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JBS encerra 2022 com lucro líquido de R$ 15,5 bilhões e receita líquida recorde de R$ 375 bilhões
Esse resultado consolida companhia como uma das líderes globais em alimentos. Mesmo diante do cenário globalmente desafiador, a empresa mais uma vez demonstrou o acerto da sua estratégia de diversificação geográfica e de proteínas.
A JBS, empresa global de alimentos, encerrou o ano de 2022 com o maior faturamento de sua história, R$ 375 bilhões, o que representa um crescimento de 6,9% na comparação com o acumulado de 2021. Esse resultado consolida a JBS como uma das líderes globais em alimentos. Mesmo diante do cenário globalmente desafiador, a empresa mais uma vez demonstrou o acerto da sua estratégia de diversificação geográfica e de proteínas, com EBITDA ajustado resiliente que chegou a R$ 34,6 bilhões em 2022, e geração de caixa livre de R$ 2,1 bilhões no ano.
“Em que pese o atual cenário econômico global desafiador e a normalização das margens no mercado de carne bovina dos EUA, entramos em 2023 com uma posição confortável de caixa, endividamento estabilizado e sem vencimentos de dívida expressivos no curto prazo, o que nos permite navegar com resiliência neste momento e nos deixar bem-posicionados para nos prepararmos para as futuras oportunidades de mercado. Confiamos na nossa plataforma global diversificada”, destaca Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS.
O cenário macroeconômico não impediu a JBS de continuar investindo para ampliar sua capacidade produtiva e para modernizar as suas operações. No ano de 2022, a JBS destinou R$ 13,1 bilhões na expansão dos seus ativos e em aquisições. Com isso, a empresa fortalece as avenidas de crescimento para o futuro, já que esses aportes foram focados especialmente em ampliar a produção em itens de valor agregado. A expansão da Seara no Brasil, além das novas unidades de alimentos preparados de base suína e de especialidades italianas nos Estados Unidos, são exemplos dessa estratégia.
“Temos muito valor a capturar de nossos investimentos recentes, com amplo potencial para fortalecer o nosso crescimento e a nossa geração de caixa. Nossa plataforma diversificada, nosso time experiente, nossa constante inovação e o nosso foco na excelência operacional são fortalezas para agregar valor e atender às necessidades de nossos clientes e consumidores.”, afirma Tomazoni.
Saúde financeira
Em 2022, a JBS consolidou a sua posição como Full Investment Grade, grau de investimento nas três principais agências de classificação de risco – S&P, Moody’s e Fitch. Isso permite que a JBS desfrute de condições da captação em juros menores e foi essencial para os bem-sucedidos movimentos de liability management realizados pela empresa no ano.
Alguns exemplos desta estratégia foram as emissões de US$ 6 bilhões em Notas Sêniores e de CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) no montante de R$ 2,8 bilhões, além de pagamentos antecipados de Notas Sêniores no valor de aproximadamente US$ 2,3 bilhões. Com esses movimentos, a JBS alongou a sua dívida para o prazo médio de 10 anos, mantendo o custo em patamares mais baixos. Além disso, não há covenants para as dívidas nem amortização significativa nos próximos anos, o que preserva o caixa.
A Companhia encerrou o ano com uma alavancagem em patamar bastante saudável, de 2,29x em reais e 2,26x em dólares. “Encerramos o ano com R$ 13,2 bilhões em caixa e temos US$ 3,2 bilhões disponíveis em linhas de crédito rotativas, equivalentes a R$ 16,7 bilhões pelo câmbio de fechamento do ano. Com isso, a disponibilidade total da empresa é de R$ 30 bilhões, mais de três vezes superior à dívida de curto prazo”, destaca Guilherme Cavalcanti, CFO da JBS.
A nossa solidez financeira permitiu que JBS continuasse a criar valor para os acionistas. Em 2022, a companhia distribuiu R$ 4,4 bilhões em dividendos e, considerando a recompra de R$ 2,8 bilhões em ações no ano passado, proporcionou um retorno total de 15%. O Retorno sobre Capital Investido (ROIC) foi de 18%. No ano passado, a JBS apurou um lucro líquido de R$ 15,5 bilhões, um recuo de 24,5% em relação a 2021.
Resultados trimestrais
O quarto trimestre de 2022 foi especialmente desafiador, com questões sazonais e externas que influenciaram negativamente o desempenho das operações da JBS. A Companhia fechou o período com Lucro Líquido de R$ 2,3 bilhões (-63,7% a/a), Receita Líquida de R$ 93 bilhões (-4,5% a/a), EBITDA ajustado de R$ 4,6 bilhões (-65,2% a/a) e Geração de Caixa Livre de R$ 1,2 bilhão (-78,8% a/a).
“A nossa plataforma global multiproteína, a nossa estrutura de custos operacionais competitiva, a força e agilidade de nossa experiente equipe global e a nossa robusta condição financeira nos trazem a confiança e a certeza de que a JBS continuará trilhando a sua trajetória de crescimento com geração de valor para os nossos stakeholders, expandindo os nossos negócios e cumprindo o nosso propósito de alimentar o mundo com o que há de melhor”, afirma Tomazoni.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.