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Lavouras terão uma nova ameaça na próxima safra

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Já foi identificada no Paraná, assim como em outras áreas do país, a presença da lagarta Helicoverpa armigera, que até pouco tempo atrás não existia no Brasil e agora deverá ser a nova ameaça para as lavouras na próxima safra de verão.
De acordo com a pesquisadora, entomologista e professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) campus de Marechal Cândido Rondon, professora Vanda Pietrowski, o Brasil foi o primeiro país da América Latina a confirmar a presença da praga, que até então somente existia na Europa, Ásia e Austrália. Segundo a docente, até agora o maior prejuízo causado pela referida lagarta foi registrado na região Oeste da Bahia, onde houve elevada perda de produção. Diante do ocorrido, relata Vanda, inicialmente chegou a haver suspeita de biopirataria, inclusive levada ao Ministério Público. A hipótese levaria em consideração a localização do problema, por não se tratar de área fronteiriça, bem como o fato de ser uma região fortemente produtora, o que poderia despertar interesses em reduzir a capacidade competitiva do país quanto à produção agrícola. No entanto, do ponto de vista da pesquisadora rondonense, é possível que a introdução da lagarta no país tenha ocorrido a partir de carregamentos oriundos das regiões de ocorrência da lagarta e sua presença tenha passado despercebida até causar prejuízo a ponto de chamar atenção. “A mariposa ou a lagarta pode ter encontrado condições favoráveis como a temperatura e alimento em abundância e ter se dispersado, de modo que foi se disseminando sem ser identificada até que apareceu em grande população”, cogita Vanda.
Onde está
Até agora a Embrapa já teria identificado a presença da Helicoverpa armigera nos Estados do Paraná, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Acredito que a comunidade científica não tinha se dado conta da introdução dessa lagarta no país na última safra, quando ela realmente ocorreu em alta população”, supõe a professora. O fato pode ter ocorrido devido à dificuldade de diferenciação da referida espécie em relação a outras, já que a olho nu ela é facilmente confundida com a lagarta da maçã do algodoeiro (Heliothis virescens) e também se parece com a lagarta da espiga do milho (Helicoverpa zea).
Armadilha
Agora a intenção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é criar um consórcio no país para que seja feito o manejo da lagarta, o qual envolverá profissionais de institutos de pesquisa, empresas e instituições de ensino. Também se pretende adotar uma política emergencial para liberação de alguns produtos para seu manejo, dentre eles o feromônio sexual (substância que atrai indivíduos da mesma espécie) para ser usado como armadilha visando capturar mariposas para análise. Conforme Vanda, a intenção seria identificar a presença da espécie para permitir um mapeamento e estabelecer o manejo adequado para o agricultor.
Resistência
Na visão da pesquisadora rondonense, desde já é importante o agricultor da região se preocupar com estratégias de manejo, já que a lagarta Helicoverpa armigera é mais difícil de ser controlada, em comparação à lagarta do cartucho e à falsa-medideira. Isso se deve, segundo Vanda, ao comportamento do inseto, que é mais tolerante e costuma ficar nas partes mais internas da planta, próxima aos grãos, além de adquirir fácil resistência em relação aos inseticidas. “Os grandes parceiros do agricultor no combate a esta lagarta são os inimigos naturais, por isso se recomenda a prática de manejo integrado da praga”, enfatiza a pesquisadora.
Manejo
Indagada sobre as formas de manejo, a entomologista afirma que o primeiro passo indicado é que em uma mesma região produtora os agricultores façam o plantio em um mesmo período, e não de forma escalonada. O objetivo desta medida seria evitar que se mantenha alimento disponível para a lagarta durante longos períodos. Também por conta disso Vanda recomenda evitar o cultivo de variedades de diferentes ciclos. “Quanto maior disponibilidade de alimento, mais chances da lagarta migrar de lavoura em lavoura e se reproduzir, ampliando sua população”, justifica.
A Helicoverpa armigera se alimenta de mais de 100 espécies de plantas, dentre elas soja, milho, trigo, feijão, girassol, milheto, tomate, entre outras, detalha a professora. Por esse motivo também é recomendado pelos pesquisadores que haja intervalo entre um cultivo e outro, visando evitar a oferta de alimento à praga. “Na região da Bahia onde houve o registro de ataques ocorre o cultivo sequencial de soja, milho e algodão, o que pode ter oferecido condições favoráveis para a reprodução significativa da lagarta”, explana Vanda. Os danos foram registrados inclusive em cultivares com proteína Bt, que seriam resistentes à lagarta.
Inseticida
Vistoriar a lavoura e buscar ajuda para identificar o tipo de lagarta eventualmente presente é outro passo do manejo, salienta a docente. “Se for identificada a presença da lagarta, o recomendado é que se opte pelo uso de produtos seletivos, seja ele um inseticida biológico, fisiológico ou químico de alta seletividade. Somente em último caso se deve usar inseticida de largo espectro”, enfatiza Vanda. Para evitar que o inseto adquira resistência, a pesquisadora afirma que é importante variar o princípio ativo dos produtos usados. “O inseticida biológico e o fisiológico devem ser usados quando a população de lagartas ainda é baixa, caso contrário se reduz a eficiência dos mesmos, por isso é importante que o agricultor vistorie sua lavoura com frequência e fique atento à presença da lagarta”, complementa.
A profissional ainda lembra que diante da nova praga será ainda mais necessário o acompanhamento de um engenheiro agrônomo de forma presencial na lavoura, pois somente desta forma será possível ele conferir a população de lagartas, analisar a situação e definir a estratégia a ser adotada para o controle. “A lagarta ataca principalmente flor e vagem da planta, gerando prejuízos econômicos elevados devido à quebra na produção”, alerta Vanda.
É ou não é
A identificação do gênero da lagarta somente é feita em laboratório, afirma a pesquisadora, já que requer análise da estrutura reprodutiva do inseto. Por conta disso, a professora menciona que os produtores interessados podem coletar amostra das lagartas vivas, juntamente com um pouco de alimento e levar até o curso de Agronomia da Unioeste, no Laboratório de Entomologia, para criação e obtenção de adultos e montagem das genitálias para posterior identificação.

Fonte: O Presente

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Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira

Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

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Foto: Julio Palhares

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.

O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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Produção de leite no Brasil se mantém estável e polos regionais se destacam

Produção nacional alcançou 35,74 bilhões de litros em 2024, com liderança do Sudeste, crescimento expressivo do Nordeste e destaque do Oeste Catarinense e municípios do Paraná entre os maiores produtores.

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Foto: Divulgação/Arquivo OP Rural

A produção de leite no Brasil manteve estabilidade em 2024 e evidenciou a força regional da atividade, conforme dados atualizados do IBGE. O levantamento mostra que o país produziu 35,74 bilhões de litros no ano passado, ligeiro avanço frente aos 35,25 bilhões registrados em 2023.

O destaque ficou com a Região Sudeste, que liderou a oferta nacional com 12,03 bilhões de litros, o equivalente a 34% de toda a produção do país. Em seguida aparecem as Regiões Sul, com 11,95 bilhões de litros (33%), e Nordeste, responsável por 6,43 bilhões (18%). O desempenho nordestino chamou atenção: a região registrou o maior crescimento entre as cinco grandes regiões, com alta de 5% na comparação anual. O Sudeste cresceu 3% e o Sul, 1%.

Na direção oposta, Centro-Oeste e Norte tiveram retrações de 3% e 5%, respectivamente, somando 3,66 bilhões e 1,67 bilhão de litros em 2024.

Oeste Catarinense segue entre os maiores polos leiteiros do país

Foto: Arnaldo Alves/AEN

A análise por mesorregiões reforça a importância do Sul na atividade. O Oeste Catarinense ocupou a segunda posição entre as dez maiores regiões produtoras, com 2,54 bilhões de litros. O volume fica atrás apenas do Noroeste Rio-Grandense, no Rio Grande do Sul, que liderou com 2,73 bilhões de litros.

Juntas, as duas mesorregiões responderam por 15% de toda a produção nacional. Outras regiões de destaque foram o Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (2,41 bilhões) e o Sul/Sudoeste de Minas (1,67 bilhão).

Municípios do Paraná e de Minas Gerais dominam o ranking nacional

Entre os dez maiores municípios produtores do Brasil, aparecem cidades dos estados do Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás e Sergipe. Essas localidades somaram 1,94 bilhão de litros em 2024, representando 5% da produção nacional.

Castro (PR) manteve a liderança com 480 milhões de litros, seguido de Carambeí (PR), que produziu 290 milhões. Minas Gerais também marcou forte presença no ranking, com Patos de Minas (230 milhões), Patrocínio (160 milhões), Coromandel (140 milhões) e Lagoa Formosa (140 milhões).

A lista inclui ainda Itaíba (PE), Arapoti (PR), Orizona (GO) e Poço Redondo (SE), todos com produção entre 120 e 130 milhões de litros.

Os números reforçam a pulverização da atividade leiteira no país e a importância de polos regionais consolidados, que seguem impulsionando a produção mesmo em um cenário de crescimento moderado.

Fonte: O Presente Rural com informações Epagri/Cepa
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Chuva eleva pressão de parasitas e exige reforço sanitário na pecuária

Alta umidade favorece verminoses e doenças como clostridioses e tristeza parasitária, aumentando riscos produtivos e a necessidade de vacinação e controle estratégico.

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Fotos: Shutterstock

O período das chuvas, que normalmente se estende do fim da primavera ao início do outono, representa uma fase de alta umidade e temperaturas elevadas nas principais regiões pecuárias do Brasil. Essas condições, embora benéficas para o crescimento das pastagens, favorecem a multiplicação de parasitas gastrointestinais e vetores de doenças, tornando indispensável a intensificação dos cuidados com vacinação e vermifugação do gado.

De acordo com Rodrigo Costa, que atua na área nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, essa combinação de fatores pode gerar prejuízos significativos. “A umidade favorece a sobrevivência de ovos e larvas de vermes no pasto, além de criar condições ideais para a disseminação de agentes infecciosos, como bactérias e vírus. Estes fatores elevam o risco de contaminações e comprometem o desempenho produtivo dos animais. Se não houver um bom controle sanitário, o produtor pode enfrentar queda na produção de leite e carne e aumento dos custos com tratamentos corretivos”, alerta.

Entre as doenças com maior incidência nessa época do ano estão as clostridioses, como o carbúnculo sintomático (manqueira) e as enterotoxemias, que tendem a se agravar com a ingestão de pastagens muito ricas, favoráveis ao desenvolvimento das bactérias clostridiais e à produção de toxinas.

Também merecem atenção a leptospirose, que se espalha em áreas úmidas através da urina de roedores e afeta a reprodução do rebanho, e as hemoparasitoses, como a anaplasmose (tristeza parasitária bovina) e a babesiose, transmitidas por carrapatos. Além delas, há o risco de verminoses gastrointestinais (principalmente Haemonchus contortus e Trichostrongylus spp.), que causam anemia, diarreia e perda de peso, e o aumento de moscas como a mosca-dos-chifres.

Segundo Costa, o calendário de vacinação é uma das principais ferramentas para preservar a saúde do rebanho e evitar prejuízos econômicos. “Manter o protocolo vacinal em dia é essencial para prevenir surtos de doenças que podem comprometer a rentabilidade da fazenda. Em regiões onde a vacinação é obrigatória, como no caso da febre aftosa, o não cumprimento pode gerar penalidades legais e restrições comerciais”, menciona.

O profissional reforça ainda que o controle parasitário deve ser feito conforme o perfil do rebanho e o histórico da propriedade. Bezerros e animais jovens, por exemplo, são mais vulneráveis e devem ser vermifugados a cada 60 a 90 dias. Já os adultos podem ter intervalos maiores, desde que o nível de infestação esteja sob controle. “O ideal é realizar exames de fezes (OPG – ovos por grama) para identificar o grau de contaminação e definir o vermífugo mais indicado. Também é importante alternar os princípios ativos, evitando o desenvolvimento de resistência dos parasitas aos medicamentos”, orienta.

Entre os sinais de alerta para possíveis infestações estão diarreia crônica, emagrecimento, mucosas pálidas e pelos arrepiados. Em casos de falhas na imunização, podem surgir doenças em animais já vacinados, situação que pode indicar uso de vacinas malconservadas, vencidas ou aplicadas de forma incorreta. “Ao identificar qualquer anormalidade, o produtor deve buscar o suporte de um veterinário ou técnico para confirmar o diagnóstico por exame clínico e laboratorial, além de revisar os protocolos de vacinação e vermifugação”, ressalta Costa.

A escolha e aplicação corretas dos produtos também são determinantes para a eficácia dos tratamentos. É fundamental optar por vacinas e vermífugos registrados no Ministério da Agricultura, observar o armazenamento adequado (geralmente entre 2 e 8°C) e garantir que a aplicação seja feita com equipamentos limpos e calibrados. “Esses cuidados simples fazem toda a diferença. Aplicações malfeitas ou produtos malconservados podem comprometer a imunidade do rebanho e gerar desperdícios”, salienta.

Costa ainda destaca o papel da assistência técnica no planejamento sanitário das propriedades. “O apoio de profissionais capacitados ajuda o produtor a montar um cronograma eficiente de vacinação e controle parasitário, de acordo com a realidade de cada fazenda. Além disso, o acompanhamento especializado permite avaliar continuamente os resultados, ajustar as estratégias e auxiliar na seleção de produtos de melhor custo-efetividade para garantir a saúde e a produtividade do rebanho”, evidencia.

Fonte: Assessoria Axia Agro
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