Notícias No Paraná
Laboratório da Adapar conquista credenciamento para diagnosticar doenças de sanidade avícola
Com isso, a defesa agropecuária do Paraná ganha eficiência. Antes, as amostras para PCR em tempo real precisavam ser enviadas para laboratórios em outros estados. Agora, podem ser analisadas no próprio CDME.
O Centro de Diagnóstico “Marcos Enrietti” (CDME), da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), é o terceiro laboratório do Brasil a ser credenciado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o diagnóstico de Influenza A e doença de Newcastle (peste aviária) pela técnica de PCR em Tempo Real (qPCR).
É uma grande conquista, já que o Paraná é responsável por 33,6% da exportação de carne de frango do país e o Brasil é o maior exportador global. Essas são as principais doenças de controle oficial do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), pois trazem prejuízos econômicos significativos, altíssima mortalidade e interdição de propriedades, comprometendo a cadeia produtiva e suspendendo exportações.
A unidade, que já é referência nacional, agora se junta ao Centro de Diagnóstico em Saúde Animal (Cedisa), de Santa Catarina, e ao Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio Avícola (Captaa), do Instituto Biológico de São Paulo, no grupo dos únicos laboratórios fora do âmbito do Ministério autorizados a fazer esse tipo de exame. A decisão foi oficializada neste mês.
Com isso, a defesa agropecuária do Estado ganha ainda mais eficiência. Antes, as amostras para qPCR em tempo real precisavam ser enviadas para laboratórios em outros estados. Agora, podem ser analisadas no próprio CDME. Além disso, a qPCR é considerada uma técnica mais avançada e precisa e, assim, permite ação mais rápida em caso de detecção.
O Paraná é livre de ambas as doenças e o último registro da doença de Newcastle no Brasil aconteceu em 2006. No entanto, o protocolo de sanidade exige acompanhamento constante dos plantéis e notificação obrigatória quando um produtor identifica sinais digestivos, respiratórios ou nervosos nos animais.
Segundo o gerente de Laboratórios da Adapar, Rubens Chaguri de Oliveira, mesmo sem registros das doenças, os estados precisam demonstrar esse padrão sanitário constantemente, por meio de testagem. “Com o credenciamento, nos juntamos a um seleto grupo de laboratórios capacitados e autorizados a realizar esses ensaios em prol da sanidade avícola”, diz.
O Centro já fazia ensaios de Influenza Aviária e de doença de Newcastle, mas por meio de outras técnicas. Com o novo credenciamento, agora o CDME acrescenta a PCR em tempo real ao escopo de métodos acreditados, o que assegura maior sensibilidade e especificidade diagnóstica dos resultados, ampliando as possibilidades de vigilância. No total, o laboratório tem credenciamento junto ao Ministério para diagnosticar 16 enfermidades de interesse da defesa agropecuária, englobando 28 diferentes técnicas.
Trabalho
Os esforços para realizar a PCR em tempo real na detecção de Influenza Aviária e doença de Newcastle começaram em 2018, quando foram adquiridos os equipamentos necessários, doados pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar). Isso possibilitou o desenvolvimento e a modernização das técnicas de diagnóstico, além da capacitação de servidores.
Segundo a médica veterinária da Adapar, Maria Constanza Rodriguez, antes do credenciamento pelo Mapa, os ensaios foram acreditados segundo a norma ABNT NBR ISO: 17.025:2017 pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), em novembro de 2020, para realização da PCR em tempo real. Em novembro de 2021, uma equipe do Ministério fez auditoria in loco para atestar a capacidade do CDME.
“Isso é resultado de um longo trabalho que nos permitirá ter ainda mais qualidade nas ações de vigilância ativa e maior eficiência de diagnósticos, beneficiando a sanidade agropecuária e toda a sociedade”, afirma.
Histórico
Os equipamentos doados pelo Sindiavipar tinham o uso da qPCR para Influenza Aviária e doença de Newcastle como finalidade principal, mas os esforços para conseguir esse credenciamento ainda renderam outra conquista no ano passado, quando o CDME se tornou o primeiro laboratório da rede nacional de Agricultura a utilizar a PCR em tempo real para diagnóstico da raiva em herbívoros como rotina.
A tecnologia substituiu o uso de camundongos para detecção do vírus na prova confirmatória e possibilitou diagnóstico mais preciso, em menos tempo e sem conflito com as normas do bem-estar animal. A doação do equipamento ainda possibilitou a implantação de mais um diagnóstico de grande relevância na saúde pública: tuberculose em amostras de abatedouro.
“Isso significa que os testes que desenvolvemos e a capacitação dos servidores acabaram gerando ainda mais frutos do que prevíamos com os novos equipamentos”, diz o gerente de Laboratórios da Adapar, Rubens Chaguri de Oliveira.
Colunistas
Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.
A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.
O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.
Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.
Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.
Notícias
A importância da pesquisa agropecuária
A pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
O acelerado desenvolvimento do setor primário da economia, nas últimas décadas, resultou dos avanços da pesquisa científica na esfera da Embrapa, das Universidades, dos centos de pesquisa privados e dos grandes grupos da indústria da alimentação. De um lado, a pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
Apesar disso, ainda é necessário fomentar a pesquisa agropecuária brasileira para turbinar os níveis de investimento público em patamares equivalentes aos dos principais concorrentes do Brasil no mercado mundial. O caminho natural é a Embrapa, capitaneando uma cadeia de pesquisa, que envolve as Universidades e outros centros de pesquisa. A ideia é fortalecer as ferramentas de gestão de órgãos públicos e estimular as parcerias público-privadas, inclusive com cooperativas agropecuárias, com o fomento de estudos que efetivamente contribuam para o maior desenvolvimento, sustentabilidade e competitividade do setor agropecuário. Essa integração pode facilitar a captação de investimentos na geração de inovações de alto impacto para o enfrentamento dos desafios do agro brasileiro.
Em Santa Catarina, por exemplo, que se destaca no incremento da produção de leite, esse reforço na pesquisa poderia começar com a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras. Nas pequenas unidades de produção a atividade proporciona importante fonte de renda para as famílias rurais. A atividade exibe notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade.
Quinto produtor nacional, o setor tem sofrido uma intensa concentração da produção. Para a pecuária leiteira tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da produção e da renda dos produtores.
A proposta consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.
A empresa mantém em Concórdia a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. O novo núcleo de pesquisa poderia ser criado junto a Embrapa de Concórdia (SC). O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto.
Atualmente, a Embrapa desenvolve pesquisas voltadas à pecuária de leite em três unidades: a de gado de leite, voltada às soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio do leite em Juiz de Fora (MG); a unidade Pecuária Sudeste, com ênfase na eficiência e sustentabilidade da produção em São Carlos (SP) e a unidade Pecuária Sul que desenvolve pesquisas em bovinocultura de corte e leite, ovinocultura e forrageiras nos campos sulbrasileiros, compreendidos pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em Bagé (RS).
As cooperativas agropecuárias são atores estratégicos no apoio aos programas de pesquisa científica, como testemunham inúmeras ações em passado recente.
Notícias Atenção produtor rural
Prazo para declaração do ITR encerra em 30 de setembro, alerta Faesc
Documento deve ser enviado por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal.
O prazo para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2024, vai até 30 de setembro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) alerta para que o produtor rural fique atento ao prazo para evitar multas.
De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 2.206/2024 é obrigatório apresentar a declaração de pessoa física ou jurídica, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos ou um dos compossuidores.
A declaração deve ser enviada por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal. Além disso, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.
O imposto é obrigatório para todo o imóvel rural, exceto para os casos de isenção e imunidade previstos em lei, portanto o produtor deve ficar atento aos prazos de envio do documento para não pagar multas e juros. E caso o contribuinte verifique algum erro após o envio da declaração, ele deve fazer a retificação por meio do Programa ITR 2024.
A declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC) e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT).
O contribuinte, cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deve informar o respectivo número do recibo de inscrição. O pagamento do imposto poderá ser feito através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), ou via QR Code (Pix).
No dia 24 de julho, o Governo Federal publicou a Lei n° 14.932/2024 que retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para a redução do valor devido do ITR. Entretanto, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa (IN) 2.206/2024, ainda obriga o produtor rural a apresentar a ADA neste ano.
A CNA e a Faesc trabalham para que a Receita faça a revisão da normativa o mais breve possível. Mesmo com a lei em vigor, recomendam manter o preenchimento do ADA via Ibama, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural e inserção do número do recibo na DITR 2024.
O contribuinte pode conferir o Valor de Terra Nua (VTN) 2024 publicado no site da Receita Federal pelas Prefeituras conveniadas. A FAESC lembra que, caso os valores não estejam de acordo com os requisitos determinados pela Instrução Normativa RFB n° 1.877/2019, deve ser feita denúncia por meio do Sindicato Rural junto à Delegacia Regional da Receita.