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Ipem-SP passa a realizar as verificações metrológicas dos medidores de umidade de grãos

Além da verificação em laboratório, a unidade vai realizar a inspeção em campo, nas empresas que recebem os grãos, levando a confiança das medições ao setor agrícola do Estado.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Laboratório de Medição de Umidade de Grãos inaugurado pelo Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP), órgão delegado do Inmetro,  vai contar com medidores de umidade de grãos, homologados pelo Inmetro para uso em transações comerciais conforme portaria 126/127 de 2018. Com o laboratório, o Ipem-SP passa a realizar as verificações metrológicas dos medidores de umidade de grãos, para que operem dentro de faixas de erros permitidas pela regulamentação técnica metrológica (RTM) vigente, prevista na Portaria 47 de 2022, do Inmetro.

Os equipamentos serão utilizados na verificação e atuação a campo para definição do teor de umidade contida nos grãos, um dos principais fatores na formação de preço dos grãos mais relevantes economicamente: feijão, arroz, café, milho e soja, pois impacta diretamente no peso do produto. Por isso, sempre foi um ponto polêmico nas relações comerciais entre produtores, comercializadores e cooperativas que trabalhavam com medidores universais, sem aprovação de modelo e sem regulamento técnico-metrológico do Inmetro.

O secretário da Justiça, Fábio Prieto, participou da inauguração e salientou que o salto de desenvolvimento da agricultura brasileira nos últimos 50 anos, tornou o Brasil uma potência alimentar em termos de estratégia para o mundo. “Todo esse avanço foi possível em razão da tecnologia e o Ipem-SP tem um papel importante no desenvolvimento de tecnologias”, afirma.

Segundo Pietro, o laboratório vai desenvolver um trabalho essencial para que o Estado de São Paulo tenha uma performance  ainda melhor no agribusiness. “O laboratório será de extrema importância para formação de preços de todas as nossas commodities”, disse.

Além da verificação em laboratório, a unidade vai realizar a inspeção em campo, nas empresas que recebem os grãos, levando a confiança das medições ao setor agrícola do Estado. Para ter ideia, em São Paulo, por exemplo, a produção de grãos ficará em 9,5 milhões de toneladas na safra 2022/2023, de acordo com dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento.

Só de soja, São Paulo produz cerca de quatro milhões de toneladas. Estima-se que a aplicação da regulamentação dos medidores reduziu os erros nas medidas de umidade em cerca de 1,5%. Considerando o preço da saca de 60 kg de soja, o controle metrológico dos instrumentos de medição trará um impacto na economia paulista para os produtores de cerca de R$ 170 milhões por ano, apenas na safra de soja.

Transparência e segurança

De acordo com o coordenador do Laboratório de Umidade de Grãos, Fábio Nakashima, o objetivo das atividades no laboratório é assegurar transparência e segurança na comercialização de grãos entre produtores e compradores, evitando impasses em relação às medições e erros apresentados pelos instrumentos e até divergências causadas por desconfianças.

Em geral, cada ponto de umidade acima de 14% implica em um desconto para o produtor no valor devido pela saca. Sem o controle do instrumento, não havia como o produtor contestar a medição efetuada pelo comprador.

Nakashima destaca quatro pontos importantes com a instalação do laboratório: melhora da qualidade dos grãos,  preços mais justos, regulação de mercado e maior eficiência e agilidade. “Com um medidor preciso, os produtores poderão assegurar que os grãos que eles estão vendendo tem a umidade adequada para a armazenagem e transporte. Isso vai trazer transparência na comercialização e ajudar a regularizar  o mercado de grãos, tornando-o mais justo e equilibrado, beneficiando  todos os envolvidos na cadeia de produção e comércio de grãos”, afirma Nakashima.

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp),  assinou dois termos de cooperação técnica com o Ipem-SP para classificação vegetal de grãos e procedimentos de amostragem. “O propósito da parceria entre o Ceagesp e o Ipem-SP é fomentar toda a expertise técnica de classificação vegetal para fazer uma boa amostra e uma análise mais completa”, afirma Evandro Goulart, do Departamento de Qualidade do Ceagesp.

Segundo ele, passam pela classificação na companhia montante acima 600 mil toneladas de grãos/ano. “O processo de medição de umidade de grãos traz transparência e imparcialidade, tanto para o produtor como comprador”, diz Evandro, considerando que a parceria do Ipem com a Ceagesp e Loc Solution é bastante positiva para toda a sociedade.

Gestão

O Laboratório de Medição de Umidade de Grãos do Ipem-SP estará sob gestão do Departamento de Metrologia Científica e Industrial da instituição, com função estratégica e disseminadora para o Controle Metrológico dos Medidores de Umidade de Grãos no estado, que será realizado pelas diversas unidades de representação do Ipem-SP, por meio das suas regionais espalhadas em todo o estado. Compete também à autarquia acompanhar os grãos que serão utilizados para comparação com os respectivos instrumentos em utilização no mercado.

As atividades de verificação metrológica legal realizadas por essas unidades operacionais localizadas em regiões administrativas do Estado paulista serão coordenadas pelo Departamento de Metrologia Legal e Fiscalização do instituto que irá planejar e executar o plano de trabalho em todo território paulista.

Fator crítico

A umidade é um fator crítico para muitos grãos, pois ela pode afetar diretamente a qualidade, a durabilidade e a vida útil dos produtos. Se a umidade dos grãos estiver muito alta, pode haver problemas externos de microrganismos que podem produzir toxinas, reduzir a qualidade e diminuir a vida útil dos produtos.

Por outro lado, se a umidade estiver muito baixa, pode haver problemas como a quebra dos grãos. Portanto, a medição exata da umidade é essencial para garantir que os grãos sejam armazenados .

Fonte: Assessoria

Notícias Vulnerabilidade no campo

Seguro rural cobre apenas 16% da área agrícola

Restrição orçamentária e métodos antiquados aumentam riscos de perdas financeiras; digitalização pode tornar o sistema mais preciso e sustentável.

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Foto: Gilson Abreu

O seguro rural brasileiro finaliza 2025 pressionado por uma combinação de restrição fiscal e envelhecimento técnico que já compromete a proteção no campo. O congelamento de R$ 445 milhões do orçamento destinado ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, que deveria contar com R$ 1,06 bilhão, evidencia a dependência de um modelo que não consegue funcionar sem forte aporte estatal. Em um país cuja produção agrícola responde por mais de R$ 800 bilhões anuais, segundo o Ministério da Agricultura, operar com um sistema vulnerável significa expor produtores e seguradoras a riscos crescentes em um cenário climático cada vez mais extremo.

Essa vulnerabilidade fica ainda mais evidente ao observar a baixa cobertura do seguro rural. Apenas 11,4 milhões de hectares estiveram segurados em 2023, cerca de 16% da área agrícola relevante. Ao mesmo tempo, os eventos climáticos se intensificam: 2023 foi registrado pela Organização Meteorológica Mundial como o ano mais quente da história, e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas projeta maior frequência e severidade de extremos em regiões tropicais. Com grande parte do país descoberta e a instabilidade atmosférica crescendo, os impactos financeiros de uma safra perdida recaem diretamente sobre milhares de produtores sem qualquer proteção.

Foto: Shutterstock

Parte do problema está no modelo tradicional de cálculo de risco. A utilização de médias regionais ignora diferenças significativas entre talhões, como fertilidade, manejo, histórico de pragas e microclima, gerando o chamado risco de base. Essa imprecisão cria um ciclo problemático: seguradoras aumentam margens para compensar incertezas, produtores percebem desalinhamento entre risco real e risco cobrado, a adesão diminui e a dependência de subsídios se intensifica. Assim, o setor permanece preso a um modelo que dificulta o amadurecimento técnico e a sustentabilidade do seguro rural.

Felizmente, avanços tecnológicos oferecem uma alternativa para quebrar esse ciclo. A digitalização do agronegócio avança rapidamente: a GS1 Brasil registra crescimento contínuo na adoção de soluções digitais, e a Embrapa mostra que mais de 70% dos produtores utilizam ferramentas tecnológicas no manejo. Dados de sensores, mapas de produtividade, histórico climático e imagens de satélite permitem análises detalhadas. Combinados a inteligência artificial e monitoramento contínuo, esses recursos possibilitam precificação mais precisa, reduzem a assimetria entre produtor e seguradora e aceleram processos que antes levavam dias.

Transformar essa infraestrutura de dados em política pública estratégica e modelo de negócio sustentável é crucial para expandir o seguro rural. Um ambiente de contratação mais justo e transparente tende a reduzir prêmios, estimular competição entre seguradoras e diminuir a vulnerabilidade financeira do produtor. Em um cenário de clima cada vez mais imprevisível, a simples ampliação de subsídios não resolve as falhas técnicas que elevam o risco de base. Construir um seguro rural moderno, preciso e orientado por dados é, portanto, o passo necessário para consolidar o setor como pilar de estabilidade econômica e de resiliência frente às mudanças climáticas.

Fonte: Artigo escrito por Rodrigo Zuini, CTO da Picsel.
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Aumento do calado impulsiona recorde histórico de embarque de milho em Paranaguá

Com navios mais carregados, porto paranaense estabelece nova marca de 77 mil toneladas e reforça sua posição estratégica nas exportações brasileiras.

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Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

O aumento do calado no Porto de Paranaguá é um dos principais responsáveis pelo primeiro recorde registrado no mês de dezembro. O navio MV Minoan Pioneer foi a embarcação que, na primeira semana de dezembro, estabeleceu o novo marco de movimentação de milho no Corredor de Exportação Leste: 77 mil toneladas embarcadas.

O calado é a distância entre a superfície da água e o ponto mais profundo da embarcação, a quilha. Quanto maior o calado, maior a capacidade de carregamento.

A disponibilidade de um calado maior favorece a produtividade geral do Porto de Paranaguá que neste ano vai bater, novamente, o próprio recorde de embarque e desembarque de mercadorias. “Nosso objetivo é receber navios cada vez maiores, que possam embarcar mais mercadorias, mantendo a excelência no atendimento. Este recorde é prova de que estamos no caminho certo”, afirmou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Fotos: Claudio Neves

Em setembro de 2025, o calado operacional dos berços destinados a granéis sólidos — incluindo milho e soja — no Porto de Paranaguá subiu de 13,1 m para 13,3 m. Com esse aumento de 20 centímetros, cada embarcação pode transportar até 1,5 mil toneladas a mais do que na marca anterior. “A possibilidade de navios mais carregados, aliada à nossa eficiência operacional, consolida o Porto de Paranaguá como ponto estratégico para exportação de grãos, contribuindo para a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional”, destacou o diretor de Operações Portuárias da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.

O milho foi a commodity que mais cresceu em produtividade nos portos paranaenses entre janeiro e novembro deste ano. No acumulado de 2025, foram 4.571.970 toneladas movimentadas, um avanço de 351% em relação ao mesmo período de 2024 (1.013.174 toneladas). Entre os fatores que impulsionaram o crescimento no corredor de exportação estão a safra recorde e a maior demanda internacional.

O alto índice registrado em Paranaguá contrasta com o desempenho nacional, em que a exportação do produto não segue a mesma tendência. O Brasil deve fechar 2025 com mais de 140 milhões de toneladas colhidas, mas a maior parte foi absorvida pelo mercado interno, principalmente pela produção de etanol. Cerca de 40 milhões de toneladas estão sendo destinadas à exportação — a maior parte embarcada em Paranaguá. Países do Oriente Médio e da Ásia estão entre os principais compradores.

Canal de acesso

O resultado alcançado no embarque de milho, favorecido pelo novo calado, é apenas uma demonstração do que está por vir no Porto de Paranaguá com a efetivação da concessão do Canal de Acesso.

Com o leilão realizado em outubro deste ano na B3, o Consórcio Canal da Galheta Dragagem — formado pelas empresas FTS Participações Societárias S.A., Deme Concessions NV e Deme Dredging NV — deverá realizar investimentos de R$ 1,2 bilhão nos cinco primeiros anos da concessão.

Entre as obrigações está a ampliação e o aprofundamento do canal, permitindo o aumento do calado para 15,5 metros. Esse acréscimo de mais de dois metros representa um adicional de 14 mil toneladas de granéis sólidos vegetais ou de mil contêineres em um único navio. A concessionária também deverá realizar a manutenção do canal, que possui 34,5 km de extensão.

Fonte: AEN-PR
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PCPR prende médico veterinário que prescreveu 112,6 mil frascos de cetamina em 4 anos

Quantidade prescrita do medicamento veterinário, que é usado como alucinógeno, é suficiente para anestesiar 2,3 milhões de cães de porte médio ou 7 milhões de gatos.

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Fotos: PCPR

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu um médico veterinário investigado por integrar um esquema de prescrição, distribuição e venda de cetamina, medicamento veterinário que é utilizado como droga alucinógena. Ele foi preso na quinta-feira (04), em Campinas (SP), no desdobramento de uma operação deflagrada quarta-feira (3) e que resultou na prisão de sete pessoas.

O médico veterinário é suspeito de ser o maior prescritor da cetamina envolvido no esquema. Segundo dados levantados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que participou da operação junto à PCPR, entre abril de 2021 e abril de 2025, ele teria prescrito 112,6 mil frascos da droga.

Com este volume seria possível anestesiar 2,3 milhões de cães de porte médio ou 7 milhões de gatos. “Cada ampola tem o valor oficial de mercado de R$ 130. Se foram efetivamente compradas legalmente, o valor é de cerca de R$ 15 milhões. Se pensarmos em venda no mercado ilegal, ele pode ter movimentado R$ 60 milhões por meio da comercialização desse medicamento para uso irregular fora de ambientes hospitalares”, explica a delegada Paula Christiane Brisola.

A ação para a prisão do investigado contou com o apoio da Polícia Civil de São Paulo (PCSP). Além do mandado de prisão, os policiais cumpriram mais três ordens de busca e apreensão.

Operação

Na quarta-feira (3), a PCPR prendeu outras sete pessoas suspeitas de integrar a organização criminosa. A ação aconteceu simultaneamente em cidades do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio de Janeiro. Foram apreendidas diversas caixas de cetamina, uma arma de fogo e R$ 55 mil em espécie.

As investigações da PCPR iniciaram a partir de uma ação da equipe da Polícia Militar do Paraná (PMPR) em 21 de maio deste ano que resultou na apreensão de 1.171 unidades de cetamina, um medicamento anestésico para uso animal sujeito a controle especial. O material estava armazenado em uma residência no Bairro Alto, em Curitiba.

Inicialmente, os medicamentos tinham aparência de legalidade, pois possuíam notas fiscais e prescrições regulares assinadas por uma médica veterinária. Porém, em análise aos documentos fiscais, os policiais civis verificaram que a substância havia sido adquirida mediante pagamento em espécie com valores que superaram R$ 100 mil. Além disso, o registro da compra foi fracionado em diversas notas fiscais emitidas com diferença de minutos, levantando a suspeita de que a aquisição tinha objetivos ilícitos.

Fonte: AEN-PR
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