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Lançado edital de intercooperação do Programa Brasil Mais Cooperativo
Inscrições devem ser feitas até o dia 26 de novembro de 2020

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo, em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), lançou na segunda-feira (26), um novo edital para selecionar cooperativas agropecuárias da região Nordeste que participarão do Projeto Eixo Intercooperação do Programa Brasil Mais Cooperativo.
Serão selecionadas 24 cooperativas agropecuárias, constituídas de acordo com a Lei Geral das Cooperativas, especialmente da agricultura familiar, com matriz em um dos estados da região Nordeste, com destaque aos municípios localizados na região prioritária do AgroNordeste e na região do semiárido.
As cooperativas contempladas pelo edital receberão uma espécie de mentoria de outras cooperativas que têm expertise em aspectos importantes para os negócios, como o acesso a mercados, gestão e governança e aprimoramento de processos. A iniciativa visa promover a intercooperação como estratégia para fortalecer os negócios cooperativos, aprimorando processos e identificando as boas práticas.
As inscrições devem ser feitas até o dia 26 de novembro de 2020, por meio de cadastro no site do IICA. Para isso, é importante ter em mãos informações como o CNPJ da cooperativa, as cadeias produtivas e produtos com que trabalha, o número de cooperados e empregados e a área de atuação.
O resultado do edital será divulgado no dia 17 de dezembro no site do IICA. Dúvidas e pedidos de esclarecimentos podem ser encaminhados para o endereço eletrônico: comissao.licitacao@iica.int
Para efeito do edital, são consideradas sociedades cooperativas agropecuárias aquelas que atuam nas atividades de produção agropecuária, extrativista, agroindustrial, aquícola ou pesqueira, e cooperativas da agricultura familiar aquelas detentoras de Declaração de Aptidão ao Pronaf Jurídica (DAP Jurídica).
De acordo com o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, a promoção do intercâmbio de conhecimentos é um dos principais objetivos da iniciativa. “Queremos mostrar que é possível o sistema cooperativo brasileiro fortalecer aquelas cooperativas que mais precisam de gestão e de acesso a mercados, por meio da troca de experiências com aquelas que já possuem excelência, muitas vezes a nível mundial. Esse edital de intercooperação é voltado para a região do AgroNordeste, mas a nossa previsão é expandir o projeto para todo território nacional nos próximos editais”, revela o secretário.
Esta primeira edição do Projeto Eixo Intercooperação terá duração de aproximadamente 12 meses e contará com diversas atividades, como a realização de webinários, a aplicação de diagnóstico para mapeamento de potencialidades e dificuldades, a execução de tarefas práticas com acompanhamento de facilitadores e consultores especializados, além das missões de intercooperação, para que as cooperativas selecionadas conheçam in loco o trabalho de outras cooperativas. As atividades têm o propósito de estabelecer um plano de ação para o desenvolvimento de cada uma das cooperativas selecionadas no edital.
Durante as missões de intercooperação, representantes das cooperativas vencedoras do edital realizarão visitas para conhecer de perto a atuação de cooperativas das regiões Sul e Nordeste reconhecidas pela excelência. O Mapa irá custear as despesas necessárias para o deslocamento de dois representantes de cada cooperativa, como passagens aéreas, hospedagem e traslado.
Para o presidente da OCB, Marcio Lopes de Freitas, o exemplo de uma cooperativa é uma importante ferramenta para fortalecer outras. “Ao praticarmos este projeto de intercooperação, com intercâmbio de visitação, para as pessoas verem na prática e levarem técnicos para fazerem esse desenvolvimento, estamos levando a muda da cooperativa para as diversas regiões. É levar mudas já testadas e com resultado comprovados. A OCB fica muito orgulhosa de fazer parte desse projeto”.
Segundo o representante do IICA no Brasil, Christian Fisher, a partir do aprendizado da experiência no Brasil será possível expandir a iniciativa para América Latina e Caribe. “Consideramos extremamente importante a estratégia de impulsionar a intercooperação como vetor de fortalecimento e protagonismo das cooperativas. Esse edital possibilitará diversos benefícios oriundos da interação e aprendizados mútuos, troca de experiências para solucionar problemas e, principalmente, dar voz às cooperativas do Brasil. Estamos animados e acreditamos que podemos expandir a atuação desse programa para além-fronteiras do território nacional. Podemos conectar outras cooperativas nas Américas e fortalecer o movimento cooperativo internacionalmente”.
Política Pública
Instituído pela Portaria nº 129, de 4 de julho de 2019, do Ministério da Agricultura, o programa Brasil Mais Cooperativo tem o propósito de apoiar o cooperativismo e o associativismo rurais brasileiros através da oferta de assistência especializada, da promoção da intercooperação, da formação técnica e da qualificação de processos de gestão, produção e comercialização nos mercados institucionais e privados.
O programa está estruturado em 6 eixos temáticos, que são: promoção e fortalecimento da organização social, organização da produção e qualificação de processos de gestão; apoio à intercooperação; comercialização nos mercados privados e nas compras governamentais; ações de formação e de assistência técnica; e acesso aos mercados nacional e internacional.

Notícias
Brasil explora inovação agrícola na Coreia do Sul
Delegação visita LG e CJ Bio para conhecer tecnologias de bioinsumos e soluções sustentáveis que podem transformar o futuro do agro brasileiro.

Em missão oficial à Coreia do Sul, a delegação brasileira liderada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Goulart, realizou, na segunda-feira (24), visitas técnicas a fábricas e centros de pesquisa das empresas LG e CJ Bio.
A agenda teve como objetivo aprofundar a cooperação entre os dois países nas áreas de inovação em agrotóxicos, bioinsumos e tecnologias voltadas à agricultura sustentável, com foco no desenvolvimento de produtos mais modernos, seguros e eficientes.
Para o secretário Goulart, as visitas reforçam o interesse mútuo do Brasil e da República da Coreia em ampliar a parceria técnica e comercial no setor agropecuário. “A agricultura brasileira é baseada em inovação. Somos a potência que somos por conta da inovação. Por isso, estreitar relações entre os países é essencial para manter a competitividade do agro”, afirmou.
Compõem a delegação pelo Mapa o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, José Victor Torres, e a coordenadora de Registro, Tatiane Nascimento. Pela Anvisa, participam a gerente-geral de Toxicologia, Cassia Fernandes, a gerente de Avaliação de Segurança Toxicológica, Marina Aguiar, o gerente de Produtos Equivalentes, Juliano Malty e a assessora da Terceira Diretoria, Letícia Filier.
Visita ao parque de inovações da LG
Na LG, a delegação conheceu a estrutura global do grupo, que atua em setores como eletrônicos, telecomunicações, química e soluções para agricultura. A empresa apresentou sua visão de gestão baseada em inovação, sustentabilidade e governança, além dos investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.
A LG também destacou o papel da LG Chem e da FarmHannong, divisão agrícola líder na Coreia em proteção de cultivos, sementes e fertilizantes. A companhia reforçou o interesse em ampliar sua atuação no Brasil e dar continuidade às parcerias com o Mapa e a Anvisa.
CJ Bio apresenta avanços em biotecnologia e soluções sustentáveis
A delegação visitou ainda a CJ Bio, referência mundial em biotecnologia aplicada à agricultura, nutrição e biomateriais. A empresa apresentou seus laboratórios e plataformas de desenvolvimento de microrganismos, fermentação, purificação e produção de bioinsumos.
Foram demonstradas tecnologias voltadas à produção de inoculantes, pesticidas e bioestimulantes, com foco em soluções de baixo impacto ambiental, redução de emissões e recuperação de solos. A CJ Bio também reforçou o interesse em desenvolver produtos biológicos para soja, milho e outras culturas estratégicas para o Brasil.
Colunistas
Saiba por que fungos e nematoides seguem tirando bilhões do agro
Organismos invisíveis avançam silenciosamente sobre as raízes, derrubam a produtividade e já geram prejuízos acima de R$ 35 bilhões por ano, enquanto a biotecnologia ganha espaço no manejo.

No agronegócio brasileiro, algumas das maiores ameaças à produtividade estão escondidas sob os nossos pés. Fungos e nematoides do solo são organismos microscópicos que, muitas vezes, sem darem sinais aparentes, comprometem as raízes, reduzem a absorção de água e nutrientes e minam o vigor das plantas. Quando os sintomas se tornam visíveis, os prejuízos já estão instalados.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), doenças fúngicas radiculares, como as causadas por Rhizoctonia, Fusarium e Sclerotium, podem permanecer no solo por longos períodos graças às suas estruturas de resistência, dificultando o controle e impactando culturas como soja, milho, feijão e hortaliças.

Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.
Entre os inimigos invisíveis do solo, os nematoides ocupam lugar de destaque. Esses vermes microscópicos parasitam as raízes, formando galhas ou causando lesões que reduzem a eficiência do sistema radicular. Os reflexos são diretos: menor absorção de nutrientes, estresse hídrico precoce e queda na produtividade.
Pesquisas da Embrapa apontam que áreas infestadas por Pratylenchus brachyurus (nematoide das lesões radiculares) podem ter perdas médias de 21% na soja, o equivalente a 12 sacas por hectare. Além das evidências experimentais, estimativas da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) indicam que os prejuízos anuais no agro superam R$ 35 bilhões, sendo cerca de R$ 16,2 bilhões apenas na soja.
O desafio do manejo
O controle de nematoides e doenças fúngicas é particularmente complexo porque não existe uma solução única. A própria Embrapa recomenda o manejo integrado, combinando práticas, como rotação de culturas com espécies não hospedeiras, para reduzir a população de patógenos no solo; o uso de cultivares resistentes, quando disponíveis; adubação equilibrada e correção do solo, que fortalecem as defesas naturais da planta; e o controle biológico, por meio de microrganismos benéficos (bactérias e fungos), que competem com fungos patogênicos e estimulam o crescimento vegetal. Essas práticas, quando aplicadas em conjunto, aumentam a resiliência do sistema produtivo e reduzem a dependência exclusiva de defensivos químicos.
Biotecnologia como aliada

Foto: SAA SP
A biotecnologia vem se consolidando como parceira estratégica do produtor. O uso de bioinsumos, seja via aplicação direta ou tecnologia On Farm, permite ampliar populações de microrganismos benéficos e fortalecer a saúde do solo.
Já desde 2023, dados da Spark Inteligência Estratégica citados pela Embrapa, indicam que o uso de bionematicidas no Brasil ultrapassou o de nematicidas químicos em importantes culturas. Na soja, os produtos biológicos já representavam cerca de 94% do mercado de nematicidas, enquanto no milho esse índice chegava a 100%, consolidando a liderança dos biológicos no controle de nematoides.
Esse movimento continua se ampliando em outras cadeias produtivas. Levantamento da Kynetec mostra que, em 2024, mesmo com a retração de 18% no mercado de defensivos para cana-de-açúcar, os produtos de matriz biológica já respondiam por 7% do total financeiro do setor, com bionematicidas e bioinseticidas representando 75% desse segmento. Esses números confirmam que a biotecnologia deixou de ser apenas uma alternativa e passou a ocupar papel central nas estratégias de manejo do solo e de controle de nematoides no agronegócio brasileiro.
Quando adotamos práticas integradas e combinamos biotecnologia com as recomendações científicas, damos passos importantes para preservar a produtividade e a sustentabilidade do agro. Em um cenário de custos crescentes de insumos, pressão por sustentabilidade e exigência de maior eficiência, deixar de lado esses inimigos invisíveis também significa renunciar margens que fazem diferença no resultado da safra.
A boa notícia é que hoje temos conhecimento científico e tecnologias biológicas robustas para transformar esse desafio em oportunidade. O futuro do agronegócio passa pela capacidade de unir ciência, inovação e sustentabilidade. Não se trata apenas de controlar patógenos, mas de preservar o potencial produtivo de cada hectare, garantindo alimento de qualidade e competitividade para o Brasil no cenário global.
Notícias 02, 03 e 04 de dezembro
Dia de Campo da C.Vale estreia formato antecipado em dezembro
Mudança busca evitar conflito com a colheita de soja e reforça a participação dos produtores.

Para evitar a coincidência com o início da colheita de soja no Oeste do Paraná, a C.Vale decidiu antecipar seu principal evento técnico. A primeira edição do Dia de Campo no novo formato será realizada nos dias 02, 03 e 04 de dezembro, no Campo Experimental da cooperativa, em Palotina (PR).
A programação inclui lançamentos de máquinas e implementos com condições diferenciadas de compra, além da apresentação de novilhas leiteiras, gado de corte, caprinos e ovinos. O evento também mostrará resultados de trabalhos técnicos conduzidos no local. Entre as novidades estão concurso de receitas, maior interação com o público, ações ampliadas das empresas parceiras e mais áreas de sombra para quem aguarda o deslocamento nos ônibus internos.
A edição realizada em janeiro de 2025 reuniu 12 mil visitantes nas proximidades do complexo agroindustrial da C.Vale.
Antecipação estratégica
A decisão de mudar o calendário para dezembro ocorreu porque o plantio mais cedo das lavouras vinha aproximando o início da colheita da soja do período tradicional do evento, em meados de janeiro. A sobreposição afetava a participação dos produtores, levando a cooperativa a estabelecer, a partir de 2025, a realização do Dia de Campo sempre no último mês do ano.
Raio X – Dia de Campo 2025/26
147 empresas participantes
45 cultivares de soja
58 híbridos de milho
16 cultivares de mandioca
65 parcelas de agroquímicos
17 parcelas de produtos biológicos
63 parcelas de programas nutricionais
17 parcelas com tratamento de sementes
14 parcelas de tecnologia de aplicação
16 espécies forrageiras
9 parcelas de plantas de cobertura de solo
4 instituições de pesquisa
1 instituição de ensino
4 instituições financeiras



