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International Fish Congress & Fish Expo Brasil: O mercado está para peixe
Primeiro congresso internacional e feira do aquanegócio será realizado em Foz do Iguaçu, PR no mês de setembro

A produção de peixes tem um enorme potencial de crescimento no Brasil. O consumo da proteína não passa de 10 kg per capita/ano, abaixo do que a OMS preconiza como ideal, de 12 kg/ano. O crescimento da produção está proporcionando ao brasileiro, pouco a pouco, pôr mais peixe na mesa. Dados da Emater – PR indicam que a piscicultura cresce a taxas de 20% ao ano no oeste do Estado. Mas, produtores de todas as regiões do país também investem no potencial da atividade. Paralelo a isso estimativa é que para 2030 a aquicultura contribua com 60% do pescado para consumo humano e sua produção supere a pesca (54%), segundo o relatório (SOFIA 2018). O State of The World Fisheries and Aquaculture – SOFIA, publicado a cada dois anos pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), destaca ainda que a contribuição da aquicultura para a produção global de pescado para alimentação atingiu 46,8%, saindo de 25,7% nos anos 2000.
Visando fomentar o crescimento de um dos setores produtivos com maior potencial de crescimento, a turística Foz do Iguaçu, no Paraná, recebe entre 17 e 19 de setembro de 2019, o International Fish Congress & Fish Expo Brasil, evento voltado para a produção de espécies de água doce. O IFC reunirá todos os elos da cadeia produtiva em um só tempo e lugar com congresso Internacional, feira e rodadas de negócios acontecendo simultaneamente. Empresários, investidores, aquicultores, armadores de pesca, agentes do mercado (varejo e food service), prestadores de serviços, fornecedores, dirigentes, profissionais do setor e formadores de opinião compõe o público alvo do evento.
De acordo com o Chairman do Congresso, o Ex. Ministro da Pesca Altemir Gregolin “O ineditismo do evento inicia ao unir os elos da cadeia do pescado para juntos tratarem do desenvolvimento do setor. Entidades (ABIPESCA, PEIXE BR, ABRAPES, SINDIPI, ABCC, ABRAS) e Governo (Ministério da Agricultura via Secretaria de Aquicultura e Pesca – SAP), estarão discutindo como tornar o Brasil um importante player mundial do setor de pescados. Para isso, estamos acionando as embaixadas dos principais países produtores, exportadores, investidores e possíveis importadores para rodada de negócios e para apresentar o que o Brasil tem de mais avançado e de qualidade na produção dessa proteína nobre, que pode ser o próximo marco brasileiro na balança comercial. Além disso, serão tratados dos temas técnicos mais relevantes para o setor com a participação de conferencistas de renome nacional e internacional” explica.
Fish Expo Brasil
Durante o evento será realizada ainda uma feira de negócios, a Fish Expo Brasil com empresas de tecnologia, equipamentos, nutrição e sanidade para a cadeia do pescado. A Diretora Executiva da Fish Expo Brasil a empresária e organizadora de eventos do agronegócio Eliana Panty destaca as inovações e o ambiente de negócios que foi criado para o evento “Buscamos ter na feira tecnologias inéditas e criadas por empresas em sintonia com o crescimento desse setor, percebemos a oportunidade diante do crescimento da produção, mas também da demanda por informações e tecnologias. Teremos as maiores empresas de nutrição do segmento, com soluções nutricionais focadas na produção de precisão e alta densidade, reuniremos empresas de sanidade com vacinas que previnem as principais enfermidades que afetam a produção, e teremos ainda empresas que estão investindo em pesquisa de vacinas adaptadas à realidade de campo brasileira – as vacinas autógenas. Saindo do setor produtivo já temos confirmadas empresas de equipamentos de transporte, tecnologias para fabricas de ração e de processamento de carne de peixe, com linha completas de abate. Para fechar essa cadeia reuniremos investidores e supermercadistas, com o objetivo de gerar negócios em todas as etapas da cadeia”, finaliza Panty.
Informações qualificadas
O evento apresentará discussões relevantes para a aquicultura e pesca com nomes internacionais do setor. Os participantes também terão a oportunidade de conhecer o posicionamento e estratégias dos grandes players mundiais do pescado, como Noruega, China, Espanha e Chile. O congresso abrirá espaço ainda para apresentação de trabalhos científicos, coordenado pelas universidades: UNILA, Unioeste, UFPR, UFFS e IFPR.
O impacto do perfil e tendências do consumo na cadeia produtiva serão temas discutidos no IFC, referenciando a produção sustentável e a certificação. Além das estratégias e políticas para transformar o Brasil em um grande player mundial de pescados. Empresas e cooperativas do setor também debaterão a organização da cadeia produtiva e como torná-la mais competitiva e sustentável. O IFC também abrirá espaço para discutir a competitividade da tilápia e as oportunidades do Brasil com os peixes amazônicos. Entre outros temas, a indústria 4.0, as oportunidades e os riscos para o setor de pescados.
Sobre o International Fish Congress
Com o lema “Das águas ao consumo” o evento tem o apoio das principais entidades do setor ABIPESCA – Associação Brasileira da Indústria da Pesca, PEIXEBR – Associação Brasileira da Piscicultura, SINDIPI – Sindicado dos Armadores e Indústria da Pesca, ABRAPES – Associação Brasileira de Fomento ao Pescado e ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, CNA/SENAR e ABRAS – Associação Brasileira de Supermercadistas. As discussões têm o apoio da FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e MAPA através da Secretaria da Aquicultura e Pesca. Entre os apoiadores estão ainda BRDE – BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, Fundação Terra, Governo do Estado do Paraná, ADAPAR e EMATER. O evento tem ainda o apoio científico da UNILA, UNIOESTE, UFFS, UNIVALI e Instituto Federal Paraná Campus Foz do Iguaçu e Copacol.

Notícias
Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
Notícias
Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



