Conectado com

Avicultura Saúde Animal

Janela imunológica: Qual o seu papel na manutenção das cepas de campo do IBDV e como a vacinação pode ajudar a diminuir a pressão de infecção?

A janela imunológica pode representar mais de 15% da vida de frangos de corte

Publicado em

em

Divulgação

 Artigo escrito por Eva Hunka, médica veterinária, MSc Medicina Veterinária Preventiva e gerente de Negócios Biológicos da Phibro

A imunidade passiva, aquela que é transmitida para o pintinho por meios dos anticorpos presentes na gema, tem um papel fundamental na proteção inicial contra algumas doenças infecciosas, e a Doença de Gumboro é, certamente, uma das mais conhecidas. A principal ferramenta para o controle da Doença de Gumboro é a vacinação com vacina viva, esta, além de estimular a proteção e produção de anticorpos, atua colonizando a Bursa da ave, estimulando a imunidade celular, local e impedindo que o vírus de campo se instale.

Os anticorpos maternos são muito eficientes na proteção contra o virus de Gumboro nos primeiros dias de vida da ave, mas esta proteção vai se tornando menos eficiente à medida que os níveis de anticorpos circulantes decaem. Neste momento, começa o desenvolvimento da imunidade ativa, aquela adquirida por meio da vacinação ou mesmo da infecção natural por um agente infeccioso. Este período entre a queda da imunidade passiva e o início da imunidade ativa é conhecido como “Janela Imunológica”, e é durante ela que as aves ficam suscetíveis a infecções de campo. Muitas vezes as aves não adoecem, mas a oportunidade de replicação no animal acaba perpetuando a cepa de desafio no ambiente, e por isso o conceito de “vacinação” do ambiente vem se tornando cada vez presente.

A eficiência da imunidade passiva é alta também contra as cepas vacinais, e, como a cinética dos anticorpos maternos é diferente em cada indivíduo, acertar o momento exato da vacinação foi, durante muito tempo, um grande desafio. Isto obrigou os pesquisadores a desenvolver alternativas para melhorar a eficiência das vacinas, diminuir o manejo vacinal a campo e, com isso, melhorar também os resultados de produtividade das aves.

A produção de anticorpos pela matriz é muito dependente da vacinação com vacinas inativadas. Estas, apesar de parecerem iguais, têm diferenças sutis quanto ao tipo de cultivo, cepa, adjuvantes, emulsão, etc. Todos os componentes da vacina têm papeis específicos nas formulações e colaboram um resultado diferenciado, que podem resultar em longevidade ou uniformidade dos títulos, aumento dos níveis sorológicos e, até mesmo, menor reação no local de aplicação.

Os cuidados com a aplicação das vacinas inativadas também é outro ponto crítico. Estas vacinas são individuais e precisamos garantir a vacinação em cada ave, na dose correta. De nada vale toda tecnologia do produto, se este não chegar da maneira correta no animal. Este processo é altamente depende do fator humano, mas dispositivos 4.0 vêm se tornando cada vais mais populares, minimizando os erros e melhorando a qualidade do processo como um todo.

No campo

Cuidando das matrizes, garantimos que os pintinhos cheguem com um bom nível de anticorpos ao campo, e isso vai garantir a proteção nos primeiros dias. Porém, à medida que os níveis sorológicos decaem e a janela imunológica se forma, os vírus presentes no campo terão oportunidade de infectar as aves e se replicar na Bursa. Muitas vezes não chegam a causar doença, mas este ciclo favorece a manutenção de cepas de desafio no campo, algumas delas mais rápidas que a cepa vacinal.

O vírus de Gumboro é muito resistente às condições de campo, mas a utilização de vacinas vivas promove a substituição dessa população pela cepa vacinal. Algumas cepas são mais eficientes que outras nesse processo, e está relacionada à velocidade de replicação e não à agressividade da mesma. Este é o conceito de “vacinação” do ambiente. Se o ambiente estiver colonizado por uma cepa vacinal, mesmo existindo a janela imunológica, a ave acaba por se infectar com a cepa vacinal, e isso diminui a pressão de infeção.

Apesar de toda tecnologia e avanços relacionados ao desenvolvimento de vacinas contra Doença de Gumboro, ainda não foi possível eliminar a janela imunológica. Esse período pode variar, dependendo da aptidão da ave, do nível de anticorpos maternos e da vacina utilizada.

As vacinas de imunocomplexo natural utilizam os anticorpos presentes no pintinho para a formação do imunocomplexo. Como se forma naturalmente, a proporção entre o antígeno vacinal e o anticorpo é equilibrada, pois não existe anticorpo exógeno. Este equilíbrio, aliado a velocidade de replicação da cepa, permite que a resposta imunológica destas vacinas aconteça com até 4 dias de antecedência, quando comparamos com as vacinas de imunocomplexo convencionais, e, por consequência, diminuem a janela imunológica.

Com o modo de ação diferenciado e uma cepa que possui boa disseminação no campo, a vacina de imunocomplexo natural tem uma taxa de recuperação da cepa vacinal por meio da técnica de PCR é altíssima quando às vacinas de imunocomplexo convencionais, já a partir dos 18 dias, e esta colonização precoce se reflete também na sorologia das aves, que inicia produção de anticorpos específicos, ou seja, a imunidade ativa, em até 4 dias de antecedência (Tabela 1 e 2).

A janela imunológica pode representar mais de 15% da vida de frangos de corte. Reduzir este período em até 4 dias traz um ganho imunológico importante nestas aves, que se reflete nos resultados zootécnicos.

Outras notícias você encontra na edição de Avicultura de janeiro/fevereiro de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura Em Porto Alegre

Asgav promove evento sobre prevenção de incêndios nas indústrias

Encontro contou com especialistas do Corpo de Bombeiros.

Publicado em

em

Presidente Executivo da O.A.RS, José Eduardo dos Santos - Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Na última terça-feira (19), a Asgav realizou um importante evento via web, onde participaram integrantes das indústrias de aves e suínos de diversos estados do Brasil, com mais de 150 participantes inscritos.

O evento abordou o tema “Prevenção de Incêndios: Regras e Práticas de Prevenção na Indústria” e contou com uma palestra especial do Tenente Coronel Éderson Fioravante Lunardi do Corpo de Bombeiros e Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.

A inciativa da Asgav também contou com apoio da ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, propiciando a participação de indústrias e cooperativas de aves e suínos de diversos estados do Brasil.

“Nos últimos anos, temos registrado diversos incêndios em indústrias do setor e buscar informações atualizadas com especialistas, discutir leis e procedimentos e a troca de informações entre diversas indústrias do setor também é uma forma de intensificar a prevenção”, comentou José Eduardo dos Santos – Presidente Executivo da O.A.RS (Asgav/Sipargs).

Na apresentação do representante do corpo e bombeiros foram abordados alguns registros de incêndios em outros países e no Brasil, as causas, falhas e fatores que propiciaram os sinistros.

As regras e leis dos programas de prevenção contra incêndios também foram amplamente abordadas e dialogadas com os participantes.

Segundo o representante da Asgav, o tema também será objeto de encontros presenciais e troca de informações entre estados, principalmente na área de Segurança e Saúde do Trabalho, contado com a participação dos especialistas do corpo de bombeiros.

Fonte: Assessoria Asgav e Sipargs
Continue Lendo

Avicultura

Conbrasfran 2024 começa nesta segunda-feira (25), com governador em exercício do Rio Grande do Sul Gabriel Souza e outras autoridades

Na palestra de abertura, Souza vai discutir os desafios deste ano, medidas de enfrentamento e a superação.

Publicado em

em

Governador em exercício do Estado do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza - Fotos: Divulgação/Asgav

A cidade de Gramado, na serra gaúcha, vai sediar a Conbrasfran 2024, a Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango, evento promovido pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). O encontro, que acontece a partir de segunda-feira, dia 25, vai reunir líderes políticos, empresariais e investidores de destaque de todo o país para debater oportunidades e desafios da cadeia produtiva e suas perspectivas para 2025 e além.

A Asgav propõe que durante três dias Gramado seja a sede da avicultura brasileira, afirma o presidente Executivo da Asgav e organizador do evento, José Eduardo dos Santos. “Porque todas as atenções estarão voltadas para a Conbrasfran 2024, evento de expressão que vai acontecer no Hotel Master. Lá vamos reunir empresas do setor, agroindústrias, órgãos oficiais e líderes de diversos segmentos da cadeia produtiva”, disse Santos.

Entre os nomes confirmados, estão o governador em exercício do Estado do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, que vai abrir a programação, a partir das 18h30, com um debate sobre os desafios enfrentados pelo estado neste ano e a superação durante a palestra O desafio que a natureza nos trouxe: Como estamos superando, como evoluímos e os caminhos para o fortalecimento. Após a palestra de abertura, haverá um coquetel de boas-vindas aos participantes.

A programação da Conbrasfran segue nos dias 26 e 27 com programações técnicas no período da manhã, tratando temas como a reforma tributária e seus impactos na avicultura, estratégias para uma produção mais sustentável, nutrição e saúde animal, os desafios de logística e seus impactos na atividade e estratégias comerciais para a carne de frango, entre outros temas. No período da tarde, debates conjunturais tomarão conta da programação com análises exclusivas e discussões sobre o ambiente de negócios no Brasil e no exterior.

Outras informações sobre a Conbrasfran 2024 podem ser encontradas no site do evento, acesse clicando aqui.

Fonte: Assessoria Asgav
Continue Lendo

Avicultura

Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas

Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.

Publicado em

em

Foto: Freepik

O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.

Fotos: Divulgação/MFA

Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.

Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.

Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.

O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.

Destaques

A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.

O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.

De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.

“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.

Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.

“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.

Metodologia

A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.

Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.

Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.

Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.

Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.

Fonte: Assessoria MFA
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.