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Jovem aposta na agricultura e cria sistema diferenciado de feira
Jovem de Morro Reuter-RS investiu nas plataformas digitais para divulgar seu negócio e pode servir de incentivo para os jovens permanecerem no campo

Ela não tem medo de sujar as mãos, do brilho das unhas se misturar com a terra. Seja sob o sol ardente, nos dias de chuva ou de frio, ela está lá para cumprir as suas tarefas diárias e batalhar por seus objetivos. Faz o que faz por amor, por se identificar com a agricultura e, também, por poder dar seguimento ao legado que a família constituiu ao longo de gerações.

Giovana e seu pai Jovani cultivamos os alimentos sem adição de agrotóxicos, apenas adubos. (Crédito: Cleiton Zimer)
Aos 19 anos, Giovana Knorst não espera pelas oportunidades, vai atrás e as cria. Ela se dedica ao desenvolvimento de um sistema de negócios inovador, que, em pouco mais de meio ano está prosperando e conquistando cada vez mais clientes. Afinal, quem não quer na sua mesa produtos fresquinhos direto da horta sem precisar sair de casa e, o principal, sem agrotóxicos?
Ela, junto com seu pai Jovani, 50 anos, trabalha na lavoura na localidade de Fazenda Padre Eterno, onde reside. Há cerca de um ano um morador da cidade vizinha, Dois Irmãos, se mudou para as proximidades e se interessou pelo formato de trabalho da família. Ele deu a ideia de inovar, levando os produtos cultivados para a cidade, ampliando o leque de clientes. Giovana criou, então, a Hortifruti GK, que é uma espécie de feira, porém, com um sistema diferenciando.
Produtos sem agrotóxicos entregues nas casas
Eles cultivam diversas variedades, desde hortaliças, legumes, frutas; têm ainda produtos coloniais. A jovem investiu nas plataformas digitais do Facebook e Instagram para difundir a sua marca e propagar a proposta de produtos de qualidade, sem agrotóxicos, entregues na porta de casa dos consumidores. Aos poucos, Giovana foi criando um catálogo do que produziam e, semanalmente, ela o atualiza. Todo sábado envia uma relação em PDF via WhatsApp para os clientes do que está disponível e, esses, retornam até a terça-feira seguinte escolhendo o que vão querer para aquela semana. “Quartas de tarde nós separamos, algumas coisas deixamos para o dia seguinte para não murchar”, conta ela.
Ao chegar a manhã de quinta-feira, depois de prepararem o restante dos produtos, ela e seu pai vão até Dois Irmãos com a Kombi do falecido avô Eldo Knorst; com ela entregam as encomendas. “Eu não tenho contato direto. A encomenda é feita via aplicativo e, quando chegamos no apartamento eu toco o interfone, abrem para mim, subo de elevador e vou até o apartamento. Lá coloco a encomenda em uma bacia que eles deixam na porta. Aí eu só mando uma mensagem dizendo que está tudo lá”, conta Giovana.
Quanto ao pagamento, alguns clientes deixam o dinheiro embaixo da bacia mesmo, outros, preferem fazer via aplicativo. Nesse período de menos de um ano, eles já fidelizaram 35 clientes. No começo, o próprio vizinho levava os produtos de carro. A mãe Maria Maristela, 46 anos, que faz faxina em Dois Irmãos, também ajudava, mas quando tomou uma proporção maior foi necessário fazer uso da Kombi, herança do seu avô.
Agricultura por amor

Giovana, além de fazer o que gosta, está dando continuidade ao legado da família (Crédito:Cleiton Zimer)
Giovana conta que sempre gostou de agricultura, o que a levou a escolher o ofício e investir no segmento, buscando se aperfeiçoar constantemente. Logo após concluir o Ensino Médio ela já iniciou os estudos em Técnico Agrícola na Escola Bom Pastor, em Nova Petrópolis – entretanto devido à pandemia as aulas estão, temporariamente, suspensas.
“Desde pequena foi uma área que me interessou bastante. É uma coisa que me encanta e, eu acho muito bonito trabalhar na roça, ter a tua paz, ter as tuas coisas por ti, saber o que está comendo”, destacou. Ela reconhece que são poucos os jovens que procuram a agricultura ou escolhem permanecer nela. Às vezes até recebe questionamentos quanto à escolha de ficar na roça. “Dizem que uma menina procurar a agricultura é estranho, mas eu não vejo nada de errado. É bonito”, enfatiza, ressaltando que essa “é uma forma de continuar o que meus avós fizeram a vida inteira e, vai muito além de um serviço, é uma coisa que faço por gostar; não é só trabalho”.
Orgulho

Giovana e seu pai Jovani, na Kombi do avô Eldo, com a qual entregam as encomendas aos clientes (Crédito: Cleiton Zimer)
O pai Jovani fala com alegria da filha única que tanto o ajudou desde pequena e, agora, optou por dar seguimento ao que a família começou. “É um orgulho ter uma menina que fique na agricultura, trabalhando, me ajudando, porque não é tão fácil, é um serviço pesado. Me orgulha saber que ela tem interesse, que não se importa de sujar a mão na terra e que continua estudando”.
A mãe Maria Maristela conta que a atitude de Giovana é um incentivo para mais jovens ficarem no interior. “Hoje em dia, ir para a lavoura, cuidar da agricultura, é uma coisa rara e eu me orgulho dela”.
A avó Flávia
Talvez, mesmo sem perceber, Giovana tenha se espelhado na força e dedicação da avó Flávia que, além de professora, sempre se dedicou às inúmeras tarefas da roça ao longo da sua vida. Desde pequena a neta viu a avó mexendo na terra e, isso, segundo seu pai Jovani, pode ter a motivado a seguir o mesmo caminho.

A avó Flávia, mãe Maria Maristela e Giovana (Crédito: Cleiton Zimer)
Hoje, a avó Flávia tem 73 anos e mora ao lado da casa dos pais de Giovana. Diariamente ela ordenha suas duas vaquinhas, trata os porquinhos, galinhas e prepara queijos coloniais que são de sabor inigualável.
A avó conta que Giovana sempre a ajuda em tudo. Antes de iniciar o seu empreendimento, a jovem sempre esteve por perto auxiliando-a nos cuidados com a sua bisavó, que faleceu recentemente, aos 93 anos. Ainda hoje, mesmo trabalhando na roça, é ela a responsável por fazer o almoço. “Tem uma mão cheia”, conta Flávia. Além disso, ressalta que Giovana faz um chimarrão sem igual. “Eu, com 73 anos, não faço um chima tão bem-feito quanto o dela”, brinca.

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Estratégia simples e de baixo custo otimiza adubação em solos de alta fertilidade
Ao ajustar a reposição de nutrientes conforme a real necessidade do solo, método aumenta a eficiência no uso de fertilizantes, reduz a pegada de carbono, mantém a produtividade e eleva a eficiência energética das lavouras.

Uma pesquisa realizada durante três safras (seis cultivos), em Unaí (MG), aferiu e validou a adubação de restituição associada ao balanço de nutrientes, para maior eficiência e economia no uso de fertilizantes na produção de culturas anuais em solo de Cerrado com fertilidade construída. Adubação de restituição é a prática de repor no solo nutrientes que são exportados nos produtos colhidos das lavouras.
As estratégias propostas pela pesquisa mostram que é possível o ajuste do aporte de nutrientes das adubações, de forma alinhada à utilização consciente dos insumos agrícolas e à conservação dos recursos naturais, contribuindo, ainda, para reduzir a pegada de carbono e aumentar a eficiência energética nos processos de produção.
Antecedentes para o estudo
A pesquisa considerou a premissa de que as culturas anuais apresentam elevada demanda de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), levando ao consumo de grandes quantidades de fertilizantes, para suprir os sistemas de produção brasileiros que envolvem os cultivos de soja, milho, algodão, feijão, trigo e sorgo. A demanda por esses nutrientes, para manter a produtividade, representa parte expressiva dos custos das lavouras, um dos principais fatores de risco econômico da agricultura do País.
Outro aspecto é que, muitas vezes, mesmo sabendo que o solo já tem alta fertilidade, com disponibilidade de nutrientes acima dos níveis críticos, o agricultor se sente mais seguro quando realiza as adubações que já vinha utilizando por vários anos. Porém, tem sido reportado, em várias publicações, que os solos em áreas de cultivo consolidado do Cerrado acumularam considerável estoque de nutrientes com o passar do tempo, superando a condição de baixa fertilidade original.
Experimentação em fazenda
Os principais tratamentos, comparados em parcelas de grandes dimensões, num talhão de produção comercial com histórico de longo prazo em plantio direto e solo com fertilidade construída, envolveram: 1) a adubação de restituição de N, P e K exportados nas colheitas; 2) o manejo padrão da fazenda; e 3) um controle sem adubação NPK. “As avaliações foram realizadas durante três ciclos safra/segunda safra, com soja/milho (ou sorgo), em sistemas com ou sem braquiária em consórcio”, detalha o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Álvaro Vilela de Resende, que coordenou o estudo.
Resultados práticos
Os resultados, segundo Resende, permitiram constatar que a adubação (ou a ausência dela) não influencia a produtividade da soja, sendo o nitrogênio o fator que mais limita o rendimento do milho, nas condições do talhão estudado. O consórcio com braquiária na segunda safra pode prejudicar o sorgo e não afeta o milho, mas aumenta a produtividade da soja subsequente. “Verificou-se que a adubação de restituição vinculada ao balanço de nutrientes mantém os níveis de produtividade e de rentabilidade, com uso mais eficiente de fertilizantes, enquanto preserva a fertilidade do solo. Assim, é uma estratégia de manejo nutricional inteligente para solos de fertilidade construída, ao prevenir déficits ou excedentes de nutrientes, contribuindo na busca por desempenho produtivo com sustentabilidade ambiental”.
Para o pesquisador essas conclusões, de certa forma, já eram esperadas, tendo em vista os resultados de pesquisas anteriores, envolvendo experimentação em outras regiões e propriedades agrícolas no Cerrado, onde frequentemente tem-se observado pouca ou nenhuma resposta à adubação com nutrientes como P e K, sobretudo em solos argilosos. “Mas faltavam elementos mais concretos para convencer definitivamente os produtores e técnicos, de que é necessário e possível melhorar o dimensionamento das adubações de manutenção”, explica Resende.
“Ainda persiste a tendência de se utilizarem fertilizantes sempre nas mesmas formulações ou quantidades fixas de N, P e K, recorrentemente, apesar do notável avanço tecnológico e do incremento no potencial produtivo dos ambientes agrícolas no Cerrado. Além disso, em geral, os produtores não se atentam em calcular o balanço de nutrientes, por desconhecerem o valor dessa informação”, complementa o pesquisador Miguel Marques Gontijo Neto.
De acordo com Resende, o manejo apropriado para solos de alta fertilidade busca dimensionar as quantidades de nutrientes para fornecer apenas o necessário à reposição do que é exportado na colheita, mais eventuais perdas do sistema. “A estratégia de se adotar a adubação de restituição conjugada com o cálculo do balanço de nutrientes, ao longo do tempo, compatibiliza o suprimento às quantidades realmente demandadas pelo sistema de culturas. O monitoramento se completa com a análise de solo, para acompanhar como a fertilidade oscila em função desse manejo. Assim, com a junção de técnicas simples e de baixo custo, evitam-se situações de falta ou excesso de nutrientes, com ganhos de eficiência no uso de fertilizantes”, expõe.

Áreas agrícolas consolidadas em plantio direto e solos de fertilidade construída permitem ajuste fino das adubações
Embora não seja propriamente uma novidade, a solução validada no estudo viabiliza o dimensionamento das adubações de forma precisa e específica por talhão, podendo inclusive ser automatizada conforme o aparato de informática e equipamentos já disponíveis em muitas fazendas.
O objetivo é ajustar o aporte de nutrientes sempre que necessário, ao longo de uma sequência de cultivos, e está alinhado à crescente necessidade de utilização consciente dos insumos agrícolas e à conservação dos recursos naturais. “São comuns situações de desequilíbrio entre as quantidades de nutrientes adicionadas via adubação e as removidas nos produtos colhidos das lavouras. O balanço desfavorável ao longo do tempo prejudica a produtividade quando há déficit, ou leva ao desperdício de fertilizantes quando há excedente de nutrientes. Além de resultarem em perda de rentabilidade, ambas as situações também podem implicar maior pegada de carbono do produto colhido. Portanto, a estratégia proposta na publicação também pode contribuir para maior eficiência energética e neutralidade ambiental nos processos de produção em áreas de agricultura consolidada no Brasil”, ressalta Resende.
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Seguro rural para soja no Paraná adota modelo inédito baseado em manejo
Projeto-piloto do ZarcNM oferece subvenções maiores conforme o nível de manejo, incentivando práticas que reduzem riscos de perdas por seca e aumentam a resiliência da cultura.

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático em Níveis de Manejo (ZarcNM) começou a ser operado pela primeira vez no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do Ministério da Agricultura e Pecuária. A nova modalidade está em fase piloto, tendo como foco inicial a cultura da soja no Paraná. Vinte e nove áreas de produção, totalizando cerca de 2.400 hectares, aderiram à iniciativa e efetivaram a contratação de seguro rural, acessando percentuais diferenciados de subvenção nas apólices de acordo com o nível de manejo adotado na propriedade.
O piloto usa a metodologia desenvolvida pela Embrapa, que permite classificar talhões em quatro níveis de manejo (NM), baseada em indicadores objetivos, verificáveis e auditáveis. Juntamente com as avaliações de risco climático do ZarcNM, o produtor e demais interessados podem verificar o quanto a adoção de boas práticas pode reduzir os riscos potenciais de perdas da produção por seca. Quanto melhor o nível de manejo, maior a subvenção do seguro.

Fotos: Shutterstock
Da área total participante do projeto-piloto, cerca de 5% foi classificada com o nível quatro, o melhor da escala do ZarcNM e que resulta numa subvenção de 35% no valor do seguro rural. Do restante, 27% da área foi classificada no nível de manejo 3, com subvenção de 30%; 57% no nível 2, com 25% de subvenção da apólice; e 11% da área ficou com o nível 1, mantendo os 20% de subvenção padrão do PSR.
De acordo com Diego Almeida, diretor do Departamento de Gestão de Riscos, do Ministério da Agricultura, este novo formato de subvenção deve se tornar perene. “Após a avaliação dos resultados desta primeira fase, planejamos expandir o programa para outros estados, iniciando com a soja e, posteriormente, incluindo a cultura do milho”, afirma.
Aumento de produtividade e resiliência
A metodologia ZarcNM contribui para reduzir um problema recorrente do seguro rural que é a necessidade da quantificação mais individualizada do risco, por gleba ou talhão, conforme o manejo de cada área. Ao aplicar incentivos financeiros, a gestão do PSR coloca em prática um mecanismo de indução de boas práticas e adaptação da agricultura brasileira, tornando-a mais resiliente à variabilidade climática e aos crescentes riscos de seca.
O pesquisador José Renato Bouças Farias, da Embrapa Soja (PR), afirma que essa atualização do ZarcNM é muito relevante porque quanto melhor o nível de manejo adotado, menor será o risco de perdas por déficit hídrico. De acordo com o pesquisador, a adoção de práticas conservacionistas é determinante para aumentar a infiltração de água e reduzir o escorrimento superficial, comuns durante chuvas intensas e em grandes volumes. Junto a outras práticas de manejo do solo, elas promovem maior disponibilidade de água às plantas. “O aprimoramento do manejo do solo leva a um aumento significativo na produtividade das culturas, à redução do risco de perdas causadas por condições de seca e ao aumento da fixação de carbono no solo. Além disso, promove a conservação tanto do solo quanto dos recursos hídricos”, destaca Farias.
Segundo o pesquisador, culturas não irrigadas, como a grande maioria da área com soja no Brasil, têm como fontes de água para atendimento de suas necessidades a água da chuva e aquela disponibilizada pelo solo. “As práticas de manejo que incrementam a capacidade do solo de disponibilizar mais água às plantas são essenciais para reduzir os riscos de perdas por seca, principalmente, quando se projetam cenários climáticos cada vez mais adversos à exploração agrícola”, ressalta Farias.
Modelo de operação
Neste modelo testado pela primeira vez são considerados seis indicadores: tempo sem revolvimento do solo, porcentagem de cobertura do solo em pré-semeadura (palhada), diversificação de cultura nos três últimos anos agrícolas, percentual de saturação por bases, teor de cálcio e percentual de saturação por alumínio. “Além dos indicadores quantitativos, alguns pré-requisitos precisam ser observados como, por exemplo, semeadura em contorno ou em nível”, explica Farias.
No piloto, os agricultores submetem seus projetos às seguradoras e agentes financeiros, indicando o talhão a ser analisado, repassando as informações solicitadas e as análises de solo feitas em laboratórios credenciados. Por meio de uma plataforma digital desenvolvida pela Embrapa Agricultura Digital (SP), o Sistema de Informações de Níveis de Manejo (SINM), os dados são cruzados com informações de sensoriamento remoto para cálculo e classificação dos níveis de manejo.
O pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e coordenador da Rede Zarc de Pesquisa, Eduardo Monteiro, destaca a importância do sensoriamento remoto nesse processo. Ele exemplifica com uma das áreas aprovadas no Nível de Manejo 3 e que está ao lado de outra com sinais de erosão.
“Apesar de vizinhas, as classificações podem ser bem diferentes. A área erodida não obteria classificação maior que NM1. Isso mostra a importância de um sistema de verificação independente e bem estruturado para ser capaz de observar esses detalhes de forma automatizada à medida que ganha escala e o número de operações chega aos milhares”, afirma.
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Brasil e África discutem novas revoluções verdes para agricultura sustentável
Painel promovido pelo ATLAS na AgriZone destaca cooperação técnica, políticas públicas e transferência de tecnologia como caminhos para acelerar transformações agrícolas no clima atual.

Com a crescente demanda global por práticas agrícolas sustentáveis, os debates sobre novas revoluções verdes tornam-se cada vez mais essenciais. Nesse contexto, o Laboratório de Transições Agrícolas para Soluções Africanas (ATLAS) promoveu, nesta terça-feira (18), na AgriZone, o painel “Lições das Revoluções Verdes: Perspectivas do Brasil e da África para Transformações Agrícolas Sustentáveis”.
O assessor especial da Secretaria-Executiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), José Polidoro, representou a Pasta no painel e destacou que o sistema agrícola brasileiro é baseado em três pilares: ciência e tecnologia, defesa agropecuária e o sistema de financiamento/crédito rural. “Não temos dúvida em afirmar que nossa agricultura é baseada em ciência sustentada por tecnologia. E temos um amplo sistema para financiar grandes e pequenos produtores. Todos os produtores no Brasil são atendidos por esse sistema, que financia produção, custeio e investimentos”, disse.
A plataforma ATLAS busca promover o diálogo político, a cooperação institucional e a ampliação de financiamentos para o desenvolvimento agrícola sustentável do continente africano. O painel discutiu as políticas públicas que tornaram o Brasil uma potência agrícola global, incluindo a recuperação de solos degradados e tecnologias adaptadas aos diferentes biomas brasileiros.
O continente africano possui 70% da sua força de trabalho envolvida na agricultura, e o evento buscou explorar caminhos de cooperação entre Brasil e África capazes de acelerar uma transformação agrícola compatível com o clima.
Polidoro citou como exemplo o Programa Caminho Verde Brasil, que irá impulsionar o crescimento da agropecuária brasileira por meio da restauração de áreas degradadas. “Temos uma política que demonstra aos nossos parceiros do Sul Global, como os países africanos, que é possível realizar uma revolução verde, uma revolução verde verdadeira. Mas, para isso, é necessário ter leis, regulamentação e políticas de Estado”, ressaltou.
Brasil e África firmaram, em 2025, acordos para a transferência de tecnologia por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além da assinatura de Memorandos de Entendimento (MoUs) entre o Brasil e países africanos para cooperação técnica, melhoria dos sistemas agrícolas e apoio à segurança alimentar e ao desenvolvimento rural.
Participaram do painel o pesquisador PhD em Agronomia, Genética e Cooperação Internacional da Embrapa, Paulo Melo; o chefe de Resiliência, Clima e Fertilidade do Solo da Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA), Tilahun Amede; e a diretora de Relações Públicas da OCP Nutricrops, Mouna Chbani.





