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Laboratório móvel chega às fazendas para garantir qualidade da silagem
Lab Móvel é um carro que contém um mini-laboratório, com equipamentos capazes de determinar diversos parâmetros, desde o teor de fibras e amido do volumoso até a temperatura e compactação do material ensilado
A qualidade nutricional da silagem é fator determinante para o sucesso na pecuária de corte e leite, mas nem sempre os produtores fazem análises para saber se o alimento que está sendo ofertado aos animais está dentro dos parâmetros ideais para que ele consiga tirar o máximo proveito da dieta. A distância entre a fazenda e os laboratórios é um dos principais problemas. Mas essa situação começa a mudar no Brasil. Agora, o laboratório vai até a fazenda, faz análises na hora e permite que o produtor faça os ajustes necessários, seja na hora de produzir, colher, armazenar ou ofertar o volumoso ao gado.
A iniciativa de vanguarda é do zootecnista Marco Antonio Nollguadnoni e da KWS, empresa sementeira que criou o projeto inédito no Brasil e já está aplicando nas primeiras dez fazendas, em Minas Gerais, Goiás e São Paulo. O Lab Móvel é um carro que contém um mini-laboratório, com equipamentos capazes de determinar diversos parâmetros, desde o teor de fibras e amido do volumoso até a temperatura e compactação do material ensilado.
“Sempre trabalhei com nutrição de ruminantes e sempre senti falta de ver esse trabalho de campo sendo feito em cima de produção de volumoso. Não é um alimento barato e é importantíssimo para a dieta, seja no confinamento, seja na atividade leiteira. Na maioria das vezes a gente observa produtores tendo resultados zootécnicos e econômicos das fazendas prejudicados pela qualidade do volumoso. Daí surgiu a ideia do Lab Móvel”, conta Marco Antonio.
Os resultados saem em poucos minutos. “Queremos saber o quanto temos de matéria seca, pois os animais comem matéria seca. Precisamos saber o que tem nessa matéria seca, o teor de amido, de proteína, quanto de matéria mineral, quando de extrato etéreo, entre outros pontos, e qual a digestibilidade dessa fibra, desse amido, etc. Tudo isso conseguimos com a análise bromatológica, feita quando a gente coloca uma amostra em um dos nossos equipamentos”, destaca.
Além disso, são feitas análises, por exemplo, de quantidade de grãos de milho inteiros por porção e o tamanho das partículas de alimentos. Marco Antonio explica que é ponto determinante, pois se há muitos grãos inteiros, o bovino não aproveita os nutrientes e joga o grão nas fezes. Se as partículas da silagem são muito grandes, atrapalham na ruminação. “O pós-agronômico inclui colheita, processo de ensilagem, quebra de grãos, processamento de grãos, tamanho de partícula de fibra, que é o que garante uma ruminação ideal. Isso garante que aquela boa lavoura chegue como bom alimento no cocho. Isso não era feito”, aponta o zootecnista.
“O carro é um mini-laboratório móvel. Dentro dele temos todos os equipamentos necessários para fazer análises, desde amostragem de compactação até a qualidade bromatológica”, cita. Mas o programa Lab Móvel é ainda mais amplo, pois começa com a assistência técnica na hora de plantar, colher e produzir o material. “O programa visa auxiliar no acompanhamento agronômico e agregar valor com diagnóstico das silagens nas fazendas, com recomendações sobre o que a gente pode melhorar, observar pontos de atenção. Isso envolve também desde a altura de corte da lavoura até o dia de ensilar essa lavoura. Por exemplo, se colher com muita umidade, você deixa de produzir amido e vai ter grande produção de água, vai ensilar água. Essa matéria verde vai ter qualidade de fermentação ruim, o que pode representar até 25% de perdas”, diz o profissional.
Nas primeiras visitas às fazendas o programa já ajudou produtores a fazer a colheita e manejo do material. “Percebemos que o FDA (Fibra Detergente Ácido) da fibra estava um pouco mais alto do que o ideal. Durante a colheita, subimos a altura de corte para ter mais qualidade de fibra. Mas já encontramos alguns lugares mais problemáticos, com problemas de compactação do silo”, garante o profissional. A ideia, segundo a KWS, é expandir o programa para outras regiões do Brasil, com a aquisição de mais carros, equipamentos e contratação de pessoal qualificado.
A iniciativa chamou a atenção do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges. “O Lab Móvel é uma iniciativa muito importante para que produtores de leite possam investir na qualidade da alimentação dos seus rebanhos. Parabenizo a KWS pela criação do programa, que faz análises dos alimentos que ofertamos aos animais. Estamos divulgando e apoiando a ideia. Tudo aquilo que é importante para a classe produtora de leite, a Abraleite está junto”, destaca Geraldo Borges.
Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de março/abril de 2020 ou online.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran