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Suínos / Peixes

Intervenção precoce frente a desafios respiratórios

Os grandes desafios encontrados a campo devido a doenças respiratórias exigem diferentes estratégias de controle. Hoje existe uma tecnologia de ponta capaz de mitigar os problemas causados por desafios respiratórios.

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Foto: Divulgação/Boehringer Ingelheim

Na suinocultura tecnificada as doenças respiratórias são uma das principais causas de prejuízo. Apesar de diversos esforços envolvendo diferentes protocolos de intervenção e vacinação, resultados limitados são vistos a campo no controle das doenças respiratórias. Frente a isso, a pergunta que deve ser feita é: o que mais pode ser feito? E a resposta está na intervenção precoce. Detectar antes e intervir de forma mais estratégica tem efeito tanto na amortização dos prejuízos causados pelas doenças respiratórias quanto no bem-estar animal. A intervenção precoce é possível com o auxílio de tecnologias de precisão, as quais estão cada vez mais sendo incorporadas nas granjas.

As tecnologias de precisão a nível de granja (PLF – precision livestock farming) englobam diversos sensores e tecnologias que buscam auxiliar na produção animal. Essas tecnologias são projetadas para auxiliar produtores a monitorar diversos parâmetros produtivos, de saúde e de bem-estar de forma contínua, em tempo real e automatizada. Uma variedade de sistemas usando tecnologias como sensores, câmeras ou microfones podem alertar diretamente os produtores por meio de dispositivos conectados (por exemplo, telefones, computadores ou tablets) sobre anomalias detectadas, permitindo assim a intervenção precoce. As pesquisas apontam para o grande potencial dessas “tecnologias inteligentes” e vários países já estão investindo em seu desenvolvimento, uma vez que a mão de obra está cada vez mais escassa e a produção mais intensificada.

Apesar do grande investimento que está sendo feito em PLFs, poucas são as tecnologias já consolidadas e disponíveis no mercado. Isso porque o desenvolvimento e validação de uma PLF requer uma grande quantia de dados e uma tecnologia que contemple pontos como durabilidade dentro de granjas e capacidade de adaptação a realidades com pouco acesso à internet, por exemplo. Um dos exemplos de PLF disponível foi desenvolvido durante mais de uma década e tem a maior base de dados mundial em monitoramento respiratório de suínos. O equipamento possui um conjunto de monitores que captam o som, temperatura e umidade 24 horas por dia, todos os dias.

Além dos monitores, possui um algoritmo de análise da dados muito robusto. Esse algoritmo é capaz de gerar alertas no momento que os sintomas respiratórios iniciam, antes mesmos de serem percebidos pelos produtores. Isso possibilita uma capacidade de ação muito rápida. Quanto mais precoce for a intervenção feita, mais rápido será o retorno à normalidade dos animais acometidos. Animais doentes necessitam ser medicados o quanto antes, e a intervenção pode acontecer em tempo recorde. A intervenção precoce gera benefícios na parte sanitária, zootécnica e de bem-estar animal.

Estudos

Na parte sanitária, existem trabalhos que mostram claramente o grande benefício da intervenção precoce. Em trabalho realizado em 2021, dados de 25 lotes de creches e 25 lotes de terminações entre novembro de 2020 e setembro de 2021 foram analisados. Foi observado que o status respiratórios do equipamento teve correlação positiva com a mortalidade (R2=0,3532), ou seja, quanto pior o status respiratório, pior a mortalidade. Resultado similar foi observado com o ganho de peso diário (R2=0,2585), no qual quanto melhor o status respiratório, melhor o ganho de peso. Os resultados deste estudo demonstraram que o monitoramento contínuo do som de suínos usados para implementar uma intervenção precoce contra desafios respiratórios melhorará diretamente os parâmetros de produção dos suínos em creche e terminação.

Outro trabalho, este realizado no Brasil em 2022, evidenciou a melhora no desempenho zootécnico quando utilizado a intervenção precoce o uso do equipamento. Nesse estudo, dois galpões alojaram animais da mesma origem, com mesma idade e peso de entrada, ambos os galpões com o equipamento, porém um com as luzes dos monitores ligadas e outro com as luzes desligadas.

No galpão com as luzes ligadas, o produtor seguiu o protocolo de intervenção precoce, e no galpão com luzes desligadas ele seguiria conforme sempre fez as intervenções medicamentosas. No final do lote, o galpão com as intervenções precoce teve em média 4,64 Kg (126,92 vs. 122,30, P<0,05) em ganho de peso a mais e 0,21 g (2,37 vs. 2,58, P<0,05) em conversão alimentar a menos quando comparado ao galpão com as luzes desligadas. Por ter sido um lote com muito desafio de Influenza A vírus e Mycoplasma hyopneumoniae, a correta e precoce aplicação de medicamentos teve grande efeito em desempenho e, consequentemente, em bem-estar animal.

Já em relação ao lucro obtido devido a intervenção precoce e o retorno sob o investimento do uso do equipamento, um trabalho avaliou diferentes momentos de intervenção. Um total de 1655 suínos de 11 semanas de idade foram distribuídos igualmente em 72 baias.

Os grupos de tratamento (G0, G5 e G10) foram alocados aleatoriamente dentro do galpão. Os suínos em todos os três grupos receberam o mesmo tratamento, porém o número de dias para o início do tratamento após os primeiros alertas foi definido da seguinte forma para cada grupo: G0 – no dia do alerta, G5 – cinco dias após o alerta e G10 – dez dias após o alerta. Em cada baia, três suínos foram selecionados aleatoriamente e desafiados com Mycoplasma hyopneumoniae e com o vírus PRRS.

Os suínos desafiados no grupo G0 tiveram um GPD de 12,7 e 20,4 gramas maior em comparação com os do G5 e G10, respectivamente. Da mesma forma, os suínos desafiados no grupo G0 tiveram uma redução de 23,4% e 10,1% nos tratamentos individuais quando comparados ao G5 e G10, respectivamente. Os suínos desafiados no grupo G0 tiveram uma porcentagem de mortalidade 0,26% maior e 1,22% menor em comparação com os do G5 e G10, respectivamente (Tabela 1).

Tabela 1: Diferença de desempenho, mortalidade e uso de medicamentos em suínos com intervenção em no dia do aleta (G0), cinco dias após alerta (G5) e dez dias após alerta (G10).

Os grandes desafios encontrados a campo devido a doenças respiratórias exigem diferentes estratégias de controle. Hoje existe uma tecnologia de ponta capaz de mitigar os problemas causados por desafios respiratórios. E, como mostrado por diversos trabalhos, a intervenção precoce proporciona melhora na sanidade, no desempeno zootécnico e no bem-estar animal, além de gerar um ganho financeiro significativo.

As referências bibliográficas estão com a autora. Contato: ricardo@ting.art.br. Confira mais informações na edição 2022 de Nutrição e Saúde Animal clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Elisa De Conti, consultora de Novos Negócios da Boehringer Ingelheim.

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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