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JBS gera energia a partir de metano e reduz em 65% as emissões diretas de CO2 da Friboi

Com investimento de R$ 54 milhões, a Companhia está implementando sistemas de biodigestores em suas instalações para produzir biogás

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Arquivo / Divulgação

A JBS, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, está instalando biodigestores para dar um novo destino ao metano emitido em suas operações industriais: a produção de biogás, uma energia renovável e limpa. A primeira fase da iniciativa contempla as nove maiores unidades da Friboi e reduzirá em 65% as emissões do negócio, o que representa uma diminuição de 24,6% nas emissões de todas as atividades da JBS no Brasil. Com investimento de R$ 54 milhões, trata-se do maior projeto do tipo na indústria de proteína no País, reduzindo o impacto ambiental do seu processo produtivo.

Os biodigestores irão capturar o gás metano emitido pelas operações da companhia e transformá-los em biogás, um combustível limpo que vem ganhando espaço no contexto da transição energética global para uma matriz de baixo carbono. Seguindo os princípios da economia circular, o biogás poderá ser utilizado em três frentes: para a geração de vapor nas caldeiras das unidades, substituindo a biomassa; como fonte para geração de energia elétrica; e como combustivel para frota da transportadora da JBS em substituição ao diesel ou em sistema hibrido. Essas aplicações pemitem reduzir as emissões do escopo 1 (diretas) e escopo 2 (referente ao uso de eletricidade).

Neste primeiro momento, o projeto será implementado até meados junho de 2023 em nove fábricas da Friboi nos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rondônia. As unidades de Andradina (SP), que já contava com um sistema de biodigestor desde 2021, Campo Grande I (MS), Lins (SP), Mozarlândia (GO) e Ituiutaba (MG) já tiveram as suas obras concluídas. As demais estão em fase final de implantação.

“Em linha com as ações de economia circular, os biodigestores vão reduzir as nossas emissões de metano e iniciar a produção de uma energia limpa e renovável. Esse projeto reforça a nossa visão de que o agronegócio faz parte da solução para endereçar os desafios da mudança climática que o mundo enfrenta”, afirma o diretor corporativo de Sustentabilidade da JBS Brasil, Maurício Bauer. Atualmente, quase 90% da matriz elétrica da Companhia no País já é oriunda de fontes renováveis de energia.

O investimento em projetos de biogás no Brasil vai ao encontro do compromisso da JBS em se tornar Net Zero até 2040, ou seja, zerar o balanço líquido das emissões de gases causadores de efeito estufa em toda sua cadeia de valor, reduzindo as emissões diretas e indiretas e compensando toda a emissão residual. Globalmente, a JBS já trabalha na captura do metano nas suas operações há décadas.

Atualmente, 14 fábricas nos Estados Unidos e no Canadá já possuem sistemas de biodigestores, produzindo 190 mil m³/d de biogás. Essa energia limpa abastece caldeiras e é utilizada na produção de eletricidade nas unidades da Companhia, além de ser vendida para empresas de gás. Os projetos em operação nos EUA e Canadá reduziram em 20% a demanda externa de gás natural, um combustível fóssil, e fez com que a JBS deixasse de emitir 650 mil toneladas por ano de gases de efeito estufa.

Na América do Norte, a Companhia pretende expandir os projetos de produção de biogás nos dois países e tem planos para realizar novos investimentos nesta frente no México. Além disso, em parceria com a empresa Energy360, a JBS está investindo em projetos de biogás Austrália, com potencial de eliminar a emissão de 60 mil toneladas de CO₂ e economizar AUS$ 2 milhões por ano nas despesas com gás natural.

“Os nossos investimentos em biogás são uma clara demonstração da nossa ambição de sermos um agente de transformação para uma economia de baixo carbono, em linha com o nosso compromisso Net Zero”, destaca Bauer.

Biogás no Brasil 

A captura de metano nas nove unidades da Friboi permitirá a produção de aproximadamente 80 mil metros cúbicos por dia (m³/d) de biogás. Esse volume é suficiente para fornecer gás natural para mais de 190 mil famílias com um consumo médio de mensal de 11,7 m³/mês (dados de 2021 do consumo de gás residencial no Estado de São Paulo). Também pode abastecer 31 mil carros a gás natural veicular (GNV) que rodam em torno de mil quilômetros por mês ou 300 caminhões a GNV que percorram o equivalente a 100 mil quilômetros por dia.

Além do uso nas operações da JBS, o biogás também poderá ser comercializado para terceiros, como as distribuidoras estaduais de gás canalizado ou indústrias que desejam fabricar produtos a partir do gás natural de forma mais sustentável. Uma outra possibilidade é a conversão do energético em biometano para o uso como combustível em veículos movidos a GNV. Uma terceira alternativa em avaliação é o uso do biogás como fonte para projetos de geração distribuída de energia elétrica para abastecimento de instalações do Grupo.

Com esta nova frente, a JBS amplia os seus esforços para reduzir o impacto das emissões de metano em seus negócios. Outra iniciativa nesta linha é a parceria com o Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo para o desenvolvimento de aditivos alimentares para a cadeia bovina.

Fonte: Assessoria

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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