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Leite: Um produto global e local – Como o mercado internacional e aumento do consumo interno podem alavancar ainda mais a produção de leite em SC

A bovinocultura de leite cresce no Oeste catarinense e tem efeito multiplicador sobre a economia regional

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Contra números não há argumentos e na atividade leiteira essa máxima tem uma nova região produtora despontando  com forte efeito multiplicador sobre a economia regional.  Apesar do preço em baixa nos últimos meses, olhando em uma linha do tempo mais ampliada, o leite vem despontando como ítem  considerável da balança comercial, destino de investimentos  e alternativa para um segmento que aprendeu com a avicultura e com a suinocultura a se organizar em cadeia produtiva, altamente tecnificada e competitiva. Certo que existem desafios de produtividade, de competitividade  com agressivos mercados internacionais e de oscilação de comportamento do consumidor, hora por consumo influenciado por modismos,  hora por impacto de perda de poder aquisitivo. Certo também que a cadeia do leite está crescendo em escala e qualidade e despontando como atividade econômica de forte impacto social.

Recentemente, através da sua Produção Pecuária Municipal (PPM), o IBGE divulgou dados sobre a produção total de 2016, na qual se confirma que a exemplo de 2015 houve novo decréscimo na produção brasileira e que a Região Sul se consolida como maior produtora do Brasil. Uma das novidades desses dados é o fato de pela primeira vez na história Santa Catarina aparecer como quarto produtor nacional, superando o estado de Goiás.

 A Região Oeste responde por 76% da producao catarinense indica uma  nova ampliação da participação da mesorregião Oeste na produção estadual, prova disso são os investimentos da Aurora, Piracanjuba e Tirol mais recentemente.  Essa vocação lapidada na base da pesquisa, melhoramento e muito trabalho tem origem conhecida. Diversos fatores parecem explicar essas diferenças da produção leiteira no sul em comparação com outras regiões. Mas, talvez o mais importante seja porque a gestão do negócio na Região Sul tenha foco  na inovação tecnológica.

O perfil dos produtores de leite é o mesmo dos avicultores e suinocultores, que em um passado recente,  ingressaram em uma cadeia de alta demanda por tecnologia e controle.  Junto com isso a garra e persistência, aliada da resiliência de que quem já acompanha o mercado de commodities há décadas, forjaram um produtor de leite de olho no futuro.

Atento à gestão da propriedade, trabalho iniciado pelo Sebrae com o apoio das cooperativas, que aparecem como fator agregador, condutor da política de melhoramento constante, o nosso produtor/empreendedor vive no campo e do campo, quase sempre com caraterísticas da agricultura familiar. A estrutura enxuta tem como vantagem a capacidade de implantar mudanças mais rápidas, permitindo a agregação de tecnologias e inovações. Onde poderia soar como desvantagem ou falha de mercado, que reduziria poder de barganha na compra de insumos, entra a força organizacional do cooperativismo. Que por meio de pool de compras de insumos, pool de vendas de leite, assistência técnica e auxílio à gestão do negócio, cria um canteiro fértil para uma atividade em crescimento.

Dada a extensão da cadeia, a produção leiteira exerce efeito multiplicador sobre a economia regional, permitindo distribuição espacial da indústria, desde pequenas queijarias artesanais até médios/ grandes laticínios, que geram empregos e renda bem distribuídos. Assim, a bovinocultura leiteira se consolidou como opção econômica para ampla maioria de agricultores da Região Oeste, que hoje conta com aproximadamente 51.614 estabelecimentos que produzem leite, 63% de um universo de 82.143 propriedades rurais. São poucas as regiões do Brasil em que a atividade leiteira gera ocupação e renda para contingente tão significativo de estabelecimentos agropecuários por meio de uma só atividade. Hoje por exemplo volume de produção de leite equivale a quase 450L por habitante/ano.

Instalada a cultura e a tecnologia, resta ao segmento incentivar o aumento do consumo e investir em mecanismos de drenagem do excedente, apostando em qualificação para acessar mercados internacionais. Sonho de consumo de qualquer cadeia produtiva, o mercado asiático  pode ser um destino. A boa nova é abertura do mercado japonês.

O Brasil poderá exportar leite e produtos lácteos para o Japão. Depois de dois anos de negociações, o governo brasileiro foi notificado sobre a abertura do mercado japonês para locais considerados livres de febre aftosa com e sem a necessidade de vacinação. Isso enquadra exatamente o estado de Santa Catarina.

O Japão é o sétimo maior importador mundial de lácteos. Só no ano passado, o país comprou de fora o equivalente a cerca de US$ 1,2 bilhão.

Em 2016, o mercado japonês importou cerca de 62 mil toneladas de soro de leite em pó, 13 mil toneladas de manteiga, 258 mil toneladas de queijos e 201,5 mil toneladas de outros produtos lácteos (leite em pó desnatado, caseína, caseinatos, lactose, entre outros). Temos mercado para produtos e derivados.

Temos o diferencial de ser área livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecida internacionalmente pela OIE. O desafio agora é conquistar essa mesma certificação para brucelose, o que coloca o estado em um patamar sanitário diferenciado. Por isso prezamos e enaltecemos o controle sanitário, as barreiras e profissionais responsáveis pelo controle de fronteiras e divisas. Sanidade é o que abre ou fecha mercados.

Além do mercado internacional, nossos profissionais da indústria de alimentos precisam estar atentos ainda para os  ingredientes lácteos inovadores e bioativos para a saúde imunológica, nutrição infantil, saúde gastrointestinal e produtos esportivos. O comportamento do consumidor com demanda por produtos naturais, alternativas aos medicamentos, pode ser um mercado em crescimento acelerado, resta ver quem vai surfar essa onda de leite. Se nós catarinenses, ou uruguaios e argentinos.

Cada elo da cadeia tem uma tarefa a cumprir, seja na defesa, seja na abertura de mercado, seja no acesso às nvas tecnologias.

O Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas, que há 18 anos realiza Simpósios Tecnicos anuais, caminhando lado a lado com as cadeias produtivas de aves e suínos, chega ao sétimo Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite oferecendo para a cadeia produtiva os mais diversos temas relacionados ao aumento da produtividade e competitividade porque acredita e aposta na pesquisa, no uso de tecnologias, no poder do conhecimento e no incentivo ao consumo. Durante três dias, especialistas do Brasil, Holanda, Escócia, Estados Unidos e Israel estarão discutindo  temas como Ferramentas e fatores que influenciam a gestão da qualidade do leite, programa de melhoramento genético na qualidade composicional do leite, uso de enzimas na nutrição de bovinos leiteiros,  sistema de ordenha robotizada como alternativa para região sul do Brasil e importância do consumo de produtos lácteos com o preparador físico e especialista em nutrição  Dr. Márcio Atalla palestra realizada em parceria com Projeto #BebamaisLeite, que visa aumentar o consumo interno e facilitar o acesso às informações sobre a importância do consumo de leite em todas as fazes da vida. Estamos nessa ! #bebamaisleite.

Fonte: Ass. de Imprensa

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Ministério da Agricultura realiza simulado de febre aftosa no Acre

Treinamento visa reforçar a cooperação e a capacidade de resposta em uma zona com status de livre de febre aftosa sem vacinação.

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OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou, entre os dias 12 e 18 de setembro, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, o exercício simulado de febre aftosa com mais de 180 servidores da área de saúde animal, além de servidores de forças de segurança e integrantes do Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria (SENASAG), da Bolívia, e do Servicio Nacional de Sanidad Agraria (SENASA), do Peru. O exercício foi realizado em conjunto com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF-AC).

Fotos: Divulgação/Mapa

Exercícios simulados permitem treinar e aferir a capacidade de ação e intervenção do serviço veterinário oficial num momento de crise e a realização desse treinamento é uma das ações previstas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), visando a manutenção do status de área livre de febre aftosa sem vacinação e um corpo técnico preparado para atuar de forma imediata.

“O exercício simulado teve como objetivo preparar os servidores para a organização da cadeia de comando e o cumprimento dos protocolos que devem ser adotados em uma situação real de surgimento da doença, até a completa eliminação do foco e reestabelecimento da condição sanitária” explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo Mota.

Conforme previsto no Plano de Contingência para Febre Aftosa, durante o treinamento foi instalado um Centro de Operações de Emergência Zoossanitária para que os participantes praticassem a organização e os procedimentos técnicos de biossegurança, vigilância e investigação clínica e epidemiológica, colheita e envio de amostras para diagnóstico laboratorial, eliminação de focos, limpeza e desinfecção de instalações e controle e inspeção do trânsito de veículos na região, assim como o uso de softwares para coleta e processamento de dados e gestão da informação.

As barreiras sanitárias contaram com a presença de equipes do Grupo Especial de Fronteira, da Polícia Militar, do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal nas principais vias terrestres e fluviais para fiscalização de trânsito na região.

Também foram exercitadas a logística de envio de amostras para análise laboratorial no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais (LFDA/MG) e a atuação dos serviços de comunicação, assessoria de imprensa e assessoria jurídica frente a uma emergência zoossanitária.

Ainda, segundo o diretor, “o objetivo do treinamento foi a preparação para enfrentar uma eventual ocorrência de febre aftosa, mas as medidas servem para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, peste suína africana, influenza aviária, entre outras. Os protocolos sanitários são semelhantes, e o caráter de emergência é o mesmo. Os resultados foram muito bons, permitindo avaliar os procedimentos previstos e subsidiar uma nova versão do plano de contingência, incluindo as sugestões colhidas durante o simulado”.

O simulado também recebeu o apoio do Governo do Estado do Acre e do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (FUNDEPEC).

Fonte: Assessoria Mapa
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Impacto da estiagem na produção e nos preços dos alimentos

Alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Os eventos climáticos extremos, como alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação, tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

Cenários climáticos desfavoráveis podem, no mínimo, elevar os custos de produção, eis que mesmo as culturas que suportam melhor os diferentes tipos de estresse ambiental, podem perder qualidade ou ter a sua produtividade reduzida.

Assim, está claro que as mudanças climáticas podem impactar a disponibilidade da oferta dos alimentos e provocar aumento dos seus preços – os quais, por sua vez, dependem, também e ainda, de múltiplos fatores não apenas relacionados ao clima.

A produção de leite no Brasil tem sido afetada pelas mudanças climáticas de duas maneiras distintas: em algumas regiões, pela estiagem, noutras, pelo excesso de chuvas.

A estiagem prolongada no Brasil tem causado impactos na produção de leite, onde a escassez de água afeta diretamente a disponibilidade e qualidade da pastagem e o bem-estar dos rebanhos, ocasionando a queda na produção do produto.

Durante a estiagem, muitos produtores se veem obrigados a recorrer à suplementação, o que eleva os custos de produção. Em 2024, os preços um pouco mais controlados dos grãos em comparação a anos anteriores mitigam um pouco desse impacto ao produtor.

Entretanto, ainda assim, houve elevação dos custos de produção pela necessidade de suplementação do rebanho com o uso de tecnologias de manejo mais avançadas.

Para os pequenos e médios produtores, tal situação foi de mais difícil enfrentamento, ocasionando o abandono da atividade por parte de muitos produtores. Neste quadro, os agricultores familiares foram ainda os mais atingidos, por disporem de menos estrutura e recursos, culminando na concentração da produção em produtores de maior volume diário.

Além disso, com menos chuvas, a água disponível para o consumo animal e a irrigação das pastagens diminui, afetando a saúde e a produtividade dos rebanhos. Esse cenário intensifica o estresse térmico nos animais, reduzindo ainda mais a produção de leite. A falta de infraestrutura de irrigação adequada em muitas propriedades agrava a situação.

Foto: Gustavo Porpino

Já nas regiões afetadas pelo excesso de chuvas, os efeitos foram mais agudos, em algumas situações levando à perda total ou parcial do rebanho durante enchentes, a elevadas perdas de solo e de fertilidade ou ainda, no mínimo, à necessidade de recomposição das pastagens.

Preços

De modo geral, não há previsão de aumento nos preços de produtos como milho, arroz e trigo em decorrência da estiagem. Destaca-se, ainda, que os preços do trigo e do milho estão em baixa. Sobre leite, carne, arroz, feijão, frango e ovos, o impacto nos preços deve ser mais duradouro durante o período de estiagem, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, onde as condições climáticas são mais severas.

Os preços podem começar a apresentar algum alívio somente após a retomada de chuvas regulares e de melhorias na umidade do solo, o que pode demorar alguns meses dependendo da estação e da região.

Em relação a esses produtos, estima-se que os consumidores percebam esse aumento de preços provavelmente nos próximos meses, ante a intensificação da estiagem e o consequente reflexo nos preços ao consumidor final.

Fonte: Assessoria Superintendência de Gestão da Oferta da Conab
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Oferta do leite não cresce conforme o esperado, e preços voltam a subir

O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro.

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Foto: Semagro

O preço do leite ao produtor voltou a subir devido à oferta, que não cresceu como era esperado. A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em agosto, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,7607/litro, 1,4% acima da do mês anterior e 17,7% maior que a registrada em agosto/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto). Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 32% desde o início de 2024, a média de janeiro a agosto deste ano (de R$ 2,53/litro) é 8,4% inferior à do mesmo período de 2023.

Até o início de agosto, os fundamentos de mercado apontavam reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre. Por um lado, a produção de leite parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano e, por outro, a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações, ainda em volumes elevados, pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor.

Os dados mais recentes da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados em meados de agosto, mostram que a captação de leite cru pelas indústrias de laticínios no âmbito nacional caiu 6,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de apenas 0,8%.

De julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 5% na “Média Brasil”, mas o crescimento em Minas Gerais foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%. Apesar do aumento da margem do produtor nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade.

O excesso de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio fizeram com que a oferta crescesse pouco entre julho e agosto. A entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste se intensificou com o calor a partir de agosto. E as queimadas em setembro fizeram esse cenário se agravar em termos nacionais. Além de comprometer o bem-estar animal, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal – o que eleva o custo de produção e limita a oferta.

Outro fator que reforçou a menor disponibilidade de lácteos entre agosto e setembro foi a diminuição das importações. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em agosto, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.

Como a oferta não se recuperou conforme o previsto, os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado. O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro. Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro.

Fonte: Assessoria Cepea
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