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Isenção da TEC sob o trigo não deve alterar crescente consumo interno do grão nacional, acredita INTL FCStone
Deve ser anunciada essa semana uma nova isenção da TEC Tarifa Externa Comum sob trigo importado de fora do Mercosul como forma de estimular a entrada maior do grão no País. Essa medida, porém, não deve causar mudanças na participação do trigo nacional no consumo interno,l que tem sido crescente nos últimos anos e deve ultrapassar os 50% na próxima safra. Esta é a análise da consultoria de gerenciamento de riscos em commodities INTL FCStone, em análise divulgada hoje sobre o mercado de trigo.
As dificuldades de importação da Argentina, principal fornecedor de trigo do Brasil e a paridade de preços entre o grão do Brasil e do mercado internacional têm incentivado o consumo do trigo produzido internamente. Os preços domésticos aumentaram consideravelmente nos últimos anos, especialmente no Paraná e no Rio Grande do Sul. Quando comparamos o ano de 2014, vemos que o salto é ainda maior. Isso faz com que a produção nacional seja incentivada e também reduz as possibilidades de exportação, já que o país perde competitividade internacional. Segundo a Conab, o Brasil poderá produzir mais de 6,9 milhões de toneladas de trigo em 2014/15, o que significa um aumento de 25% em relação ao ano anterior, explica a analista de mercado da INTL FCStone, Natalia Orlovicin.
Segundo a análise da consultoria, mesmo que alguns fatores entrem em jogo, como possíveis novas liberações de exportações pela Argentina e uma nova isenção da TEC sobre importações de trigo de fora do Mercosul pelo governo brasileiro, não devem impactar o atual cenário.
O primeiro fato, caso se concretize, não deve, porém, causar grande mudança no panorama interno, uma vez que a Argentina não deve dispor de grande excedente exportável a ponto de suprir a maior parte da demanda brasileira e, além disso, os prêmios de exportação no país se encontram muito altos, fazendo com que o produto chegue ao Brasil bastante caro. Caso a isenção da TEC se concretize, também não deve haver grandes alterações no cenário interno, pois, como vimos em 2013, o trigo americano também chega ao Brasil a preços altos, tornando o produto nacional muito mais competitivo no mercado interno, complementa o analista de mercado da INTL FCStone, João Paulo Botelho.
Análise histórica
A análise divulgada hoje pela INTL FCStone mostra que o balanço de oferta e demanda de trigo dos últimos anos no Brasil tem mostrado uma tendência de aumento da participação do cereal nacional no consumo interno. Esse movimento tem sido mais intenso do que o ritmo de crescimento da produção brasileira. Isso ocorre devido a fatores ligados ao mercado externo, como as restrições de exportação na Argentina e os preços internacionais do produto.
Além disso, há perspectivas de que esse movimento se intensifique no próximo ciclo. Isso significa que as exportações devem continuar em níveis baixos e que o volume importado pelo país será mantido, mesmo com aumento da demanda interna.
Historicamente, observa-se uma insuficiência do abastecimento interno com o trigo produzido nacionalmente, uma vez que a produção não consegue atender à demanda. No passado, essa lacuna era agravada pela crise de que todo o trigo gaúcho não possuía qualidade para moagem e panificação, o que levava à exportação de uma parte considerável da produção. Entretanto, nos últimos anos (excetuando-se a safra 2012/13, quando houve quebra de safra), há uma clara tendência de aumento do consumo do trigo interno em relação ao importado. O principal fator por trás desse movimento é a instabilidade política na Argentina, historicamente o maior fornecedor do grão do Brasil.
As restrições cada vez mais rígidas e imprevisíveis que o governo argentino impõe sobre as exportações de trigo desde 2007, com cotas e fixação de preços, forçaram o Brasil a procurar novos parceiros comerciais, como Canadá e Estados Unidos, e a consumir mais o trigo produzido internamente.
Com isso, a configuração do balanço de oferta e demanda no Brasil tem sofrido transformações notáveis. A primeira delas é a queda de mais de 30% ao ano nos últimos cinco anos nas exportações combinada a um aumento de 16% na utilização doméstica do trigo nacional. Isso tem levado a um crescimento do share do trigo brasileiro no atendimento à demanda doméstica, que deve ultrapassar os 50% na safra 2014/15.
No ano passado a situação internacional se agravou, quando ocorreu uma quebra de safra na Argentina. O governo do país praticamente proibiu as exportações de trigo, temendo pela disparada da inflação e pela falta de grão internamente. Por isso, o Brasil passou a procurar mais ativamente por alternativas na obtenção do trigo, recorrendo à produção nacional e também a outros países produtores. Assim, a Argentina deixou de ser a principal fornecedora de trigo do Brasil, posto que os EUA agora ocupam, e o consumo do trigo produzido internamente aumentou significativamente.
Esse movimento foi acompanhado por um aumento dos preços internos, uma vez que a restrição da oferta argentina pressionou o mercado interno. Além disso, o trigo importado dos EUA chegava mais caro aos portos brasileiros do que o argentino (mesmo depois da isenção da TEC Tarifa Externa Comum sob trigo importado de fora do Mercosul).
Conclui a análise da consultoria que a participação do trigo nacional no consumo interno tem sido crescente nos últimos anos e deve ultrapassar os 50% na próxima safra. As dificuldades de importação da Argentina (principal fornecedor de trigo do Brasil) e a paridade de preços entre o grão do Brasil e do mercado internacional têm incentivado o consumo do trigo produzido internamente.
Confirmando a tendência observada nos últimos anos, a Conab estima que em 2014/15 a produção nacional seja ainda mais absorvida pelo mercado interno. Mesmo com um aumento da demanda, as importações de trigo podem se estabilizar, uma vez que uma parte maior da produção doméstica deverá ser utilizada pelos moinhos brasileiros. Já as exportações devem continuar em patamar baixo, de aproximadamente 500 mil toneladas apenas.
A análise completa "Nova dinâmica do mercado de trigo: restrições na Argentina e maior participação do produtor nacional" pode ser baixada gratuitamente pelo site http://www.intlfcstone.com.br/
Fonte: Ass. Imprensa da INTL
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran