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Leitegada merece mais atenção para alcançar produtividade

Prestar atenção em detalhes como correto manejo, consumo de colostro e ambiência são essenciais para melhorias nas granjas de boa produtividade

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Quando se pensa na qualidade dos leitões, as primeiras coisas que surgem na cabeça são peso e idade ao desmame, imunidade e variabilidade populacional. Porém, já é sabido que o todo da qualidade do animal vai muito além. E foi sobre isso que o médico veterinário e mestre em Ciências Animais, Thomas Bierhals, falou durante a nona edição da PorkExpo, que aconteceu entre os dias 18 a 20 de outubro em Foz do Iguaçu, PR. Palestrando sobre a “Qualidade dos leitões desmamados”, o profissional mostrou aos presentes a importância do peso ao desmame, além de algumas estratégias para melhorar estes números.

Bierhals conta que nos últimos sete anos o plantel brasileiro evoluiu 1.09 leitões nascidos vivos. Neste mesmo período o ganho no plantel foi de cerca de 1.06. “Ou seja, hoje podemos ter segurança de que praticamente em 100% do plantel brasileiro conseguimos agregar em animais vivos e também em desmamados”, explica. “Isso é um ganho grande”, comemora.

Fazendo uma pequena explicação de onde está a suinocultura brasileira, Bierhals comenta que a média nacional é próxima de 12 nascidos vivos. Acrescentou ainda que se for feita uma projeção para 2020, é possível afirmar que o país terá um plantel de 13.3 leitões nascidos vivos. “Isso cada vez mais mostra a importância de estarmos discutindo como fazer para utilizar e aproveitar este leitão da melhor forma possível”, afirma.

Bierhals diz que foi feita uma avaliação com mais de 130 mil matrizes de nove Estados, e nela foi observado que, quando relacionado o número de nascidos vivos na granja por quilo de desmamados/ano, a correlação foi de 34,5%. “Vimos que a produtividade e o quilo/ano também aumentaram”, conta. O médico veterinário explica que as melhores granjas também são melhores no peso do leitão médio/ano. “São granjas onde nascem mais leitões e que têm menos mortalidade. Dessa forma elas conseguem trabalhar com nascidos vivos com boa qualidade de peso e baixa mortalidade”, explica.

O diferencial destas granjas que conseguem melhores resultados, segundo o profissional, são as boas práticas feitas, como o bom colostro, a qualidade animal, correto manejo, entre outros. “Os principais são o manejo de colostro e uniformização da leitegada, a qualidade do aparelho mamário, alimentação e ambiência para matriz em lactação e manejo de mães de leite”, informa.

Boas práticas

A primeira etapa das boas práticas explicada por Bierhals é a importância do manejo do colostro. “Sabemos que existe variabilidade na produção de colostro por matriz”, diz. Ele explica que é importante identificar os leitões de risco. “Logo após o parto é importante que o leitão consuma o colostro. Mas, quando ele consome uma quantia baixa, o leitão tem até 37 vezes mais de chance de morrer do que outros”, diz. O profissional afirma que saber quais são os leitões de risco e qual ação tomar ao identificá-los é de suma importância.

Ele ainda destaca a necessidade da atenção nos dias do parto. Segundo Bierhals, nas granjas com grande produção os parteiros estão deixando esta função para serem enfermeiros do leitão. “Eles estão garantindo duas coisas importantes: o consumo do colostro e fazendo o atendimento ao parto somente quando necessário”, afirma.

Outro ponto importante destacado pelo profissional é a alimentação da fêmea durante o período de lactação. “Não existe estímulo maior ao consumo colocando mais leitões. Não necessariamente a fêmea vai consumir mais por conta disso”, afirma. Ele diz que as fêmeas hiperprolíficas já têm capacidade de produção de quilogramas por leitão maior na primeira semana de lactação se comparada com o que havia antes.

Uma questão importante destacada por Bierhals é o impacto da temperatura ambiente no consumo dessas fêmeas. Ele explica que cada grau acima da temperatura representa 50 gramas a menos no ganho de peso da leitegada. O profissional destacou as melhorias na produção em uma granja com a maternidade climatizada. “Tivemos a oportunidade de comparar a mesma granja, com a mesma fêmea e nutrição, vendo as mudanças somente na climatização do ambiente”, conta. Segundo ele, os resultados finais mostram que houve um ganho médio de oito quilos por leitegada, se comparados a uma granja sem climatização.

Outra situação é a quantia de partos realizados e o retorno ao cio. “Em 15 semanas de lactação, inicia o procedimento para o próximo parto. Nesse caso, foram feitos 300 partos no grupo com a granja climatizada, contra 287 da não melhorada”, conta. Ele diz que o retorno foi de 1,5% maior, além do ganho de 1.3 a mais de nascidos vivos por parto.

O que Bierhals ainda destacou é a importância das mães de leite. Ele informa que o tamanho da leitegada é o maior fator individual na determinação da produção de leite. O médico veterinário conta que a produção pode aumentar mais de 50% quando a leitegada passa de seis para 12 leitões. “Ganhos genéticos continuarão sendo importantes para a evolução da produção de leite no número de desmamados ao pé, entretanto, 90% desse avanço está hoje dentro das nossas granjas”, diz.

Ele comenta que a oportunidade de otimização das mães de leite é dar mais foco em aumentar os desmamados ao pé. Para Bierhals, é a fêmea que deve mudar para a sala dos leitões, e não ao contrário. “É melhor mexer na fêmea do que mexer na qualidade de desmame dos leitões e na sala de desmame”, afirma. Além disso, é importante prestar atenção ao que aconteceu com a fêmea nos dois primeiros partos. “Se essa fêmea conseguiu desmamar menos de 26 leitões nas duas primeiras lactações, nos próximos partos ela vai desmamar de 1.3 a 2.6 leitões a menos”, informa. “É algo que precisamos ter atenção”.

O profissional diz que independente da ordem de parto, as fêmeas que foram mães de leite tiveram um melhor parto nas próximas gestações do que aquelas que não foram. Ele ainda completou dizendo que o foco deve estar também na gestão de equipe e na garantia das rotinas básicas, já que a margem de erro nestas granjas é menor.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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