Conectado com
VOZ DO COOP

Avicultura Boas práticas de manejo

Jejum pré-abate causa problemas se for muito longo ou muito curto

Hirã Azevedo Gomes orienta sobre como fazer esse processo corretamente, destacando que o principal problema atribuído ao manejo inadequado do período de jejum pré-abate é a contaminação das carcaças durante o processo de abate no frigorífico.

Publicado em

em

Fotos: Arquivo/OP Rural

Entre a chegada dos pintainhos na granja até o momento do abate das aves, existe um ciclo de alojamento que corresponde a aproximadamente 45 dias, na maioria dos casos, e as boas práticas de manejo nesse período são primordiais para determinar um desempenho satisfatório do lote até o envio para o frigorífico.

Hirã Azevedo Gomes, Assessor Técnico Latino América na empresa Ilender: “O manejo pré-abate ideal corresponde a aplicação das técnicas que garantam o máximo esvaziamento do trato digestivo das aves, sem afetar negativamente o desempenho, rendimento econômico e o bem-estar animal” – Foto: Divulgação

Embora o manejo pré-abate represente menos de 1% do tempo de vida da ave, segundo o assessor técnico Latino América na Ilender, Hirã Azevedo Gomes, quando não se dá a devida atenção nessa fase, todo o ciclo pode ser comprometido. “Isso impacta negativamente no rendimento e na qualidade física e microbiológica do produto final”, enfatiza.

Gomes fez palestra sobre o tema durante o Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), realizado em abril, no município de Chapecó (SC), para atualizar profissionais do setor sobre temas de interesse atual da cadeia avícola.

Jejum

Conforme Hirã, o principal problema atribuído ao manejo inadequado do período de jejum pré-abate é a contaminação das carcaças durante o processo de abate no frigorífico. “Tanto um período curto demais ou longo demais geram problemas de contaminação”, aponta.

Hirã explica que isso acontece por conta das aves apresentarem intestinos cheios de excretas ou por apresentarem fragilidade intestinal, o que pode resultar no rompimento durante o processamento. Ele cita ainda a relação do jejum perdas zootécnicas e de bem-estar das aves. “Não podemos desconsiderar que o manejo inadequado do jejum gera perdas de peso e descumprimento das normas de bem-estar animal, menciona.

Se a retirada da ração acontecer prematuramente, ou seja, um longo período em jejum, a consequência será a perda de peso das aves e fragilização dos intestinos, devido ao excessivo esvaziamento, é o que explica Gomes. “Isso gera perdas econômicas, desconforto para a ave e elevação da contaminação na indústria por rompimento dos intestinos extravasando fezes durante o processo de abate”, ressalta o especialista.

A prática é regulamentada pela legislação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pelas normas de bem-estar animal, e determina que as aves não devem ser submetidas a período total acima de 12 horas de jejum, limite aceitável para não estar em desacordo a esta legislação. Sabe-se que a execução do correto manejo pré-abate possibilita o manejo com período total de jejum médio próximo a 08 horas. “Estas práticas nos garantem melhor bem-estar, menos perdas de qualidade e econômicas” destaca.

Condenadas

Segundo o Mapa, as carcaças ou partes com evidências de contaminação por fezes devem ser condenadas, ou seja, não serão consideradas aptas ao consumo e devem ser descartadas. Tal medida afeta diretamente o custo final do produto, pois acarretou todo o custo de produção até o final do processo e não pode ser comercializada.

Ainda, segundo o profissional, o jejum pré-abate não afeta somente a condenação por contaminação, mas também pode estar envolvido índices de contaminação microbiológica da indústria e seus produtos. Uma vez que a ave é submetida a período longo de jejum vai, sem dúvida, comer cama de aviário para saciar a fome, potencializando a carga bacteriana em seu sistema digestivo. “Na indústria, caso ocorra o rompimento do inglúvio e intestinos durante o processo, o conteúdo é exposto, incrementando a carga microbiológica do sistema”, salienta Gomes.

Jejum hídrico

As aves devem ter acesso a água de qualidade por todo o tempo que estiverem na granja e a retirada da água deve iniciar somente no momento que se inicia o carregamento das aves. “Esse tempo vai variar conforme o tempo de apanha, transporte e espera no frigorífico. Ideal que estas 3 etapas sejam executadas em menor tempo possível, para evitar perdas e desconforto as aves”, salienta.

Tecnologias a favor

O avanço tecnológico dos sistemas de climatização dos galpões nos últimos anos contribuiu de maneira contundente na cadeia produtiva da avicultura e se tornou uma das principais ferramentas para todo ciclo de produção, inclusive, para o processo de jejum. O fato de garantir o bem-estar dos animais permite que as aves estabeleçam um padrão de consumo de alimento e água durante toda sua vida e a padronização do manejo pré-abate.

De acordo com Gomes, as variações do ambiente são facilmente percebidas pelas aves e fazem com que elas alterem seu comportamento para adaptação ao ambiente inadequado. “Esta compensação na maioria das vezes é feita por alteração nos consumos para mais ou para menos”, explica Hirã.

Manejo da apanha

A expressão “comer com os olhos” na culinária representa o poder que uma boa apresentação dos pratos proporciona, e a visão é o primeiro sentido estimulado que aguça a vontade de degustar a refeição.

Apanha das aves é crucial para a aparência do produto final dentro do supermercado

Essa estratégia vale também para os alimentos expostos nas gôndolas dos supermercados. A aparência dos cortes é importante para atrair o consumidor, e de acordo com Gomes, o manejo da apanha está diretamente relacionado a qualidade visual do produto no supermercado, “o que realmente o cliente final observa e leva em consideração ao fidelizar-se com uma marca”, destaca Gomes.

Conforme ele, a etapa de carregamento se apresenta decisiva nesse contexto, uma vez que no Brasil este processo acontece de forma totalmente manual. “Nesse sentido, a gestão de pessoa passa a ser o maior desafio. Capacitação, melhoria das condições de trabalho e caminhões que facilitam o processo de carregamento passaram a ser o grande desafio no cenário atual”, aponta.

Material humano

Por mais que se tenha os melhores equipamentos e infraestrutura em uma granja, há uma peça indispensável que faz todas as outras se tornarem secundárias: as pessoas. São elas as responsáveis pelo refinamento das atividades cotidianas, e somente eles, os colaboradores, são capazes de detectar falhas para posteriormente corrigi-las.

A atenção, dedicação, conhecimento e principalmente o comprometimento das pessoas envolvidas no sistema de criação será um diferencial para alcançar a máxima produtividade do aviário.

Segundo Hirã, o conhecimento e comprometimento do produtor em realizar o correto manejo, no horaria definido, e manter o ambiente adequado até o último instante de permanência das aves em sua propriedade é fundamental. “100% das aves ao final do ciclo de criação literalmente passam pelas mãos de pessoas, uma por uma, sendo definido naquele curto momento o índice de qualidade visual do produto a chegar na mesa do consumidor”. E arremata: “a extensão rural e gestão de pessoas devem caminhar ao lado do avanço da tecnologia para que o sucesso seja garantido”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura – Corte & Postura.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Com foco em eficiência e agilidade, recolha de ovos férteis ganha automação na Copacol

Esteiras transportam automaticamente os ovos férteis das granjas até o setor de classificação: o processo ocorre sem o contato humano, proporcionando maior sanidade e também agilidade na função.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Copacol

A automação na recolha avança nos núcleos de produção de ovos férteis da Copacol e o sucesso da primeira estrutura em pleno funcionamento é comemorado por cooperados que realizaram esse investimento, em Nova Aurora, no Oeste do Paraná. “A vantagem do sistema envolve principalmente a qualidade da produtividade: observamos redução de trincas de ovos, agilidade no processo, e maior biosseguridade na recolha”, afirma Francismar Sanches Perandré, gerente de produção de pintainhos da Copacol.

O custo do investimento varia conforme a extensão das esteiras implantadas entre os galpões e a sala de classificação, além da topografia dos terrenos onde as estruturas estão instaladas. Em Nova Aurora, os galpões da Granja São Roque, integrados à Copacol, iniciaram as operações dos equipamentos: 45 mil ovos passam diariamente pelas esteiras. Antes, a recolha era feita manualmente pelos colaboradores, que transportavam os ovos férteis em carrinhos até o setor de classificação.

Tendência

Considerada uma tendência inovadora para o setor já em análise na Cooperativa, a automação na recolha dos ovos férteis foi implantada em seis meses pelos cooperados Paulo Ferreira do Nascimento, José Aparecido de Paula e Souza, Lucas Pecinha de Paula e Souza e Ronaldo Schlogel, proprietários da Granja São Roque, em funcionamento há oito anos.

O sistema teve um custo de R$ 1 milhão e trouxe eficiência na operação e maior comodidade aos colaboradores. “É um projeto inédito na Cooperativa, onde a qualidade se destaca. O sistema supre a falta de mão de obra que enfrentamos, além disso, os colaboradores ficam em uma sala climatizada em condição adequada de trabalho”, afirma um dos sócios, Paulo Ferreira.

Sistema avança

A Copacol possui 26 cooperados na atividade de produção de ovos férteis, que juntos mantém 48 núcleos de produção. Por dia são 683,3 mil ovos selecionados nas granjas, que têm como destino os incubatórios da Cooperativa, onde ocorre análise de incubação: após esse processo que pode levar até cinco dias, o ovo fica por 21 dias até nascimento do pintainho que em seguida terá como destino um dos 1.241 aviários mantidos por 768 avicultores integrados da Copacol.

Por mês, a produção de ovos férteis chega a 20,5 milhões pela Cooperativa. “O sistema de automação está em processo de instalação em outros núcleos. É um investimento que garante benefícios em todo o processo, uma tendência que garante eficiência na recolha, visto que é um serviço contínuo, feito de maneira cuidadosa para eficiência no ciclo de formação do pintainho”, afirma Sanches.

Fonte: Assessoria Copacol
Continue Lendo

Avicultura

Manejo de cama de frangos de corte em evidência no 24º SBSA

Doutora em Manejo Ambiental Avícola, Connie Mou vai palestrar no evento dia 11 de abril.

Publicado em

em

Doutora em Manejo Ambiental Avícola, Connie Mou, integra o time de especialistas que vão estar em Chapecó (SC) no mês de abril para um dos principais eventos técnicos do setor avícola latino-americano - Foto: Arquivo pessoal

Componente fundamental para o sucesso da avicultura de corte, a cama aviária influencia tanto no desempenho zootécnico das aves quanto nas características de carcaça. O manejo correto para a obtenção de animais saudáveis, com menos custo de produção, maior bem-estar animal e qualidade da carne, será apresentado no 24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), pela doutora em Manejo Ambiental Avícola, Connie Mou. A profissional vai ministrar a palestra “Manejo de cama de frangos de corte”, no dia 11 de abril (quinta-feira), às 08 horas, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).

Connie Mou é gerente técnica de serviços na Danisco Animal Nutrition and Health (IFF). Possui mestrado em Nutrição Avícola pela Virginia Tech e doutorado em Manejo Ambiental Avícola pela Universidade da Geórgia.

Possui experiência na avaliação de ambientes de aviários, na busca por maneiras inovadoras de gerenciar a cama e no uso/análise de dados de sensores para melhorar o desempenho, a saúde e o bem-estar das aves. Seus principais interesses incluem trabalhar no terreno com os produtores de aves, ouvindo os seus problemas e descobrindo como resolver os seus desafios através de um raciocínio científico sólido.

Um dos principais eventos técnicos do setor avícola latino-americano, o 24º SBSA será realizado pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) entre os dias 09 e 11 de abril. O Simpósio é referência na disseminação do conhecimento, na inovação tecnológica e no intercâmbio de experiências. A programação reunirá profissionais qualificados de renome nacional e internacional.

Inscrições

Para acompanhar as colocações da especialista e demais palestrantes é necessária inscrição no 24º SBSA. As inscrições para o Simpósio e a 15ª Poultry Fair estão no último lote. O investimento é de R$ 850,00 para profissionais e de R$ 480,00 para estudantes.

Os ingressos para acessar somente a feira, sem participar da programação científica, podem ser adquiridos por R$ 200,00. Na compra de pacotes a partir de dez inscrições para o SBSA serão concedidas bonificações. Associados do Nucleovet, profissionais de agroindústrias, órgãos públicos e grupos de universidades têm condições diferenciadas.

O 24º SBSA tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina (CRMV-SC), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

Fonte: Assessoria Nucleovet
Continue Lendo

Avicultura

Simpósio Frangos de Corte discute atual cenário regulatório brasileiro e as exigências dos principais mercados importadores de produtos avícolas

Salmonella e antimicrobianos serão debatidos por Ricardo Hummes Rauber, nos dias 26 e 27 de março

Publicado em

em

Ricardo Hummes Rauber é médico-veterinário, mestre em Medicina Veterinária Preventiva, doutor e pós-doutor em Sanidade Avícola e consultor em Saúde Animal - Foto: Divulgação/Assessoria FACTA

Nos dias 26 e 27 de março, a cidade de Maringá (PR) será palco do Simpósio Frangos de Corte: Sanidade e Manejo, organizado pela FACTA. O evento reunirá especialistas dos setores público e privado com o intuito de encontrar soluções eficazes para os desafios enfrentados pela avicultura nacional.

Ricardo Hummes Rauber, médico-veterinário, mestre em Medicina Veterinária Preventiva, doutor e pós-doutor em Sanidade Avícola e consultor em Saúde Animal, será um dos palestrantes do Simpósio e conduzirá uma discussão aprofundada sobre a Salmonella, no primeiro dia do evento. Rauber abordará o cenário regulatório brasileiro e as exigências dos principais mercados importadores de produtos avícolas, destacando a importância da prevenção e do controle dessa bactéria por meio de práticas consistentes de biosseguridade nas granjas de frangos de corte.

“Levando em conta o cenário regulatório no Brasil e as demandas dos principais mercados importadores de produtos avícolas brasileiros, que estabelecem critérios baseados em análises qualitativas dos lotes, fica evidente para as empresas que a prevenção é a estratégia mais eficaz para o controle da salmonela. Isso significa que todos os esforços devem ser direcionados para impedir a contaminação dos lotes por qualquer sorotipo desse agente. Procedimentos consistentes de biosseguridade nas granjas de frangos de corte, controle rigoroso da qualidade de pintos de 1 dia e de rações são alguns  pontos de atenção importantes para a efetividade dos programas de controle de salmonela no Brasil”, adianta o especialista.

No segundo dia, o foco estará na palestra sobre a retirada de antimicrobianos das dietas, tema em destaque diante das crescentes preocupações com a resistência bacteriana. “Em resposta a essa questão, diversas restrições têm sido aplicadas à produção animal, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Isso inclui, por exemplo, a proibição de certas moléculas usadas como promotoras de crescimento”, explica Rauber.

Ainda, segundo o médico veterinário, esse cenário de debates e limitações, juntamente com as restrições já em vigor e outras em análise, obriga o setor de produção animal a revisar seus processos. O objetivo é atender às exigências atuais e se preparar para futuras demandas. A implementação e/ou aprimoramento de protocolos rigorosos de biosseguridade, o estabelecimento de critérios para o uso de antibióticos baseados em evidências científicas e a aplicação desses critérios com rigor técnico são exemplos de medidas que precisam ser adotadas para responder a essas necessidades.

Com a participação de especialistas e profissionais, o Simpósio Frangos de Corte: Sanidade e Manejo será um importante espaço de troca de conhecimento e busca por soluções que impulsionem o desenvolvimento sustentável da avicultura brasileira.

Fonte: Assessoria FACTA
Continue Lendo
SABSA 2024

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.