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Suínos / Peixes

Já ouviu falar em antibiótico verde?

Recentemente, tem sido discutido o papel dos tratamentos injetáveis como forma de reduzir o uso em massa e intensivo de antibióticos por via oral

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Artigo escrito por André Maurício Buzato, médico veterinário especialista em Sanidade Suína e gerente Técnico Comercial de Suínos da Vétoquinol

Os antibióticos estão amplamente difundidos na Medicina Veterinária, tornando-se um dos principais aliados do veterinário no combate das enfermidades e no controle de diversas infecções. O avanço genético, a maior exigência alimentar, a produção em larga escala e o aumento do número de suínos confimados fizeram da suinocultura a maior cadeia produtora de proteína animal do mundo, em contrapartida, este modelo de produção trouxe consigo diversos desafios sanitários. Os antibióticos contribuem positivamente para a sanidade de todos os rebanhos, e na suinocultura moderna não seria diferente.  O uso de antibióticos injetáveis é muito importante para o setor de produção animal, mesmo em um contexto de medicina veterinária populacional, cada vez mais o indivíduo terá mais importância.

Recentemente, tem sido discutido o papel dos tratamentos injetáveis como forma de reduzir o uso em massa e intensivo de antibióticos por via oral. Existe uma grande variabilidade na ingestão individual destes antibióticos pelos animais, tanto via ração ou água. Quando empregamos boas práticas na utilização da antibioticoterapia injetável, diminuimos drasdicamente os erros de dosagens e mudamos os parâmetros de avaliação dos resultados, que tinham como foco a média dos lotes, agora tratamos os indivíduos de forma mais precisa, antecipamos e tratamos suínos doentes ou suscetíveis. A consequencia disto é uma redução dos tratamentos populacionais, diminuição dos custos extras com medicações, maior eficiência dos tratamentos, maior facilidade de identificação dos animais medicados e menor riscos de resíduos. Isto é o  futuro que já sendo construido hoje, isto é medicina veterinária de precisão contribuindo para a melhoria da sanidade dos rebanhos.

Ao analisarmos o atual contexto global, encontramos uma preocupação da sociedade com relação ao uso dos antibióticos na produção de alimentos de origem animal. Na Europa, alguns países, como Dinamarca, Holanda e Bélgica já estão vivendo este processo de restrições a uma série de antibióticos utilizados na produção animal. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já restringiu e proibiu através de ofícios, portarias e instruções normativas, desde 1998 até 2012, uma série de substâncias na alimentação animal, dentro delas diversos antibióticos, caso da avoparcina, arsenicais e antimoniais, cloranfenicol e nitrofuranos, olaquindox, carbadox, violeta genciana, anfenicois, tetraciclinas, beta-lactâmicos (benzipenicilâmicos, cefalosporinas), quinolonas, sulfonamidas sistêmicas, espiramicina e eritromicina. Diante deste cenário, diversas medidas (proibições, restrições e prescrições) já fazem e farão parte do setor de produção animal. E qual é o principal motivo para adotarmos estas medidas? Se fossemos sintetizar em uma única frase, seria a seguinte. Diminuir ou neutralizar os principais riscos para a cadeia alimentar:

– risco de resíduos de antibióticos nos alimentos (leite, carne e ovos).
– risco de criarmos “super bactérias” altamente resistentes aos antibióticos.
– risco de resistência antimicrobiana de determinadas bactérias em humanos e animais de produção.

As comunidades cientifíca, veterinária e da saúde pública buscam respostas para diminuir os riscos citados acima através de pesquisas, desenvolvimento de estratégias, tecnologias e conceitos que possam ser aplicados no setor de produção animal. Em 1984, a Organização Mundial da Saúde produziu a primeira resolução chamando atenção para o uso prudente de drogas, incluíndo antibióticos, e em 1998 e 2001 foram lançadas as diretrizes mundiais para combate à resistência antimicrobiana que contemplam estratégicas globais que incluem a saúde humana e a saúde veterinária. O uso prudente,  sustentável ou consciente de antibióticos faz parte destas diretrizes que englobam uma série de remendações e atitudes, em que o veterinário é o principal agente transformador no sentido de ordenar, normatizar e adequar o uso de anitibióticos no setor agropecuário. Entre as estratégias globais que estão sendo discutidas, destacamos a estratégia do “Antibiótico (ATB) Verde” que vem de encontro com as principais necessidades dos elos da cadeia alimentar: produtor, indústria, medicina veterinária, saúde pública e consumidor:

– Antibióticos eficazes e tratamentos sustentáveis.
– Antibióticos que tenham tecnologia e conceitos que diminuam o surgimento de bactérias resistentes.
– Antibióticos e tratamentos que diminuam os resíduos nos animais tratados.
– Antibióticos e tratamentos que diminuam os riscos para a saúde humana.

Na mesma direção da estratégia do “Antibiótico (ATB) Verde”, que arremete a ideia de sustentabilidade e prudência, deparamos com o conceito Sisaab (Antibiótico de Curta Duração e Injeção Única). Este conceito consiste na utilização de um antibiótico com as seguintes características: bactericida, ação rápida, alta concentração e alta biodisponibilidade. Quando lançamos mão deste conceito observamos na prática uma cura rápida do animal com um tempo de exposição mínimo ao antibiótico, de modo que a ação da imunidade natural posse ser privilegiada depois que a infecção seja interrompida. O antibiótico que é utilizado através do Sisaab necessita de toda uma tecnologia em sua fórmula e ter uma terapia baseada na Concentração de Prevenção de Mutação (CPM). A Concentração de Prevenção de Mutação (CPM) tem sido definida como a Concentração Inibitória Mínima (CIM) da cepa mutante menos sensível ou resistente. Isto permite que em pouco tempo o antibiótico atinja a (CIM) e até ultrapasse o (CPM), eliminando tanto as bactérias sensíveis quanto as bactérias resistentes.

 A administração de marbofloxacina 16% através do conceito Sisaab limita o efeito sobre a flora comensal, dado que esta é exposta a pressão seletiva durante menos tempo, enquanto o efeito sobre as bactérias patogênicas é otimizado. Diversos trabalhos realizados com suínos demonstraram que a marbofloxacina 16% na dosagem de 8 mg/kg, através do conceito Sisaab, é uma ótima opção técnica no tratamento das infecções do trato intestinal, respiratório e geniturinário causadas por bactérias gram negativas. O uso da marbofloxacina 16% através do conceito Sisaab coloca em prática a estratégia do “Antibiótico (ATB) Verde, consequentemente temos tratamentos mais efetivos, seguros e rentáveis para o produtor através de características exclusivas que proporcionam benefícos diretos e inderetos.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2017.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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