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JBS registra receita líquida de R$ 364 bilhões e Ebitda de R$ 17 bilhões em 2023
Resultados são reflexo da diversificação de portfólio de produtos e mercados globais, além de ajuste na oferta de proteínas e mudança de ciclos produtivos

A JBS, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, encerrou 2023 com Receita Líquida de R$ 364 bilhões e com Ebitda de R$ 17 bilhões. No 4T23, a Receita Líquida somou R$ 96,3 bilhões, alta de 3,7% em relação a igual período de 2022. O Ebitda alcançou R$ 5,1 bilhões, 11,6% mais na mesma comparação.
Esses resultados demonstram os efeitos de diversificação de portfólio e mercados que a Companhia opera em diferentes geografias, combinado com o ajuste de oferta de frango no hemisfério norte e a virada do ciclo do gado na Austrália. “Os resultados no quarto trimestre de 2023 e do ano indicam que a presença consolidada da Companhia nos cinco continentes e seu portfólio robusto de marcas são decisivos para o crescimento e melhoria das margens, com redução de volatilidade”, afirma Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS.
Na análise por negócio, a JBS Brasil, que reúne os negócios de bovinos no país, vem apresentando trilha de crescimento, com Receita Líquida de R$ 14,9 bilhões no 4T23, resultado 3,2% superior ao trimestre anterior e 4,4% maior do que o apresentado no 4T22. A margem ajustada no último trimestre de 2023 foi de 5,9%, com aumento de 2,5 p.p. na comparação com o trimestre anterior e 3,5 p.p em relação ao mesmo período de 2022.
O desempenho reflete o momento do ciclo pecuário no país, resultando em maior disponibilidade de animais para processamento. Ao longo do ano, o negócio manteve seu foco na execução comercial, ampliando a atuação junto aos parceiros do programa Friboi+. A Swift prosseguiu em sua estratégia com produtos de valor agregado.
Para a Seara, no 4T23, a unidade de negócio fechou com Receita Líquida de R$ 10,5 bilhões, crescimento de 2,4% comparado ao 3T23 e menos 5,3% ante o 4T22. A margem ajustada referente ao quarto trimestre do ano passado foi de 6,4%, com aumento 0,9 p.p comparado com o terceiro trimestre do mesmo ano e no mesmo patamar do quarto trimestre de 2022. Em 2023, a Companhia bateu recorde de vendas de produtos natalinos com a marca Fiesta, que cresceu 38% em volume, mais que o dobro do mercado, que avançou 14%. Ao longo do ano, a estratégia de fortalecimento da marca Seara colheu resultados: a Seara está hoje em 9 de cada 10 lares brasileiros e 89% das pessoas que adquiriram produtos da marca em 2023 voltaram a comprar no ano passado.
No caso da Pilgrim’s Pride Corporation, as ações adotadas foram importantes para mitigar a alta volatilidade no mercado de commodities. No último trimestre de 2023, o negócio registrou Receita Líquida de R$ 22,4 bilhões, 3,4% a mais comparado com o mesmo período de 2022. Em comparação com o 3T23, o crescimento foi de 5,4%. A margem ajustada do negócio chegou a 9,8%, crescimento de 5,7 p.p. comparado com o 4T22. A diversificação do portfólio de produtos demonstrou sua resiliência diante de um cenário desafiador de oferta e demanda ao longo do ano. Além disso, o intenso foco na excelência operacional, melhora no nível de serviço junto a clientes-chave e ampliação do portfólio de produtos de valor agregado e com marca contribuíram para o crescimento das margens.
Plataforma global e estratégia de longo prazo
A plataforma global da Companhia, com operações nos mais importantes mercados produtores e consumidores, reforçou sua importância no trimestre. A JBS Austrália apresentou Receita Líquida de R$ 8,6 bilhões, crescimento de 11% na comparação trimestral. A margem foi de 10,3%, crescimento de 1,7 p.p em relação ao 3T23. Comparado com o mesmo período de 2022, a Receita Líquida cresceu 4,1% e a margem, 2,7 p.p. No trimestre, o crescimento da receita é resultante dos maiores volumes vendidos, reflexo da maior disponibilidade de bovinos no mercado.
No último trimestre de 2023, aJBS Beef North America teve Receita Líquida de R$ 31,1 bilhões. Na comparação com o terceiro trimestre do mesmo ano apresentou crescimento de 6,9% e de 8,4% ante o 4T22. Tanto no ano como no quarter, as margens da carne bovina na América do Norte sofreram impacto relevante em consequência do ciclo pecuário na região, que reduziu a oferta de animais para processamento.
Para a JBS USA Pork, o trimestre apresentou cenário positivo. O negócio obteve no 4T23 Receita Líquida de R$ 10,4 bilhões, 5,3% maior comparado com o trimestre anterior, com margem de 9,3%. O resultado reflete o melhor equilíbrio da oferta e demanda e a melhora da rentabilidade ao longo do ano, motivada pelo menor custo dos grãos, queda no preço médio do suíno e ampliação do portfólio de valor agregado, além da melhora na execução comercial, operacional e logístico.
“A visão de longo prazo da Companhia, que resulta em ampla penetração geográfica e de categorias, permite que a JBS mantenha seu patamar entre as maiores empresas de alimentos do mundo e mais resiliente diante de cenários circunstanciais. Permanecemos confiantes na estratégia de crescimento em todos os mercados, por meio da diversificação, inovação, produtos de valor agregado e marcas fortes”, destaca Tomazoni.
Forte geração de caixa e redução de alavancagem
O fluxo de caixa das atividades operacionais da JBS no 4T23 foi de R$ 8,5 bilhões, crescimento de 45% comparado ao 4T22. A geração de caixa livre cresceu 550% comparado com o 4T22 e chegou a R$ 4,3 bilhões no 4T23.
A Companhia encerrou o trimestre com R$ 22,8 bilhões em caixa e conta com US$ 3,3 bilhões disponíveis em linhas de crédito rotativas equivalentes a R$ 16,1 bilhões pelo câmbio de fechamento do período. A dívida líquida da empresa ficou em US$ 15,3 bilhões (R$ 74,1 bilhões). A Companhia encerrou o trimestre com alavancagem em reais de 4,32x e em dólares de 4,42x, queda em relação ao trimestre anterior (4,84x em reais 4,87x em dólares), dado o desempenho operacional.
“A estratégia da JBS está muito bem amparada em um processo realizado ao longo dos últimos anos. Trabalhamos no último trimestre de 2023 para reduzir a alavancagem e mantemos o prazo médio de nossas dívidas no mesmo patamar. Nosso objetivo é seguirmos os planos de reduzir as dívidas e entregar resultados sólidos”, afirma o CFO global Guilherme Cavalcanti.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



