “Plano de Contingência para IA e DNC – a importância de cada estabelecimento ter o seu”. Tabatha abordou o Plano de Contingência da ABPA, explicando que o plano é dividido em três pilares: um plano geral que abrange todas as espécies, uma parte específica para a Influenza aviária e Doença de Newcastle e, por fim, o Procedimento Operacional Padrão (POP) de trânsito, uma demanda importante do setor.

Tabatha Lacerda, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)

Segundo a porta-voz, o documento gerado pela ABPA é prático e agregador, abordando as questões relacionadas à sanidade avícola e antecipando problemas sanitários. Esse plano tem como objetivo preparar o setor para agir rapidamente em caso de um alerta zoossanitário, fornecendo diretrizes claras para as ações necessárias.

O seminário, que contou com a participação de mais de 150 profissionais, reforçou a importância da cooperação entre órgãos reguladores, indústrias e produtores. O evento evidenciou a necessidade de vigilância constante e educação técnica para enfrentar os desafios sanitários que impactam diretamente o futuro da avicultura no estado de São Paulo.

Fonte: Assessoria APA
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