Bovinos / Grãos / Máquinas
Leilão Pecuária Solidária une agronegócio em ação social na Feicorte
Ação beneficente marcada para a primeira noite da feira destina arrecadação para instituição de inclusão social de Presidente Prudente.
Na edição de 2024 da Feicorte – Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne, o agronegócio une forças por uma causa nobre por meio do Leilão Pecuária Solidária. Marcado para a noite de 19 de novembro, no Recinto de Exposições Jacob Tosello, em Presidente Prudente (SP), o leilão destinará os recursos arrecadados ao Núcleo Ttere de Trabalho – Realização, entidade assistencial que promove a inclusão social de pessoas com deficiência na região.
Entre os itens leiloados estarão gado, sêmen, insumos agropecuários e joias, entre outros itens doados. A iniciativa reforçará a responsabilidade social do setor agropecuário, proporcionando visibilidade para causas sociais. “O leilão, cedido pela Feicorte, será fundamental para continuarmos promovendo a inclusão social e profissionalização das pessoas com deficiência,” comenta a diretora Tesoureira do Núcleo Ttere, Vera Moretti.
Realizado desde 2009, o Pecuária Solidária será promovido fora de seu estado de origem, Tocantins, pela segunda vez, sendo a primeira em 2016, durante a Intercorte, em São Paulo. Com o apoio de diferentes setores do agronegócio, o leilão já arrecadou cerca de R$ 3 milhões em doações, distribuídos para 26 instituições em quatro estados.
Além de sua importância para as instituições, a ação ressalta a força do setor em promover mudanças e apoiar comunidades. Leiloeiro e idealizador do projeto, Eduardo Gomes acrescenta: “A Feicorte é uma plataforma de grande visibilidade e, ao sediar o Pecuária Solidária, reforçamos a capacidade do setor de fazer a diferença na vida das pessoas e apoiar instituições que promovem a qualidade de vida e a inclusão”.
Para a CEO da Verum e organizadora da Feicorte, Carla Tuccilio, incluir o leilão na programação é motivo de orgulho e comprometimento. “Ter o Leilão Pecuária Solidária na Feicorte é uma honra. Acreditamos na importância de incentivar iniciativas que ajudem o agro a contribuir e exercer sua responsabilidade social,” afirma, destacando a parceria histórica com o evento.
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ICAP reflete reaquecimento do mercado de pecuária de corte, impulsionado pela alta demanda de proteína animal
Com o mercado aquecido e a arroba valorizada, a gestão eficiente dos custos de confinamento, especialmente frente ao aumento do custo de nutrição, é essencial para garantir rentabilidade e aproveitar as oportunidades do setor.
O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) registrou, em outubro, R$ 14,90 na região Centro-Oeste e R$ 11,89 no Sudeste. Comparado a setembro de 2024, o ICAP do Centro-Oeste teve um aumento expressivo de 10,13%, enquanto o Sudeste manteve-se praticamente estável, com uma leve alta de 0,25%.
Esse cenário reflete o reaquecimento do mercado de pecuária de corte, impulsionado pela alta demanda de proteína animal, especialmente no mercado internacional, e pelo aumento do preço da arroba.
Esse ambiente favorece investimentos na engorda de animais, o que, por sua vez, eleva a demanda por insumos e o custo de nutrição. O índice é da Ponta, empresa de tecnologia focada na gestão da informação e da precisão na pecuária, responsável pelo gerenciamento de informações de mais de 7 milhões de cabeças por ano em todos os sistemas produtivos.
Centro-Oeste
O aumento no ICAP no Centro-Oeste foi puxado pelo aumento no custo de todas as dietas do confinamento: adaptação, crescimento e terminação. O custo da tonelada de matéria seca da dieta de terminação foi de R$ 1.114,78, um aumento de 9,62% em comparação ao mês anterior.
Dentre os insumos mais utilizados, o milho grão seco, ureia, núcleos minerais e casca de soja tiveram as maiores altas: +7,82%, +4,98%, +2,30% e +2,14%, respectivamente.
Sudeste
No Sudeste, apesar do ICAP ter permanecido praticamente no mesmo valor nos últimos dois meses, o custo da tonelada de matéria seca da dieta de terminação atingiu R$ 1.120,82, um aumento de 6,38% em relação ao mês anterior.
Em contrapartida, o custo da diária de confinamento das dietas de adaptação e crescimento caíram no último mês, respectivamente 0,21% e 4,96%, o que conteve o crescimento do ICAP geral na região. Entre os insumos mais utilizados, os núcleos minerais (+31,30%), milho grão seco (+8,86%) e caroço de algodão (+8,46%) foram os que apresentaram maiores aumentos.
Porteira pra Fora x Porteira pra Dentro
Ao comparar os índices de outubro de 2024 aos de outubro de 2023, o custo de engorda apresentou um aumento de 5,67% para a região Centro-Oeste e uma redução de -2,67% para a região Sudeste. Diferentemente do ano de 2023, o mercado está se beneficiando de um cenário favorável para a pecuária de corte, mas também apresenta desafios, como o aumento dos custos de insumos, que pressiona as margens dos produtores.
Com uma demanda firme, tanto no Brasil quanto no exterior, é provável que o preço da arroba siga valorizado no curto prazo e que devido à alta demanda por insumos para a engorda dos animais, também ocorra um aumento no custo de nutrição. Outro fator que tem impactado o aumento no custo de alguns insumos no Brasil é a alta do dólar. O aumento da cotação da moeda americana mexe com o mercado de exportação de insumos, em especial o milho e a soja, e isso impacta ainda mais a oferta interna de alimentos para nutrição animal.
Apesar dos aumentos nos custos de produção, a forte recuperação no preço da arroba do boi gordo tem sido um alívio para os pecuaristas. Mas confinadores devem permanecer atentos aos indicadores de gestão da produção, porque no médio prazo, o efeito especulativo tende a aumentar os custos. Desta forma, a lucratividade continuará sendo garantida da porteira para dentro.
Utilizando o ICAP do último mês, é possível estimar o custo da arroba produzida e prever a lucratividade do pecuarista. A estimativa desse custo toma como base os valores médios observados nos clientes da Ponta Agro de cada região no ano de 2023: dias de cocho, total de arrobas produzidas e o percentual do custo de nutrição frente ao custo total.
Os custos estimados são de R$ 218,66 e R$ 188,74 por arroba produzida para Centro-Oeste e Sudeste, respectivamente. Trata-se de um patamar de custos que permite um lucro superior a R$ 980,00 por cabeça* na região Sudeste e superior a R$ 660,00 por cabeça para a região Centro-Oeste, considerando apenas o preço de venda balcão.
Para maximizar as margens, além de ser eficiente na produção, o pecuarista deve buscar agregar valor ao seu produto por meio de bonificações junto aos frigoríficos. Atualmente, o diferencial de preço do Boi China para a cotação balcão varia entre R$ 5,00 e R$ 7,50, dependendo da região produtora.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Confinamentos com uso de eficiência alimentar podem garantir lucros de R$ 2 milhões a mais se comparado a não eficientes
Projeção da Ponta Agro mostra que, em um confinamento com 10 mil animais, a diferença de consumo de matéria seca entre animais com CAR positivo e negativo pode superar 1,5kg por dia.
Eficiência alimentar é uma das grandes apostas da pecuária moderna, tendo em vista seu potencial de impacto positivo na rentabilidade das operações e ao ambiente. Projeção da Ponta Agro, empresa de tecnologia focada na gestão da informação e da precisão na pecuária, responsável pelo gerenciamento de informações de mais de 7 milhões de cabeças por ano em todos os sistemas produtivos, mostra que a diferença no consumo de matéria seca entre animais com Consumo Alimentar Residual (CAR) positivo e negativo pode superar 1,5kg por dia.
Para um confinamento com 10 mil cabeças, isso representa uma diferença de lucro de aproximadamente R$ 2 milhões. Nesse sentido, um animal eficiente pode gerar um lucro de R$ 553, enquanto um ineficiente contribui com apenas R$ 364.
Diferença de consumo entre animais eficientes e ineficientes
“Essa disparidade ressalta o potencial da Eficiência Alimentar para transformar a lucratividade do confinamento bovino. Além do impacto econômico, a seleção de animais mais eficientes é essencial para a sustentabilidade da produção. A Eficiência Alimentar resulta em uma menor quantidade de insumos necessários e, consequentemente, na redução da emissão de metano, um gás de efeito estufa significativo. Animais que consomem menos para alcançar os mesmos resultados não apenas reduzem os custos produtivos, mas também ajudam a mitigar a pressão sobre os recursos naturais, atendendo a várias pautas ambientais”, ressalta o CEO da Ponta, Paulo Dias.
A Eficiência Alimentar na pecuária intensiva refere-se à capacidade dos animais de converter alimento em ganho de peso de forma otimizada. Isso envolve a quantidade de alimento que um animal consome em relação ao aumento de peso que ele expressa. Com a implementação de tecnologias de cochos eletrônicos e balanças de pesagem voluntária, como a Intergado Efficiency, é possível reduzir o tempo de provas de eficiência e aumentar o número de animais testados e, assim, identificar aqueles que são mais eficientes. Essa abordagem não apenas melhora a rentabilidade, mas também responde às demandas por práticas pecuárias mais sustentáveis. “Ignorar a identificação de animais mais eficientes dentro da pecuária comercial é deixar um lucro significativo sobre a mesa. A adoção de práticas focadas na Eficiência Alimentar permite que os pecuaristas enfrentem desafios como a redução de custos, a diminuição das emissões de metano e a otimização do uso de insumos”, acrescenta Dias.
Um dos indicadores mais importantes para a lucratividade do confinamento é o custo alimentar, que é medido em diárias. Quanto mais o animal consome para atingir o desempenho esperado, maior o custo com alimentação que chega a representar até 91% do custo de produção.
O custo alimentar sofre impacto das oscilações de mercado relacionadas aos insumos da nutrição de bovinos em cada região e é medido mensalmente pelo ICAP, Índice de Custo Alimentar, publicado pela Ponta Agro.
O índice é uma ferramenta que visa monitorar as principais dietas da estratégia nutricional dos confinamentos brasileiros e os custos envolvidos para medir a eficiência e a sustentabilidade da produção agropecuária. “É fundamental que os pecuaristas considerem a implementação de tecnologias e estratégias que possibilitem a seleção e o manejo de animais com melhor Eficiência Alimentar. A mudança começa agora e pode resultar em um presente e um futuro mais próspero e sustentável para a pecuária brasileira”, pontua o CEO da Ponta.
Bovinos / Grãos / Máquinas No Brasil
Pecuária de corte mantém abates em alta, exportação recorde e consumo interno estável
Essa forte dinâmica da pecuária nacional reflete o momento do ciclo de produção mundial e também as circunstâncias de demanda mundo afora.
O mercado pecuário está realmente aquecido, apontam pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Os preços de todas as categorias animais (boi, fêmeas e reposição) não param de subir há cerca de três meses, conforme levantamentos primários do Cepea. A exportação bateu recorde em setembro, que foi superado em outubro, e o preço da carne em novembro já está acima dos meses anteriores, o que estimula a continuidade de exportações volumosas.
No mercado interno, analisa a equipe Cepea, indicadores macroeconômicos mostram que o consumo dos brasileiros também se mantém firme, mesmo com os preços em patamar elevado. Conforme pesquisas do Centro, o preço (deflacionado) da carne com osso no atacado da Grande São Paulo é o maior em 3,5 anos. Só na parcial deste mês, dados do Cepea mostram que a carcaça casada de boi se valoriza quase 7%, com o quilo negociado à média de R$ 23,43 à vista nessa quarta-feira, 13. A carne de vaca/novilha tem alta ainda maior, passando dos 8% na parcial de novembro, a R$ 22,29/kg à vista, nessa quarta, segundo o Cepea.
Confirmando a dinâmica acelerada do setor, dados do IBGE divulgados nessa terça-feira, 13, revelam que o abate de animais tem crescido. Em julho, agosto e setembro, a “produção de carne bovina” aumentou 6,3% sobre o trimestre anterior e 14,3% no comparativo com o mesmo período do ano passado.
Em relação ao “número de animais abatidos”, segundo o IBGE, o aumento no terceiro trimestre foi de 3,7% em relação a abril, maio e junho. Considerando-se abatedouros com inspeção municipal, estadual e federal, foram abatidas 10,33 milhões de cabeças em julho, agosto e setembro, contra 9,96 milhões no segundo trimestre de 2024.
Na avaliação dos pesquisadores do Cepea, essa forte dinâmica da pecuária nacional reflete o momento do ciclo de produção mundial e também as circunstâncias de demanda mundo afora. Segundo a equipe Cepea, os aumentos de preços da carne bovina são globais, e produtores brasileiros estão respondendo adequadamente, com incrementos de produção, investindo em produtividade e preparando-se para uma possível reversão de ciclo num horizonte não muito distante.
Altas diárias no campo
A demanda aquecida por carne tanto para o mercado interno – varejistas começam a formar estoques para atender ao consumo em dezembro – quanto para exportação, segundo pesquisadores do Cepea, motiva frigoríficos a seguirem firme na compra de animais para abate. A equipe do Cepea explica que, tradicionalmente, essas empresas fazem contratos com confinadores para atender suas escalas de abate neste período do ano, de entressafra, mas o volume contratado tem se mostrado pequeno diante da demanda.
Os levantamentos do Cepea mostram que, desde agosto, frigoríficos têm entrado firme nas compras de balcão (spot) para complementar os lotes que já tinham contratado. Atualmente, o preço médio no estado de São Paulo (referência para o mercado brasileiro) está por volta de R$ 340. O Indicador Cepea/B3 fechou a R$ 339,60 nessa quarta, alta de 6,6% no mês e de expressivos 46% desde o começo de agosto – o equivalente a quase 107 Reais a mais por arroba. Parte dos negócios, no entanto, já sai acima desta média, e novos aumentos são registrados diariamente em praticamente todas as regiões do Brasil, segundo o Cepea.
Mesmo com pastagens debilitadas pela seca intensa deste ano, pecuaristas agilizaram suas produções, em sistemas de confinamento intensivo e semi-intensivo, e conseguiram ofertar em julho, agosto e setembro 370 mil animais a mais que no trimestre anterior e com peso médio também maior – típico de confinamentos, segundo dados do IBGE.
Exportação recorde
A evidência do ritmo forte do setor vem dos números mais recentes da Secex/Mdic. Em outubro, frigoríficos conseguiram exportar 42% a mais que no mesmo mês do ano passado e 5% a mais que em setembro – carne in natura e processada. Pesquisadores do Cepea informam que foi o maior volume mensal já registrado, acima dos recordes registrados neste ano. No comparativo anual, o volume nos 10 primeiros meses de 2024 é 29% maior, totalizando 2,397 milhões de toneladas.
Segundo cálculos do Cepea, com a venda de todo esse volume (in natura e processada), na parcial do ano, exportadores receberam mais de US$ 10,5 bilhões, aumento de 22,6% sobre o do mesmo período de 2023. Ao se colocar o efeito do câmbio na conta – afinal, exportadores brasileiros recebem em Real –, aí o crescimento da receita (em Reais) chega a 29%, exatamente o mesmo crescimento obtido em volume e, portanto, estabilidade dos preços médios em moeda nacional.
Em outubro, a receita total, em dólar, superou em quase 45% a de um ano atrás e em 8,5% a de setembro, analisa o Cepea com base em dados da Secex. Em Real, os aumentos chegam às marcas de 47% e de 20% respectivamente.
No agregado dos 10 primeiros meses, a carne in natura representou 91% da receita, o equivalente a US$ 9,5 bilhões, alta de 24% frente ao mesmo período do ano anterior. Só de setembro para outubro, o crescimento foi de 11%; e, frente a outubro do ano passado, de expressivos 47% – com o efeito do câmbio, os aumentos sobem para 12% e 63%, nesta ordem. Em valores absolutos, em outubro, exportadores receberam US$ 1,26 bilhão pela carne in natura; em moeda nacional, o valor supera os R$ 7 bilhões. O preço de exportação em Reais no último mês foi 12,4% maior que o de outubro/23 e 4,7% superior ao de setembro/24.
China
O principal destino da carne bovina in natura é a China. Metade de toda a exportação brasileira de carne bovina vai para este cliente, que responde também por metade da receita obtida pelos exportadores brasileiros.
Na parcial do ano (janeiro a outubro), os chineses pagaram US$ 4,8 bilhões pela aquisição de 1,086 milhão de toneladas da carne brasileira, volume 12% acima do demandado no mesmo período de 2023.
A média do período em dólar pago pelos chineses caiu 9%, mas o preço de outubro/24, comparado ao de setembro/24, aponta alta de 4%, mostrando a valorização recente da carne brasileira.
Outros compradores
O setor também pôde contar com o crescimento dos envios para os Estados Unidos, que compraram mais que o dobro do ano passado. Com isso, o país elevou sua participação no valor das exportações de carne in natura de 4% em 2023 (jan-out) para 7,2% em 2024.
Chama a atenção, ainda, o forte crescimento dos embarques para os países árabes, em especial Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. Turquia e Filipinas também têm comprado bem mais.